Israel diz ter atingido cerca de 300 alvos do Hezbollah em 24h
Bombardeamentos israelitas fizeram esta segunda-feira várias vítimas em Gaza, no Líbano e em Damasco, capital da Síria. Foram intercetados vários drones ao largo de Israel e o tráfego aéreo do aeroporto Ben Gurion, em Telavive, teve de ser por isso suspenso alguns minutos. O movimento xiita libanês Hezbolla disse ter disparado, por seu lado, sobre militares israelitas próximo da fronteira entre o Líbano e Israel.
Os alvos foram sucursais da al-Qard al-Hassan, organização financeira afiliada ao grupo xiita libanês Hezbollah, em Baalbek, Sidon, Hermel e Rayak, nos subúrbios do sul de Beirute e nas proximidades do aeroporto.
Durante o dia, os aviões de guerra israelitas bombardearam intensamente vários pontos do bairro de Baalbek e arredores, no leste do país, onde se levantaram grandes nuvens de fumo, visíveis de diferentes pontos da região, informou a Agência Nacional de Notícias libanesa (ANN). Nas últimas 24h foram atingidos mortalmente quatro socorristas no sul do país e outros cinco ficaram feridos, em bombardeamentos israelitas, acrescentou a mesma fonte.
As Nações Unidas censuraram entretanto "os danos consideráveis", provocados pelos ataques de Israel a propriedades "civis" no Líbano.
O Alto Comissariado acrescentou que estes ataques causaram "danos consideráveis "em instalações civis", incluindo "propriedades residenciais, infraestruturas civis e instalações comerciais".
O plano dos EUA
"A resolução 1701 conseguiu por fim à guerra em 2006", reconheceu o americano, "mas ninguém fez o que quer que fosse para a implementar". "O compromisso das duas partes para respeitar a resolução não foi suficiente", lamentou.
A resolução previa em 2006 que apenas os capacetes azuis da UNIFIL, a missão de paz das Nações Unidas no Líbano, e o exército libanês, patrulhassem a fronteira entre o Líbano e Israel.
No vai e vem dos ataques, o Hezbollah referiu esta segunda-feira ter atacado soldados israelitas em Aïta el-Chaab, aldeia perto da fronteira entre os dois países.
Operações em Jabalia
A agência palestiniana WAFA referiu entretanto 10 mortos e 30 feridos num ataque israelita contra instalações da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) no norte de Gaza. Israel afirma que a UNRWA tem sido utilizada pelo grupo islamita Hamas para os seus próprios fins, sendo por isso um alvo legítimo.
O comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, acusou Israel, numa mensagem no X, de continuar a impedir a chegada ao norte da Faixa de Gaza de missões humanitárias "com abastecimentos básicos, incluindo medicamentos e alimentos, para a população sitiada".
Israel prometeu dar autorização à entrada dos camiões mas "não há mudanças de maior", referiu à France Presse Juliette Touma, porta-voz da UNRWA. Nos últimos dias, "o que entrou foi muito, muito pouco e, em todos os casos, insuficiente relativamente às necessidades", acrescentou.
"Estamos ameaçados de morte por bombas, sede e fome", afirmou à AFP Raed, um residente do campo de Jabalia. "Jabalia está a ser apagada do mapa e não há restemunhas do crime, o mundo fecha os olhos", acusou.
Residentes e médicos afirmam que Israel esteve esta segunda-feira a cercar hospitais e abrigos para deslocados no norte da Faixa de Gaza, no seu esforço para desalojar e abater militantes do Hamas. O bombardeamento aéreo de uma casa da área fez cinco mortos e vários feridos.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que estão a operar contra "terroristas e infraestruturas terroristas" na área de Jabalia, referindo que milhares de civis estão a ser ajudados a evacuar o campo de forma segura através de rotas organizadas.
Ao fim da tarde de hoje, o ministério sírio da Defesa noticiou a morte de duas pessoas e ferimentos noutras três, num ataque com um míssil contra uma viatura "civil" que circulava no bairro de Mazzé em Damasco, onde se situa o quartel-general da ONU, assim como embaixadas.
Não foram de imediato reveladas as identidades das vítimas. O ataque foi atribuído a Israel e não seria a primeira vez que as forças israelitas atingiam na Síria alvos ligados ao Hezbollah e ao Irão.
Um correspondente da Agência France Presse indicou que um hotel sofreu estragos e que vários veículos ficarem calcinados pela explosão, ocorrida perto do Ministério das Informações sírio.
Aeroporto Ben Gurion afetado
Os militares israelita reportaram esta segunda-feira a queda, no centro de Israel, de um míssil disparado do Líbano, sem que tivessem sido acionados quaisquer alarmes de aviso à população.
O exército de Israel confirmou também ter intercetado cinco 'drones' que sobrevoavam a costa mediterrânica do país, perto do Aeroporto Internacional Ben Gurion de Telavive, onde as descolagens foram suspensas durante alguns minutos.
"Os veículos aéreos não tripulados foram intercetados antes de entrarem em território israelita", segundo um comunicado militar.
De acordo com a mesma fonte, "não existe qualquer preocupação relativamente a um incidente de segurança na zona do aeroporto Ben Gurion".
A autoridade aeroportuária israelita informou anteriormente que tinha suspendido "por breves instantes" as descolagens "em coordenação com o aparelho de segurança".
Poucos minutos depois, o aeroporto anunciou o regresso à normalidade dos movimentos aéreos.
A origem dos drones não foi mencionada, mas o Hezbollah tem lançado dezenas de aeronaves não tripuladas a partir do Líbano, que chegaram ao centro de Israel.