Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Mariana Ribeiro Soares, Andreia Martins - RTP

Marko Djurica - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

23h30 - Zelensky não pretende relaxar esforços militares

O presidente da Ucrânia disse, na noite desta terça-feira, que "não pretende relaxar nos esforços militares", apesar dos aparentes avanços nas negociações.

Volodymyr Zelensky também defende que o levantamento das sanções contra a Rússia "só será possível quando a guerra acabar".

23h11 - Rússia acusada de provocar "crise alimentar" global

Diplomatas de países ocidentais responsabilizaram a Rússia, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por uma "crise alimentar" global, devido à invasão da Ucrânia, com o embaixador russo a responder com acusações de "hipocrisia" ocidental.

Numa reunião sobre a situação humanitária na Ucrânia, Estados Unidos (EUA), França e Reino Unido afirmaram que os bombardeamentos incessantes da Rússia a cidades e infraestruturas críticas da Ucrânia criaram uma das maiores crises humanitárias das últimas décadas, deixando milhares de cidadãos sem comida, água, aquecimento ou eletricidade durante um inverno severo.

"As pessoas recorreram ao derretimento da neve para beber água. Uma mãe disse a repórteres que só podia alimentar as suas três filhas com uma colher de mel por dia enquanto elas se escondiam das bombas russas. Agora, as autoridades da cidade dizem que as pessoas estão a começar a morrer - a morrer - de fome. Pensem sobre isso", disse a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman.

"Há cinco semanas, Mariupol estava em paz. Era, de facto, uma movimentada cidade portuária, exportadora de cereais, que ajudava a alimentar o mundo. Hoje, os seus moradores estão a morrer por causa da guerra de escolha do Presidente [russo, Vladimir] Putin", acrescentou.

A governante norte-americana frisou que, apesar de Ucrânia e Rússia serem grandes produtores agrícolas, Moscovo bombardeou pelo menos três navios civis que transportavam mercadorias dos portos do Mar Negro para o resto do mundo; bloqueou o acesso aos portos da Ucrânia, "basicamente cortando as exportações de cereais"; impediu que cerca de 94 navios que transportam alimentos para o mercado mundial chegassem ao Mediterrâneo; e alegadamente atacou silos de cereais e instalações de armazenamento de alimentos.

"Todas essas ações da Rússia estão a criar uma crise alimentar na Ucrânia -- e muito além das fronteiras. Os preços dos alimentos estão a subir vertiginosamente em países de baixos e médios rendimentos, à medida que a Rússia sufoca as exportações ucranianas. (...) Estamos particularmente preocupados com países como Líbano, Paquistão, Líbia, Tunísia, Iémen e Marrocos, que dependem fortemente de importações ucranianas para alimentar as suas populações", afirmou.

Também o chefe do Programa Alimentar Mundial (ONU), David Beasley, disse que a guerra reduziu as entregas de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia e impediu os ucranianos de cultivar milho, trigo e sementes de girassol, aumentando os riscos de uma crise alimentar global.

O embaixador da Rússia junto da ONU, Vasily Nebenzya, rebateu as acusações e acusou o ocidente de "hipocrisia", tal como já tinha prometido que faria, quando na semana passada viu ser rejeitada no Conselho de Segurança uma resolução "humanitária" que apresentou.

"Vejo aqui muitos apelos de iniciativas humanitárias, mas quero recordar a vossa inconsistência de terem rejeitado a nossa resolução humanitária que tinha muitos passos para se atingir esse fim. A nossa resolução era muito mais completa do que os pedidos apresentados aqui pelos colegas ocidentais. (...) hipocrisia", disse Nebenzya.

O diplomata russo advogou que apesar de os seus homólogos ocidentais não terem aprovado a resolução "humanitária" que apresentou, a Rússia colocou "esses pontos em prática", organizando "corredores humanitários" e "providenciando medicamentos e comida para os necessitados".

"Já entregamos mais de 6.000 toneladas de ajuda para a Ucrânia e meio milhão de refugiados ucranianos foram abrigados na Rússia", declarou o embaixador.

Nebenzya referia-se a uma resolução "humanitária" sobre a Ucrânia que apresentou no Conselho de Segurança da ONU na semana passada e que foi chumbada, sem surpresas, com dois votos a favor e 13 abstenções.

A resolução "humanitária" sobre a Ucrânia elaborada pela Rússia foi vista por vários diplomatas como uma "hipocrisia", tendo em conta que foi a própria Rússia a causar "esta guerra ilegal", estando condenada ao "fracasso" devido à falta de apoio.

(Agência Lusa)
22h15 - Primeiro Conselho de Ministros "público" desde o início da guerra
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, informou hoje que, pela primeira vez depois da invasão russa no país, o Conselho de Ministros ucraniano decorreu de forma pública.

"Hoje, pela primeira vez desde o início da guerra, o governo realizou uma reunião pública", disse Denys Chmygal no Telegram.

"A maioria dos nossos colegas ministros trabalha em Kiev. Os outros estão em missão em diferentes regiões", acrescentou, sem dar mais detalhes. "O país está a regressar ao trabalho", concluiu.

Outras reuniões entre membros do governo ucraniano terão lugar "de vez em quando", para "que as pessoas vejam que estamos a atuar diariamente para alcançarmos a vitória todos juntos", lê-se no site do governo ucraniano.

Tal como antes do conflito, que teve inicio a 24 de fevereiro, o Conselho de Ministros esteve aberto aos meios de comunicação social credenciados e foi possível acompanhar os trabalhos na Internet.

(Agência Lusa)

21h55 – Casa Branca investiga alegado envenenamento do bilionário russo Abramovich

A Administração Biden está a investigar o alegado envenenamento de Abramovich durante as negociações de paz destinadas a acabar com o conflito ucraniano, avançou esta noite a porta-voz da Casa Branca, Kate Bedingfield.

21h08 – Zelensky diz que negociações com Rússia podem ser consideradas positivas, mas quer ver resultados

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que os sinais das negociações de paz com a Rússia podem ser considerados positivos, mas que não abafaram os bombardeamentos russos.

O líder disse ainda que Kiev não vê razões para acreditar nas palavras de alguns representantes russos e que a Ucrânia só pode confiar num resultado concreto das negociações.

20h57 – Joe Biden desconfia do recuo russo em cidades ucranianas

Joe Biden reagiu de forma muito cautelosa ao possível recuo da ofensiva militar russa na Ucrânia. O presidente norte-americano disse que os países aliados estão à espera para ver se efetivamente o Kremlin alivia os ataques às principais cidades ucranianas.

20h32 – Rússia reposiciona pequenos grupos de militares fora de Kiev

A Rússia começou a mover pequenos grupos de militares para fora dos arredores de Kiev, avançou esta noite o Pentágono, acrescentando que se trata de um reposicionamento e não de uma retirada da guerra.

“Se houve movimentação de alguma tropas russas para fora de Kiev no último dia? Sim, achamos que sim. Pequenos números”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

“Mas acreditamos que é apenas um reposicionamento, não uma retirada, e que todos devemos estar preparados para observar uma enorme ofensiva contra outras áreas da Ucrânia. Não significa que a ameaça a Kiev tenha terminado”, alertou.

20h19 – Rússia retalia a sanções diplomáticas de cinco países europeus

A Rússia anunciou hoje que congelou as contas da embaixada da Polónia em Moscovo e que irá responder à expulsão de diplomatas russos na Bélgica, Irlanda, Países Baixos e Chéquia.

A retaliação diplomática da Rússia é uma resposta às sanções ou expulsão de diplomatas russos anunciadas por aqueles cinco países europeus, por causa da invasão militar da Ucrânia.

O embaixador russo na Polónia, Serguei Andreev, afirmou ao canal de notícias Rossiya-24 que as contas da embaixada polaca em Moscovo foram bloqueadas em resposta à expulsão de 45 funcionários russos na congénere em Varsóvia.

Sobre a decisão da Bélgica, Irlanda, Países Baixos e Chéquia de expulsar diplomatas russos, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou à agência TASS: "Responderemos a todos".

19h56 – SEF já concedeu 24.455 pedidos de proteção temporária, dos quais 8.748 a menores

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 24.455 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

Destes, 8.748 são menores.

19h32 – Pelo menos 8 mortos e 22 feridos em ataque a Mykolaiv

Depois de os ucranianos terem ganho terreno em Mykolaiv, os russos bombardearam a cidade e enviaram uma coluna na sua direção. Segundo José Manuel Rosendo, isso significa que Odessa ainda não está fora de perigo.

De acordo com o correspondente da RTP, com as cidades de Mykolaiv e Kherson a serem alvo de ataques podem tornar-se "portas de acesso terrestre a Odessa".

19h24 – Há sinais de retirada de forças russas na região de Kiev

A Rússia anunciou a diminuição de atividade militar na região de Kiev e Chernihiv. De acordo com os correspondentes da RTP, há sinais dessa retirada, embora não se esteja a "efetivar na sua totalidade".

19h05 – A vida de um casal de ucranianos num abrigo com o filho de 12 meses

A guerra na Ucrânia apanhou a população completamente desprevenida e muitas famílias tiveram de se adaptar para sobreviver. É um caso de um casal de ucranianos que vivia em Kiev, com o filho de 12 meses.

Nas últimas semanas, como conta a jornalista Teresa Correia, esta família teve de se proteger das bombas ao mesmo tempo que testemunhava os primeiros passos do bebé.

18h52 – Biden e aliados europeus concordam em “continuar a aumentar o preço a pagar pela Rússia”

O presidente norte-americano, Joe Biden, e vários líderes europeus concordaram hoje num telefonema em continuar a sancionar Moscovo pela invasão da Ucrânia, avançou a Casa Branca em comunicado.

"Os líderes afirmaram sua determinação em continuar a aumentar o preço pago pela Rússia pelo ataque brutal à Ucrânia, assim como em continuar a fornecer assistência à Ucrânia para que possa defender-se".

18h29 – Guterres pede "acesso seguro e irrestrito" de agência nuclear da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu hoje que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) da organização, que se encontra na Ucrânia, tenha "acesso seguro e irrestrito a todas as instalações nucleares".

"O seu importante trabalho não deve ser interferido. Um acidente numa central nuclear seria uma catástrofe sanitária e ambiental. Todos os esforços devem ser feitos para evitar este resultado desastroso", apelou Guterres, citado num comunicado divulgado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

18h13 – Autoproclamada República de Donetsk considera juntar-se à Rússia

A autoproclamada República Popular de Donetsk, no leste da Ucrânia, que viu a sua independência reconhecida por Moscovo dias antes do início da guerra, vai considerar juntar-se à Rússia assim que controlar toda a região de Donetsk, disse o líder separatista Denis Pushilin esta terça-feira.

"A principal tarefa é alcançar as fronteiras constitucionais da República. Nesse momento tomaremos uma decisão", avançou Pushilin à Donetsk News Agency.

18h08 – Putin e Macron discutiram ao telefone crise na Ucrânia e pagamentos em rublos pelo fornecimento de gás à UE

O presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, discutiram os desenvolvimentos da situação na Ucrânia, incluindo a última ronda de negociações entre Moscovo e Kiev, que decorreram em Istambul.

Segundo o Kremlin, no telefonema desta terça-feira os dois líderes também discutiram também a decisão da Rússia de solicitar pagamentos em rublos pelo fornecimento de gás à União Europeia.

18h04 – Ucrânia promete investigar caso de prisioneiros russos alvejados em cativeiro

O Governo ucraniano diz estar a levar "muito a sério" o vídeo que tem circulado com imagens que alegadamente mostram prisioneiros russos a serem alvejados nas pernas pelos seus captores. Um conselheiro de Zelensky prometeu uma investigação imediata.

As imagens mostram prisioneiros, aparentemente russos, amarrados, feridos e ensanguentados, a que vêm juntar-se três outros prisioneiros, que são alvejados nas pernas pelos militares ucranianos presentes. A CNN referiu que a cena teria ocorrido no nordeste da cidade ucraniana de Kharkiv, mas não existe ainda confirmação independente sobre a identidade dos prisioneiros e dos captores.

Numa entrevista divulgada no domingo, o conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych, disse: "Se isto for verdade, é um comportamento absolutamente inaceitável", referindo-o depois como uma violação flagrante da Convenção de Genebra.

17h55 – Putin diz que “nacionalistas” ucranianos devem baixar as armas

O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que os “nacionalistas” ucranianos na cidade de Mariupol devem “baixar as armas”, rendendo-se. A informação foi avançada pelo Kremlin.

17h35 - EUA e aliados discutem ajuda de mais 500 milhões de dólares à Ucrânia

Os Estados Unidos e os seus aliados estão a discutir a possibilidade de mais um pacote de ajuda humanitária à Ucrânia, que pode alcançar o valor de 500 milhões de dólares, segundo uma fonte da agência Reuters.

Um funcionário norte-americano não quis confirmar este número, mas avançou que os Estados Unidos estão "a trabalhar ativamente na melhor forma de continuar a apoiar o Governo ucraniano a nível de segurança, assistência humanitária e financeiro".

17h28 - Líderes ocidentais dizem que determinação sobre conflito não pode vacilar

Os líderes do Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha e Itália concordaram hoje ao telefone que não pode haver um relaxamento da determinação ocidental.

"Os líderes discutiram a necessidade de trabalhar juntos para remodelar a arquitetura energética internacional e reduzir a dependência dos hidrocarbonetos russos. Concordaram ainda que não pode haver um relaxamento da determinação ocidental até que o horror infligido à Ucrânia termine", lê-se num comunicado do gabinete do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

17h15 - EUA dizem que vão impor mais sanções à Rússia para travar máquina de guerra

Os Estados Unidos anunciaram hoje que estão empenhados em continuar a adotar medidas contra a Rússia, dirigidas a setores-chave da indústria, para garantir que o financiamento à "máquina de guerra" na Ucrânia é travado.

"Trabalhando em estreita colaboração com os nossos aliados, incluindo a União Europeia, estamos comprometidos em continuar a tomar mais medidas para garantir que o Kremlin tenha menos recursos para continuar a sua guerra não provocada na Ucrânia", disse o subsecretário do Tesouro norte-americano, Wally Adeyemo, em Bruxelas.

16h50 - Polónia vai deixar de comprar carvão russo e congelar ativos

O Governo da Polónia anunciou hoje que vai aprovar leis para deixar de importar carvão da Rússia e congelar os ativos e bens de pessoas e entidades que apoiem o regime do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O porta-voz do governo polaco, Piotr Müller, adiantou que estas medidas não podem esperar mais pelas decisões da União Europeia (UE) e por isso foram acordadas hoje em Conselho de Ministros.

As medidas propostas irão "além das sanções da UE, uma vez que estas exigem unanimidade (de todos os Estados-membros), mas na Polónia, e graças à invocação de uma cláusula de segurança, estamos a tomar medidas nacionais", detalhou o porta-voz polaco.

16h42 - Guerra já fez pelo menos 1.179 mortos e 1.860 feridos civis

A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.179 mortos e 1.860 feridos entre a população civil, a maioria dos quais vítimas de armamento explosivo de grande impacto, indicou hoje a ONU.

No seu relatório diário de vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24:00 de segunda-feira (hora local), 104 crianças entre os mortos e 134 entre os feridos.

A Alto-Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.

"A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de `rockets`, e por ataques aéreos e de mísseis", refere ainda o ACNUDH.

16h34 - Rússia disparou repetidamente mísseis hipersónicos contra alvos na Ucrânia, acusam EUA

A Rússia disparou repetidamente mísseis hipersónicos contra alvos militares ucranianos, disse o principal comandante militar dos Estados Unidos na Europa, o general da Força Aérea Tod Wolters.

"A maioria desses ataques foi destinada a alvos militares específicos", disse Wolters numa audiência no Senado.

A Rússia anunciou a 19 de março ter usado mísseis hipersónicos Kinzhal para destruir um depósito de armas na região ocidental de Ivano-Frankivsk, na Ucrânia.

16h29 – Número de refugiados pode ultrapassar os quatro milhões nos próximos dias

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) já contabilizou 3.901.713 refugiados ucranianos e este número poderá ultrapassar os quatro milhões nos próximos dias, segundo os dados disponibilizados hoje no portal oficial na internet do organismo.

De acordo com o ACNUR, são mais 38.916 ucranianos que saíram do seu país em relação aos números divulgados na segunda-feira.

Desde 22 de março, o fluxo de refugiados desacelerou de forma acentuada, para cerca de 40.000 passagens diárias, e a barreira de quatro milhões projetada pelo ACNUR no início do conflito poderá ser ultrapassada nos próximos dias.

16h20 – Macron está a falar com Putin

O Eliseu acaba de avançar que o presidente francês, Emmanuel Macron, está numa conversa telefónica com o homólogo russo, Vladimir Putin.

16h18 – Reino Unido quer retirada total da Rússia da Ucrânia e não apenas um recuo

O Reino Unido quer uma retirada total das forças russas da Ucrânia e julgará as ações desse país e não as palavras, disse o porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson esta terça-feira.

Questionado sobre a promessa da Rússia de reduzir as operações militares em Kiev e no norte da Ucrânia, o porta-voz disse ainda que "houve alguma redução nos bombardeios russos em redor de Kiev, em grande parte porque as forças ucranianas conseguiram repelir com sucesso as ofensivas russas”.

"Mas a luta continua. Há bombardeamentos em Mariupol e noutras áreas. Portanto, não queremos ver nada menos do que uma retirada completa das forças russas do território ucraniano", acrescentou.

16h05 - Rússia diz que redução de operações militares não significa cessar-fogo

A promessa da Rússia de reduzir as operações militares em Kiev e no norte da Ucrânia não representa um cessar-fogo, disse o principal negociador de Moscovo esta terça-feira.

"Isto não é um cessar-fogo, mas essa é a nossa ambição, chegar gradualmente a uma redução da escalada do conflito, pelo menos nessas frentes", disse Vladimir Medinsky em entrevista à agência de notícias TASS, referindo-se à promessa de reduzir as operações perto das cidades de Kiev e Chernihiv.

15h52 - EUA não viram “sinais de real seriedade” por parte da Rússia nas negociações com a Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, considera que as negociações entre a Ucrânia e a Rússia não estão a “avançar de forma eficaz” porque não viu “sinais de real seriedade” por parte da Rússia.

“Existe o que a Rússia diz e existe o que a Rússia faz. Estamos focados neste último”, disse Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Marrocos, Nasser Bourita.

Blinken alertou que a Rússia, ao anunciar uma “redução drástica da atividade” em Kiev e Chernihiv, poderá estar mais uma vez a tentar “desviar as atenções e a enganar as pessoas”.

“Se eles de alguma forma acreditam que um esforço para subjugar “apenas”, entre aspas, a parte leste da Ucrânia e a parte sul da Ucrânia pode ter sucesso, mais uma vez eles estão a enganar-se profundamente”, disse Blinken.

“Acabem com a invasão agora, parem de disparar, retirem as vossas forças militares e, claro, empenhem-se nas negociações”, exortou Blinken.

15h32 - Bélgica, Países Baixos e Irlanda expulsam diplomatas russos

Os Países Baixos expulsaram 17 diplomatas russos por suspeitas de espionagem. A Bélgica também expulsou 21 diplomatas pelos mesmos motivos.

"Esta decisão foi tomada com base em informações do AIVD [Serviço de Inteligência Holandês] e do MIVD [Serviço de Inteligência e Segurança Militar] que mostram que os indivíduos em questão, credenciados como diplomatas nas representações russas na Holanda, atuam secretamente como funcionários de inteligência", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos em comunicado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Wopke Hoekstra, disse que o governo estava preparado para qualquer retaliação por parte de Moscovo. "A experiência mostra que a Rússia não deixa tais medidas sem resposta. Não podemos especular sobre isso, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros está preparado para os vários cenários que podem ocorrer num futuro próximo", disse Hoekstra.

Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica anunciou que os 21 diplomatas russos trabalhavam na embaixada de Moscovo em Bruxelas e no consulado em Antuérpia. Todos foram credenciados como diplomatas, mas estavam a trabalhar em operações de espionagem e de ameaça à segurança, disse um porta-voz do ministério.

A Irlanda também anunciou esta terça-feira a expulsão de quatro diplomatas russos, alegando que as suas atividades "não correspondem aos padrões internacionais de comportamento diplomático".

O embaixador russo em Dublin foi convocado ao Ministério das dos Negócios Estrangeiros para ser notificado destas expulsões, disse a diplomacia irlandesa em comunicado à imprensa, especificando que queria "manter os canais diplomáticos abertos" com Moscovo no contexto da invasão russa na Ucrânia.

15h00 - Biden em conversa com líderes europeus

O presidente norte-americano, Joe Biden, já está a falar via chamada telefónica com líderes europeus para discutir os últimos desenvolvimentos na Ucrânia, anunciou a Casa Branca.

Biden está ao telefone com o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro italiano Mario Draghi e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Joe Biden esteve em Bruxelas e na Polónia na semana passada, onde participou numa cimeira da NATO e esteve reunido com os líderes europeus pessoalmente.

14h45 - Kiev propõe que Moscovo deixe cair oposição à adesão da Ucrânia à UE.

Vladimir Medinsky, o chefe da delegação ucraniana nas negociações, disse hoje que as propostas de Kiev apresentadas em Istambul sugerem que Moscovo não se oponha à adesão da Ucrânia à União Europeia.

14h08 - Portugal já recebeu 24.212 pedidos de proteção temporária

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) informa que já concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 24.212 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.

Deste total, 8.650 são menores.

14h05 - Turquia anuncia fim das negociações entre Rússia e Ucrânia

O Ministério turco dos Negócios Estrangeiros anunciou que as negociações entre a Rússia e a Ucrânia, a decorrerem em Istambul, já terminaram. Inicialmente estava previsto que as conversações se estendessem até quarta-feira.

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, disse há minutos que as negociações de hoje tiveram o progresso “mais significativo” desde o início das conversações.

Ancara saudou a aproximação entre Kiev e Moscovo em certas questões, reiterando que a guerra deve terminar “o mais rapidamente possível”.

Mevlut Cavusoglu disse ainda que as questões mais complexas nestas negociações deverão ser discutidas diretamente entre os chefes da diplomacia dos dois países.

De recordar que os ministros dos Negócios Estrangeiros de Rússia e Ucrânia já estiveram reunidos em território turco este mês. Na altura, não houve qualquer entendimento entre as duas partes.

14h00 - Euro e rublo valorizam com avanços nas negociações entre Rússia e Ucrânia

Ao início da tarde desta terça-feira, o euro valorizou de forma acentuada em relação ao dólar norte-americano. O rublo valorizou de forma ainda mais acentuada após os avanços nas negociações em curso na Turquia entre as delegações russa e ucraniana.

Enquanto a moeda única europeia já subiu 1,2% para 1,1121 dólares, o rublo valorizou 10,5% para 85,42 rublos por cada dólar.

13h54 - Biden e líderes europeus discutem situação da Ucrânia

A Casa Branca anunciou há minutos que o presidente Joe Biden irá conversar com os líderes da França, Alemanha, Itália e Reino Unido esta terça-feira. O objetivo é discutir os recentes acontecimentos e surge depois de aparentes avanços nas negociações que decorrem na Turquia.

13h37 - "Encontro entre Putin e Zelensky é possível", diz vice-ministro russo da Defesa

Para além a redução "drástica" do esforço militar no norte da Ucrânia, o vice-ministro russo da Defesa, Alexander Fomin, considerou que as últimas propostas da Ucrânia vão no sentido de uma "posição claramente formulada" para a inclusão num tratado de paz.

"Um encontro entre Putin e Zelensky é possível, em simultâneo com a assinatura preliminar de um tratado de paz", afirmou o vice-ministro, ao lado do chefe da delegação russa das negociações, Vladimir Medisnky.

13h31 - Negociadores ucranianos dizem que há "condições suficientes" para reunião entre Putin e Zelensky

De acordo com os negociadores ucranianos, há nesta altura "condições suficientes", perante as atuais propostas, que justificam uma reunião direta entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente russo, Vladimir Putin.

Foram entretanto conhecidos novos detalhes sobre as propostas apresentadas pela Ucrânia nas negociações que decorrem na Turquia. Kiev propõe-se a adotar um estatuto neutro em troca de garantias de segurança, abstendo-se assim de se juntar a alianças militares ou acolher bases e exercícios militares em território ucraniano.

De igual forma, foi também proposto um período de consulta durante 15 anos sobre o estatuto da Crimeia, território anexado pela Rússia desde 2014.

13h14 - Rússia anuncia "redução drástica de atividade" em Kiev e Chernihiv após avanços "substanciais" nas negociações

Alexander Fomin, vice-ministro da Defesa da Rússia disse esta terça-feira que a Rússia vai "reduzir radicalmente" a atividade militar junto às cidades de Kiev e Chernihiv.

"Uma vez que as negociações de um acordo sobre a neutralidade e o estatuto não-nuclear da Ucrânia estão a entrar numa fase mais prática, foi decidido, a fim de aumentar a confiança mútua, uma redução drástica de atividade militar na direção a Kiev e Chernihiv", diz o responsável russo a partir de Istambul.

O vice-ministro disse ainda que o chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, considera que houve "discussões substanciais" nas negociações retomadas hoje em território turco.

De acordo com informação revelada pelo Ministério britânico da Defesa, a Ucrânia está a aconseguir conter o avanço das forças russas em várias posições. Há algumas horas, Londres alertava, no entanto, que Moscovo continua a representar uma séria ameaça para Kiev devido às suas capacidades militares.

Em Chernihiv, norte do país, os bombardeamentos prosseguiram esta terça-feira, adiantam as autoridades ucranianas.

13h06 - Ucrânia admite aceitar estatuto de neutralidade em troca de garantias de segurança

Na nova ronda de negociações que decorreu em Istambul, na Turquia, a Ucrânia admitiu aceitar o estatuto de neutralidade se forem dadas garantias de segurança, o que significa que Kiev não se juntará a alianças militares ou hospedará bases militares, segundo disseram negociadores ucranianos, citados pela agência Reuters.

Após várias horas de negociações, o negociador-chefe ucraniano insistiu num “acordo internacional” para garantir a segurança da Ucrânia, do qual vários países seriam signatários.

"Queremos um mecanismo internacional de garantias de segurança onde os países signatários atuam de forma semelhante ao artigo 5º da NATO”, disse David Arakhamia.

O artigo 5º do tratado da Aliança Atlântica estipula que um ataque contra um dos seus membros é um ataque contra todos.

Entre os países que a Ucrânia gostaria de ter como fiadores, Arakhamia citou os Estados Unidos, a China, França e Grã-Bretanha - membros do Conselho de Segurança da ONU - mas também a Turquia, Alemanha, Polónia e Israel.

"A Ucrânia aceitará um estatuto neutro se o sistema de garantia de segurança funcionar", reiterou.

Para que essas garantias entrem em vigor o mais rápido possível, a Crimeia e os territórios de Donbass, sob o controlo de separatistas pró-Rússia, seriam "temporariamente excluídos" do acordo, especificou o negociador ucraniano.

13h00 - Zelensky: ataques russos a Mariupol são “um crime contra a humanidade”

Durante uma intervenção por videoconferência no Parlamento dinamarquês, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que os ataques russos contra a cidade ucraniana de Mariupol são “um crime contra a humanidade”.

“O que as tropas russas estão a fazer em Mariupol é um crime contra a humanidade, que está ocorrer ao vivo diante dos olhos de todo o mundo”, disse Zelensky. "Eles até explodem abrigos quando sabem muito bem que há civis escondidos lá, mulheres, crianças e idosos”, acrescentou.

O chefe de Estado ucraniano pediu à Europa e à Dinamarca que defendam os seus valores contra a Rússia. "O que pode ser dito sobre a proteção dos direitos humanos e da liberdade no continente europeu quando não há crimes contra a humanidade que não tenham sido cometidos pelos ocupantes?", questionou Zelensky.

O Tribunal Internacional de Crimes de Guerra abriu em 3 de março uma investigação sobre alegados crimes de guerra cometidos na Ucrânia.

12h50 - Cruz Vermelha diz que não participará na retirada de civis de Mariupol

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) disse que não participará hoje na retirada de civis que o governo da Ucrânia disse ter negociado com a Rússia, nomeadamente por corredores humanitários que permitirá a saída de civis de Mariupol.

"Neste momento, o CICV não está envolvido numa possível retirada" de civis, disse o porta-voz da organização, Ewan Watson, em Genebra.

O porta-voz revelou que, há três semanas, a Cruz Vermelha fez "propostas detalhadas" às partes do conflito para serem criados corredores que permitiriam a saída segura de civis de Mariupol, cidade no sul do país cercada por tropas russas, mas que não tinham obtido qualquer progresso nesse sentido.

"Fizemos essa proposta para aliviar o sofrimento massivo em Mariupol, mas sem sucesso. Neste momento, os civis estão a tomar decisões de vida ou morte para sair sem um acordo de cessar-fogo que lhes permita escapar com segurança", explicou.

"O tempo está a esgotar-se para os civis em Mariupol e outras cidades na linha da frente que passaram semanas sem assistência humanitária. Os exércitos devem fornecer garantias de segurança à população e aos trabalhadores humanitários", acrescentou Watson.

De acordo com as observações realizadas pelo CICV, "as partes ainda não cumprem muitas de suas principais obrigações sob o direito internacional humanitário".

Segundo esses regulamentos, russos e ucranianos devem informar o CICV sobre prisioneiros de guerra capturados e civis detidos, e permitir que os representantes do CICV os visitem para verificar as suas condições.

(agência Lusa)

12h40 - Ucrânia confirma pelo menos sete mortos e 22 feridos no ataque a Mykolaiv

Pelo menos sete pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas no ataque russo desta terça-feira que destruiu parcialmente o edifício da sede da administração regional em Mykolaiv, no sul da Ucrânia, de acordo com um novo relatório divulgado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"Não havia objetivos militares em Mykolaiv. O povo de Mykolaiv não representava uma ameaça à Rússia. E apesar disso, como todos os ucranianos, eles tornaram-se alvos das tropas russas", disse Zelensky durante um discurso ao Parlamento dinamarquês.

Os últimos números, divulgados pelo serviço de emergência ucraniano, davam conta de pelo menos três mortos.

12h32 - Rússia expulsa dez diplomatas dos Países Bálticos

A Rússia anunciou esta terça-feira a expulsão de dez diplomatas dos três Países Bálticos, incluindo três diplomatas da Estónia e da Letónia e quatro da Lituânia.

A expulsão é uma resposta aos Países Bálticos, que expulsaram um total de dez diplomatas russos no início deste mês.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia disse em comunicado que chamou os embaixadores dos três países para protestar contra o que descreve como uma ação "provocativa" e "infundada" contra os seus diplomatas.

Estónia, Letónia e Lituânia já fizeram parte da União Soviética e agora são membros da NATO e da União Europeia. Os três países apoiaram fortemente as sanções ocidentais impostas a Moscovo pela invasão da Ucrânia.

12h25 - Reunião entre Moscovo e Kiev já terminou, avança embaixada da Ucrânia na Turquia

A nova ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia sobre um cessar-fogo, que decorre esta terça-feira em Istambul, já terminou, segundo avançou a embaixada da Ucrânia na Turquia.

As conversações entre negociadores russos e ucranianos duraram cerca de quatro horas. Moscovo anunciou anteriormente que iria emitir um comunicado após as negociações com Kiev.

12h20 - Presidente da Ucrânia diz ao Parlamento dinamarquês que sanções à Rússia devem ser reforçadas

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse ao Parlamento dinamarquês esta terça-feira que a Europa deve endurecer as sanções à Rússia, nomeadamente bloquear o comércio, suspender a compra de petróleo e fechar portos para navios russos.

Durante uma chamada por videoconferência, Zelensky reiterou que cerca de 100.000 pessoas continuam presas na cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, cercada por forças russas e sob um constante bombardeamento.

12h11 - Rússia diz que “insultos pessoais” de Biden a Putin deixarão “marca” na relação com os EUA

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse esta terça-feira que as relações da Rússia com os EUA seriam inevitavelmente afetadas pelos "insultos pessoais" do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dirigidos ao presidente russo, Vladimir Putin.

"Os insultos pessoais deixarão marca nas relações entre os chefes de Estado", disse o porta-voz do Kremlin a jornalistas.

No entanto, Peskov acrescentou que “mais cedo ou mais tarde”, Moscovo e Washington terão de falar “sobre questões de estabilidade estratégica e segurança".

Numa visita a Varsóvia, durante o fim-de-semana, Joe Biden disse que Vladimir Putin era um "carniceiro" que "não pode permanecer no poder". O Kremlin descreveu as declarações de Biden como "alarmantes". Apesar disso, o presidente norte-americano recusou pedir desculpa pelas suas declarações e rejeitou ainda as críticas de outros países que acusaram os Estados Unidos de poder estar a escalar o conflito.

11h48 - Rússia diz que o seu “objetivo principal” agora é a “libertação” de Donbass

O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, reiterou esta terça-feira que as principais missões da primeira fase da operação militar na Ucrânia “foram concluídas” e que agora o “objetivo principal” é a “libertação” da região de Donbass, um sinal de que Moscovo pode estar a mudar para objetivos mais limitados depois de enfrentar forte resistência por parte da Ucrânia no primeiro mês da guerra.

“As principais missões da primeira fase da operação foram concluídas. A capacidade militar das Forças Armadas ucranianas foi significativamente reduzida, o que permite concentrar a nossa atenção e esforços na execução do objetivo principal - a libertação de Donbass”, disse Shoigu, citado pela agência russa Interfax.

Shoigu afirmou ainda que a força aérea ucraniana e o sistema de defesa aérea foram “praticamente destruídos” e que a Rússia agora controlava os céus.

Na passada sexta-feira, um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia também anunciou que a primeira fase da operação militar estava “maioritariamente” completa, acrescentando que Moscovo passaria a focar-se na “libertação” da região de Luhansk e de Donetsk, conhecidas como Donbass.

11h36 - “Temos de atingir resultados concretos nas negociações”, diz Erdogan

O presidente turco recebeu, esta manhã, as delegações da Rússia e Ucrânia antes do início do encontro.

Recep Tayyip Erdogan disse que as duas partes têm “preocupações legítimas” e lembrou que está nas mãos de ambos os lados parar a tragédia.

“Entrámos num período em que temos de atingir resultados concretos nas negociações”, apelou Erdogan. “Estabelecer um cessar-fogo e a paz o mais rapidamente possível será benéfico para todos”, acrescentou.


11h12 - Kremlin diz que relatos de envenenamento de Abramovich são falsos

O Kremlin desmentiu esta terça-feira os relatos que davam conta de que o bilionário russo Roman Abramovich havia sido envenenado, argumentando que são falsos e fazem parte de uma "guerra de informação".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Abramovich não era um membro oficial da delegação russa nas negociações com a Ucrânia na Turquia, mas que estava presente.

11h05 - Rússia diz que capacidade militar da Ucrânia está seriamente degradada

O ministro da Defesa da Rússia disse esta terça-feira que a capacidade militar da Ucrânia foi seriamente degradada e reafirmou que as principais missões da primeira fase da operação militar da Rússia na Ucrânia foram concluídas.

Sergei Shoigu também alertou que a Rússia responderia adequadamente se a aliança militar da NATO fornecesse à Ucrânia aviões e sistemas de defesa aérea.

10h58 - Macron voltará a falar com Putin esta terça-feira

O presidente francês, Emmanuel Macron, deverá voltar a falar com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, ainda esta terça-feira, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.

10h53 - Ataque a Mykolaiv faz pelo menos três mortos

Pelo menos três pessoas morreram e 22 ficaram feridas esta terça-feira num ataque russo que destruiu parcialmente o edifício da sede da administração regional em Mykolaiv, uma cidade ucraniana perto de Odessa que havia sido poupada dos bombardeamentos nos últimos dias.

O serviço de emergência ucraniano anunciou que 18 dos feridos foram retirados dos escombros por equipas de resgate que continuam no local.


Os russos "entenderam que não poderão tomar Mykolaiv e decidiram cumprimentar-me, dizer olá a todos nós" bombardeando o prédio, disse o governador regional Vitaly Kim .

Os jornalistas da AFP viram estilhaços de vidro perto do escritório regional dos veteranos, numa esquina próxima.

"Eu estava a tomar o pequeno-almoço no meu apartamento", disse à AFP Donald, um canadiano reformado de 69 anos que vive na Ucrânia. "Ouvi um assobio, depois um estrondo e a minha janela partiu-se", afirmou o canadiano.

"É assustador. Tivemos sorte aqui em Mykolaiv, não tivemos tantas explosões no centro da cidade" como em outras cidades, acrescentou.

10h40 - Moscovo vai emitir um comunicado após as negociações com Kiev

O negociador russo Vladimir Medinsky disse à televisão estatal russa que deverá ser emitido um comunicado “dentro de algumas horas” sobre as negociações entre a Rússia e a Ucrânia que decorrem esta terça-feira em Istambul, na Turquia.

10h33 - Ucrânia diz estar a discutir garantias de segurança e um cessar-fogo para resolver questões humanitárias

As garantias de segurança e a organização de um cessar-fogo para resolver problemas humanitários são dois dos temas em cima da mesa de negociações que decorrem na Turquia esta terça-feira, disse um assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, citado pela Reuters.

“Estão a decorrer neste momento discussões intensas sobre algumas questões importantes, a mais importante das quais é um acordo sobre garantias de segurança internacional para a Ucrânia, porque com esse acordo poderemos acabar com a guerra”, disse o assessor Mykhailo Podolyak.

"A segunda questão é um cessar-fogo para resolver todos os problemas humanitários que se acumularam", acrescentou.
Antes do início das negociações que decorrem esta terça-feira em Istambul, na Turquia, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros aconselhou qualquer pessoa que esteja na mesa das negociações "a não comer ou beber nada e, de preferência, evitar tocar em qualquer superfície".

10h20 - Chefe da AIEA na Ucrânia para discutir a segurança das instalações nucleares

O chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, está na Ucrânia para conversar com altos funcionários do governo sobre como garantir a segurança das suas instalações nucleares, anunciou a organização da ONU esta terça-feira.

"Este conflito já está a causar sofrimento e destruição humana inimagináveis", disse Grossi em comunicado. "A experiência e as capacidades da AIEA são necessárias para evitar que este conflito também conduza a um acidente nuclear", acrescentou.

Segundo a agência Reuters, Grossi também irá visitar uma das centrais nucleares da Ucrânia durante esta semana.

A Ucrânia tem 15 reatores nucleares e quatro centrais nucleares ativas, além da central desativada de Chernobil, palco do desastre nuclear de 1986.

As forças russas controlam Chernobil e a maior central nuclear da Europa, em Zaporijia.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro, edifícios no complexo da central de Zaporijia foram atingidos e as instalações de Chernobil ficaram mais de uma vez sem ligação ao sistema elétrico.

10h11 - Anunciados três corredores humanitários para retirada civis de Mariupol

A Ucrânia anunciou esta terça-feira que será retomada a retirada de civis através de três corredores humanitários, em particular da cidade de Mariupol, após terem sido suspensos na segunda-feira por receio das "eventuais provocações" russas, segundo o governo ucraniano.

"Três corredores humanitários foram validados para hoje", disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, num vídeo publicado na rede social Telegram.

Segundo a vice-primeira-ministra, o primeiro corredor será organizado entre Mariupol - passando por Berdyansk, de onde civis já tinham sido retirados nos dias anteriores - até Zaporizhia.

O segundo corredor vai da cidade de Melitopol, sob o controle das forças russas (no sul do país), até Zaporizhia, e o terceiro de Energodar, localidade também nas mãos de Moscovo, para Zaporizhia. Estas são informações atualizadas, dado que inicialmente avançava-se apenas que iria ser aberto um corredor humanitário a partir de Mariupol.

Kiev anunciou que nenhum corredor humanitário para retirada de civis seria organizado na segunda-feira para evitar "eventuais provocações" russas, antes de uma nova sessão de negociações presencial entre as delegações russa e ucraniana, a realizar-se hoje na Turquia.

(agência Lusa)

9h52 - MNE ucraniano aconselhou qualquer pessoa que vá às negociações com a Rússia “a não comer ou beber nada”

Antes do início das negociações que decorrem esta terça-feira em Istambul, na Turquia, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, aconselhou qualquer pessoa que esteja na mesa das negociações "a não comer ou beber nada e, de preferência, evitar tocar em qualquer superfície".

O apelo foi feito durante uma entrevista ao canal de notícias ucraniano Ykpaiha 24, segundo cita a BBC.

O apelo de Kuleba surge depois de notícias que deram conta que Roman Abramovich e outros negociadores ucranianos apresentaram sintomas aparentemente ligados a um envenenamento após uma reunião em Kiev, no início do mês.

9h20 - Rússia deixa cair exigência de "desnazificação" nas negociações de paz

O Financial Times avança esta terça-feira que Moscovo deixou cair as exigências quanto à "desnazificação" da Ucrânia e que a Rússia está preparada para aceitar a entrada do país na União Europeia, desde que não esteja alinhada com o Ocidente a nível militar.

De acordo com o jornal, que cita quatro responsáveis próximos das negociações, essa cedência estará diretamente dependente da predisposição por parte de Kiev em desistir da tentativa de adesão à NATO.

9h02 - Sede da administração regional de Mykolaiv atingida

O governador de Mykolaiv, Vitaly Kim, disse esta terça-feira que um ataque russo atingiu hoje a sede da administração regional perto da cidade de Odessa.

No Facebook, o governador diz que a maioria das pessoas que se encontrava no edifício escapou ilesa, mas que continuam "à procura de oito civis e três soldados".

8h54 - Roman Abramovich participa nas negociações em Istambul

Em imagens divulgadas pelos media turcos, o oligarca russo surge no local das negociações ao lado de Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente Erdogan.

A presença de Abramovich sugere que o multimilionário ainda está envolvido de alguma forma nas tentativas de negociação, apesar de não estar na mesa principal das delegações russa e ucraniana.

Na segunda-feira, o jornal Wall Street Journal noticiou que Roman Abramovich e outros negociadores ucranianos apresentaram sintomas aparentemente ligados a um envenenamento após uma reunião em Kiev, no início do mês.

8h19 - Ucrânia pretende estabelecer três corredores humanitários

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse esta terça-feira que a Ucrânia planeia abrir três corredores humanitários para o dia de hoje.

Um dos corredores deverá partir da cidade de Mariupol. Os civis que ainda estão na cidade portuária, sitiada há várias semanas, deverão poder sair através de viaturas privadas, adianta a Reuters.

8h09 - Rússia e Ucrânia "têm preocupações legítimas", diz Erdogan

À chegada das delegações russa e ucraniana a Istambul, o presidente turco reconheceu que ambos os países "têm preocupações legítimas" mas que devem "acabar com esta tragédia" e alcançar "resultados concretos".

As conversações entre as duas equipas negociais deverão decorrer no Palácio Dolmabahçe, onde está instalada a presidência turca.

Recep Tayyip Erdogan disse que os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky são "amigos valiosos" e espera que as conversações de hoje possam antecipar um encontro entre ambos, também em território turco.

O presidente turco afirmou ainda que uma situação de "paz justa" não terá perdedores e que a continuação do conflito não beneficia ninguém.

7h30 - MNE ucraniano apela à criminalização do uso da letra "Z"

"Apelo a todos os Estados para que criminalizem o uso do símbolo 'Z' como forma de apoio público à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia. 'Z' significa crimes de guerra russos, cidades bombardeadas, milhares de ucranianos assassinados. O apoio público a esta barbárie deve ser proibido", disse Dmytro Kuleba no Twitter.


Ponto da situação

  • As negociações de paz entre Ucrânia e Rússia voltam ao formato presencial, sendo retomadas esta terça-feira em Istambul, na Turquia. No entanto, os dois lados reduzem as expetativas de grandes avanços nas conversações. A prioridade de Kiev é negociar um cessar-fogo.

  • Na segunda-feira, o presidente ucraniano apelou a sanções ocidentais contra a Rússia que sejam "eficazes e substanciais" e voltou a pedir o fornecimento de mais armas ao país. "Os ucranianos não devem morrer apenas porque não conseguem ter coragem suficiente para nos entregarem as armas necessárias. O medo torna-vos cúmplices", afirmou Volodymyr Zelensky.

  • O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, diz que Moscovo se sente "em guerra" com o Ocidente, muito por culpa das sanções a empresas e indivíduos no país. Numa entrevista, o responsável admitiu os receios da Rússia em relação à aliança atlântica. "Estamos com demasiado medo que a NATO se aproxime das nossas fronteiras com a sua infraestrutura militar. Por favor, tratem disso. Não nos encostem a um canto", apelou.

  • O presidente norte-americano, Joe Biden, recusou-se a pedir desculpa pelas declarações no último fim de semana, na Polónia, em que afirmou que Vladimir Putin "não pode permencer no poder". Questionado sobre a frase proferida em Varsóvia, Biden afirmou: "Não estava nem estou a pedir uma mudança política. Estava a expressar indignação moral que sentia".

  • De acordo com a ONU, em mais de um mês de guerra morreram pelo menos 1.119 civis e outros 1.790 ficaram feridos. No entanto os números reais poderão ser bastante superiores. Segundo a autarquia de Mariupol, uma das cidades mais visadas pelos ataques russos, pelo menos 5.000 pessoas morreram, incluindo 210 crianças.