Israel intensifica ataques contra o Líbano no sétimo dia da ofensiva

O exército israelita bombardeou numerosos objectivos no Líbano, intensificando os ataques contra o Líbano, uma semana depois do início da ofensiva que já causou quase 240 mortos e a fuga de dezenas de milhares de pessoas.

Agência LUSA /
EPA

A principal estrada, ainda praticável, que liga Beirute ao leste do Líbano e à fronteira com a Síria, foi hoje alvo dos bombardeamentos israelitas e cerca de 20 mísseis lançados a partir do Líbano caíram no norte de Israel, incluindo a cidade portuária de Haifa, mas sem causar vítimas mortais.

Desde 12 de Julho, o norte de Israel foi alvo de cerca de 700 mísseis atirados pelo grupo xiita libanês Hezbollah que causaram a morte a 12 civis.

O exército israelita, na ausência de fortes pressões internacionais, afirmou que vai continuar a ofensiva contra o Líbano durante "ainda pelo menos uma semana", enquanto os esforços diplomáticos se multiplicam para encontrar uma solução para o conflito, o mais grave desde a invasão israelita do Líbano em 1982.

No sétimo dia da ofensiva israelita, qualquer gesto ou declaração deixam antever um cessar-fogo rápido.

A chefe da diplomacia israelita, Tzipi Livni, afirmou hoje que o desarmamento do grupo xiita libanês Hezbollah e a entrega dos dois soldados israelitas raptados são duas condições chave para o cessar- fogo.

Segundo a chefe da diplomacia israelita, "é necessário tirar o Hezbollah do sul do Líbano, é necessário aplicar plenamente a resolução 1559 das Nações Unidas, deslocar o exército libanês para o sul do Líbano e vigiar um desmantelamento do Hezbollah", adiantou Livni, insistindo numa libertação dos soldados raptados "sem condições".

A resolução 1559 foi aprovada em Maio de 2000 pelo Conselho de Segurança da ONU quando o exército israelita se retirou do sul do Líbano, onde tinha permanecido desde 1978.

"Estes são os objectivos de Israel e trabalharemos para a sua realização em cooperação com a comunidade internacional", afirmou.

Entretanto, o Hezbollah recusou, afirmando que só aceitava "um cessar-fogo incondicional".

Um membro da delegação da ONU que se deslocou hoje a Jerusalém, Terje Roed-Larsen, declarou que tinha tido "discussões boas e produtivas" e adiantou que "a delegação da ONU apresentou ideias concretas e específicas" com vista a um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah".

A delegação da ONU esteve em Beirute na segunda-feira.

Entretanto, Kofi Annan apelou para uma trégua e defendeu o envio de uma "força internacional de estabilização" para o sul do Líbano, onde está instalado o grupo xiita libanês Hezbollah desde a retirada militar israelita em 2000.

Nesta semana de conflito, 237 pessoas morreram, incluindo 210 civis, 22 soldados libaneses e cinco combatentes do Hezbollah.

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