Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Moreira Santos, Carlos Santos Neves, Joana Raposo Santos - RTP

Alexander Ermochenko - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

22h55 - Zelensky afirma que batalha por Severodonetsk é das mais violentas da história europeia

Volodymyr Zelensky disse, esta segunda-feira, que o custo humano da batalha de Severodonetsk, uma cidade estratégica no leste do país, é "aterrador" e será lembrada como uma das mais violentas de sempre na Europa.

"O custo humano desta batalha para nós é muito elevado. É simplesmente aterrador", disse Zelensky no seu discurso diário aos ucranianos, transmitido na plataforma Telegrama.

O chefe de Estado ucraniano, citado pela agência Efe, acrescentou que “a batalha em Donbass irá certamente ficar na história militar como uma das batalhas mais violentas da Europa".

"Estamos a lidar com o mal absoluto", afirmou, explicando que "não há outra escolha senão avançar e libertar” o seu país, incluindo as regiões ocupadas pela Rússia no sul e no leste, que enfrentam um "bloqueio civilizacional", uma vez que os russos estão a "bloquear todas as comunicações" para o mundo exterior.

Na comunicação, Zelensky colocou o nível de perdas em 100 soldados e 500 feridos por dia nos combates com o exército russo, que tenta controlar Severodonetsk, ainda sem sucesso. Zelensky ainda apelou, uma vez mais, ao Ocidente para fornecer "mais armas" ao exército ucraniano, uma vez que as tropas de Moscovo controlam a maior parte de Severodonetsk e continuam a esmagar a artilharia ucraniana.

c/Lusa

22h30 - Objetivo da operação da Rússia na Ucrânia é proteger as repúblicas apoiadas por Moscovo

O principal objetivo da Rússia, com a operação militar na Ucrânia, é proteger as repúblicas do povo de Donetsk e Luhansk, disse a agência de notícias estatal russa RIA, citando o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esta segunda-feira.

"Em geral, a proteção das repúblicas é o principal objetivo da operação militar especial", disse Peskov.

Donetsk e Luhansk são duas entidades separatistas apoiadas pela Rússia na região de Donbass, no leste da Ucrânia, que a Rússia diz estar a tentar conquistar para remover totalmente do controlo de Kyiv.

21h45 - Severodonetsk pode ser tomada e controlada pelas forças russas nas próximas horas

Pode estar iminente a tomada e o controlo total de Severodonetsk por parte das forças russas. Moscovo assume que já controla a cidade, os combates continuam muito intensos mas ainda há um reduto que as forçar ucranianas ainda consegue controlar.


21h15 - Ucrânia evita bloqueio de exportação de cereais

Um cargueiro com 18 mil toneladas de milho que saiu da Ucrânia chegou a Espanha ao amanhecer. A Ucrânia conseguiu estabelecer rotas alternativas para a exportação de cereais. Evitou assim o bloqueio da marinha russa no Mar Negro.
Este é o primeiro carregamento a chegar a Espanha. O transporte de milho seguiu rotas através da Polónia e da Roménia, com a Ucrânia a usar depois uma nova rota marítima aberta no Mar Báltico e seguiu depois até ao porto da Corunha.

O governo ucraniano diz que está ainda a negociar com os Países Bálticos a criação de uma terceira rota de exportação. Uma solução que pode ajudar a reduzir ou atenuar a crise alimentar mundial.

A Ucrânia é o quarto maior exportador de grãos do mundo. Tem neste momento cerca de 30 milhões de toneladas de grãos armazenados.

19h50 - Rússia destrói última ponte para Severodonetsk

As forças russas destruíram a última ponte para a cidade de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, prendendo todos os civis remanescentes e impossibilitando o fornecimento de suprimentos humanitários, disse o governador da região esta segunda-feira. Serhiy Gaidai disse que, no entanto, ainda há acesso militar limitado à cidade devastada que se tornou um campo de batalha importante para a Ucrânia, enquanto tenta impedir o avanço da Rússia em seu coração industrial de Donbas.

"Infelizmente agora é totalmente impossível vir até à cidade, entregar algo na cidade. A evacuação é impossível", disse Gaidai.

19h25 - ONU pede que não haja restrições à exportação de alimentos

Dois líderes da ONU pediram, esta segunda-feira, aos países membros da OMC que não imponham restrições às exportações de alimentos para evitar o risco de uma grave crise alimentar que a invasão da Ucrânia pela Rússia representa para o mundo inteiro, numa carta aberta, assinada pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e Rebeca Grynspan, Secretária Geral da UNCTAD, o órgão de comércio e desenvolvimento da ONU.

"A guerra na Ucrânia está a infligir um sofrimento terrível ao povo ucraniano e aumentou o risco de fome e inanição para dezenas de milhões de pessoas que estão prestes a se tornar ou já estão em situação de insegurança alimentar", disseram, acrescentando o apelo de que “se abstenham de impor restrições à exportação de alimentos essenciais adquiridos pelos países menos desenvolvidos e pelos países em desenvolvimento importadores líquidos de alimentos, bem como aqueles adquiridos pelo Programa Mundial de Alimentos para fins humanitários”.

18h30 - Zelensky estima que baixas nas tropas russão vão ultrapassar brevemente as 40 mil

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estimou hoje que as baixas nas tropas russas vão, em breve, ultrapassar as 40 mil, obrigando o comando russo a enviar reforços para a Ucrânia na ânsia de tomar o Donbass.

"As perdas da Rússia podem ultrapassar 40 mil em junho. Durante décadas, os russos nunca sofreram tantas perdas numa guerra como agora", disse Zelensky numa mensagem em vídeo a partir de Kiev.

A estimativa avançada pelo presidente ucraniano contrasta com o silêncio do comando russo, que não voltou a dar números sobre as baixas nas suas fileiras, desde que, em 25 de março, reconheceu que 1.351 soldados foram mortos na campanha militar na Ucrânia. Segundo Zelensky, o principal objetivo tático dos ocupantes russos não mudou, mantendo-se a pressão das forças invasoras sobre Severodonetsk, onde, segundo palavras suas, "a batalha por cada metro é feroz".

O presidente ucraniano assinalou ainda que o exército russo também está a avançar na direção de Lisichansk, Bakhmut e Slovyansk.

"O exército russo está a tentar colocar recrutas militares no Donbass", alegando que os russos estão a utilizar na batalha "recrutas mal treinados" que foram mobilizados à pressa e de forma secreta.

Esta visão de Zelensky coincide com as informações militares do Reino Unido, segundo as quais a a Rússia "está a preparar unidades de combate adicionais para as implantar na Ucrânia".

(agência Lusa)

17h47 - Polícia ucraniana anuncia descoberta de nova vala comum

Foi encontrada mais uma vala comum com corpos de civis perto de Bucha, na região de Kiev. O anúncio partiu da polícia ucraniana.

Os corpos de pelo menos sete civis foram encontrados na aldeia de Myrotske, parte dos quais com "as mãos atadas e os joelhos alvejados", segundo o chefe da polícia da região de Kiev, Andrii Niebytov.

Decorreram agora trabalhos para a exumação e a identificação dos corpos.

17h29 - Governador de Lugansk aponta para destruição de todas as pontes de Severodonetsk

As três pontes para Severodonetsk, no leste da Ucrânia, estão destruídas, indica o governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai.

De acordo com o governador regional, embora as tropas russas não tenham ainda conseguido capturar por completo aquela cidade-chave, todas as pontes estão agora intransitáveis - o que impede quer a retirada de civis, quer o transporte de bens essenciais.

Haidai alerta para as condições de vida em rápida degradação na cidade de Severodonetsk, que permanece sob sucessivas barragens de artilharia.

17h12 - Colheita ucraniana sofre quebra pronunciada

A colheita de cereais na Ucrânia deverá cair este ano para cerca de 48,5 milhões de toneladas, contra os 86 milhões de 2021, na sequência da invasão russa.

Em declarações à agência Reuters, Taras Vysotskyi, vice-ministro ucraniano da Agricultura, afirmou que a área semeada recuou em 25 por cento. E o excedente por exportar pode chegar a 30 milhões de toneladas.

17h05 - Milhões na calha para a pobreza em consequência da guerra

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, falou também esta segunda-feira do "caos" e da "destruição" causados pela invasão russa da Ucrânia. O mundo, disse a antiga presidente do Chile, corre agora o risco de ver milhões de pessoas empurradas para a pobreza.

"Os horrores infligidos sobre a população civil vão deixer uma marca indelével, incluindo em gerações vindouras", frisou Bachelet diante do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra.

"As ramificações sociais, económica e políticas alastram pela região e globalmente, sem fim à vista", prosseguiu a alta comissária, para então acrescentar que "a crise alimentar, energética e financeira global ameaça mergular milhões na insegurança alimentar e na pobreza".

Michelle Bachelet apoiou-se em dados do Programa Alimentar Mundial, segundo os quais o número de pessoas a viver em situação de insegurança alimentar severa deverá crescer "de 276 milhões, no início de 2022, para 323 milhões no decurso do ano".

16h30 - Ponto de situação

  • A artilharia russa continua a fustigar a zona industrial de Severodonetsk. Ali, na fábrica química Azot, estarão abrigados pelo menos 500 civis. O governador da região de Lugansk, Serhiy Haidai, adiantou que as forças russas destruíram uma ponte entre Severodonetsk e a cidade vizinha de Lysychansk. Um responsável militar pró-russo deixou entretanto um repto aos combatentes ucranianos que permanecem em Severodonetsk: “Rendam-se ou morram”.

  • A Rússia conseguiu afastar as tropas ucranianas do centro de Severodonetsk. É a própria defesa ucraniana que o admite, com o governador regional a admitir que a derrota pode estar a dois dias de distância.

  • Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, fez eco dos sucessivos apelos de Volodymyr Zelensky para um reforço das remessas ocidentais de armamento. O assessor diz mesmo que a Ucrânia precisa de atingir "a paridade de armamento pesado" com a Rússia, de forma a pôr um ponto final à guerra.

  • Também um conselheiro do ministro ucraniano da Defesa reiterou, em declarações à BBC, que o seu país precisa urgentemente de mais armamento com origem no Ocidente. Yuriy Sak afirmou que, embora Kiev esteja grata pelo apoio militar até agora recebido, as necessidades atuais não estão a ser preenchidas com suficiente rapidez: "Não há suficiente entendimento do nível da ameaça que estamos a enfrentar e que a Europa está a enfrentar".

  • O Ministério russo da Defesa afirma que os mísseis das forças de Moscovo destruíram uma elevada quantidade de armas e outro equipamento militar no leste da Ucrânia, incluindo material fornecido por norte-americanos e europeus. Os mísseis "de alta precisão", adianta o Governo russo, atingiram os alvos perto da estação ferroviária de Udachne.

  • O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, disse esta segunda-feira que ambos os lados da guerra na Ucrânia estão a empregar armamento mais pesado, incluindo, no caso da Rússia, as bombas termobáricas. "Estamos a apoiar a Ucrânia com armamento crescentemente pesado e, por outro lado, a Rússia também começou a usar armas muito poderosas, as bombas termobáricas que são, de facto, armas de destruição em massa", afirmou.

  • O secretário-geral da NATO esteve esta segunda-feira reunido com a primeira-minista sueca, Magdalena Andersson. A governante agradeceu a Jens Stoltenberg o "papel facilitador" que este tem desempenhado no processo de alargamento da organização à Suécia e à Finlândia, num quadro de objeções levantadas pela Turquia. "A minha ambição é que estas questões sejam resolvidas. Temos muito para oferecer à NATO, quer a Suécia, quer a Finlândia. Seremos bons prestadores de segurança para a região e para a NATO, incluindo a Turquia", enfatizou Andersson.

  • A Rússia terá obtido lucros de 93 mil milhões de euros em receitas de exportações de combustíveis fósseis nos primeiros 100 dias da guerra na Ucrânia. É o que estima o Centro para a Investigação em Energia e Ar Limpo, da Finlândia. Pelo menos 61 por cento destas exportações, no valor de 56 mil milhões de euros, tiveram por destinatários países-membros da União Europeia.

  • O Governo ucraniano decidiu suspender exportações de gás, carvão e fuelóleo, dados os impactos da invasão russa. Numa resolução aprovada esta segunda-feira, a suspensão é associada à "agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia e à imposição da lei marcial" no país.

  • A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico indicou esta segunda-feira que o crescimento económico nos países que a integram deverá desacelerar nos próximos meses, desde logo na Europa, fruto dos impactos da guerra na Ucrânia.

  • Até 1.200 corpos, incluindo restos mortais encontrados em valas comuns, continuam por identificar na Ucrânia, adiantou o chefe da Polícia Nacional do país, citado pela Interfax. Segundo Ihor Klymenko, foram abertos procedimentos criminais relativos às mortes de mais de 12 mil pessoas. Perto de 75 por cento das vítimas mortais eram homens, dois por cento crianças e as demais mulheres.

16h16 - Censura russa preocupa Bachelet

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, capitalizou a sua intervenção perante o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, para exprimir preocupação face à censura, na Rússia, da liberdade de expressão e informação.

Bachelet lamentou "a crescente censura e as restrições aos media independentes", classificando ainda de "preocupante" as "detenções arbitrárias de um largo número de manifestantes anti-guerra" na Rússia.

A responsável assinalou também nova legislação criminal russa que, na prática, proíbe "a disseminação de informação, com base em noções vagas e ambíguas, incluinto notícias falsas".
Bachelet está de saída

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez saber que não se recandidatará a um segundo mandato, após 31 de agosto. Bachelet foi critica por alegada falta de atuação numa recente visita à China.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou entretanto apoio à antiga presidente do Chile, a quem reconheceu capacidade de fazer uma "diferença profunda" no mundo e "de viver e respirar Direitos Humanos".

16h04 - Mais armas, insiste Kiev

Um conselheiro do ministro ucraniano da Defesa reiterou, em declarações à BBC, que o seu país precisa urgentemente de mais armamento com origem no Ocidente. Yuriy Sak afirmou que, embora Kiev esteja grata pelo apoio militar até agora recebido, as necessidades atuais não estão a ser preenchidas com suficiente rapidez.

"Estamos um pouco preocupados, não há suficiente entendimento do nível da ameaça que estamos a enfrentar e que a Europa está a enfrentar", frisou.

15h53 - Lituânia quer cortar ligação energética à Rússia até 2024

A Lituânia, um dos três Estados do Báltico, planeia emancipar-se da rede de abastecimento energético da Rússia até 2024, um ano antes da data anteriormente prevista. A meta foi esta segunda-feira corrigida pelo presidente lituano, Gitanas Nauseda.

As redes elétricas de Lituânia, Estónia e Letónia estão ligadas às infraestruturas da Rússia e da Bielorrússia e dependem destas para garantir a estabilidade dos abastecimentos.

Ao abrigo de um projeto financiado pela União Europeia, no valor de 1,94 mil milhões de euros, espera-se que os países do Báltico possam emancipar-se em 2025 e ligar-se ao sistema da Europa continental.

"Não deixemos quaisquer oportunidade ao agressor para que este use a energia como uma ferramenta de manipulação política", disse Nauseda, após um encontro, em Vilnius, com a comissária europeia para a Energia, Kadri Simson.

15h37 - Kiev aprova suspensão de exportações energéticas

O Governo ucraniano decidiu suspender exportações de gás, carvão e fuelóleo, dados os impactos da invasão russa.

Numa resolução aprovada esta segunda-feira, a suspensão é associada à "agressão armada da Federação Russa contra a Ucrânia e à imposição da lei marcial" no país.

15h20 - "Traidores" em Mariupol

O presidente da câmara de Mariupol, que deixou a cidade, afirma em declarações à BBC que a destruição das infraestruturas locais, no início da invasão russa, foi bem coordenada. Vadym Boichenko alega que as forças russas receberam coordenadas de "traidores".

"Eles sabiam onde bombardear. Houve muito traidores que deram coordenadas. Tudo o que tínhamos, tudo o que é considerado infraestrutura crítica da cidade, foi destruído nos primeiros sete dias", disse.

"Havia 15 centrais de energia na cidade. Nem o presidente da câmara sabia onde estavam. E eles sabiam e, numa semana, destruíram todas as 15. A cidade ficou sem luz", acentuou.

14h47 - Secretário-geral da NATO recebido na Suécia


Jens Stoltenberg esteve esta segunda-feira reunido com a primeira-minista sueca, Magdalena Andersson. A governante agradeceu ao secretário-geral da Aliança Atlântica o "papel facilitador" que este tem desempenhado no processo de alargamento da organização à Suécia e à Finlândia, num quadro de objeções levantadas pela Turquia.

"A minha ambição é que estas questões sejam resolvidas. Temos muito para oferecer à NATO, quer a Suécia, quer a Finlândia. Seremos bons prestadores de segurança para a região e para a NATO, incluindo a Turquia", enfatizou Andersson.
Por sua vez, Stoltenberg sublinhou que "a Suécia é um vizinho da NATO e um grande amigo".

"Partilhamos os mesmos valores, partilhamos a mesma vizinhança e partilhamos os mesmos desafios da agressão da Rússia", quis vincar o responsável.

14h35 - Reino Unido aumenta volume de gás natural para a UE

O Reino Unido aumentou substancialmente o volume de gás natural bombeado para a União Europeia, no contexto da invasão russa da Ucrânia, o que potenciou uma subida das exportações britânicas.

14h05 - Depois do Donbass, Moscovo deverá tentar tomar o sul da Ucrânia

Deve estar perto a tomada da região ucraniana do Donbass pelas forças russas. Prevê-se que Moscovo procure, depois, tomar a zona sul do país.
Paulo Jerónimo e Marques de Almeida, enviados especiais da RTP à Ucrânia, dão conta dos últimos desenvolvimentos no terreno.

13h58 - Severodonetsk. Derrota pode estar a dois dias de distância

A Rússia conseguiu afastar as tropas ucranianas do centro de Severodonetsk.
É a própria defesa ucraniana que o admite, com o governador da cidade a admitir que a derrota pode estar a dois dias de distância.

13h43 - Centenas de corpos por identificar na Ucrânia

Até 1.200 corpos, incluindo restos mortais encontrados em valas comuns, continuam por identificar na Ucrânia, adianta o chefe da Polícia Nacional do país, citado pela Interfax.

Segundo Ihor Klymenko, foram abertos procedimentos criminais relativos às mortes de mais de 12 mil pessoas.

Perto de 75 por cento das vítimas mortais eram homens, dois por cento crianças e as demais mulheres.

Só na região de Kiev, morreram mais de 1.500 civis. Cento e dezasseis corpos foram encontrados numa única vala comum em Bucha.

"É um longo processo, bastante trabalhoso, porque muitos corpos estão em estado de decomposição", explicou Klymenko.

13h18 - Orçamento militar francês

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu esta segunda-feira "uma reavaliação" das despesas militares do país, face ao evoluir da guerra na Ucrânia.

13h01 - OCDE à espera de desaceleração económica

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico indicou esta segunda-feira que o crescimento económico nos países que a integram deverá desacelerar nos próximos meses, desde logo na Europa, fruto dos impactos da guerra na Ucrânia.

"Os mais recentes CLI [Indicadores Compósitos Avançados, do inglês Composite Leading Indicators], que visam antecipar flutuações cíclicas na atividade económica, estão alinhados com as últimas perspetivas económicas da OCDE, que reviram em baixa as previsões de crescimento global devido ao impacto da guerra na Ucrânia e às contínuas interrupções nas cadeias de abastecimento", adianta a organização em comunicado.

"os CLI estão agora iguais ou abaixo dos níveis de tendência de longo prazo na maioria das principais economias da OCDE".

"Impulsionados pela inflação alta e pela confiança muito baixa dos consumidores, os CLI apontam para uma perda de dinamismo de crescimento no conjunto da Zona Euro, incluindo na Alemanha, França e Itália, e também no Reino Unido e no Canadá", completa.

12h54 - Centro de reflexão da Suécia prevê corrida ao armamento nuclear

Os arsenais nucleares do mundo deverão ser substancialmente reforçados nos próximos anos, o que acontecerá pela primeira vez desde o cair do pano sobre a Guerra Fria. O risco da utilização deste armamento de destruição em massa crescerá a par. É o que antevê o Instituto Internacional de Estocolmo para a Investigação da Paz (SIPRI, na sigla em inglês), citado na edição online do jornal britânico The Guardian.

12h33 - "Rendam-se ou morram"

As tropas ucranianas que permanecem na região de Severodonetsk devem "render-se ou morrer", clamou Eduard Basurin, representante militar da autoproclamada República Popular de Donetsk, no Donbass.

Em declarações a jornalistas em Donetsk, Basurin afirmou que as forças ucranianas já não serão capazes de abandonar Severodonetsk: "As divisões ucranianias estão ali para sempre".

Eduard Basurin disse ainda que a última ponte que ligava Severodonetsk à cidade vizinha de Lysychansk foi destruída.

11h55 - 93 mil milhões de euros de lucro em 100 dias de guerra


A Rússia terá obtido lucros de 93 mil milhões de euros em receitas de exportações de combustíveis fósseis nos primeiros 100 dias da guerra na Ucrânia. É o que estima o Centro para a Investigação em Energia e Ar Limpo, da Finlândia.

Pelo menos 61 por cento destas exportações, no valor de 56 mil milhões de euros, tiveram por destinatários países-membros da União Europeia.

A seguir à China, a Alemanha é ainda a maior cliente da Rússia. Entre 14 de fevereiro e 3 de junho, as exportações russas de combustível para a Alemanha atingiram os 12,1 mil milhões de euros.

11h42 - Rússia reivindica destruição de equipamento militar no Donbass

O Ministério russo da Defesa afirma que os mísseis das forças de Moscovo destruíram uma elevada quantidade de armas e outro equipamento militar no leste da Ucrânia, incluindo material fornecido por norte-americanos e europeus.

Os mísseis "de alta precisão", adianta o Governo russo, atingiram os alvos perto da estação ferroviária de Udachne.

11h24 - Presidente finlandês sinaliza utilização de armas pesadas

Sauli Niinisto disse esta segunda-feira que ambos os lados da guerra na Ucrânia estão a empregar armamento mais pesado, incluindo, no caso da Rússia, as bombas termobáricas.

"Estamos a apoiar a Ucrânia com armamento crescentemente pesado e, por outro lado, a Rússia também começou a usar armas muito poderosas, as bombas termobáricas que são, de facto, armas de destruição em massa", afirmou o presidente finlandês.

10h52 - Kiev aspira à paridade em armamento pesado

Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente ucraniano, fez eco dos sucessivos apelos de Volodymyr Zelensky para um reforço das remessas ocidentais de armamento. O assessor diz mesmo que a Ucrânia precisa de atingir "a paridade de armamento pesado" com a Rússia, de forma a pôr um ponto final à guerra.


Podolyak acrescenta, no Twitter, que deverá ser tomada uma decisão quanto ao volume de armamento a fazer chegar às tropas ucranianas na próxima quarta-feira, quando os ministros da Defesa da NATO se reunirem em Bruxelas.

10h33 - RTP em Preobrazhenska, localidade alvo de vários ataques

A poucos quilómetros de uma das frentes de combate, a RTP encontrou uma vila que tem sido alvo de ataques constantes nos últimos meses. Dezenas de edifícios foram destruídos, um deles a escola, que foi bombardeada no dia 1 de junho.

O chefe da região resiste no local e não pretende começar nenhuma recuperação enquanto a guerra não terminar.
Recuperamos aqui a reportagem dos enviados especiais Rita Marrafa de Carvalho e João Oliveira emitida na edição de domingo do Telejornal.

10h30 - Centenas de civis abrigados em fábrica debaixo de bombardeamentos

Centenas de civis permanecem abrigados no complexo fabril químico Azot, em Severodonetsk. As forças russas estão a bombardear aquelas instalações, segundo o governador de Lugansk, Serhiy Haidai.

Haidai calcula em cerca de 70 por cento a porção da cidade de Severodonetsk sob controlo russo.

"Cerca de 500 civis continuam na fábrica Azot em Severodonetsk, dos quais 40 são crianças. Por vezes, os militares conseguem retirar alguns. Os russos estão a destruir quarteirão a quarteirão", descreve o responsável ucraniano.

10h03 - Operações de travessia de rio são cruciais

Na sua mais recente avaliação da situação no teatro de guerra, o Ministério britânico da Defesa assinala a continuação da batalha de Severodonetsk, cidade-chave da região de Lugansk. Nos próximos meses, antevê Londres, as operações para a travessia do Rio Siverskyy Donets deverão tornar-se os fatores mais importantes.


Com uma extensão de 90 quilómetros, o sector central da linha da frente russa no Donbass fica a oeste do Siverskyy Donets. As forças russas terão de completar ações destinadas a flanquear as tropas ucranianas ou levar a cabo assaltos que implicam a travessia daquele curso de água.

9h48 – Ucrânia deve importar 600 mil toneladas de combustível em junho, diz ministra da Economia


A Ucrânia importou cerca de 380.000 toneladas de combustível em maio e deve importar cerca de 600.000 toneladas em junho, disse a ministra da Economia, Yulia Svyrydenko, esta segunda-feira.

As autoridades ucranianas têm procurado maneiras de cobrir o consumo desde que as forças russas começaram a atacar depósitos de combustível e outras instalações após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

9h39 – Rússia pode alcançar os 40 mil soldados mortos em junho

O presidente da Ucrânia garante que Moscovo está a enviar jovens impreparados e mal equipados para a frente de batalha no Donbass, numa tentativa de vencer pela força esmagadora dos números.
Volodymyr Zelensky admite que a ofensiva em curso pode custar mais de oito mil baixas russas, entre o início desta semana e o final do mês.

9h07 – Antigo primeiro-ministro russo diz que Putin não está a pensar de forma racional

Mikhail Kasyanov, primeiro-ministro da Rússia de 2000 a 2004, disse à agência de notícias AFP que prevê que a guerra na Ucrânia possa durar até dois anos, mas está convencido de que a Rússia pode regressar a um caminho democrático.

O antigo líder, que enquanto primeiro-ministro defendeu laços estreitos com o Ocidente, acrescentou agora que Putin já não está a pensar de forma racional.

“Conheço estas pessoas e, olhando para elas, vi que Putin já está fora [da racionalidade]. Não num sentido médico, mas em termos políticos”, considerou. “Conheci um Putin diferente”.

8h00 – Forças ucranianas expulsas do centro de Severodonetsk

Tropas russas terão expulsado o exército ucraniano do centro de Severodonetsk, cidade do leste da Ucrânia pela qual as duas forças inimigas lutam há semanas, anunciou o Estado-Maior ucraniano esta segunda-feira.

"Com o apoio de artilharia, o inimigo realizou um ataque a Severodonetsk, obteve sucesso parcial e afastou as nossas unidades do centro da cidade. As hostilidades continuam", escreveu o exército numa atualização matinal publicada no Facebook.

7h50 - Ponto de situação

  • O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou a possibilidade de novas conversas com o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, avança o jornal turco Habertürk.

  • Num vídeo publicado no Telegram, o presidente ucraniano afirma que a Rússia pode cruzar a linha dos 40 mil soldados mortos já em junho. “Em nenhuma outra guerra, em várias décadas, eles sofreram tamanha perda”, diz Volodymyr Zelensky.

  • O exército russo está a concentrar todo o poderio militar à volta de Severodonetsk, com o objetivo de conquistar rapidamente a região de Lugansk.

  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, salientou que a Ucrânia precisa de reforçar as leis anticorrupção no contexto de adesão à União Europeia.

  • O secretário-geral da NATO manifestou-se confiante quanto às adesões da Finlândia e da Suécia, apesar das "legítimas preocupações" da Turquia. Jens Stoltenberg descreveu a próxima cimeira de Madrid como "crucial".