Reportagem

EUA atacam base aérea na Síria: acompanhe a situação ao minuto

Os EUA estão "preparados para lançar mais ataques" contra alvos sírios mas esperam que não sejam "necessários". Washington lançou esta madrugada 59 mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria em resposta a um alegado ataque do Governo com armas químicas no início da semana na província de Idlib. O Pentágono desconfia que o Governo sírio teve ajuda e, sem mencionar a Rússia, diz estar pronto para tirar "todas as consequências". Na reunião de emergência do Conselho de Segurança desta sexta-feira, a Rússia denunciou a violação da soberania da Síria e avisou para consequências "graves" da intervenção americana. Reforçou ainda os meios na região com uma fragata. Já os países ocidentais cerraram fileiras em torno de Trump mas advogam uma solução "política".

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Mais atualizações

20h30 - Nações Latinas rejeitam uso de armas químicas

Num comunicado conjunto, as nações latino-americanas afirmaram que o uso de armas químicas é um crime de guerra, e ações para evitar a sua utilização deviam ter o apoio de toda a comunidade mundial de acordo com a lei internacional.

20h20 - Base atacada pelos EUA volta a ser usada

De acordo com a ONG baseada em Londres Observatório Sírio dos Direitos Humanos, aviões sírios voltaram a descolar esta tarde da base aérea de Shayrat, contra alvos em áreas dominadas por grupos armados a leste da província de Homs.

A base de Shayrat foi alvejada por 59 mísseis que destruíram pelo menos nove aviões e provocaram grandes estragos, incluindo na pista.

O Observatório diz que os aviões síros fizeram "o impossível" para continuar a usar a base.

20h05 - "Resposta" americana deve prosseguir na ONU diz Hollande


O Presidente francês François Hollande considerou que a "resposta" dos EUA deverá "agora prosseguir ao nível internacional no quadro das Nações Unidas se for possível".

"Hoje houve uma nova crise sobre as armas químicas e, depois de nos ter informado, os americanos decidiram atacar um certo número de instalações na Síria", declarou o chefe de estado à margem de uma deslocação ao sul de França.

"Considero que esta operação foi uma resposta", prossegiu Hollande, "ela deve agora prosseguir ao nível internacional no quadro das Nações Unidas se for possível, de modo a que possamos ir até ao fim das ssanções contra Bashar al-Assad e impedir quem quer que exista de novo o uso de armas químicas e o esmagamento pelo regime do seu próprio povo".

19h20 - Assad pode ter tido ajuda no ataque com armas químicas


Responsáveis militares norte-americanos afirmaram à agência France Presse, sob anonimato, que existem suspeitas que o Governo sírio foi ajudado no alegado ataque com armas químicas.

"Suspeitamos que os sírios receberam auxílio", afirmou.

A fonte não mencionou a Rússia especificamente mas afirmou que "no mínimo os russos fracassaram no controlo da actividade" do seu parceiro sírio, lembrando que havia militares russos na base aérea de onde o ataque sírio foi lançado.

"Nós não podemos dizer aqui qual o papel eventualmente desempenhado pelos russos", afirmou. "Mas se existe qualquer prova, ou uma acusação credível, nós tiraremos as aconsequências ao máximo das nossas possibilidades", avisou.

19h05 - Azeredo Lopes apela a solução pacífica para o conflito na Síria


O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, apelou hoje a uma solução política para o conflito na Síria, considerando que "nenhuma solução militar" será sustentável no futuro.

"Espera-se uma coisa muito básica, que de uma vez por todas se procure uma solução política para aquele conflito, estando mais ou menos evidenciado, pelo prolongamento do conflito, pela brutalidade que continua a assolar aquele país, que uma solução puramente militar, que nenhuma solução militar, terá uma durabilidade que seja sustentável no futuro", afirmou.

Azeredo Lopes falava à Lusa à margem de uma conferência sobre Assistência Humanitária e Proteção de Civis que decorreu no ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.

19h00 - Canais cortados


O ministério russo da Defesa avisou o Pentágono de que irá cortar os canais de comunicação com os EUA a partir das 21h00 GMT desta sexta-feira, depois do bombardeamento de uma base aérea síria esta madrugada, anunciou a agência de notícias Interfax.

As linha de comunicação foram abertas para evitar eventuais colisões entre operações militares de ambas as potências contra o autoproclamado Estado Islâmico e foram usadas a noite passada pelos Estados Unidos para avisar do ataque iminente contra um alvo sírio.

A notícia foi depois confirmada pelo ministério russo dos Negócios Estrangeiros.

"A parte russa suspende o memorando com os Estados Unidos sobre a prevenção de incidentes e de segurança de voos durante as operações na Síria", levadas a cabo pelas aviações russa e americana, declarou em comunicado a porta-voz Maria Zakharova.

18h40 - Rússia quer investigação objetiva e imparcial ao alegado ataque


O ministro russo dos Negócios Estrangeiros debateu esta sexta-feira ao telefone com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, o ataque com misseis norte-americano e a "tragédia" do uso de armas químicas na Síria.

"Foi sublinhada a  importância de uma investigação objectiva, imparcial, a todas as circunstâncias da tragédia em Khan Sheikoun, assim como a casos em que grupos terroristas usaram armas químicas no passado", referiu em comunicado o ministério russo dos Negócios Estrangeiros, referindo-se ao alegado ataque com armas químicas do início da semana, atribuído ao Presidente sírio Bashar al-Assad.

18h30 - Assad tem de cumprir acordos de não usar armas químicas

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, diz que, para Donald Trump, o Presidente Assad deveria no mínimo acordar em cumprir o comprimisso de não usar armas químicas.

"Primeiro de tudo, o Presidente acredita que o Governo sírio, o regime de Assad, deveria no mínimo concordar em cumprir os acordos que fez de não usar armas químicas. Penso que isso deveria ser um nível mínimo exigível no mundo inteiro" disse Spicer.

Já a Rússia, refere, pode ter um compromisso mútuo para derrotar o autoproclamado Estado Islâmico e também aceitar a necessidade da Síria evitar o uso de armas químicas.

18h25 - Nikki Haley ameaça com nova intervenção militar na Síria


A embaixadora dos EUA na ONU ameaçou com uma nova intervenção na Síria, durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU.

"Os Estados Unidos tomaram uma decisão muito ponderada a noite passada", referiu.

"Estamos preparados para fazer mais mas esperamos que não seja necessário", acrescentou Haley ao Conselho de Segurança.

"Os Estados Unidos não ficarão quietos quando forem usadas armas químicas. É do interesse vital da nossa segurança interna prevenir o uso e a disseminação de armas químicas", avisou a embaixadora.


 
18h20 - Canais mantêm-se abertos


A Rússia não suspendeu ainda os canais abertos com os Estados Unidos para evitar colisões na Síria, informaram fontes do Pentágono sob anonimato.

Os responsáveis americanos referiram que o bombardeamento de uma base aérea síria acrescentou que não houve retaliações nem russas nem sírias contra tropas americanas na Síria, após o bombardeamento.

De acordo com a fonte, as operações militares americanas na Síria contra o autoproclamado Estado Islâmico prosseguem inalteradas.

18h10 - Guerra na Síria é agora um "conflito armado internacional" diz CICV


A Situação na Síria tornou-se "um conflito armado internacional" depois do bombardeamento de uma base aérea síria por mísseis norte-americanos, considerou a porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha em Genebra.

"Qualquer operação militar de um Estado no território de outro Estado sem o consentimento deste último equivale a um conflito armado internacional" afirmou Iolanda Jaquemet, porta-voz do Comité.

O Comité considera que esta situação agrava as obrigações humanitárias de ambas as partes perante eventuais prisioneiros de guerra.

18h05 - Aviso a Assad

O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, diz que o ataque norte-americano foi "um aviso" a Assad, descrevendo-o como uma resposta "proporcional a atos indescritíveis".

"Sem os sete vetos da Rússia no Conselho de Segurança, desafiando as opiniões dos outros membros do Conselho, Assad teria sofrido sançoes e a Justiça", acrescentou durante a reunião.

18h00 - Guterres apela à contenção


Antes da reunião do Conselho de Segurança o secretario-geral da ONU, António Guterres, apelou à "contenção" e referiu que a guerra na Síria só tem uma solução, a "política".

O Reino Unido e a França secundaram o apelo de Guterres por uma solução política e apoiaram o bombardeamento decidido por Trump.

"O Reino Unido apoia inteiramente a ação dos Estados Unidos desta noite, que foi uma resposta apropriada a um tal crime odioso, um crime de guerra", afirmou o embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, à entrada para a reunião do Conselho de Segurança.

"É tempo agora que nos concentrar no processo político", acrescentou.

A França classificou o bombardeamento americano como "apropriadas". O embaixador francês na ONU, Francois Delattre, exprimiu à chegada à reunião esperar que elas marquem uma "mudança e ajudem a relançar as negociações políticas" atualmente em ponto morto.

17h55 - Envolvimento russo no ataque com armas químicas?


Responsável americano não identificado citado pela Agência Reuters afirma que os Estados Unidos não têm dados sobre o eventual envolvimento russo no alegado ataque com armas químicas do Governo sírio mas garante que informações nesse sentido serão investigadas.

17h45 - Rússia acusa EUA de violarem soberania do Iraque


"Os Estados Unidos atacaram o território soberano da Síria. Qualificamos este ataque de violação flagrante da lei internacional e com uma agressão", declarou o representante de Moscovo na ONU, Vladimir Safronkov, durante a reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.

O ataque norte-americano foi uma tentativa de "desviar a atenção" das mortes civis no Iraque e na Síria "causadas por ações unilaterais".

17h40 - Rússia condena bombardeamento


O vice-embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, condenou veementemente a "ação ilegitima dos EUA na Síria" e avisa que as consequências podem ser "muito graves" para a estabilidade regional e internacional.

A Russia espera que o secretario de estado norte-americano, Rex Tillerson, explique a posição de Washington depois do bombardeamento com mísseis à base síria, esta madrugada.

17h38
- França: essencial 'deter' Assad

O objetivo do Presidente Bashar al-Assad é a "aniquilação, muito simplesmente, de todos os que lhe resistem, a qualque preço", afirma no Conselho de Segurança o embaixador francês na ONU, Francois Delattre

Já o bombardeamento americano devido ao uso fatídico de armas químicas foi legítimo já que se tornou "essencial para deter" Assad.

17h30
- Nove aviões destruídos

De acordo com a televisão russa o ataque americano à base síria destruiu nove aviões sírios além de provocar elevados estragos materiais.

17h25 - Dez perguntas para compreender o que se passa

Há seis anos que a Síria está em guerra. O conflito opõe rebeldes moderados, jiadistas e um regime que se recusa a sair do poder. Entra-se agora numa nova fase, com o ataque das forças norte-americanas à base aérea do regime de Damasco.

16h42 - Começou reunião do Conselho de Segurança da ONU

Começou a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre ataque americano contra o regime sírio.

16h37 - Ucrânia declara apoio a ataque dos EUA

Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declara apoio à ação militar dos EUA na Síria, numa conversa telefónica com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence.

15h53 - Hezbollah classifica ataque dos EUA como um "passo idiota"

O grupo xiita libanês Hezbollah considera que o ataque dos Estados Unidos foi um "passo idiota" que vai contribuir para o agravamento da tensão no médio oriente. O grupo acusou ainda Washington de estar ao serviço de Israel.


15h25: Medvedev afirma que ataque dos EUA na Síria foi quase contra a Rússia

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou que o ataque dos Estados Unidos à Síria foi quase uma ofensiva militar contra a Rússia.


15h10: Rússia pretende suspender canal de comunicação

Um porta-voz da coligação liderada pelos Estados Unidos anunciou que a Rússia pretende suspender um canal de comunicação criado para evitar confrontos aéreos na Síria.

14h40: Exército Livre Sírio pede mais ataques


O Exército Livre Sírio saudou o ataque de ontem pelos Estados Unidos, mas lembra que a responsabilidade dos norte-americanos não termina com um ataque.

No comunicado da coligação rebelde apela-se aos Estados Unidos para que "continuem as ações militares" no sentido de dissuadir e deter o uso de armas químicas.

14h17: O Conselho de Segurança marca reunião de emergência

O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai estar reunido esta sexta-feira a partir das 11h30 locais (16h30 em Lisboa).

14:10: O ataque dos Estados Unidos, explicado em 90 segundos.


Os Estados Unidos atacaram uma base aérea da Síria esta madrugada. O ataque foi feito a partir de dois navios de guerra estacionados ao largo do Mediterrâneo.

Foram disparados 59 mísseis TOMAHAWK em direção à base aérea de Shayrat, perto da cidade de Homs.

14h04: União Europeia “compreendeu” intenções do ataque norte-americano

Federica Mogherini, responsável máxima pela diplomacia europeia, confirma que os Estados Unidos informaram Bruxelas sobre o ataque à base aérea de Shayrat. Para a diplomata, a intenção foi apenas de “prevenir e dissuadir a propagação do uso de armas químicas mortais”.

No entanto, para Mogherini, a única forma de acabar com o conflito é a negociação de uma solução política e que os responsáveis pelo uso de armas químicas em ataques “devem ser sancionados no quadro das Nações Unidas”.

13h55: Erdogan: Ataque “não é o suficiente”

O Presidente turco enaltece a ação dos Estados Unidos contra a base aérea síria, mas refere que este desenvolvimento positivo “não é suficiente” e que devem ser dados “passos mais sérios” no sentido de proteger o povo sírio contra os crimes de guerra de Bashar al-Assad.

“A comunidade internacional tem a capacidade de deter o regime sírio e as organizações terroristas. Espero que a postura ativa que os Estados Unidos demonstraram em Idlib seja o início desses desenvolvimentos”, disse Erdogan durante uma ação de campanha em Hatay.

13h24: Primeiras imagens da destruição na base aérea atingida pelos Estados Unidos


A televisão Rossiya 24 news teve acesso às primeiras imagens da base aérea de Shayrat depois do ataque norte-americano com 59 mísseis Tomahawk.

 

Não é claro nas imagens se havia aviões na infraestrutura na altura do ataque. Percebe-se que um hangar de aviação ficou fortemente afetado, mas a pista de aterragem sofreu danos significativos.

13h16: Mais uma reação portuguesa, novamente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros

Augusto Santos Silva diz que a ação unilateral dos Estados Unidos é "compreensível", uma vez que terá sido a base que foi esta sexta-feira atacada pelos mísseis norte-americanos a desencadear o ataque com armas químicas em Khan Sheikhoun, na passada terça-feira.


13h06: Rússia discute manutenção de forças aéreas na Síria

Um comunicado do Kremlin adianta que o Presidente russo esteve reunido já esta manhã com o comité de segurança para discutir a permanência russa na ajuda direta ao Exército sírio no terreno. 

"O encontro expressou uma preocupação profunda sobre as consequências negativas inevitáveis desta ação agressiva para o combate ao terrorismo global", pode ler-se no comunicado.

12h51: Presidente sírio promete reforçar combate aos rebeldes

Em reação ao ataque desta sexta-feira, Bashar al-Assad disse estar agora mais determinada a derrotar os grupos insurgentes contra o Governo.

"Esta agressão só veio aumentar a nossa vontade de atingir os atores terroristas no terreno, continuar a esmagá-los e aumentar o nosso ritmo de ação, onde quer que eles estejam", pode ler-se num comunicado da Presidência.

Bashar al-Assad criticou ainda a continuação da política norte-americana que se baseia na "subjugação das pessoas", independentemente da administração no poder.

12h35: Análise: Ataque permite a Trump "afirmar-se" no contexto internacional

Filipe Vasconcelos Romão, especialista em questões internacionais, refere que esta ação do Presidente norte-americano lhe permite afastar-se da pressão a nível interno, devido às ligações dos acessores e da sua campanha a responsáveis russos.

Ao mesmo tempo, Donald Trump consegue mostrar uma imagem de força ao mundo, ao não deixar o regime sírio ultrapassar a "linha vermelha" do uso de armas químicas. 

12h25: O mapa da situação atual na Síria

Entre as várias reações e comentários a nível internacional, convém recordar que este ataque norte-americano com 59 mísseis surgiu na sequência de um alegado bombardeamento com armas químicas numa zona controlada pelos rebeldes.

Várias potências ocidentais responsabilizaram de imediato Bashar al-Assad, mas o regime sírio negou qualquer envolvimento.



O conflito sírio remonta ao ano de 2011, mas esta foi a primeira vez que os Estados Unidos desencadearam uma ação unilateral no terreno.

12h17: Governo espanhol vê "resposta proporcionada"

O Executivo de Mariano Rajoy diz que o ataque dos Estados Unidos foi "uma resposta medida e proporcionada".

Citado pela agência Efe, o Governo espanhol reitera que a operação nos Estados Unidos"é uma ação limitada no seu objetivo e meios", atingiu apenas uma base militar e não visou "objetivos civis".

Madrid fez ainda saber que mantém uma "sólida lealdade" em relação aos seus aliados e é defensora de uma "ação internacional concertada", lamentando o bloqueio do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação ao conflito da Síria por parte da Rússia e da China.

12h11: Cidade alvo de ataque químico na terça-feira voltou a ser bombardeada

Mais um ataque em Khan Sheikun. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que havia denunciado o ataque químico de terça-feira, disse esta manhã que a localidade voltou a ser atacada por um avião militar.

"Um avião sírio ou russo bombardeou a cidade, na província de Idlib", informou a organização não-governamental sediada em Londres.

O ataque provocou danos, mas até ao momento não há informação de que tenha provocado vítimas.

11h58: Portugal "compreende" ataque

Augusto Santos Silva diz que a medida dos Estados Unidos foi uma retaliação contra "crimes de guerra". O chefe da diplomacia portuguesa acrescenta que são necessárias posições conjuntas por parte da ONU e da União Europeia sobre a questão síria.

Citado pela Agência Lusa, o ministro português dos Negócios Estrangeiros diz que está a aguardar novas informações por parte das autoridades norte-americanas.

Esperam-se novas discussões no seio do Conselho de Segurança da ONU, bem como uma consulta sobre a situação com os restantes aliados europeus, acrescentou Santos Silva, à margem de um seminário que decorre em Lisboa. 

11h54: NATO: "Uso de armas químicas não pode ser ignorado"

Jens Stolenberg, o secretário-geral da Aliança Atlântica, confirma que foi "avisado previamente" deste ataque norte-americano, que diz ser da "total responsabilidade" do Governo sírio.

"O regime sírio tem a total responsabilidade por este desenvolvimento; a Síria tem consistentemente condenado o contínuo uso de armas químicas pela Síria, numa clara violação das normas e acordos internacionais", pode ler-se num comunicado da Aliança Atlântica.

A NATO considera que o uso de armas químicas é "uma ameaça à paz internacional e à segurança", e apoia todos os esforços internacionais "que visem atingir a paz e uma solução política na Síria".

11h45: Linha de comunicação "foi accionada"

De acordo com o Pentágono, a linha de informação estabelecida entre os Estados Unidos e a Rússia foi usada antes do ataque.

"Os estrategos militares norte-americanos tomaram precauções para minimizar o risco para o pessoal russo ou sírio estacionado na base aérea", acrescentou o porta-voz.

A chamada "linha de não-conflito" foi criada em 2015 e serve como ligação que impede a colisão dos aviões russos e norte-americanos no espaço aéreo sírio ou mesmo um confronto direto entre as duas potências.

Nesta altura, e em reação ao ataque norte-americano, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros ordernou esta sexta-feira a suspensão unilateral desta linha de contacto.

11h40: Novo balanço: Nove mortos, incluindo quatro crianças

A agência de notícias estatal da Síria refere que o ataque desta madrugada perpetrado pelos Estados Unidos matou pelo menos nove civis que se encontravam em aldeias próximas da base aérea atingida.

11h37:
Tusk: "UE vai cooperar com os Estados Unidos"

Num tweet enviado esta manhã, o presidente do Conselho Europeu diz que o ataque norte-americano demonstra "determinação" contra o uso de armas químicas.


"Os ataques dos Estados Unidos demonstram determinação contra ataques químicos bárbaros. A União Europeia vai cooperar com os Estados Unidos para acabar com a brutalidade na Síria", reiterou.

11h33: Juncker: "O uso de armas químicas merece uma resposta"

"Os Estados Unidos informaram a União Europeia de que estes ataques foram limitados e pretendiam deter mais atrocidades com armas químicas", informou o Presidente da Comissão Europeia, em reação ao ataque desta sexta-feira na Síria.

Jean-Claude Juncker acrescentou que "o uso constante de armas químicas merece uma resposta".

"Há uma distinção clara entre ataques aéreos a alvos militares e o uso de armas químicas contra civis", reiterou.

11h00: Análise: "Putin está a reagir com cautela"

Evegueni Mouravich, correspondente da RTP em Moscovo, sublinha que o Presidente russo está a reagir com muito cuidado, apesar das duras críticas que já chegaram do Kremlin.

Na leitura do jornalista, Putin não quis perturbar ainda mais a situação na véspera da visita de Rex Tillerson, o secretário de Estado norte-americano, agendada para a próxima semana. Também a subida dramática dos preços do petróleo em consequência do ataque norte-americano terá influenciado o silêncio de Vladimir Putin.

10h54: Um pretexto para as conversações?

José Milhazes, especialista em assuntos de Leste, considera que o ataque agora desencadeado pelas forças norte americanas está a levar ao aumento da tensão entre os dois países, mas que poderá ser uma rampa de lançamento para retomar as conversações.

O jornalista refere que com esta ação unilateral, o mais certo é que a diplomacia, entre os dois países resurja. No entanto, Milhazes não afasta, em último caso, um confronto mais direto entre as duas superpotências.

10h47: Rússia diz que só 23 mísseis atingiram base aérea

O Ministério russo da Defesa disse há pouco que apenas 23 dos 59 mísseis lançados pelos Estados Unidos atingiram a base aérea de Shayrat e que, por isso, foi uma ação militar "com eficácia muito reduzida".

Quanto ao balanço no número de mortos, os responsáveis russos avançam que morreram quatro soldados do exército sírio, dois estão desaparecidos e seis ficaram feridos.

10h18: Itália apoia ataque os Estados Unidos

Angelino Alfano, ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, disse esta manhã em comunicado que a ação norte-americana foi uma resposta adequada ao ataque com armas químicas de terça-feira.

"A Itália compreende as razões para a ação militar dos Estados Unidos. É um sinal de dissuasão contra os riscos de uma maior utilização de armas químicas por Assad", acrescentou.

Entretanto, o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, reiterou que uma solução para a "questão síria" deve envolver os Estados Unidos e a Rússia.

10h12: Lavrov: "Isto lembra-me a invasão do Iraque"

Mais uma reação da Rússia. Sergey Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros, disse esta manhã que espera que este ataque não cause "danos irreparáveis" às relações bilaterais entre os dois países, mas deixou duras críticas ao ataque desta madrugada.

"Este foi um ato de agressão, com um pretexto absolutamente inventado. Isto lembra-me da situação em 2003, quando os Estados Unidos e o Reino Unido, com vários aliados, decidiram atacar o Iraque", declarou o ministro numa conferência de imprensa a partir do Uzbequistão.

10h01: Ministro turco pede demissão de Assad

"É necessário derrubar este regime o mais cedo possível. Se ele (Assad) não quiser sair do poder, se não houver um Governo de transição e se ele continuar a cometer crimes humanitários, devem ser dados os passos necessários para o derrotar", reiterou Mevlut Cavusoglu.

9h48: Hollande e Merkel querem ação através da ONU

Num comunicado após conversa telefónica com a chanceler alemã, a Presidência francesa refere que a Alemanha e a França vão continuar os esforços de paz para a Síria no quadro das Nações Unidas.

A posição conjunta dos dois países é de que o Presidente sírio, Bashar al-Assad "tem total responsabilidade" por esta mudança na atuação norte-americana, uma vez que foi o regime sírio quem desencadeou o ataque com armas químicas contra civis.

9h42: Rússia suspende acordo com os EUA

Continuam as reações de Moscovo ao ataque na base aérea da Síria. Agora foi o ministro russo dos Negócios Estrangeiros a anunciar que o acordo com Washington para prevenir acidentes aéreos na Síria vai ser suspenso.

O acordo foi assinado em setembro de 2015, ainda durante a presidência de Obama, quando a Rússia decidiu lançar uma campanha aérea de apoio a Bashar al-Assad. Esse entendimento estabelecia que os dois países seriam obrigados a trocar informações sobre voos para evitar incidentes no espaço aéreo sírio.

9h27: Visita do secretário de Estado norte-americano a Moscovo não será adiada

O chefe do comité para os Assuntos Internacionais da Câmara Baixa do Parlamento russo referiu, em declarações à televisão russa, que a visita de Rex Tillerson a Moscovo, marcada para a próxima semana, deverá manter-se inalterada.

"Acho que esta situação não vai ter impacto na visita de Tillerson. Precisamos de voltar ao diálogo. Devemos dar as boas vindas a Tillerson, trocar visões e trazer algum bom senso a Washington. É muito melhor isso do que escondermo-nos atrás de muros", disse Leonid Slutsky, porta-voz de Sergey Lavrov.

9h12: Turquia apela à criação de uma zona de exclusão aérea

O porta-voz do Presidente turco reforçou esta sexta-feira que será necessário impor "sem demora" uma zona de exclusão aérea e assegurar a segurança de regiões na Síria.

Sobre o ataque perpetrado pelos Estados Unidos, o responsável disse que se tratou de uma resposta contra os "crimes de guerra" cometidos pelo regime sírio.

"A destruição da base aérea de Sharyat é um passo muito importante para assegurar que os ataques químicos e convencionais contra a população não ficam impunes", acrescentou o porta-voz de Recep Tayyip Erdogan.

9h04: Rússia pede reunião de emergência do Conselho de Segurança

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros pediu esta manhã uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, na sequência da ação "imprudente" por parte dos Estados Unidos.

8h49: Irão condena "vigorosamente" o ataque


Tal como Moscovo, Teerão é um dos aliados do regime de Bashar al-Assad na luta contra os rebeldes. Ao lado da Rússia, a República Islâmica condenou o bombardeamento levado a cabo pelos Estados Unidos.

"Condenamos vigorosamente qualquer ação unilateral e este ataque contra a base aérea de Al-Chaayrate, sob o pretexto de um suposto ataque químico", referiu um porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros.

Este ataque, reitera, "vai ajudar os grupos terroristas que estão em declínio e complicar mais uma vez a situação na síria e na região", acrescentou o responsável.

8h36: China apela à calma

Em reação ao ataque desta madrugada, a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros apelou às várias partes envolvidas no conflito para que cheguem a um entendimento político.

Pequim apela à calma e ao diálogo de forma a evitar a deterioração da situação na Síria, mas condenou o uso de armas químicas, independentemente da situação.

"Opomo-nos ao uso de armas químicas por qualquer país, organização, ou indivíduo, seja qual forem as circunstâncias e objetivos", acrescentou a porta-voz Hua Chunying.

8h30: Seis mortos e enorme danos na base militar

É o balanço do Exército às ordens de Damasco, que denuncia o ataque norte-americano desta madrugada e promete responder aos Estados Unidos com a continuação dos combates para "aniquilar o terrorismo", em referência aos grupos rebeldes.

O comunicado do Exército referia ainda que o ataque era uma "agressão flagrante" ao regime sírio e que fazia dos Estados Unidos um parceiro "do Estado Islâmico, da frente al-Nusra e de outras organizações terroristas".

8h16: Londres “apoia plenamente” ataques americanos na Síria

O Governo britânico apresenta o seu apoio ao ataque levado a cabo pelas forças norte-americanas na última madrugada.

Uma porta-voz de Downing Street indicou aos jornalistas que a ofensiva norte-anmericana é uma “resposta apropriada ao ataque bárbaro com armas químicas levado a cabo pelo regime Sírio.

Londres afirma ainda que está “determinada a impedir qualquer novo ataque” do regime de Bashar al-Assad.

8h04: Oposição síria espera mais ataques

A oposição síria congratulou-se hoje com o ataque norte-americano contra um base militar e pediu a continuação dos bombardeamentos até à "neutralização da capacidade" do regime de lançar ataques, disse um porta-voz.

"A coligação da oposição saúda o ataque e pede a Washington que neutralize a capacidade de Assad realizar bombardeamentos", indicou à agência noticiosa France Presse Ahmad Ramadan.

"Esperamos que os ataques continuem", acrescentou.

Ramadan afirmou que "o aeroporto visado pelo ataque norte-americano era utilizado para matar sírios e está na origem da morte de milhares devido aos bombardeamentos".

8h02: Rússia vê "agressão contra Estado soberano"

O Presidente russo Vladimir Putin considera que os ataques norte-americanos contra a Síria constituem uma “agressão contra um Estado soberano”. O Kremlin afirma ainda que esta intervenção vai provar “danos consideráveis” às relações entre Washington e Moscovo.

O porta-voz do Presidente russo informou os jornalistas que Vladimir Putin considera que este ataque “viola as normas do direito internacional” e se baseia em “pretextos inventados”. A Rússia é o principal aliado do regime sírio.

O Presidente russo "vê nos ataques uma intenção por parte dos Estados Unidos de desviar a atenção da comunidade internacional das múltiplas vítimas entre a população civil no Iraque", onde as tropas norte-americanas lideram uma operação militar contra o grupo extremista Estado Islâmico, acrescentou o porta-voz.

8h00: Ponto da situação

EUA atacam base aérea na Síria

Os EUA lançaram esta madrugada um ataque em larga escala com mísseis de cruzeiro contra uma base na Síria. Cinquenta e nove mísseis de cruzeiro “Tomahawk” foram disparados contra uma base aérea síria.

O ataque em larga escala mas com precisão foi feito a partir de dois navios da armada norte-americana estacionados no Mediterrâneo Oriental. Foi a primeira intervenção direta dos Estados Unidos em território sírio em mais de dez anos de guerra civil.

A marinha norte-americana disparou os mísseis "Tomahawk" contra a base SHAYRAT, de onde terão descolado os aviões do regime sírio que no início da semana lançaram um ataque alegadamente com armas químicas provocando a morte a 86 civis incluindo 30 crianças.

O presidente norte-americano Donald Trump tinha ameaçado na quinta-feira avançar isoladamente se as Nações Unidas não chegassem a um entendimento para condenar o regime de Bashar al-Assad, o único responsável pelo ataque químico, acusou o presidente norte-americano.

Trump acusa Bashar al-Assad de ter ignorado todos os avisos e violado todas as convenções ao mesmo tempo que justifica este ataque sobre a base aérea síria como uma operação de vital importância para a segurança dos Estados Unidos.


Síria condena, oposição aplaude

A Síria já condenou os ataques contra a base aérea com a televisão estatal a classificá-los como uma agressão. Também o governador da Província de Homs se mostrou indignado com os ataques que disse servirem os objetivos de grupos terroristas armados.

Em entrevista por telefone à televisão estatal da Síria, Talal Barazi garantiu que o líder sírio e a política síria não irão mudar por causa deste ataque. A oposição síria já aplaudiu o ataque norte americano à base aérea na Síria e pedem para que continue.