Numa altura em que vários países europeus, como a Alemanha, França e Espanha, experimentam semanas de trabalho mais curtas, a Grécia segue um caminho diferente e aposta numa semana de trabalho de seis, autorizando as 48 horas de trabalho semanais, em vez das 40 horas anteriores. Ou seja, a partir de agora, os trabalhadores do setor privado podem optar por trabalhar mais horas, se as suas empresas assim o desejarem.
À semelhança de outros países europeus, sobretudo os países do sul,
a Grécia enfrenta vários desafios financeiros, como os baixos salários, o declínio da população e o elevado desemprego, escreve o jornal
Deutsche Welle.
Fatores que levaram levaram o Governo de centro-direita do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, a apostar numa nova legislação laboral para resolver o problema da falta de trabalhadores qualificados e da diminuição da população, agravado pela vaga da emigração jovem nos últimos anos.
"O núcleo desta legislação é favorável aos trabalhadores e está
profundamente orientado para o crescimento", afirmou Kyriakos Mitsotakis antes da
aprovação da lei pelo Parlamento grego, no outono passado
, escreve o
Guardian.
"E coloca a Grécia em linha com
o resto da Europa", considerou
o primeiro-ministro grego.
De acordo com o Governo grego, as novas regras que entraram esta segunda-feira em vigor poderão solucionar o problema dos trabalhadores que não são pagos pelas horas extraordinárias, assim como o problema generalizado do trabalho não declarado.
Ainda "é cedo" para a semana de quatro dias em Portugal
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social afirmou na semana passada que
a semana laboral de quatro dias em Portugal não está, para já, em cima da mesa, durante a apresentação das conclusões de um projeto-piloto nacional, lançado no ano passado.
Rosário Palma Ramalho considerou que ainda "é cedo" para avançar com a implementação da semana de quatro dias, e explicou que e o estudo carece de tempo, de uma amostra mais representativa e
alertou para os potenciais efeitos do modelo assumido no estudo, que poderá aumentar a discriminação de género, com prejuízo para as mulheres.
O projeto-piloto nacional, lançado no verão passado, abrangeu 41 empresas do setor privado que adotaram a semana de trabalho mais curta de quatro dias, durante o período de seis meses, de forma voluntária e reversível, sem prever cortes salariais.
No final da sua implementação, apenas quatro voltaram à semana de cinco dias e as restantes decidiram estender o teste, de acordo com um comunicado do IEFP, divulgado na semana passada.