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"Notícias falsas". Casa Branca tenta rebater relatos sobre Trump nos arquivos de Epstein
O nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apareceu várias vezes nos documentos da investigação do Departamento de Justiça relacionados com o falecido traficante sexual Jeffrey Epstein, revelou o Wall Street Journal (WSJ) na quarta-feira.
Após o Wall Street Journal ter noticiado que o nome de Donald Trump aparecia várias vezes, juntamente com muitos outros de figuras públicas, nos documentos do Departamento da Justiça relacionados com Jeffrey Epstein, no início deste ano, a Casa Branca considerou que as alegações não passavam de "notícias falsas inventadas"."Nada mais é do que uma continuação das notícias falsas inventadas pelos
democratas e pelos media liberais, assim como o escândalo Obama-Rússia,
sobre o qual o presidente Trump estava certo", disse o porta-voz da Casa Branca.
Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca Steven Cheung acrescentou que "o facto é que o presidente expulsou-o do seu círculo por ser um cretino", numa referência a Epstein.
Segundo o Wall Street Journal, a procuradora-geral americana Pam Bondi
disse a Donald Trump numa reunião na Casa Branca em maio que o seu nome
constava nos arquivos de Epstein, acrescentando que o presidente dos EUA
também foi informado de que "muitas outras figuras de destaque também foram citadas".
Bondi também terá informado Trump que os
documentos de Epstein incluíam pornografia infantil e informações sobre
vítimas que não deveriam ser divulgadas, revela.
Citando altos funcionários do Governo Federal dos EUA, a reportagem revela que os arquivos continham "o que os funcionários consideraram boatos não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que tinham socializado com Epstein no passado". O WSJ observa que ser mencionado nesses documentos "não é sinal de irregularidades".
Durante a sua campanha eleitoral em 2024, Donald Trump prometeu divulgar os arquivos do caso Epstein se fosse reeleito. No entanto, no início deste mês, o Departamento de Justiça e o FBI emitiram um memorando conjunto afirmando que a sua investigação "não revelou provas" que pudessem
levar a novas acusações judiciais.
O diretor do FBI, Kash Patel, declarou em comunicado "o memorando divulgado a 6 de julho é consistente com a análise minuciosa conduzida pelo FBI e pelo DOJ". De acordo com a procuradora-geral, Pam Bondi:"nada nos arquivos justificava uma investigação ou processo judicial mais aprofundado".
Sara Araújo de Almeida - Antena 1
Após meses antes ter pedido a divulgação de todos os arquivos do caso Epstein antes de se juntar à nova administração, Kash Patel afirmou que "os criminosos que vazaram
informações e os media de notícias falsas tentam incansavelmente minar o
presidente Trump com calúnias e mentiras, e esta história não é
diferente".
A Administração Trump tem estado sob crescente pressão para divulgar mais informações sobre Jeffrey Epstein, que foi preso por crimes sexuais e morreu na prisão em agosto de 2019, o que foi oficialmente considerado suicídio.
Jeffrey Epstein tinha boas ligações com as elites polítcas e empresariais norte-americanas, incluindo Donald Trump, com que se desentendeu em 2004, dois anos antes de ser preso pela primeira vez.