Ingerência russa. Juíza conclui que Manafort mentiu a Mueller

por RTP
Paul Manafort é o principal colaborador na investigação na à alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 Yuri Gripas - Reuters

O diretor da campanha eleitoral de Donald Trump mentiu "intencionalmente" ao gabinete do procurador especial Robert Mueller, violando o acordo que tinha com a justiça, no âmbito da investigação à alegada interferência russa nas eleições de 2016. Assim decidiu uma juíza federal.

Paul Manafort "fez várias declarações falsas ao FBI, ao Gabinete do Procurador Especial e ao Grande Júri sobre questões que eram importantes para a investigação", incluindo os contactos com o seu sócio russo durante a campanha, concluiu a juíza Amy Berman Jackson.Os advogados de Paul Manafort têm argumentado que o antigo director de campanha não mentiu intencionalmente.

A decisão da juíza federal, a quem foi atribuída a supervisão do caso, constitui mais uma reviravolta na investigação liderada por Robert Mueller para descobrir se houve e de que modo ingerência russa nas eleições de 2016.

A juíza Jackson considera que existem provas “preponderantes” de que Manafort mentiu sobre três assuntos diferentes, incluindo sobre as comunicações mantidas com o antigo sócio russo Konstantin Kilimnik, enquanto era diretor da campanha do atual presidente dos Estados Unidos.

Na semana passada, uma transcrição do tribunal revelava que a equipa do procurador especial acreditava que as supostas mentiras de Manafort eram importantes para a investigação em curso, agora centrada nas reuniões que terão decorrido, durante a campanha eleitoral, entre Manafort e Kilimnik. Os procuradores acreditam que Kilimnik tem laços com os serviços secretos russos.

Os procuradores consideram que as mentiras de Manafort sobre a frequência e a substância dos seus contactos com Kilimnik vão “muito diretamente ao âmago daquilo que o gabinete do procurador especial está a investigar”.

Mueller considera que Manafort mentiu sobre o número de vezes em que debateu com Kilimnik o "plano de paz ucraniano”.

Paul Manafort admitiu a culpa nas acusações de conspiração e adulteração de testemunha em setembro, um mês depois de ter sido condenado por oito crimes, incluindo fraude financeira, em agosto passado, relativo ao seu trabalho como consultor político na Ucrânia.

pub