Conselho de Segurança da ONU aprova resolução de cessar-fogo em Gaza

por RTP
Foto: Eduardo Munoz - Reuters

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou esta segunda-feira uma resolução para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. O documento foi redigido pelos Estados Unidos e baseia-se na proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, no final de maio.

A resolução obteve 14 votos favoráveis e uma abstenção por parte da Rússia. É a primeira vez em oito meses de conflito que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprova uma resolução em que se estabelece plano de cessar-fogo para Gaza.

Esta resolução de cessar-fogo tem por base o plano apresentado por Joe Biden a 31 de maio, Na altura, de acordo com o presidente norte-americano, no documento constavam propostas delineadas e aceites pelos israelitas.

Por ocasião de apresentação deste plano em "três fases", Joe Biden apelava ao Hamas para que também aceitasse as condições delineadas pelos Estados Unidos, descrevendo a proposta como um "roteiro para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns". 

O plano hoje aprovado "exorta ambas as partes a implementarem integralmente os seus termos, sem demoras e sem condições".

Esta resolução estabelece também que, caso as negociações demorem "mais de seis semanas na primeira fase, o cessar-fogo deve continuar enquanto as negociações continuarem".

Numa primeira reação à decisão do Conselho de Segurança, o Hamas saudou a adoção da resolução e indicou em comunicado que está disponível para cooperar com os mediadores para implementar os princípios do plano.

Por seu lado, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem insistido numa "vitória total" sobre o Hamas e tem evitado comprometer-se com a proposta de trégua, considerando que o plano apresentado por Biden estava incompleto.

A embaixadora dos Estados Unidos junto das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, considerou que esta foi "uma votação pela paz" e que só mostra a união da comunidade internacional no apoio a um cessar-fogo.

"Unidos por um cessar-fogo que irá salvar vidas e ajudará os civis palestinianos de Gaza a começar a reconstruir e a curar. Unidos por um acordo que levará os reféns até às suas famílias após oito meses de cativeiro", resumiu.

Desde há vários meses que Israel conduz uma ofensiva militar na Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas, a 7 de outubro, que vitimou mais de 1.200 pessoas e fez mais de 250 reféns. Cerca de 100 reféns podem permanecer ainda em cativeiro.

A retaliação por parte de Telavive durante os últimos oito meses já provocou mais de 37 mil mortos do lado palestiniano, avançam as autoridades de Saúde em Gaza.
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