Novos controlos pós-Brexit. É o "preço a pagar" pela liberdade, afirma ministra britânica

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Ativistas pró-UE comemoram o 4º aniversário do Dia do Brexit, Londres, a 31 de janeiro de 2024 Andy Rain - EPA

No dia em que se celebra o quarto aniversário da saída oficial do Reino da União Europeia e em que foram introduzidos novos controlos sobre alimentos, bebidas e alguns produtos agrícolas, sucessivamente adiados, a ministra britânica da Saúde Andrea Leadsom disse que as empresas britânicas que estão a lidar com "alguma fricção" com a União Europeia devem "adaptar-se" às mudanças nas regras comerciais.

Andrea Leadsom, apoiante do Brexit, disse esta quarta-feira que a burocracia com que as empresas britânicas vão ter de lidar com a União Europeia após o Brexit é o “preço a pagar por sairmos do mercado único e por voltarmos a ser um Estado soberano", segundo o jornal The Guardian.

Quatro anos após a saída do Reino Unido da UE, as empresas da União Europeia que exportam produtos agrícolas para o Reino Unido terão de cumprir novos requisitos burocráticos, o que ameaça dificultar ou até mesmo diminuir a exportação através do Canal da Mancha.

À semelhança do que já acontece na outra direção, uma vez que desde que o Reino Unido deixou o mercado único no início de 2021 que as mercadorias britânicas estão sujeitas a controlos por parte da União Europeia.

“Foi muito claro nas discussões sobre o Brexit (...) que iríamos sair do mercado único. O que isso significa é que há alguma fricção no comércio”, declarou a ministra britânica da Saúde, em entrevista à Times Radio, escreve a agência de notícias Político.

Numa altura em que aumentam as preocupações com a entrada em vigor dos novos controlos pós-Brexit sobre as importações de alimentos e bebidas provenientes dos países do bloco comunitário, Andrea Leadsom falou das perspetivas de alargar os acordos comerciais com outros países do mundo.

"As empresas estão habituadas aos custos de fazer negócios. Compreendo que o dia de hoje seja uma grande notícia, porque se trata de algo que finalmente chegou a casa. Mas o facto é que as empresas têm enormes oportunidades noutras partes do mundo, que são o benefício direto da nossa saída da União Europeia”, disse Leadsom à Sky News.

A ministra conservadora, que fez campanha pelo movimento Leave no referendo de 2016, disse estar “extremamente satisfeita com o Brexit. Temos a nossa soberania de volta, controlamos o nosso dinheiro, as nossas leis e as nossas fronteiras", em declarações à LBC News. "O NHS (serviço nacional de saúde britânico) tem consideravelmente mais de 350 milhões de libras (cerca de 409 milhões de euros) por semana e assinámos 70 acordos comerciais", acrescentou.

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