Os eleitores espanhóis vão ser chamados a votar em eleições legislativas antecipadas a 28 de abril de 2019. O anúncio da dissolução das Cortes Gerais, esperado desde a reprovação do Orçamento do Estado no Congresso dos Deputados, partiu esta sexta-feira do presidente do Governo, Pedro Sánchez.
Pedro Sánchez, que se tornou primeiro-ministro com o derrube do conservador Mariano Rajoy, por meio de uma moção de censura, viu esta semana o Orçamento chumbado no Congresso dos Deputados.A campanha eleitoral em Espanha terá início a 13 de abril.
Foi determinante o sentido de voto dos independentistas catalães, as mesmas forças partidárias que lhe permitiram fazer cair o anterior governo, a 1 de junho do ano passado: PDeCat e ERC reprovaram as contas depois de o Governo central ter excluído das negociações com a Generalitat a autodeterminação – uma “linha vermelha” para Madrid.
Desfez-se assim a frágil maioria parlamentar composta por socialistas, a esquerda dita radical, independentistas catalães e nacionalistas bascos.
No momento de justificar a marcação do ato eleitoral, o presidente do Governo lançou mão de duas ideias-chave: “Espanha precisa de avançar e não dar passos atrás” e aos espanhóis deve ser facultado “um horizonte”.
Antes da prolongada declaração institucional em conferência de imprensa, na Moncloa, o chefe do Governo espanhol presidiu a uma sessão extraordinária do Conselho de Ministros.
Até ao anúncio da data das eleições, Sánchez entregou-se a um misto de balanço dos quase nove meses de governação e de perspetivas para o que será o registo socialista na campanha de abril, defendendo, por exemplo, a ideia de que “uma das principais responsabilidades da Presidência do Governo é apresentar um modelo de sociedade”.
Disparou também na direção do PP, ao recordar que “há uns meses Espanha tinha um governo acossado pela corrupção”.
Moção “construtiva”
Recuando à iniciativa parlamentar que o conduziu ao poder, Pedro Sánchez sustentou, em tom justificativo, que uma moção de censura “tem que ser construtiva”. O Executivo espanhol voltou a reunir-se em sessão ordinária após a conferência de imprensa.
“Não se vota para lançar ninguém, vota-se a conformação de um novo governo com o seu programa. E foi o que fizemos, respeitar a letra da Constituição”, propugnou.
Outro ponto de balanço foi a afirmação de que “este Governo tinha uma firme convicção de unir os espanhóis e não de enfrentá-los”.
“Se Espanha tem um problema fundamental, este é a desigualdade”, frisou ainda o governante, que destacou, entre as medidas mais sonantes do seu Governo, o aumento do salário mínimo.
La revalorización de las #pensiones, la subida del SMI a 900 euros y el aumento del sueldo de los empleados públicos están garantizados. Este es el compromiso del Gobierno de #España y vamos a cumplirlo, con o sin presupuestos. pic.twitter.com/EbNzjF4E4E
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) 15 de fevereiro de 2019
No plano das relações externas, Sánchez reivindicou uma recuperação da “presença europeia e internacional que fazia falta” a Espanha.
“O futuro de Espanha está nas mãos dos espanhóis. O que decidirem será de grande acerto. Obrigado”, concluiu.
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