Abbas acusa Israel de matar milhares de crianças e pede ao mundo "o fim do crime" em Gaza
O presidente da Autoridade Palestiniana discursou na tarde de quinta-feira perante a Assembleia-Geral das Nações Unidas para deixar as críticas mais fortes contra o Estado de Israel, cujos ministros apelida de terroristas e acusa de estar a levar a cabo genocídios na região do Médio Oriente, primeiro contra os palestinianos e depois contra os libaneses, fazendo de Gaza uma região "onde é impossível viver".
“Mas, em vez de ouvir a voz da razão, o Governo israelita aproveitou a situação para perpetrar um genocídio com crimes de guerra conforme foram rotulados pela comunidade internacional (…) e agora é o povo libanês a enfrentar um genocídio [levado a cabo por Israel]”.
No meio do seu discurso, Mahmoud Abbas acusou um ministro israelita de ser “um terrorista”, referindo-se a um anterior discurso na ONU.
“Israel leva a cabo este genocídio contra o nosso povo desde a sua criação”, acusou Abbas, pedindo uma punição e sanções contra Telavive, lamentando que os Estados Unidos, “a maior democracia do mundo”, tenha por três vezes, através do poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, certificado que a ação de Israel era legítima, fornecendo-lhe armas para os ataques, “armas que serviram para atacar civis”.
O pacote inclui 3,5 mil milhões de dólares para aquisições essenciais em tempo de guerra, que já foram recebidos e destinados a compras militares críticas, e 5,2 mil milhões destinados a sistemas de defesa aérea, incluindo o sistema antimíssil Cúpula de Ferro.
Mahmoud Abbas criticou ainda Washington de se revelar contra a constituição dos Estado da Palestina e de nada fazer para travar a ofensiva israelita em Gaza.
“Israel não merece pertencer a esta organização”, acusou Abbas, que falou de “terrorismo sob a forma de colonatos israelitas, do governo e do exército de ocupantes, que está a destruir casas e terras dos palestinianos”.
“Israel, que se recusa a implementar as resoluções das Nações Unidas, não merece ser membro desta organização internacional", disse Abbas.
“Parem com este crime. Parem com isso agora. Parem de matar crianças e mulheres”, pediu Abbas, verberando que “esta loucura tem de acabar. O mundo inteiro é responsável pelo que o nosso povo está a sofrer em Gaza e na Cisjordânia”.
“A ocupação vai acabar, vai acabar, vai acabar”, concluiu Abbas.
Antes disso, o presidente palestiniano tinha insistido no apelo para que sejam retomadas as negociações para a "solução de dois Estados".