Muro divide Washington. Trump bate com a porta a democratas

por RTP
No 20.º dia do bloqueio, que faz com quem 800 mil funcionários federais fiquem sem trabalho ou trabalhem sem receber, Donald Trump desloca-se à cidade de McAllen, no Texas, junto à fronteira com o México Delicia Lopez - Reuters

O Presidente norte-americano saiu abruptamente de uma reunião com os líderes democratas, por considerar que era “uma total perda de tempo”. A saída aconteceu logo após ter escutado um “não” da speaker da Câmara dos Representantes, quando perguntou se esta concordava em financiar o muro a sul. Esta quinta-feira Donald Trump vai à fronteira com o México, oportunidade que aproveitará para insistir na tecla da imigração ilegal.

Donald Trump vai à cidade de McAllen, no Texas, visitar a área junto à fronteira com o México, para sublinhar  a importância da sua estratégia de combate à imigração ilegal e que passa pela construção de um muro ou uma barreira em aço.

No entanto, a recusa do Congresso em desbloquear 5.7 mil milhões de dólares para a edificação levou a mais uma ação inusitada do Presidente.

Na tarde desta quarta-feira, durante um encontro com a presidente democrata da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi e com o líder dos democratas no Congresso Chuck Schumer, Donald Trump perguntou a Pelosi se iria aprovar o financiamento para o muro na fronteira com o México.

Após a resposta "não", o Presidente terá afirmado: "Adeus, nada mais funciona".

O encontro, realizado na Sala de Crise da Casa Branca, durou 14 minutos.

Mais tarde, Donald Trump lamentou-se na rede social Twitter, dizendo que foi uma total perda de tempo”.


Na versão do líder democrata do Congresso, após a resposta “não”, Donald Trump terá dito “não temos mais nada a discutir”, levantou-se e saiu.

"Novamente, assistimos a uma birra porque não conseguiu o que queria", disse Chuck Shummer, classificado a atitude de Trump de "muito, muito lamentável".

Passado pouco tempo, o presidente dos Estados Unidos voltou a insistir no tema, ao publicar no Twitter uma sondagem em que é revelado que 79 por cento dos eleitores americanos consideram que existe uma "crise" ou um "problema" na fronteira do sul do país.


Pedir dinheiro ao pai
A construção do muro era uma promessa da campanha presidencial de 2016, mas os democratas rejeitar aprovar os fundos por considerarem a ideia "imoral" e ineficaz.

Nancy Pelosi acusou Trump de estar obcecado pela construção e de esquecer a dimensão humana da atual crise orçamental para os funcionários envolvidos.

Oitocentos mil funcionários federais continuam sem receber ou trabalham sem receber ao 20.º dia de um bloqueio sem fim à vista. Deste modo, está prestes a cair o recorde de bloqueio financeiro, de 21 dias, registado entre o final de 1995 e o início de 1996, durante a presidência de Bill Clinton.

"Talvez ache que (os funcionários) podem simplesmente pedir dinheiro ao pai, mas não podem", comentou, em alusão às ajudas financeiras que Donald Trump recebeu do pai no início da carreira.
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