Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Andreia Martins, Mariana Ribeiro Soares - RTP

Pavlo Palamarchuk- Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h33 - António Guterres apela ao fim da guerra da Ucrânia

António Guterres diz que a guerra tem de terminar para bem da Ucrânia, da Rússia e do mundo afirma ainda que para resolver um conflito é preciso diálogo com todos os atores relevantes na atual crise.


00h25 - Ucrânia acusa Rússia de voltar a bombardear a fábrica Azovstal

As autoridades ucranianas acusam a Rússia de ter voltado a bombardear esta quarta-feira a fábrica da Azovstal, em Mariupol. O assessor do autarca da cidade disse, no Telegram, que a fábrica estava a ser atacada não apenas pelo céu, mas também com artilharia e tanques.

O complexo de Azovstal é o único reduto da resistência ucraniana da cidade portuária onde ainda permanecem alguns combatentes.

Novas imagens captadas por drones e divulgadas esta quarta-feira mostram a destruição em Mariupol, com várias zonas deixadas totalmente em ruínas.

22h30 - Um morto e três feridos em ataque ucraniano no sudoeste da Rússia

Um ataque das forças ucranianas contra o sudoeste da Rússia causou hoje um morto e três feridos, segundo avançou o governador russo da região alvo do bombardeamento.

“Até ao momento, uma pessoa perdeu a vida, morreu na ambulância, e há três feridos”, destacou o governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, numa mensagem divulgada na rede social Telegram, citada pela agência France-Presse (AFP).

22h22 - Separatistas celebram em Donetsk

Os separatistas celebraram hoje na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, o oitavo aniversário da autoproclamada independência da república apenas reconhecida pela Rússia. A praça da Constituição, no centro da cidade, foi rebatizada com o nome de um oficial russo que foi um dos primeiros militares russos mortos na “operação militar especial” da Rússia em território ucraniano, noticiou a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, e o pai do oficial morto, Engels Gadzhimagomedov, colocaram uma nova placa toponímica na rua e os residentes que apoiam os separatistas pró-russos depositaram flores no local. O “Dia da República Popular de Donetsk” foi celebrado sem a habitual série de eventos com concentração de pessoas este ano “por razões de segurança”, indicaram as autoridades locais.

(Agência Lusa)

22h00 - EUA podem aprovar novo pacote de ajuda a Kiev "muito em breve"

O Senado norte-americano aprovará "muito em breve" um novo pacote de ajuda à Ucrânia avaliado em 40 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros), disse hoje o líder dos democratas na câmara alta do Congresso, Chuck Schumer.

21h20 - Russos intensificam operações na frente sul a partir de Kherson

O caminho russo para Odessa está a fazer-se pela frente sul, pressionando Mikolayv que tem resistido o mais possível, reporta o enviado especial da RTP a Odessa, Paulo Jerónimo.
Diariamente há avanços das forças russas mas igualmente recuos, sem que nenhum dos lados garanta posições.

21h00 - Rússia bombardeou hotéis na zona de Odessa

A Rússia lançou novos mísseis contra a zona de Odessa. Foram destruídos diversos hotéis, mas o ataque apenas fez quatro feridos.


20h33 - Área de Kharkiv continua a ser disputada entre russos e ucranianos

Avanços ucranianos foram rápidos na região de Kharkiv nos últimos dias mas situação permanece volátil.
Aldeias recuperadas voltaram a estar sob domínio russo nas últimas horas, estradas ontem abertas estiveram hoje encerradas.

Toda a área tem sido um enorme campo de batalha desde o início da invasão e há sinais disso por todo o lado.

O relato da enviada da RTP a Kiev, Cândida Pinto.

20h22 - Ucrânia cortou abastecimento de gás russo e acusa separatistas

A Ucrânia cortou parte do abastecimento de gás russo a vários países europeus.
Kiev alegou que as forças separatistas interferiram no trânsito de gás no leste do país, provocando um corte de 25 por cento no abastecimento.

20h10 - Primeiro militar russo acusado de crimes de guerra será julgado no país

Um comandante do exército russo capturado pela Ucrânia será o primeiro membro das Forças Armadas russas a ser julgado por crimes de guerra em território ucraniano, anunciou hoje a procuradora-geral do país, Iryna Venediktova.

Vadim Shishimarin, comandante da unidade 32010 da 4.ª Divisão Blindada da Guarda Kantemirovskaya, da região de Moscovo, sentar-se-á no banco dos réus pelo alegado assassínio de um civil na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, escreveu a procuradora-geral na sua conta da rede social Facebook.

Segundo a investigação do Ministério Público, a 28 de fevereiro, Shishimarin, de 21 anos, matou um homem desarmado que seguia de bicicleta pela estrada na localidade de Chupajivka.

(Agência Lusa)

19h45 - Presidente da Finlândia diz a Putin para se ver ao espelho

O presidente finlandês, Sauli Niinisto, disse esta quarta-feira que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, deveria ver-se ao espelho se a Finlândia decidir juntar-se à NATO para aumentar a sua própria segurança, quando questionado sobre se temia as forças russas.

19h23 - Boris Johnson diz que NATO não é ameaça para ninguém

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou esta quarta-feira que a NATO é uma aliança defensiva e não representa uma ameaça a nenhum outro país, já que Suécia e Finlândia consideram ingressar na organização após a invasão russa da Ucrânia.

"A NATO é uma aliança defensiva. A NATO não representa ameaça para ninguém. Existe para fins de defesa mútua", disse Johnson.

19h05 - Berlim avisa que consequências da guerra vão durar 100 anos

A Ucrânia terá de “lutar durante 100 anos” contra as consequências da atual guerra, alertou hoje o chanceler alemão, Olaf Scholz, traçando um paralelo com os efeitos da II Guerra Mundial no seu país.

“As pessoas que vivem na Alemanha sabem que ainda continuam a ser descobertas bombas que caíram durante a II Guerra Mundial e que as ameaças de bombas se mantêm”, disse Scholz, em conferência de imprensa hoje realizada em Berlim.

“A Ucrânia terá, portanto, de se preparar para lutar durante 100 anos contra as consequências desta guerra”, avisou.

“Sabemos que estas guerras têm consequências longas, todas as bombas que são lançadas agora permanecerão [no solo do país] durante muito tempo”, acrescentou o chanceler, sublinhando que os países ocidentais terão de “trabalhar juntos para a reconstrução” da Ucrânia.

18h48 - Bruxelas quer que bens apreendidos à Rússia revertam a favor de vítimas

Os bens confiscados a pessoas e empresas russas visadas pelas sanções da União Europeia (UE) devem ser integrados num fundo comum de apoio às vítimas da invasão da Ucrânia, defendeu hoje a Comissão Europeia.

“Quando há um confisco, a intenção é pedir as Estados-membros que ponham os recursos financeiros apreendidos num fundo comum que permita financiar as vítimas: um apoio à Ucrânia e aos ucranianos”, disse hoje, em conferência de imprensa, o comissário europeu para a Justiça, Didier Reynders.

O comissário adiantou também que o executivo comunitário está a trabalhar numa proposta para a facilitação dos confiscos quando se verificam tentativas de contornar o regime de sanções.

“Estamos a trabalhar numa ferramenta que permita possibilitar os confiscos em toda a UE quando haja uma tentativa de contornar as sanções, considerando a tentativa de elisão, em si mesma, como um crime”, sublinhou.

(Agência Lusa)

18h22 - Putin não quer enfrentar militarmente a NATO, acusa Pentágono

Os Estados Unidos não acreditam que o presidente russo, Vladimir Putin, queira enfrentar militarmente a aliança da NATO, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, esta quarta-feira, enquanto Moscovo luta para alcançar os seus objetivos na Ucrânia três meses após a invasão.

"Quando pensamos nos cálculos de Putin, na minha opinião - e tenho certeza que o presidente tem a sua própria opinião - mas na minha opinião é que a Rússia não quer enfrentar a aliança da NATO", disse Austin durante uma audiência no Congresso.

18h00 -Primeiro-ministro italiano diz que Rússia e EUA têm de dialogar

Os Estados Unidos e a Rússia precisam de conversar para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, disse o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, esta quarta-feira, um dia depois de se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden.

Numa conferência de imprensa, Draghi afirmou que, juntamente com Biden, reconhece que o caminho para a paz é muito complicado, mas que todos têm de fazer um esforço para alcançar o fim do conflito.

"Há tantas possibilidades, mas antes mesmo de chegarmos a esse ponto, há um esforço que tem de ser feito e é um esforço que todos os aliados, principalmente a Rússia e os Estados Unidos, precisam fazer para se sentar à mesa", disse Draghi.

17h38 - Reservas estrangeiras do banco central russo baixam

As reservas em divisas estrangeiras do banco central da Rússia, que atingiam máximos antes do início da invasão da Ucrânia, em fevereiro, estão a baixar, segundo dados publicados hoje pela instituição. As reservas, metade das quais estão congeladas no estrangeiro, baixaram 14 mil milhões numa semana e estavam em 593,1 mil milhões de dólares (cerca de 561,5 mil milhões de euros) no dia 29 de abril.

As sanções ocidentais constituíram um revés para Moscovo, com a decisão de bloquear parte das reservas detidas no estrangeiro, ou seja, 300 mil milhões de dólares, pouco depois do começo do conflito na Ucrânia.

17h15 - Kremlin exclui dois meios de comunicação da oposição e um ucraniano

O Kremlin anunciou hoje a exclusão das suas conferências de imprensa de dois meios de comunicação da oposição russa, o jornal digital Meduza e a rádio Eco de Moscovo, e um ucraniano, a agência de notícias UNIAN.

"Foi necessário limpar o que se conhece como 'pool'", explicou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, na sua conferência de imprensa diária.

Peskov especificou que a rádio Eco de Moscovo, muito crítica em relação à atual "operação militar especial" russa na Ucrânia, "não existe mais", pois foi encerrada em 02 de março por ordem da Procuradoria-Geral da Rússia.

Quanto à agência de notícias UNIAN, Peskov explicou que o seu correspondente "sempre participou nas conferências de imprensa, mas partiu há tempos e está incontactável”.

"E a Meduza praticamente deixou de ter qualquer relação com a Rússia. Não é um meio de comunicação russo e não tem acreditação", sublinhou Peskov.

16h36 - Pelo menos 561 soldados ucranianos da Guarda Nacional já morreram desde o início do conflito

Cerca de 561 soldados da Guarda Nacional Ucraniana, à qual pertence em particular o regimento Azov escondido na siderúrgica Azovstal em Mariupol, foram mortos desde o início da invasão russa da Ucrânia, disse esta quarta-feira o chefe desta instituição, Oleksiï Nadtotchy. Numa conferência de imprensa transmitida online, o responsável acrescentou que 1.697 membros da Guarda Nacional também ficaram feridos.

16h20 - Responsáveis pela distribuição de gás na Ucrânia culpam Rússia pela redução nos fluxos de gás russo para a Europa

As principais autoridades de gás da Ucrânia afirmam que a Rússia é totalmente responsável pela redução nos fluxos de gás russo para a Europa através da Ucrânia. O chefe do operador estatal de trânsito de gás disse à Reuters que a Ucrânia nunca foi a causa de uma paralisação do trânsito e culpou a redução nos fluxos de gás às forças russas que ocupam partes do território ucraniano.

16h07 - Moscovo garante ser um fornecedor fiável de gás após corte por Kiev

A Rússia assegurou hoje que é um fornecedor fiável que cumpre com as obrigações contratuais, após Kiev ter suspendido temporariamente o trânsito de um terço do gás russo para a Europa devido à ofensiva militar em curso no país.

"A Rússia sempre cumpriu de forma fiável e pretende cumprir as obrigações contratuais", disse o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, no seu briefing telefónico diário à imprensa.

Salientou que a Ucrânia, país de trânsito do gás russo para a Europa, não forneceu qualquer explicação para a "força maior" que alegou perturbar a ligação de Sokhranvika.

15h36 - Forças russas atacam novamente complexo siderúrgico de Azovstal com artilharia, aviões e tanques

O Exército russo está a utilizar artilharia pesada, tanques e bombardeamentos aéreos para atacar o complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, o único reduto da resistência ucraniana naquela cidade no sul do país.

"Mariupol. Azovstal. Neste momento... Azovstal está a ser atacada não apenas pelo céu, mas também com artilharia e tanques. Estão a ser feitas tentativas de um assalto a partir de fora. Azovstal está a pegar fogo novamente após o bombardeamento", escreveu Petro Andriushchenko, assessor do autarca de Mariupol, na rede social Telegram.

O assessor municipal lembrou que o líder da autoproclamada "República Popular de Donetsk", Denis Pushilin, disse que "tinha caminho livre [na siderurgia] já que não havia mais civis em Azovstal".

Nas gigantescas instalações deste complexo industrial, um grupo de soldados ucranianos pertencentes ao regimento Azov, fação ultranacionalista integrada nas tropas ucranianas, resiste aos combates com o Exército russo.

“Não se pode esperar uma maior desumanidade depois destes ataques, mas, dada a declaração [de Pushilin], ainda é possível… Se existe um inferno na terra, ele existe. Estamos todos profundamente gratos aos defensores de Mariupol”, afirmou o assessor municipal.

A mensagem foi acompanhada de um vídeo dos supostos ataques contra o complexo siderúrgico, cuja veracidade não pôde ser comprovada por fontes independentes.

(Agência Lusa)

14h50 - Guterres “profundamente preocupado” com risco de fome global devido à guerra na Ucrânia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta quarta-feira estar “profundamente preocupado” com a disseminação da fome em diferentes partes do mundo devido à escassez de alimentos após a eclosão da guerra na Ucrânia.

"Devo dizer que estou profundamente preocupado, nomeadamente com os riscos de a fome se espalhar em diferentes partes do mundo por causa da dramática situação de segurança alimentar que estamos a enfrentar por causa da guerra na Ucrânia", disse ele.

Numa conferência de imprensa acompanhado do chanceler e ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria em Viena, Guterres também afirmou que estão em curso negociações para retirar mais civis de zonas de conflito na Ucrânia.

14h30 - Desminagem da Ucrânia pode levar entre cinco e dez anos

A desminagem de toda a Ucrânia após a invasão russa levará entre cinco e dez anos, disse hoje Oleh Bondar, responsável pelo departamento de desminagem do Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia, citado pela agência de notícias local Ukrinform.

"De acordo com a experiência internacional, a remoção de minas pode levar de cinco a dez anos", disse Bondar, para quem uma das maiores consequências negativas da invasão russa da Ucrânia é a enorme contaminação do território por explosivos, incluindo aqueles proibidos por convenções internacionais.

Bondar esclareceu que o Exército russo usou sistemas de minas controladas remotamente, criou campos minados em cidades populosas e deixou um grande número de dispositivos explosivos.

Estes últimos são, na sua opinião, especialmente perigosos e foram colocados de forma específica para representar uma ameaça e um perigo mortal para os civis.

"Estas minas e munições foram descobertas nas regiões de Kiev, Chernigiv, Kharkiv, Sumy, Mykolaiv, Zaporijia, Dnipro, Donetsk e Lugansk", acrescentou, referindo que representa uma grande parte do território ucraniano.

O número total de minas e bombas de fragmentação, entre outros dispositivos explosivos especialmente instalados, representa aproximadamente 10% do total de detetados e neutralizados até ao momento.

Segundo o responsável, depois de as Forças Armadas da Ucrânia libertarem cidades e vilarejos, estão a ser tomadas medidas prioritárias para a desminagem, que incluem inspeções de cidades, estradas e edifícios, trabalho de equipas de emergência em linhas de energia, tubagens de gás e água.

(agência Lusa)

13h50 - Reino Unido fecha acordo de segurança com a Suécia e Finlândia e promete apoiar ambos os países em caso de ataque

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou esta quarta-feira que fechou novos acordos com a Suécia e a Finlândia para reforçar a segurança europeia, prometendo apoiar as forças armadas de ambos os países caso sejam atacados.

"Somos firmes e inequívocos no nosso apoio tanto à Suécia como à Finlândia e a assinatura destas declarações de segurança é um símbolo da garantia eterna entre as nossas nações", disse Johnson.

Em visita à Suécia, Boris Johnson sublinhou que “no caso de um desastre ou de um ataque à Suécia, o Reino Unido irá prestar auxílio à Suécia com o que for necessário", disse Johnson após se ter encontrado com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson.
O acordo de segurança foi assinado em Harpsund, residência de campo da primeira-ministra sueca, onde o chefe de Governo britânico se deslocou hoje, antes de viajar para a Finlândia para firmar um acordo semelhante.

As garantias mútuas de segurança com a Suécia e a Finlândia, que incluem partilha de informação e exercícios militares em conjunto, pretendem reforçar a defesa do norte da Europa perante a ameaça da Rússia.

Espera-se que tanto a Suécia e a Finlândia se juntem à aliança transatlântica, mas ambos estão preocupados com a segurança nacional enquanto os pedidos de adesão são processados, o que pode levar até um ano.

Enquanto isso, a Rússia disse esta quarta-feira estar a acompanhar de perto qualquer alteração na configuração da NATO perto das suas fronteiras.

13h20 - A adesão à NATO teria evitado a guerra, diz Zelensky

Num discurso aos estudantes do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta quarta-feira que a guerra com a Rússia teria sido evitada se a Ucrânia tivesse entrado para a NATO antes.

"Se a Ucrânia fizesse parte da NATO antes da guerra, não teria havido guerra", disse Zelensky aos estudantes por videoconferência.

12h45 - Guterres afasta possibilidade de um cessar-fogo ou negociações de paz "num futuro próximo"

O secretário-geral da ONU admitiu esta quarta-feira que não existem quaisquer perspetivas de cessar-fogo ou de negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia "num futuro próximo". António Guterres sublinha, no entanto, que está pronto para ajudar a encontrar uma solução de paz, nos termos do Direito Internacional.

Em conferência conjunta com o presidente da Áustria, Alexander van der Bellen, em Viena, o secretário-geral das Nações Unidas sublinhou que a prioridade atual é melhorar a retirada de civis, em cooperação com a Cruz Vermelha, e estabelecer corredores humanitários seguros.

Guterres afirmou que a guerra na Ucrânia "não vai durar para sempre, em algum momento haverá negociações satisfatórias, uma solução de acordo com o Direito Internacional e as regras das Nações Unidas".

"Nessa altura, estarei pronto. Mas não vejo que isso possa acontecer num futuro próximo. Mas uma coisa poss assegurar: nunca irei desistir", acrescentou.

12h29 - Quase um terço dos empregos perdidos na Ucrânia devido à guerra

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 30 por cento dos empregos da Ucrânia - 4,8 milhões - foram deridos desde o início da guerra, a 24 de fevereiro.

"As convulsões económicas, em conjunto com as deslocações internas em grande escala e os fluxos massivos de refugiados, estão a causar perdas colossais em termos de emprego e rendimentos", indica a organização no primeiro relatório sobre os impactos da invasão russa no país e no resto do mundo.

A OIT estima que o prolongar da guerra possa levar a perda de empregos até aos 7 milhões, ou seja, 43,5 por cento dos empregos no país.

A organização com sede em Genebra saúda, ainda assim, que o governo ucraniano está a levar a cabo "esforços consideráveis" para continuar a operar os sistemas de proteção social.

Com a maior vaga de refugiados desde a II Guerra Mundial, com quase 11 milhões de refugiados, há cerca de 2,75 milhões destes que estão em idade ativa e "poderão querer procurar emprego" nos países de acolhimento.

A Polónia, que é o país que acolhe o maior número de refugiados vindos da Ucrânia, irá enfrentar "um enorme desafio" também ao nível de emprego, estima a OIT.

Nos impactos indiretos desta guerra, a OIT prevê ainda "reprecurssões consideráveis" para vários países da Ásia Central, já que muitos apresentam grande dependência em relação a remessas de trabalhadores migrantes na Rússia, cuja economia está a ser visada por fortes sanções impostas pelo Ocidente.

12h15 - Separatistas russos dizem que não há civis na fábrica de Azovstal

O líder da República Popular de Donetsk, uma região controlada por separatistas pró-russos, disse esta quarta-feira que não há mais civis na siderúrgica Azovstal, na cidade portuária ucraniana ocupada de Mariupol, informou a agência de notícias TASS.

"De acordo com as nossas informações, não há civis lá. Consequentemente, as mãos das nossas unidades não estão mais atadas", disse Denis Pushilin.

A Ucrânia disse na terça-feira que as forças russas continuam a bombardear a siderúrgica, onde uma autoridade local disse que pelo menos 100 civis ainda estavam escondidos. A vice-primeira-ministra ucraniana avançou ainda que “mais de mil” soldados continuam na fábrica de Azovstal, incluindo “centenas de feridos” com ferimentos graves que precisam de ser retirados “com urgência”.

12h04 - Rússia diz estar atenta a alterações à configuração da NATO nas suas fronteiras

A Rússia está a acompanhar de perto qualquer configuração da aliança transatlântica nas suas fronteiras, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em resposta à visita do primeiro-ministro britânico Boris Johnson à Suécia e à Finlândia esta quarta-feira.

Espera-se que a Suécia e a Finlândia tomem uma decisão ainda este mês sobre a eventual adesão à NATO.

11h55 - Ponto de situação:

  • As forças russas realizaram na noite de terça-feira mais de 500 ataques contra alvos militares na Ucrânia e destruíram 17 depósitos de munições, além de 59 unidades de material militar, divulgou o Ministério da Defesa ucraniano esta quarta-feira;

  • A região de Kherson, na Ucrânia, atualmente ocupada por Moscovo, planeia pedir ao presidente Vladimir Putin a sua anexação, informou a agência de notícias TASS, citando um funcionário das autoridades locais;

  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta quarta-feira que Moscovo não quer uma guerra na Europa, mas que os países ocidentais desejam ver a Rússia a sair derrotada na sua campanha militar na Ucrânia;

  • Os guardas fronteiriços ucranianos relataram que as forças russas bombardearam as regiões de Sumy e Chernihiv, perto da fronteira com a Rússia, durante a madrugada. "Aviões inimigos lançaram duas vezes mísseis não guiados nas áreas fronteiriças de Sumy. Houve também dois casos de ataques com morteiros na região de Chernihiv", disseram os guardas no Telegram;

  • A Ucrânia anunciou na terça-feira que suspenderá o fluxo de gás através de um gasoduto que, segundo Kiev, é responsável por quase um terço do combustível transportado da Rússia para a Europa. A GTSOU, que opera o sistema de gás da Ucrânia, disse iria suspender os fluxos de gás russo através da rota Sokhranivka a partir de quarta-feira, declarando motivos de "força maior", uma cláusula invocada quando uma empresa é atingida por algo fora do seu controlo, acrescentando que transferiria o fluxo para outra rota.

11h36 - Lavrov diz que a Rússia não quer uma guerra na Europa

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, disse esta quarta-feira que Moscovo não quer uma guerra na Europa, mas que os países ocidentais desejam ver a Rússia a sair derrotada na sua campanha militar na Ucrânia.

"Se estão preocupados com a hipótese de uma guerra na Europa, nós não queremos isso", disse Lavrov durante uma conferência de imprensa.

"Mas chamo a vossa atenção para o facto de que é o Ocidente que está constante e persistentemente a dizer que, nesta situação, é necessário derrotar a Rússia”, sublinhou. "Tirem as vossas próprias conclusões", rematou.

11h20 - Rússia ataca mais de 500 alvos ucranianos e destrói 17 depósitos de munições

As forças russas realizaram na noite de terça-feira mais de 500 ataques contra alvos militares na Ucrânia e destruíram 17 depósitos de munições, além de 59 unidades de material militar, divulgou hoje o Ministério da Defesa ucraniano.

De acordo com o porta-voz militar ucraniano, general Igor Konashenkov, durante a noite de terça-feira a aviação russa atingiu 93 alvos, incluindo dois postos de comando, 69 áreas com regimentos de soldados e material militar, além de três depósitos de munições das Forças Armadas ucranianas.

Além disso, tropas com foguetes e unidades de artilharia atacaram 407 áreas com regimentos de soldados e material militar, destruíram 13 postos de comando, quatro posições de sistemas de mísseis antiaéreos Osa-AKM e 14 depósitos de munições.

Como resultado dos ataques, a Rússia matou mais de 280 soldados e destruiu 59 unidades de material militar, segundo Konashenkov.

Da mesma forma, os sistemas de defesa aérea destruíram nove `drones` ucranianos durante a noite de terça-feira, incluindo quatro perto da vila de Balakliya, na região de Kharkiv; três perto de Rubizhne, em Lugansk; um outro perto da Ilha Zmeiny (Ilha da Serpente) e um Bayraktar-TB2 de fabricação turca perto de Arkhangelsk, na região de Mykolaiv.

(agência Lusa)

11h00 - Pró-russos em Kherson, na Ucrânia, planeiam pedir a Putin para anexar a região

A região de Kherson, na Ucrânia, atualmente ocupada por Moscovo, planeia pedir ao presidente Vladimir Putin a sua anexação, informou a agência de notícias TASS esta quarta-feira, citando um funcionário das autoridades locais, controladas pela Rússia.

"Haverá um pedido (endereçado ao presidente russo) para integrar a região de Kherson como uma parte completa da federação russa", disse Kirill Stremoussov, vice-presidente da administração militar-civil de Kherson.

A Rússia disse em abril que conquistou o controlo total da região de Kherson, uma cidade portuária de importância estratégica dado que possibilita fazer parte da ligação terrestre entre a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e as áreas separatistas apoiadas por Moscovo no leste da Ucrânia.

10h11 - Imagens espelham o terror vivido pelos soldados ucranianos que permanecem na Azovstal

Imagens publicadas pelo batalhão Azov no Telegram mostram as condições precárias em que vivem os soldados ucranianos que permanecem na fábrica siderúrgica de Azovstal, que continua sob ataque russo.

As imagens exibem soldados feridos que recebem tratamento num hospital improvisado dentro da fábrica. Na publicação, o batalhão Azov pede ajuda para a “retirada imediata” destes soldados.


“O mundo civilizado deve ver as condições em que estão os defensores feridos e mutilados de Mariupol e agir”, lê-se na mensagem. “Em condições de total insalubridade, com feridas abertas embrulhadas com restos de ligaduras não esterilizadas, sem a medicação necessária ou até mesmo comida”, descrevem.

“Apelamos à ONU e à Cruz Vermelha a mostrarem a sua humanidade e a reafirmarem os princípios básicos sobre os quais firam criados ao resgatar pessoas feridas que não são mais combatentes”, escrevem.

“Os militares que vocês veem nas fotos e centenas mais que estão na fábrica de Azovstal defenderam a Ucrânia e o resto do mundo civilizado com ferimentos graves com custos para a própria saúde. A Ucrânia e a comunidade mundial não vão ser capazes de protegê-los e cuidar deles?”, questionam.

“Exigimos a evacuação imediata dos militares feridos para territórios controlados pela Ucrânia, onde serão assistidos e receberão os cuidados adequados”, concluem.

Na terça-feira, a vice-primeira-ministra ucraniana disse que “mais de mil” soldados continuam na fábrica de Azovstal, incluindo “centenas de feridos” com ferimentos graves que precisam de ser retirados “com urgência”.

09h18 - Hungria diz que proposta da UE sobre embargo ao petróleo russo ainda é inaceitável

A proposta da União Europeia relativa ao embargo ao petróleo russo destruiria a economia húngara e não oferece uma solução para os enormes problemas que criaria para a Hungria, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Peter Szijjarto, esta quarta-feira.

Num vídeo publicado no Facebook, Szijjarto disse que após as conversas conduzidas até agora, a Comissão Europeia não apresenta uma solução, então a única maneira de um acordo sobre um embargo ao petróleo seria se ele se aplicasse a remessas marítimas de petróleo e todos os envios por oleodutos estariam totalmente isentos.

A Hungria tem sido o país mais relutante em relação à proposta da União Europeia de um embargo ao petróleo russo até ao final do ano. Na sexta-feira, após uma conversa com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse ter feito progressos nas negociações, mas salientou que “é necessário mais trabalho”.

08h42 - Pentágono reage a posição de Putin. "Isto não é sobre EUA contra Rússia"

O Departamento da Defesa dos Estados Unidos reagiu nas últimas horas à ideia de uma ameaça ocidental à Rússia agitada no início da semana por Vladimir Putin, no âmbito da comemoração, em Moscovo, do Dia da Vitória.

“Isto não é sobre os EUA contra a Rússia. Por mais que o senhor Putin queira dar a impressão de que isto é sobre o Ocidente contra a Rússia, a NATO contra a Rússia, os EUA contra a Rússia. Isto é sobre a Rússia contra o povo da Ucrânia”, redarguiu o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

“Estamos focados em garantir que a Ucrânia possa defender-se, que esteja em posição de vantagem no campo de batalha e à mesa das negociações”, continuou.


08h20 - Kharkiv, uma cidade fantasma

Kharkiv é agora uma cidade fantasma. Mesmo com as forças ucranianas a recuperarem algumas localidades nos arredores, a segunda maior cidade do país continua deserta.

A grande maioria da população fugiu e os que ficaram escondem-se no que resta das casas.
Poucos são os que se aventuram a sair à rua, apesar de um alívio nos bombardeamentos. É o que conta ao enviado especial da Antena 1, Luís Peixoto, um habitante que decidiu ficar em Kharkiv, apesar da guerra.

08h00 - Combates continuam na Ilha das Serpentes

Os combates continuam na Ilha Zmiinyi, na Ucrânia, também conhecida por Ilha das Serpentes, segundo anunciou o Ministério da Defesa do Reino Unido no seu relatório diário.

O Ministério britânico afirma que a Rússia está a “tentar repetidamente reforçar a sua guarnição na ilha”, mas acrescenta que a Ucrânia atingiu com sucesso as defesas aéreas russas.

A ilha, localizada no Mar Negro, é de importância estratégica porque dá acesso às principais cidades portuárias da Ucrânia, nomeadamente Odessa, que tem sido constantemente bombardeada nos últimos dias.

Na terça-feira, a Rússia disse que afastou todos os ataques ucranianos para para voltar a conquistar a Ilha das Serpentes.

No início da guerra, 13 soldados ucranianos foram dados como mortos na ilha depois de terem respondido com “vão-se f…” aos militares russos que exigiam a sua rendição. A Ucrânia veio confirmar mais tarde que os militares ucranianos estavam vivos.

07h45 - EUA descartam utilização de mísseis hipersónicos por russos em Odessa

Os Estados Unidos afastaram a ideia de que as forças armadas russas tenham utilizado mísseis hipersónicos na cidade ucraniana de Odessa, sob ataque nos últimos dias.

"Não há quaisquer indícios da utilização de mísseis hipersónicos em Odessa”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em conferência de imprensa, na terça-feira.

“Já vimos mísseis hipersónicos serem utilizados no passado para atingir edifícios, mas nada indica que tenham sido usados em Odessa" recentemente, reiterou.

Kirby descreveu Odessa como "solidamente sob controlo ucraniano", mas indicou que há registo de ataques de longo alcance na cidade, "sem uma indicação clara" dos alvos ou do impacto produzido.

"Pode ser que estes ataques aéreos façam parte deste esforço para limitar economicamente a capacidade de Odessa. Mas, francamente, de uma perspetiva marítima, eles já o fizeram", acrescentou.

(agência Lusa)

07h30 - Ponto de situação:

  • Sumy e Chernihiv bombardeadas durante a noite. Os guardas fronteiriços ucranianos relataram que as forças russas bombardearam as regiões de Sumy e Chernihiv, perto da fronteira com a Rússia, durante a madrugada. "Aviões inimigos lançaram duas vezes mísseis não guiados nas áreas fronteiriças de Sumy. Houve também dois casos de ataques com morteiros na região de Chernihiv", disseram os guardas no Telegram;

  • Ucrânia fecha gasoduto russo para a Europa. A Ucrânia anunciou na terça-feira que suspenderá o fluxo de gás através de um gasoduto que, segundo Kiev, é responsável por quase um terço do combustível transportado da Rússia para a Europa. A GTSOU, que opera o sistema de gás da Ucrânia, disse iria suspender os fluxos de gás russo através da rota Sokhranivka a partir de quarta-feira, declarando motivos de "força maior", uma cláusula invocada quando uma empresa é atingida por algo fora do seu controlo, acrescentando que transferiria o fluxo para outra rota;

  • Ucrânia diz ter recuperado quatro localidades em Kharkiv. Segundo um porta-voz de Kiev, a Ucrânia recuperou as cidades de Cherkaski Tyshky, Ruski Tyshki, Borshchova e Slobozhanske. Numa mensagem divulgada durante a noite de terça-feira, o presidente ucraniano confirmou as “boas notícias” e garantiu que o exército de invasores está a ser expulso gradualmente.

  • Os Estados Unidos acreditam que Vladimir Putin se prepara para um longo conflito na Ucrânia e que mesmo que a Federação Russa alcance uma vitória na região ucraniana do Donbass, isso não será suficiente para satisfazer as ambições de Putin e colocar um ponto final na guerra. Os Serviços de Inteligência norte-americanos afirmam que a guerra na Ucrânia provavelmente se tornará “mais imprevisível e crescente”;

  • Os Estados Unidos aprovaram um pacote de 40 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) para a Ucrânia, reforçando o apoio a Kiev como pedido pelo Presidente Joe Biden. "Com este programa de ajuda, os Estados Unidos enviam um sinal ao mundo da nossa determinação inabalável para apoiar o corajoso povo da Ucrânia até à vitória" contra Moscovo, sublinhou a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, numa carta aos congressistas;