Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Joana Raposo Santos, Inês Moreira Santos, Cristina Sambado - RTP

Oleksandr Ratushniak - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

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23h08 - Entrevista a Henry Kissinger. "Conflito na Ucrânia tornou-se previsível"

Henry Kissinger, antigo secretário de Estado norte-americano, diz que o conflito na Ucrânia se tornou previsível mal o país fez a aproximação à NATO.

O diplomata e conselheiro de vários presidentes dos Estados Unidos conhece bem Vladimir Putin. Encontrou-se com ele, nos últimos 30 anos, mais de 20 vezes.

Numa entrevista à correspondente da RTP em Londres, Rosário Salgueiro, e a outros jornalistas estrangeiros, mostrou-se surpreendido com a violência e a escala dos ataques à Ucrânia.

Kissinger adverte que a intensidade pode ser maior se a guerra deixar de ser sobre a libertação da Ucrânia e se tornar uma guerra só sobre a Crimeia.

23h01 - Tensão cresce junto à fronteira com a Bielorrússia

A tensão cresce junto à fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia. O presidente Lukashenko acusa Kiev de atacar alvos no país e promete responder à altura. Em Chernihiv a população continua preocupada, sobretudo depois dos recentes ataques que sofreu.

22h01 – Moscovo controla agora toda a região de Lugansk

A Rússia declarou este domingo que tem o controlo total da região de Lugansk. Lysychansk, o último bastião, caiu por fim nas mãos das tropas de Moscovo. Os combates ainda decorriam ao final da tarde.

21h34 – Zelensky promete que forças ucranianas vão regressar a Lysychansk

O presidente Volodymyr Zelensky reconheceu hoje que as forças ucranianas se retiraram de Lysychansk, na região do Donbass, mas prometeu restaurar o controlo da cidade através das táticas do Exército e da perspetiva de novas e melhores armas.

"Se os comandantes do nosso exército retirarem pessoas de certos pontos da frente da batalha, onde o inimigo tem a maior vantagem a nível de poder de fogo - e isto também se aplica a Lysychansk - isso significará apenas uma coisa: que regressaremos graças às nossas táticas, graças ao aumento da oferta de armas modernas", disse Zelensky no seu habitual discurso noturno.

19h10 – Scholz diz que Alemanha é dos países “que mais está a fazer” para ajudar

A Alemanha é um dos países que mais está a fazer para fornecer ajuda militar à Ucrânia, disse hoje o chanceler Olaf Scholz, enquanto justificava os atrasos do seu país na entrega de armas a Kiev.

Segundo Scholz, os longos atrasos para a entrega das armas alemãs, em comparação com as rápidas entregas das armas americanas, devem-se à necessidade de treinar soldados ucranianos na Alemanha.

“A Alemanha é um dos países que mais está a fazer, porque o que estamos a enviar agora é a tecnologia mais sofisticada que alguém pode usar”, explicou Scholz em entrevista à CBS.

18h21 - Zelensky nega que Lisichansk esteja sob controlo russo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que é “impossível dizer que Lisichansk esteja sob controlo” russo, assegurando que os combates continuam na periferia da cidade que Moscovo já disse ter capturado.

“Há combates nos subúrbios” da cidade, acrescentou o presidente ucraniano, durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, em Kiev.

Ocupar Lisichansk, na zona leste da Ucrânia, permitiria ao Kremlin controlar toda a região de Lugansk, assim como avançar sobre as já ameaçadas cidades de Sloviansk e Kramatorsk, duas importantes cidades controladas pela Ucrânia na zona industrial do Donbass.

“Há riscos de que a região de Lugansk fique completamente ocupada. Há riscos e nós compreendemos isso”, acrescentou Zelensky, referindo que Lisichansk representa “a maior e mais perigosa situação” para a Ucrânia.

O presidente ucraniano admitiu que Kiev não tem “vantagem” naquela cidade.

“É o nosso ponto fraco, mas noutros locais estamos a avançar”, frisou.

17h41 - Kiev confirma retirada das forças ucranianas de Lysychansk

As forças ucranianas na cidade de Lysychansk, no leste do país, foram forçadas a retirar-se do local, anunciaram comandos militares da Ucrânia este domingo.

"A continuação da defesa da cidade levaria a consequências fatais. Para preservar a vida dos defensores ucranianos, foi tomada a decisão de se retirarem", lê-se em comunicado.

16h56 - Austrália vai banir importações de ouro russo e dar à Ucrânia mais veículos blindados

A Austrália vai fornecer mais 34 veículos blindados à Ucrânia e proibirá as importações de ouro russo, disse o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese em Kiev este domingo.

Falando numa entrevista coletiva na capital da Ucrânia ao lado do presidente Volodymyr Zelensky, Albanese avançou que a Austrália vai impor sanções e proibições de viagem a mais 16 ministros e oligarcas russos, elevando o número total de russos sancionados por esse país para 843.

16h04 - Ataques em Sloviansk causaram pelo menos seis mortos

Os múltiplos bombardeamentos que Sloviansk, no leste da Ucrânia, sofreu hoje causaram pelo menos seis mortos e 15 feridos, afirmou fonte de autoridades locais ucranianas.

A porta-voz para a região de Donetsk (da qual Sloviansk faz parte), Tetiana Ignatchenko, afirmou hoje ao canal televisivo Suspilne que os ataques sofridos causaram "seis mortos e 15 feridos", reiterando o apelo das autoridades para que os residentes abandonem aquela localidade.

Sloviansk fica apenas a alguns quilómetros da linha da frente dos combates entre forças russas e ucranianas.

Já o presidente da Câmara de Sloviansk, Vadim Liakh, afirmou num vídeo publicado hoje na rede social Facebook que os ataques terão provocado "muitos mortos e feridos", sem especificar qual o número de vítimas resultantes da ofensiva russa.

Segundo o autarca, o bombardeamento provocou também 15 fogos na cidade.

De acordo com órgãos de comunicação ucranianos, regista-se um incêndio num dos mercados da cidade, na sequência dos ataques.

(Agência Lusa)

15h04 - Cargueiro russo com cerais ucranianos apreendido na Turquia

O embaixador da Ucrânia na Turquia revelou que as autoridades aduaneiras de Ancara apreenderam um barco russo que transportava cereais ucranianos.

14h39 -Scholz disponível para mais sanções à Rússia para garantir segurança europeia

O chanceler alemão lembrou hoje que as sanções impostas à Rússia pela anexação da Crimeia e apoio aos separatistas do Donbass ainda estão em vigor e mostrou abertura para aplicar medidas semelhantes no futuro para garantir a segurança europeia.

Na tradicional entrevista de verão à rádio pública ARD, na qual também responde a perguntas dos cidadãos, Olaf Scholz referiu que há garantias de segurança que estão a ser discutidas “muito intensamente”, também com a Ucrânia, “porque essa é a questão central para a ordem de paz depois da guerra”.

“O que podemos [fazer], já o demonstrámos. A abertura para a todo o momento voltar a ativar sanções, por exemplo, desempenha um papel”, afirmou o chanceler, que acrescentou que a discussão sobre as garantias de segurança que se podem oferecer à Ucrânia é “um processo inacabado”.

Disse ainda que o tema está “a ser preparado meticulosamente na esfera diplomática” para o dia em que a guerra terminar, que espera que seja em breve.

Acrescentou que é evidente que a situação para a Ucrânia não é a mesma que para os países membros da NATO.

“É óbvio que independentemente do que se passar defenderemos sempre com as nossas próprias tropas os Estados bálticos ou a Polónia”, disse.

(Agência Lusa)

13h49 - Papa diz que o mundo precisa de paz “não baseada no equilíbrio de armamentos”

O Papa Francisco fez hoje um novo apelo pela paz na Ucrânia e afirmou que o mundo precisa de uma paz "não baseada no equilíbrio de armamentos e no medo recíproco".

"Continuamos a rezar pela paz na Ucrânia e em todas as partes do mundo", disse o chefe da Igreja Católica após a tradicional oração do Angelus no Vaticano, pedindo aos "chefes das nações e das organizações internacionais para que reajam à tendência de acentuar o conflito e a oposição".

Francisco afirmou que "o mundo precisa de paz", mas "não de uma paz baseada no equilíbrio de armamentos e no medo recíproco" porque "isso remonta à história de há 70 anos".

O pontífice destacou que a crise ucraniana não deveria ter acontecido, mas instou a que se converta “num desafio entre sábios estadistas capazes de construir, com o diálogo, um mundo melhor para as novas gerações”.

O Papa assegurou que um mundo melhor é sempre possível, no entanto para isso “tem que se deixar para atrás as estratégias dos poderes políticos, económicos e militares e se concentrar num projeto de paz global”.

(Agência Lusa)

13h25 - Bombardeamento na cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia, faz "muitos mortos"

A cidade de Sloviansk, no leste da Ucrânia, foi atingida por um bombardeamento este domingo e muitas pessoas morreram e ou ficaram feridas, disse o prefeito da cidade, Vadim Lyakh.

"Há 15 incêndios. Muitos mortos e feridos", escreveu Lyakh no Telegram.

12h28 - Ucrânia ainda não desistiu do Donbass

O porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Yuriy Sak, disse à BBC que a "batalha pelo Donbass ainda não acabou", salientando que Kiev ainda controla "várias grandes cidades" na região, principalmente no oblast de Donetsk.

"Estas são cidades que nos últimos dias [têm sido] alvo de graves ataques com mísseis, bombardeamentos de artilharia, mas a batalha pelos Donbass ainda não acabou", assegurou.

12h16 - Ucrânia nega que Lysychansk tenha sido conquistada pela Rússia

Em resposta à BBC, o porta-voz do Ministério da Defesa da Ucrânia, Yuriy Sak, negou a informação avançada pelo Kremlin, de que a Rússia controla totalmente Lysychansk e, consequentemente, toda a região de Lugansk.

Sak afirma, contudo, que a situação é "bastante intensa já há algum tempo", dado que as forças russas estão a atacar a cidade "sem parar".

"Para os ucranianos, o valor da vida humana é uma prioridade máxima, por isso por vezes podemos retirar-nos de certas áreas para as podermos retomar no futuro", acrescentou.

11h35 - Rússia anuncia controlo total de Lugansk

O ministro da Defesa russo Serguei Shoigu afirmou hoje que as forças russas controlam toda a região ucraniana de Lugansk, no Donbass, depois de conquistada a cidade-chave de Lisichansk, alvo de combates intensos nos últimos dias, adiantou a AFP.

"Serguei Shoigu informou o comandante supremo das forças armadas russas, Vladimir Putin, da libertação da república popular de Lugansk", diz um comunicado do ministério da Defesa citado pelas agências russas.

11h04 - Ucrânia atinge base militar russa em Melitopol ocupada

Forças ucranianas atingiram uma base militar russa com mais de 30 ataques na cidade de Melitopol, no sul, ocupada pela Rússia, segundo o prefeito exilado da cidade. Um funcionário instalado na Rússia confirmou que os ataques atingiram a cidade.

"Houve mais de 30 ataques numa única base militar", disse o prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, que está atualmente em território controlado pela Ucrânia, no Telegram.

10h35 - Rússia acusa Kiev de lançar mísseis na cidade de Belgorod, perto da Ucrânia

O exército russo afirma que abateu três mísseis ucranianos lançados na madrugada de domingo na cidade de Belgorod, perto da Ucrânia, onde uma autoridade local tinha anunciado anteriormente a morte de pelo menos três pessoas após explosões.

"As defesas antiaéreas russas abateram os três mísseis cluster Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod. Após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

10h15 - Forças russas cercaram a cidade ucraniana de Lysychans

As forças russas cercaram a cidade de Lysychansk, no leste da Ucrânia, o último grande reduto da Ucrânia na região de Luhansk, disse a agência de notícias TASS, citando o Ministério da Defesa russo este domingo.

9h32 - Ataque de sábado a Mikolayev provocou um morto

O governador da província de Mikolaiv, Vitali Kim, revelou que pelo menos uma pessoa morreu em consequência dos ataques russos de sábado contra a cidade.

Segundo Vitali Kim, os bombardeamentos atingiram seis aldeias, incluindo Luch. Nas outras áreas afetadas, foram danificados edifícios residenciais e de escritórios, um centro cultural, uma cantina escolar e um edifício de serviço público.

8h50 - Três mortos após fortes explosões em Belgorod

Pelo menos três pessoas morreram e vários edifícios residenciais ficaram danificados na cidade russa de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, revelou o governador.

Pelo menos 11 edifícios de apartamentos e 39 casas privadas foram danificados, incluindo cinco que foram destruídos, acrescentou o governador Vyacheslav Gladkov.

Gladkov já tinha afirmado que o "incidente" estava a ser investigado, acrescentando, "presumivelmente, o sistema de defesa aérea funcionou".

Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas e duas foram hospitalizadas, incluindo um rapaz de 10 anos de idade, disse Gladkov.

8h00 - Tropas ucranianas atingem base militar russa em Melitopol

As forças ucranianas atingiram com mais de 30 ataques a cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia, ocupada pela Rússia.

A agência noticiosa russa RIA informou que a Ucrânia tinha atingido a área de Melitopol onde se encontra o aeroporto da cidade, mas não especificou o que tinha sido atingido.

Ponto da situação

  • As forças pró-russas rodearam completamente a cidade de Lisichansk, na região oriental de Lugansk, após ocuparem todas as localidades importantes ao redor da localidade, assegurou ontem Andrei Marochko, porta-voz da milícia separatista. "Hoje, graças aos esforços conjuntos da milícia popular da república popular de Lugansk e das Forças Armadas da Federação Russa, ocuparam-se os últimos lugares estrategicamente importantes, o que nos permite dizer que a cidade de Lisichansk está completamente rodeada", disse às agências russas Interfax e TASS.

  • O presidente da Bielorrússia afirmou, sem fornecer provas, que a Ucrânia tentou atacar instalações militares em território bielorrusso no início desta semana. Segundo a Reuters, Alexander Lukashenko garante que as forças armadas ucranianas tentaram atacar instalações na Bielorrússia há três dias, mas que os mísseis foram intercetados. Terá também alegado que a Ucrânia estava a tentar provocar a Bielorrússia, mas que o seu país não tenciona intervir no conflito.

  • A Câmara Municipal de Mariupol, na Ucrânia, denunciou que há mais de dez mil residentes daquela cidade tomada pelas forças russas que estão presos na autoproclamada República Popular de Donetsk. “Civis pacíficos foram detidos pelos ocupantes e enviados para locais de detenção. Há conhecimento de quatro destas prisões: duas em Olenivka, o centro de detenção de Donetsk e de Makiivka”, afirmaram as autoridades locais numa mensagem na rede social Telegram e divulgada pelas agências Ukrinform e Unian.