Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Mariana Ribeiro Soares, Andreia Martins, Carlos Santos Neves - RTP

Marko Djurica - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h40 - Adesão da Ucrânia à UE. Portugal acompanha parecer da Comissão e António Costa rejeita "posição ambígua"

O primeiro-ministro defendeu que Portugal "nunca teve uma posição ambígua" quanto à Ucrânia desde que o país foi invadido pela Rússia, e alertou que o processo de integração europeia "vai ser longo, incerto e muito exigente".

António Costa e o secretário de Estado dos Assuntos Europeus receberam durante todo o dia os partidos com representação parlamentar para preparar o Conselho Europeu da próxima semana, em que se discutirão as candidaturas à adesão à União Europeia da Ucrânia, República da Moldova e Geórgia.

No final, e perante uma posição favorável "quase unânime" de todos os partidos, o primeiro-ministro anunciou que Portugal irá acompanhar o parecer da Comissão Europeia para que seja concedido à Ucrânia e à Moldova o estatuto de países candidatos à União Europeia.

"Este é só um primeiro passo que exige preenchimento de múltiplas condições. Confirma o que sempre dissemos, que vai ser um processo longo, incerto e muito exigente", apontou.

Questionado se a posição de Portugal é agora mais clara e menos ambígua, Costa recusou essa classificação.

"Portugal nunca teve uma posição ambigua desde a madrugada de 24 de fevereiro. Não fomos ambíguos na condenação absoluta da guerra, não fomos ambíguos na forma como temos apoiado a Ucrânia do ponto de vista financeiro, militar, político e humanitário", defendeu.

"A Comissão Europeia hoje apresentou o parecer, esse parecer é claro e inequívoco em enunciar um conjunto de condições que estes países vão ter de preencher e confirma o que, sem ambiguidades, sempre dissemos: este processo vai ser longo, vai ser exigente, vai ser incerto", afirmou.

António Costa realçou que disse o mesmo ao presidente da Ucrânia, quando esteve em Kiev, e aos restantes parceiros europeus.

"É fundamental que todos os países que acompanhem este parecer o façam de boa-fé e de corpo inteiro e não se gerem as tais falsas expectativas que podem ter, no futuro, um efeito de ricochete na credibilidade europeia e na confiança que os ucranianos têm na União Europeia", apelou.

Costa realçou que, no passado, processos semelhantes geraram "incompreensões relativamente" à UE.

"Por isso dizemos que, acompanhando o parecer da Comissão, não podemos desfocar do essencial: responder à emergência que a Ucrânia e os ucranianos estão a viver", disse, salientando que o estatuto de candidato "não resolve nenhum problema concreto".

(Agência Lusa)

00h30 - Secretário da Defesa dos EUA pede mais apoio aos países da NATO

O secretário da Defesa dos Estados Unidos apela aos Estados-Membros da NATO que reforcem o apoio à Ucrânia.

Lloyd Austin reuniu-se em Bruxelas com os ministros da Defesa de Portugal e dos Bálticos, numa altura em que a Aliança Atlântica prepara uma maior presença no flanco oriental da Europa.

23h45 - Importações russas podem cair 30% este ano

As importações russas podem cair 30% este ano, mas não chegarão a zero, avança a agência de notícias Tass, que cita Alexei Kudrin, ex-ministro das Finanças que agora chefia a Câmara de Auditoria do Estado.

Na semana passada, um grupo de lobby do setor bancário global previu que as sanções ocidentais reduziriam as importações russas em 28% em 2022.

(Agência Reuters)

23h35 - Conselheiro de Putin lidera delegação russa na Conferência dos Oceanos em Lisboa

Ruslan Edelgeriyev, conselheiro do Presidente russo vai encabeçar a delegação russa na conferência das Nações Unidas sobre os oceanos, que decorrerá em Lisboa no final do mês, disse à Lusa fonte oficial da Embaixada da Rússia.

O conselheiro do Kremlin (presidência russa) para os Assuntos Climáticos estará na capital portuguesa para a Conferência dos Oceanos, que se realiza entre 27 de junho e 01 de julho, encabeçando a delegação, referiu fonte oficial da embaixada da Rússia em Portugal.

A informação sobre a presença de Ruslan Edelgeriyev em Portugal foi noticiada inicialmente pelo jornal Expresso.

Com 46 anos de idade, Edelgeriyev já foi primeiro-ministro da República da Chechénia, entre 2012 e 2018, sendo desde então conselheiro de Vladimir Putin.

(Agência Lusa)

23h25 - Costa alerta que alargamento "exige reflexão" sobre futura arquitetura da UE

O primeiro-ministro defendeu que um alargamento da União Europeia vai exigir uma reflexão sobre a "futura arquitetura institucional e orçamental", dizendo esperar que todos estejam conscientes desse caminho coletivo.

No final do encontro com todos os partidos com representação parlamentar, que serviu para preparar o próximo Conselho Europeu, o primeiro-ministro anunciou que Portugal irá acompanhar o parecer da Comissão Europeia para que seja concedido à Ucrânia e à Moldova o estatuto de país candidato à União Europeia, mas fez questão de deixar alguns alertas.

"Esta perspetiva de futura integração, não só da Ucrânia e Moldova, mas também dos países dos Balcãs ocidentais, exige uma reflexão sobre a futura arquitetura institucional e orçamental da União Europeia, de forma a criar boas condições para termos uma UE forte, unida, capaz de cumprir os seus objetivos e acolher novos países candidatos", defendeu.

Para António Costa, "ignorar estas circunstâncias significa entrar num caminho sem saber qual o caminho que vamos percorrer".

"É preciso termos todos consciência de que não há alargamentos da UE sem que isso implique alterações da arquitetura europeia. A minha convicção é de que todos os meus colegas que têm, de forma tão emotiva, expresso os seus apoios à adesão da Ucrânia seguramente estão cientes de que essas alterações são absolutamente essenciais para que não haja frustração de expectativas", defendeu.

Como exemplos de questões a ponderar num futuro alargamento, apontou a necessidade de pensar se se terá de aumentar o número de deputados no Parlamento Europeu ou diminuir a atual representação de alguns países.

"Hoje há quem tenha dúvidas de que a Comissão Europeia possa funcionar com 27 elementos, muitos duvidarão que seja possível funcionar com 33 ou 34. Podemos ter uma Comissão Europeia no futuro em que haja países que não têm nenhum representante?", questionou.

A nível orçamental, terá de ser discutido se "os atuais contribuintes estão disponíveis para aumentar a dotação orçamental ou se o bolo existente passa a ter de ser repartido por um maior número de parceiros".

(Agência Lusa)

22h00 - Rússia corta metade do fornecimento de gás natural à Eslováquia

A Rússia cortou metade do gás que fornece à Eslováquia, informou hoje o diretor da Slovak Gas Company (SPP), Richard Prokypcak, que, por outro lado, descartou haver problemas de abastecimento no país atualmente.

Richard Prokypcak especificou que desde a última terça-feira tem havido uma queda crescente no fornecimento, que começou com 10%, na quinta-feira subiu para 30% e a partir de hoje só recebe 50% do volume de gás acordado com a gigante russa Gazprom.

A Eslováquia juntou-se, assim, a outros países europeus, como Alemanha, França, Itália e Áustria, que viram as entregas reduzidas de gás russo depois de a Gazprom ter anunciado reduções nos volumes fornecidos à Europa pelo gasoduto Nord Stream I.

A empresa russa atribui as interrupções ao atraso nos reparos da empresa alemã Siemens, que aderiu às sanções ocidentais contra a Rússia.

No entanto, vários responsáveis europeus, incluindo Richard Prokypcak, levantaram suspeitas de motivação política.

"Eu avisei que se anunciássemos que queremos encher os nossos depósitos na Europa para 80-90%, iríamos provocar a contraparte, que começaria a reduzir o fornecimento para nos impedir de cumprir o nosso objetivo", disse o diretor da SPP, numa feira de tecnologia.

Richard Prokypcak explicou que as jazidas de gás estão atualmente ocupadas em 52% da sua capacidade e admitiu o risco de Moscovo interromper completamente as suas exportações de gás natural para a União Europeia (UE).

Entretanto, assegurou que a atual redução não coloca em causa o abastecimento deste combustível, uma vez que o país tem contratos com a Noruega que lhe vão permitir receber gás do mar do Norte através da Alemanha e da República Checa, com os quais poderá reduzir a sua dependência russa em 65%.

Atualmente, do total de importações de gás natural, a Eslováquia recebe 85% de gás da Rússia.

(Agência Lusa)

21h10 - Kharkiv continua debaixo de fogo

As forças ucranianas tem registado muitas baixas nos combates intensos no Donbass. Kharkiv continua debaixo de fogo. #

21h07 - António Costa assegura "consenso quase unânime" entre os partidos

Em conferência de imprensa, António Costa falou sobre a situação na Ucrânia e a adesão do país à União Europeia, descrevendo-o como "um processo longo e incerto". Para o primeiro-ministro é fundamental garantir as "necessidades urgentes" de Kiev, como o apoio militar, financeiro e humanitário.

Depois de ouvir os partidos, António Costa garante que há um "consenso quase unânime" quanto ao apoio português à recomendação da Comissão Europeia de tornar a Ucrânia um país candidato à UE.

20h51 - Putin diz que "Ocidente marcha contra rumo histórico"

Vladimir Putin diz que não lhe deram alternativa. A Rússia foi forçada a fazer aquilo que chama de "operação militar especial" para se defender. Putin diz que o Ocidente tem um plano anti-Rússia mas esse plano está a falhar.

20h47 - Rússia diz ter eliminado 19 "mercenários" portugueses

A Rússia diz que eliminou 19 "mercenários" portugueses que combatiam pela Ucrânia, desde o início da invasão. O ministério russo da Defesa garante que 68 outros combatentes de nacionalidade portuguesa ainda estão em território ucraniano.

O Governo português diz que foi contactado apenas por sete combatentes voluntários e que não tem registo de que algum deles tenha morrido. 

Esta sexta-feira fica também marcada pela segunda visita de Boris Johnson a Kiev, onde prometeu mais ajuda militar e financeira e o treino de milhares de soldados ucranianos.

20h46 - Comisão Europeia quer estuto de candidato à Ucrânia e à Moldova

A Comissão Europeia recomenda a concessão do estatuto de países candidatos à Ucrânia e à Moldova. A decisão, que já era esperada, deixa nas mãos do Conselho Europeu aprovar a recomendação do executivo de Bruxelas, já na reunião do final da próxima semana.

20h38 - António Costa ouviu partidos sobre situação na Ucrânia

O primeiro-ministro ouviu os partidos sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia. O tema da próxima reunião do Conselho Europeu. A grande maioria dos partidos é favorável à atribuição do estatuto de candidato à Ucrânia mesmo que o processo de adesão seja lento.

19h19 - Rússia diz que UE "manipula" ucranianos com a perspetiva de adesão

A diplomacia russa acusou hoje a União Europeia (UE) de manipular a Ucrânia com a perspetiva de adesão ao bloco comunitário, após a decisão da Comissão Europeia (CE) de recomendar a concessão do estatuto de candidato a Kiev.

"Durante anos, a comunidade ocidental tem manipulando essa história do envolvimento da Ucrânia nas suas estruturas de integração e, desde então, a situação da Ucrânia está cada vez pior", disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, às agências de notícias locais.

"[A Ucrânia] não terá um futuro brilhante" dentro da UE, disse a porta-voz, descrevendo as garantias europeias à Ucrânia como "uma mensagem falsa que, na prática, não traz nada de bom".

A Comissão Europeia recomendou hoje ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia, emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.

(agência Lusa)

18h37 - MNE não confirma morte de combatentes portugueses na Ucrânia

O Ministério português dos Negócios Estrangeiros não confirma qualquer morte de cidadãos portugueses na Ucrânia, depois de Moscovo ter colocado Portugal na lista das baixas de mercenários estrangeiros com 19 combatentes mortos em confrontos na Ucrânia.

“Há registo de 7 cidadãos nacionais que contactaram os serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros informando da sua deslocação para a Ucrânia a título de ‘combatente voluntário’”, respondeu o MNE à RTP, acrescentando que “não há registo de mortes”.

18h33 - Kiev impõe vistos à entrada de cidadãos russos a partir de julho

A Ucrânia vai impor vistos para os russos a partir de 1 de julho, anunciou hoje o Presidente Volodymyr Zelensky, quando se aproximam os quatro meses da invasão russa do país.

"A Ucrânia vai introduzir um regime de vistos para os cidadãos russos a partir de 01 de julho com o objetivo de "contrariar as ameaças sem precedentes à segurança nacional, à soberania e à integridade territorial do nosso Estado", indicou no Telegram o chefe de Estado.

Uma hora e meia mais tarde, o primeiro-ministro Denys Chmygal anunciou a adoção pelo seu Governo de uma decisão formal relativa à rutura de um acordo sobre o regime "sem vistos" com a Rússia.

"Rompemos em definitivo as ligações com a Rússia", acrescentou.

A aprovação deste regime implica o fim das viagens sem visto para os russos que estava em vigor desde 1991, na sequência da independência da Ucrânia após a desintegração da União Soviética.

(agência Lusa)


18h17 - França envia 31 toneladas de sementes para evitar crise alimentar

A França, principal produtora agrícola da União Europeia, enviou 31 toneladas de sementes hortícolas para a Ucrânia, após ter-lhe fornecido, entre abril e maio, cerca de 600 toneladas de batatas de semente, anunciou hoje o Governo francês.

Estas ajudas destinam-se a combater os "efeitos desastrosos da invasão russa na segurança alimentar da Ucrânia" e foram oferecidas por empresas francesas especializadas na produção e distribuição de sementes, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês em comunicado.

As sementes hortícolas recentemente enviadas para o país em guerra (beterraba, cenoura, couve, tomate, etc.) permitirão o cultivo de mais de 9.500 hectares de terrenos agrícolas e hortas e a colheita de até 260.000 toneladas de produtos alimentares, acrescentou o ministério.

"A França está a fazer todos os esforços para apoiar a Ucrânia e permitir-lhe continuar o semeio e as colheitas para garantir a segurança alimentar do país e dos seus clientes", segundo o comunicado.

A guerra iniciada pelos russos na Ucrânia está a ter graves consequências para a agricultura do país e a privar também o mundo de cereais e fertilizantes, a fazer subir os preços e a ameaçar de fome milhões de pessoas em todo o planeta.

(agência Lusa)

18h07 - Meios de comunicação russos mostram imagens de dois cidadãos americanos

Meios de comunicação russos mostraram esta sexta-feira imagens de dois alegados norte-amerianos capturados pelas forças russas enquanto lutavam na Ucrânia.

O jornal Izvestia mostrou um pequeno excerto do que diz ser uma entrevista com Andy Huynh, de 27 anos, e a RT pubicou uma imagem de um homem identificado como Alexander Drueke, de Tuscaloosa, no Alabama.

17h20 - Putin diz não estar contra adesão da Ucrânia à UE

Em discurso em São Petersburgo, o presidente russo disse esta sexta-feira não ter objeções com a entrada da Ucrânia na União Europeia, depois de a Comissão Europeia ter tomado a decisão de apoiar a candidatura ucraniana à União.

"Não temos nada contra isso [adesão da Ucrânia à UE]. Não é um bloco militar. É o direto de qualquer país de se juntar a uniões económicas", disse Vladimir Putin.

A Rússia tem lutado contra a vontade ucraniana em juntar-se à NATO, com o assunto a tornar-se um problema entre o ocidente e a Rússia.

Ainsa esta sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a que a Rússia está a seguir atentamente o processo de adesão ucraniana à União Europeia, depois do aumento da cooperação de defesa entre os 27 membros estados.

17h07 - Lukashenko e Putin mantêm uma "falsa amizade"

A relação entre os Presidente da Bielorrússia e da Rússia é de "falsa amizade" e ambos se aproveitam mutuamente para extrair benefícios, disse hoje em entrevista à Lusa a líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia.

"[O Presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin] são duas pessoas que sempre tiveram falsas amizades, circunstanciais, sempre se aproveitaram um do outro para garantirem benefícios. E agora Lukashenko precisa de Putin como um apoio político, e Putin encara Lukashenko como um seu representante, para indicar não ser o único que está a combater na Ucrânia, mas antes através de uma coligação de países", assinalou.

"Podemos vez como se alterou a retórica de Lukashenko desde o início da guerra. No início eram declarações de bravura, dizendo que ele e Putin tomariam Kiev em três dias, e tendo a `guerra relâmpago` falhado tenta agora alterar a sua posição, dizer que não participa nesta guerra, e pretende assumir o papel de bombeiro", prosseguiu a ativista, 39 anos, que na quinta-feira iniciou uma visita de dois dias a Lisboa a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho.

A ex-candidata às eleições presidenciais de agosto de 2020, desde então exilada na vizinha Lituânia, denota assim uma nova abordagem da diplomacia de Minsk, mas que considera infrutífera.

(agência Lusa)

16h47 - Reino Unido disponibiliza operação de formação para as forças ucranianas

Em visita a Kiev, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disponibilizou-se para lançar uma grande operação de formação para as forças ucranianas.

De acordo com um comunicado de Downing Street, a operação tem capacidade para treinar até dez mil soldados a cada 120 dias.

"A minha visita hoje, nas entranhas desta guerra, é enviar uma mensagem clara e simples ao povo ucraniano: o Reino Unido está com vocês e estaremos do vosso lado até que a Ucrânia finalmente prevaleça", disse Johnson.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou no Telegram que discutiu com Johnson o envio de armas pesadas e novas sanções contra a Rússia.

"Vários dias desta guerra provaram que o apoio da Grã-Bretanha à Ucrânia é firme e resoluto. Fico feliz por ver o grande amigo do nosso país, Boris Johnson, em Kiev novamente", disse Zelensky.

16h20 - Ministro da Cultura insiste que a Ucrânia está preparada para receber a Eurovisão em 2023

O ministro ucraniano da Cultura, Oleksandr Tkachenko, insistiu que Kiev está preparada para receber o Festival Eurovisão da Canção de 2023 e criticou a decisão da União Europeia de Radiodifusão (EBU), que anunciou esta sexta-feira que o concurso não seria realizado na Ucrânia porque o país não cumpre “as garantias de segurança e operacionais exigidas”.

“A Ucrânia não concorda com a natureza de tal decisão quando fomos confrontados com o facto sem discutir a possibilidade de outras opções”, escreveu Tkachenko no Telegram.

“A Ucrânia acredita que tem todos os motivos para realizar novas negociações e encontrar uma solução conjunta que satisfaça todas as partes. Honestamente, vencemos a Eurovisão de 2022 e agora cumprimos todas as condições no tempo especificado para o processo de aprovação da sua realização na Ucrânia”, acrescentou.

O ministro da Cultura sublinhou que a realização da Eurovisão na Ucrânia “é um forte sinal para o mundo inteiro de que as pessoas apoiam a Ucrânia”.

“Exigiremos que esta decisão seja revogada, pois acreditamos que conseguiremos cumprir todos os compromissos que assumimos. É por isso que exigimos negociações adicionais”, asseverou.

Em comunicado, a EBU anunciou que está a ser ponderada a hipótese de o evento ser realizado no Reino Unido, que ficou em segundo lugar no festival.

16h01 - Rússia diz ter “eliminado” 19 mercenários portugueses

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou, em comunicado, que dos 103 mercenários portugueses que chegaram à Ucrânia, 19 foram “eliminados” desde o início da invasão.

Dos restantes 84, 16 abandonaram a Ucrânia e 68 continuam a combater, de acordo com o documento, citado pela imprensa portuguesa.

Contactado pela RTP, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não comenta nem confirma estes números.

Segundo o Kremlin, desde o início do que apelida de “operação militar especial”, 6956 pessoas viajaram para a Ucrânia para ajudar o país a combater. Destes, 1956 terão sido “eliminados” e 1779 saíram do país.

Moscovo acrescenta no documento que, entre os países europeus, a Polónia “é o líder indiscutível” em termos de combatentes enviados à Ucrânia (1831), mas também de baixas sofridas (378).

Já dos EUA, chegaram à Ucrânia 530 norte-americanos, dos quais 214 morreram e 227 já saíram do país.

15h32 - Boris Johnson de regresso a Kiev

O primeiro-ministro britânico está na capital ucraniana onde irá encontrar-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Desde o início do conflito na Ucrânia, esta é a segunda vez que Boris Johnson visita Kiev. 

A visita surpresa acontece um dia depois da visita de Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Mario Draghi.

"É bom estar de novo em Kiev", escreveu Boris Johnson no Twitter.

A informação foi confirmada por um porta-voz do primeiro-ministro britânico à agência Reuters.


14h53 - Cessar-fogo está a ser negociado para retirar civis da fábrica Azot, diz líder distrital

O chefe da administração militar de Severodonetsk disse esta sexta-feira que estão em curso negociações para um cessar-fogo que permita a retirada de civis do complexo fabril químico Azot.

"Um cessar-fogo e um corredor humanitário estão a ser negociados, mas há muitas provocações e 'jogos' por parte dos russos", disse Roman Vlasenko, citado pela CNN.

Moscovo declarou no início desta semana que abriria um “corredor humanitário” para a retirada de civis da Azot, mas apenas para território controlado pela Rússia.

O governador de Lugansk, Sergei Haidai, disse esta sexta-feira que é "impossível e fisicamente perigoso" a retirada de civis da fábrica de produtos químicos em Severodentsk devido aos "constantes bombardeamentos e combates". Haidai sublinhou que a evacuação da fábrica “só será possível com um cessar-fogo completo”.

No Telegram, o responsável local indicou que permanecem no abrigo da Azot 568 civis, incluindo 38 crianças.

14h50 - Portugal só emite opinião sobre adesão da Ucrânia à UE depois de ler a recomendação

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que Portugal vai emitir uma opinião sobre a recomendação de Bruxelas para que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão depois de estudar o relatório.

"Estamos a estudar [a recomendação], na próxima semana haverá um Conselho Europeu, e a nossa posição será em função da nossa leitura do relatório da Comissão Europeia", afirmou João Gomes Cravinho em conferência de imprensa.

"Primeiro é preciso ler o relatório, ver a identificação das condições, o que levará dois ou três dias, e depois haverá condições para consolidar a posição portuguesa", acrescentou o governante.

Portugal, respondeu o ministro aos jornalistas, "sempre pugnou por assegurar uma postura construtiva no desenvolvimento de consensos, o mais fundamental em relação à Ucrânia é a manutenção da unidade europeia, e a nossa postura será coincidente com essa posição".

(agência Lusa)
 
14h45 - Putin: Decisão de iniciar "operação militar especial" foi difícil, "mas necessária"

O presidente russo falou especificamente sobre a situação na Ucrânia, afirmando que a decisão de lançar a "operação militar especial" no país foi uma decisão "difícil, mas necessária".

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que Moscovo argumenta a necessidade de defender os falantes de russo naqueles territórios.

14h28 - Sanções do Ocidente são "uma espada de dois gumes", diz Vladimir Putin

No discurso em São Petersburgo, Vladimir Putin criticou as sanções ocidentais contra a Rússia e garante que as empresas e entidades russas têm conseguido enfrentar o desafio dos últimos meses e que o golpe contra a economia e moeda russas "foi um fracasso, não funcionou".

Por outro lado, ao tentar atingir Moscovo, os líderes europeus prejudicaram as suas próprias economias, referiu Putin. "Vemos um agravamento dos problemas sociais e económicos na Europa. Nos Estados Unidos, assistimos à subida dos preços dos bens, alimentação e eletricidade, assim como de combustíveis. Os padrões de vida dos europeus estão a cair e as empresas europeias estão a perder competitividade", resumiu.

O contexto atual só vai "exacerbar os problemas profundos das sociedades ocidentais", avisou, sendo que a União Europeia "já perdeu por completo a sua soberania política" por estar "a dançar ao som da música de outros".

Desse forma, a União Europeia "está a fazer tudo o que lhes é ditado", causando danos à sua população, negócios e economia.

14h07 - Putin discursa em São Petersburgo: "Nada será como dantes na política global"

O presidente russo está nesta altura a discursar no Fórum Económico Internacional, que decorre na cidade de São Peterburgo.

Vladimir Putin começou por vincar os "novos centros de poder no mundo" que surgiram ao longo das últimas décadas, considerando que cada um desses centros tem "o direito de proteger e de demonstrar a força da sua soberania".

Alertando que "nada será como dantes na política global", o presidente russo diz que há alterações em curso que são "impossíveis de contornar" e que as "elites ocidentais" preferem ignorar as mudanças e "acreditar nos fantasmas do passado".

"Pensam que o domínio do Ocidente e que a política global ou a economia são constantes. Mas nada é eterno", alertou.

A falar para os Estados Unidos, Putin criticou os países que tratam outras nações "que ficam no seu quintal" como "suas colónias". De resto, o Ocidente procura "esmagar economicamente aqueles que se recusam a adotar a sua ética, as suas visões".

Putin acusa ainda o Ocidente de tentar "esmagar a economia russa" e de aplicar "sanções absolutamente inconcebíveis", mas que o poderio económico russo persiste.

"Somos uma nação forte, o povo russo é forte", vincou.

13h45 - UE "manipula" Ucrânia com a perspetiva de uma adesão, aponta a diplomacia russa

A porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, acusa a União Europeia de "manipular" a Ucrânia ao acenar com uma perspetiva de adesão.

"Durante anos, a comunidade dos países ocidentais tem vindo a manipular com esta história do envolvimento da Ucrânia nas suas estruturas de integração, e desde então a Ucrânia tem ficado cada vez pior", disse a responsável.

No dia em que a Comissão Europeia anunciou a decisão de recomendar a atribuição à Ucrânia do estatuto de candidata à UE, Maria Zakharova acrescenta que Kiev "não terá um futuro brilhante".

13h29 - Navio de guerra russo violou águas territoriais dinamarquesas no Mar Báltico, diz Copenhaga

As Forças Armadas dinamarquesas adiantam esta sexta-feira, em comunicado, que um navio de guerra russo violou hoje as águas territoriais dinamarquesas por duas vezes.

As ocorrências tiveram lugar a norte da ilha de Bornholm, no Mar Báltico.

13h02 - Ucrânia e o estatuto de candidata à UE. Situação "requer a nossa atenção redobrada", assume o Kremlin

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou esta sexta-feira que Moscovo vai acompanhar de perto a candidatura da Ucrânia à União Europeia.

No briefing diário à imprensa, o responsável disse que a questão "requer a nossa atenção redobrada, até porque estamos ao corrente da intensificação das discussões na Europa sobre o fortalecimento da componente de defesa da UE", acrescentou.

Peskov voltou a frisar que o objetvo da "operação militar especial" da Rússia continua a ter por objetivo "salvar e proteger" a população da região do Donbass contra os "ataques bárbaros" de Kiev.

Acrescentou ainda que Moscovo está em conversações com a Turquia para garantir a exportação de cereais com origem na Ucrânia, apesar da situação de conflito. No entanto, há muitas "incertezas" do lado ucraniano, afirmou Peskov.

12h57 - Ciberataque obriga a adiar discurso de Putin em São Petersburgo por uma hora

O Kremlin indicou esta sexta-feira que o discurso de Vladimir Putin no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo foi adiado por uma hora devido a à ocorrência de um ciberataque.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, indicou que o ciberataque, iniciado na quinta-feira, desativou o sistema de acreditação e admissão dos convidados, o que gerou problemas no acesso ao evento.

12h36 - Ucrânia impõe regime de vistos a cidadãos russos a partir de 1 de julho

A partir de 1 de julho, a Ucrânia irá adotar um regime de vistos para a entrada de cidadãos russos no país, anunciou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky esta sexta-feira.

O governo ucraniano deve aprovar ainda esta sexta-feira uma decisão formal "para combater as ameaças sem precedentes à segurança nacional, soberania e integridade territorial de nosso Estado", disse Zelensky no Telegram.

12h20 - Festival da Eurovisão de 2023 não se realizará na Ucrânia, anuncia EBU

O Festival Eurovisão da Canção de 2023 não será realizado na Ucrânia devido à guerra em curso no país, anunciou a União Europeia de Radiodifusão (EBU) esta sexta-feira, acrescentando que está a ser ponderada a hipótese de o evento ser realizado no Reino Unido, que ficou em segundo lugar no festival.

"As garantias de segurança e operacionais exigidas para o emissor hospedar, organizar e produzir o Festival Eurovisão de Canção sob as regras do próprio não podem ser cumpridas pela UA:PBC [emissora pública nacional da Ucrânia]", disse a EBU num comunicado publicado no Twitter.


Agradecendo à estação púbica ucraniana pela sua “cooperação e compromissos sinceros em explorar todos os cenários nas semanas que passaram desde a vitória da Kalush Orchestra, a 14 de maio, em Turim”, a EBU “partilha da sua tristeza e deceção por o concurso do próximo ano não se poder realizar na Ucrânia".

“Como resultado desta decisão, de acordo com as regras e de modo a garantir a continuidade do evento, a EBU vai agora começar as discussões com a BBC, por [o Reino Unido] ter sido segundo classificado, para potencialmente organizar o Festival Eurovisão da Canção de 2023 no Reino Unido”, lê-se ainda no comunicado.

11h53 - Zelensky saúda "decisão histórica" da Comissão Europeia

No Twitter, o presidente ucraniano reagiu à recomendação europeia anunciada na última hora.

"É o primeiro passo no caminho da adesão à União Europeia que certamente nos vai aproximar da vitória. Agradeço a Ursula von der Leyen e a todos os membros da Comissão Europeia por esta decisão histórica", afirmou Volodymyr Zelensky.

O presidente ucraniano disse ainda esperar um "resultado positivo" na cimeira europeia que se realiza na próxima semana.

A proposta da Comissão para o reconhecimento da Ucrânia como candidata à UE será discutida na próxima cimeira europeia, que decorre nos dias 23 e 24 de junho. A atribuição do estatuto de candidata só poderá acontecer com a unanimidade por parte dos 27. 

11h21 - "Sabemos que os ucranianos estão dispostos a morrer para defenderem as suas aspirações europeias"

A presidente da Comissão Europeia destacou que a Ucrânia já tinha iniciado o caminho "em direção à União Europeia" ainda antes do início da guerra e que "há oito anos que tem vindo a aproximar-se cada vez mais" dos padrões europeus.

Ursula von der Leyen sublinhou a resiliência da administração pública do país, que se mantém robusta mesmo durante o conflito em curso. Mencionou a "sociedade civil ativa e vibrante" da Ucrânia e um "sistema eleitoral que provou ser justo e livre".

Elogiou ainda o sistema educacional e as infraestruturas digitais, mas lembrou que há muito a ser feito para que o país esteja pronto para se integrar no mercado único da União Europeia.

"Sabemos que tem de haver mais desenvolvimentos", apesar dos avanços já alcançados no campo do estado de direito, corrupção e adoção de medidas contra as oligarquias.

"Muito foi conseguido, mas naturalmente que ainda há um trabalho muito importante a concluir", completou.

"Sim, a Ucrânia merece uma perspetiva europeia e deve ser bem-vinda como país candidato", vincou ainda Ursula von der Leyen.

A presidente da Comissão Europeia destaca que o país fez "um trabalho muito bom" e que todo o processo "é baseado no mérito".

"Todos sabemos que os ucranianos estão dispostos a morrer para defenderem as suas aspirações europeias. Queremos que vivam connosco o sonho europeu", afirmou.

11h02 – Ucrânia. Comissão Europeia recomenda atribuição do estatuto de país candidato à UE

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta sexta-feira que o órgão irá propor a atribuição do estatuto de candidata à UE à Ucrânia.

Vestida de amarelo e azul, as cores da bandeira ucraniana, von der Leyen afirmou na conferência de imprensa desta sexta-feira que a Ucrânia "demonstrou claramente a aspiração e a determinação" em viver "de acordo com os valores e padrões europeus".

A proposta da Comissão será discutida na próxima cimeira europeia, que decorre nos dias 23 e 24 de junho. A atribuição do estatuto de candidata só poderá acontecer com a unanimidade por parte dos 27.

Nesta conferência de imprensa, a presidente da Comissão Europeia anunciou ainda a posição favorável sobre a atribuição do estatuto de candidata também à Moldova.


10h47 - Mykolaiv atingida por mísseis. Pelo menos dois mortos, diz o governador regional

De acordo com o governador regional de Mykolaiv, Vitaliy Kim, um ataque com mísseis perpetrado pelas forças russas provocou a morte de duas pessoas, incluindo uma criança. Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas.

No Telegram, o responsável local indicou que os ataques com mísseis danificaram quatro edifícios residenciais.

10h22 - França. Macron assume ceticismo sobre acordo para exportação de cereais a partir de Odessa

Horas depois da visita a Kiev, o presidente francês assumiu esta sexta-feira que não acredita num acordo com a Rússia para exportar cereais a partir do porto de Odessa.

"Temos de conversar com a Rússia sobre segurança alimentar, e essas discussões podem ser feitas através do contacto direto com o secretário-geral da ONU para a obtenção dos cereais de Odessa. Mas não acredito muito nessa via, porque já conversei sobre isso com o presidente Putin há algumas semanas e ele não quis aceitar uma resolução das Nações Unidas sobre o assunto", assumiu Emmanuel Macron em entrevista à televisão BFM.

Em alternativa, Macron adiantou que está a ser estudada a renovação da rota ferroviária de Odessa até ao rio Danúbio, na Roménia.

"Odessa fica a algumas dezenas de quilómetros da Roménia, e através da Roménia poderíamos aceder ao Danúbio", disse o presidente francês, desta vez em declarações à TF1.

A invasão russa da Ucrânia está a impossibilitar o país de utilizar o seu principal porto de águas profundas, precisamente em Odessa.

Esta situação levou nas últimas semanas a uma subida significativa nos preços globais dos alimentos, dado que a Ucrânia é um dos principais exportadores mundiais de cereais.

9h40 - Bruxelas vai propor atribuição à Ucrânia do estatuto de candidata à União Europeia, avança a Reuters

A agência Reuters avança esta sexta-feira que a Comissão Europeia vai recomendar esta sexta-feira a designação da Ucrânia e da Moldova como países candidatos à adesão à União Europeia.

De acordo com os diplomatas ouvidos pela Reuters, alguns países da UE como a Dinamarca e os Países Baixos não demonstraram apoio à atribuição do estatuto de candidatos à adesão.

Por outro lado, os líderes de França, Alemanha e Itália demonstraram na quinta-feira, em Kiev, o apoio ao reconhecimento da Ucrânia como país candidato.

9h14 - "Impossível e perigoso" retirar civis da fábrica de Azot sem cessar-fogo

O governador de Lugansk, Sergei Haidai, disse esta sexta-feira que é "impossível e fisicamente perigoso" a retirada de civis da fábrica de produtos químicos Azot em Severodentsk devido aos "constantes bombardeamentos e combates".

No Telegram, o responsável local indicou que permanecem no abrigo da Azot 568 civis, incluindo 38 crianças.

"A saída da fábrica só será possível com um cessar-fogo completo", adiantou ainda.

8h56 - Situação "extremamente alarmante" no Donbass, indica a ONU

Em comunicado, a agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alerta que a situação humanitária na Ucrânia, sobretudo no leste do país, é "extremamente alarmante".

"A situação humanitária na Ucrânia, particularmente no leste do Donbass, é extremamente alarmante e continua a deteriorar-se rapidamente", indica a agência, dando destaque sobretudo à situação em Severodonetsk e arredores.

A ONU alerta para o reduzido acesso, nesta zona, a "água potável, alimentos" ou "eletricidade", segundo o comunicado citado pela agência France Presse.

Esta agência lamenta que "os dois beligerantes, nesta fase, ainda não tenham chegado a um acordo para facilitar a retirada de civis ou mesmo permitir a entrada de ajuda humanitária" a Severodonetsk e à cidade vizinha de Lyssytchansk, sob constantes bombardeamentos nas últimas semanas.

"Em todo o país, as áreas residenciais e infraestrutura civil continuam a ser afetadas, o que resulta em mais civis mortos ou feridos", aponta a a agência da ONU.

De acordo com o balanço das Nações Unidas, 4.452 civis morreram e 5.531 ficaram feridos desde o início da invasão russa, a 24 de fevereiro. Estima-se, no entanto, que o número seja provavelmente muito superior.

Apesar das dificuldades no terreno, a ONU e outras organizações humanitárias parceiras conseguiram ajudar "mais de 8,8 milhões de pessoas em toda a Ucrânia desde o início da guerra", indica a OCHA.

8h24 -  Ucrânia diz ter atingido rebocador russo com mísseis

O governador da região de Odessa, Maksym Marchenko, disse esta sexta-feira que as forças ucranianas atingiram um rebocador da marinha russa que transportava soldados, armas e munições para a ilha de Zmiinyi, também conhecida como ilha das Serpentes, ocupada pela Rússia.

O responsável local indica ainda, através do Telegram, que o rebocador atingido foi o Vasily Bekh.

"Esta manhã, no Mar Negro, o rebocador da frota do Mar Negro, 'Vasily Bekh', foi atingido por mísseis enquanto transportava munições, armas, soldados e mísseis Tor para a ilha das Serpentes", escreveu o governador no Telegram.

7h52 - Eixo de Popasna sob pressão russa

No mais recente relatório sobre a situação no terreno, o Ministério britânico da Defesa adianta que, "nas últimas 24 horas, as forças russas terão continuado a tentar reconquistar o ímpeto no eixo de Popasna, através do qual procuram cercar a bolsa de Severodonetsk, a partir do sul".

Os dados dos serviços de informações militares do Reino Unido acrescentam: "A guerra acelerou a trajetória de longo prazo do Estado para o autoritarismo".


Por outro lado, "o ceticismo face à guerra será particularmente forte entre a elite empresarial e a comunidade oligarca da Rússia".

7h31 - Ponto de situação


  • A Comissão Europeia deverá revelar esta sexta-feira a avaliação da candidatura da Ucrânia à adesão à UE. O que acontecerá um dia depois da deslocação a Kiev do presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, e do chanceler alemão, Olaf Scholz. Os três líderes comprometeram-se a apoiar o dossier ucraniano.

  • Centenas de civis permanecem abrigados no complexo fabril químico Azot, em Severodonetsk. O governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai, adiantou, em declarações à norte-americana CNN, que estão naquelas instalações 568 pessoas, incluindo 38 crianças. Um líder separatista afirmou que as forças pró-russas vão permitir a reabertura de um corredor humanitário, segundo a agência noticiosa Interfax, mas as autoridades ucranianas consideram que as constantes barragens de artilharia das tropas de Moscovo impedem quaisquer movimentos de retirada de civis.

  • O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou, em entrevista à britânica BBC, que a Rússia “não tem vergonha” de mostrar “o que é”. “Não invadimos a Ucrânia. Declarámos uma operação militar especial porque não tínhamos qualquer outra forma de explicar ao Ocidente que arrastar a Ucrânia para a NATO seria um ato criminoso”, vincou.

  • A NATO garante estar empenhada em fornecer mais equipamento militar à Ucrânia e em destacar mais tropas para o flanco leste. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, condenou o que descreveu como “uma incessante guerra de desgaste contra a Ucrânia”.

  • Pelo menos três civis morreram e outros sete ficaram feridos num ataque aéreo russo sobre Lugansk, no Donbass. O governador local, Serhiy Haidai, adianta que o bombardeamento atingiu um edifício que abrigava civis.

  • Um outro ataque aéreo russo atingiu um subúrbio da cidade de Sumy, no norte da Ucrânia. Morreram pelo menos quatro pessoas e outras seis ficaram feridas. Segundo o governador regional, Dmytro Zhyvytskyi, rockets russos abateram-se também sobre o distrito de Dobropillia, próximo da fronteira com a Rússia.

  • Crianças que tenham nascido na região ucraniana de Kherson desde 24 de fevereiro, dia do início da invasão do país, recebem automaticamente a cidadania russa, de acordo com Kirill Stremousov, vice-chefe da administração ali imposta pelos russos.

  • O Reino Unido anunciou um novo pacote de sanções contra a Rússia, visando pessoas alegadamente envolvidas no “tratamento bárbaro de crianças na Ucrânia”, entre as quais Maria Lvova-Belova, comissária russa dos direitos da criança, e o patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Kirill.

  • Londres adquiriu também mais de 20 sistemas de armamento de longo alcance M109 à Bélgica, que serão enviadas aos ucranianos.

  • Moscovo avisou que o fluxo de gás para a Europa, através do gasoduto Nord Stream 1, pode vir a ser interrompido, alegando problemas na reparação de turbinas.

  • Um holograma do presidente ucraniano surgiu perante centenas de pessoas na conferência tecnológica VivaTech, em Paris, apelando ao investimento na reconstrução da Ucrânia, enquanto “democracia digital”.

  • Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de excluir quaisquer vias para a paz, pretendendo “decidir por si própria quando a guerra deve acabar”.