Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto

por Inês Geraldo, Joana Raposo Santos - RTP

Valentyn Ogirenko - Reuters

Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.

Mais atualizações

00h05 - Partido de Scholz pondera expulsão de ex-chanceler alemão Schroeder

Os órgãos locais do Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler alemão Olaf Scholz, reuniram-se para ponderar a expulsão do ex-líder Gerhard Schroeder, mas não chegaram a uma decisão.

A relação de longa data de Schroeder com o setor da energia russo e a rejeição em se distanciar do presidente da Rússia, Vladimir Putin, depois da invasão da Ucrânia, deixaram a sua posição política frágil.

Uma comissão de arbitragem do SPD em Hanôver, onde reside o antigo chanceler, considerou 17 pedidos de expulsão de membros do partido.

Schroeder não se apresentou na audiência e também não teve um advogado em sua representação, informou a agência de notícias alemã dpa.

O dirigente local do partido, Christoph Matterne, disse após o fim da audiência sem resultados que será tomada uma decisão nas próximas três semanas.

Mas as expectativas para expulsar o antigo chanceler não são altas. Na Alemanha, expulsar membros de partidos é um processo complicado e falha com frequência.

23h57 - Presidência pede ao Parlamento que controle entrega de armas pelo Ocidente

O chefe da administração do gabinete presidencial da Ucrânia solicitou ao Parlamento a criação uma comissão para controlar as armas entregues pelos aliados ocidentais aos ucranianos, para combater a invasão russa.

A proposta surge no seguimento das preocupações manifestadas pela União Europeia (UE), de que essas armas tenham sido contrabandeadas da Ucrânia para equipar grupos criminosos na Europa.

"O Parlamento, como legislador, deve estar envolvido na supervisão da ajuda de defesa dos aliados. O nosso objetivo é ser o mais transparente possível sob a lei marcial", referiu Andrii Yermak, numa mensagem divulgada na rede social Telegram.

No entanto, Andrii Yermak assegurou que todas as armas fornecidas pelo Ocidente foram "registadas e enviadas para a frente [de combate]”.

Esta comissão de acompanhamento estará “encarregada da preparação e análise das questões relacionadas com o controlo e uso das armas” entregues pelos aliados, acrescentou o chefe da administração presidencial.

23h45 - Zelensky diz que ataque a Vinnystya mostra atitude da Rússia face ao Direito Internacional

O presidente ucraniano acusou a Rússia de terrorismo e de ter tido a “audácia de matar” quando decorria em Haia uma conferência internacional sobre a responsabilidade dos crimes de guerra cometidos na guerra na Ucrânia.

“A Rússia acabou com a vida de civis exatamente no momento em que uma conferência sobre crimes de guerra russos estava a decorrer na Holanda, em Haia”, refere Volodymyr Zelensky num texto difundo hoje através do sistema de mensagens Telegram, após um ataque com mísseis à cidade de Vinnytsya, que provocou a morte a pelo menos 23 pessoas.

Afirmando que “nenhuma outra organização terrorista teve a audácia de matar novamente quando a comunidade internacional estava a discutir crimes anteriores”, o Presidente ucraniano refere que com o ataque de hoje, a Rússia “mostrou assim sua atitude em relação ao direito internacional, à Europa e a todo o mundo civilizado”.

Neste contexto, reiterou que “ninguém pode ter dúvidas” sobre a necessidade de se criar “o mais rapidamente possível” um “tribunal especial” para julgar a invasão russa.

Zelensky já tinha hoje pedido a criação deste “tribunal especial” numa intervenção durante uma conferência internacional em Haia sobre a responsabilização dos crimes e guerra cometidos durante o conflito em curso, tendo reforçado a mensagem após o ataque russo com mísseis contra a cidade ucraniana de Vinnytsya que causou a morte a pelo menos 23 pessoas, incluindo três crianças, e causou mais de 100 feridos.

Estes números, referiu, não são ainda definitivos, uma vez que há ainda dezenas de pessoas dadas como desaparecidas.

23h21 - EUA querem facilitar exportações russas de alimentos e fertilizantes

Os Estados Unidos asseguraram a bancos, empresas de transporte e seguradoras que as transações de alimentos e fertilizantes com a Rússia não violariam as sanções de Washington a Moscovo por causa da invasão da Ucrânia.

Permitir estas exportações russas é parte fundamental das tentativas das Nações Unidas e das autoridades turcas de intermediar um acordo com Moscovo, que também permitiria embarques de grãos ucranianos do porto de Odesa, no Mar Negro, bloqueado pela guerra.

O esclarecimento por escrito dos EUA veio um dia depois de a Rússia, Ucrânia, Turquia e autoridades da ONU se terem reunido em Istambul para negociações destinadas a retomar as exportações de grãos da Ucrânia. A Turquia anunciou que as partes voltariam na próxima semana para assinar um acordo.

"Os Estados Unidos apoiam fortemente os esforços das Nações Unidas para levar grãos ucranianos e russos aos mercados mundiais e reduzir o impacto da guerra não provocada da Rússia contra a Ucrânia no abastecimento e nos preços globais de alimentos", referiu o Departamento do Tesouro dos EUA na ficha informativa.

A guerra na Ucrânia contribuiu para o aumento dos preços dos grãos, óleos de cozinha, combustíveis e fertilizantes, alimentando uma crise alimentar global.

Eduard Zernin, chefe da União Russa de Exportadores de Grãos, descreveu a medida dos EUA como "um ato de boa vontade" e um "passo real na luta contra a fome no mundo".

"Esperamos sinceramente que outros países envolvidos sigam este exemplo e emitam os esclarecimentos e licenças necessários para remover as sanções ocultas que impedem o fornecimento de grãos aos países necessitados", afirmou à agência Reuters.

22h55 - Putin dá estatuto de ex-combatente a civis que participaram na invasão

O presidente da Federação Russa assinou uma lei que dá o estatuto de ‘veterano’ (ex-combatente) a civis que tenham participado na invasão da Ucrânia, incluindo jornalistas correspondentes de guerra.

“Mostraram o seu heroísmo durante a operação militar especial e merecem o apoio do Estado”, disse o presidente da câmara baixa do parlamento russo (Duma), Viacheslav Volodin, quando a iniciativa foi apresentada.

Volodin adiantou que até agora os civis, entre os quais motoristas, mecânicos, médicos e outros especialistas, só podiam receber este estatuto se tivessem sido feridos ou condecorados.

Um dos autores da lei, o deputado Andrei Krasov, avançou que os jornalistas que cobrem a guerra também podem optar pelo estatuto de ex-combatente independentemente do tempo que tenham estado a cobrir o conflito.

O estatuto permite aos seus possuidores vários benefícios, como isenções fiscais e preferência na aquisição de terrenos.

Durante do dia de hoje, Vladimir Putin promulgou mais de uma centena de leis, incluindo novas normas sobre “agentes estrangeiros”, economia e represálias por discriminação de meios russos.

(agência Lusa)

22h45 - ONU e Comissão Europeia condenam ataque russo a cidade de Vinnytsya

O secretário-geral da ONU e a Comissão Europeia condenaram o ataque russo com mísseis contra a cidade ucraniana de Vinnytsya.

Numa mensagem transmitida pelo seu porta-voz, o secretário-geral da ONU manifestou-se “chocado” com o ataque russo que atingiu edifícios civis.

António Guterres “condena todos os ataques contra civis ou infraestruturas civis”, referiu o porta-voz, citado pela AFP.

Em comunicado, a Comissão Europeia também condenou “nos termos mais fortes possíveis” os ataques da Rússia contra civis, incluindo o de hoje em Vinnytsya, que fica a 268 quilómetros da capital, Kiev.

“A União Europeia condena nos termos mais fortes possíveis estes contínuos ataques indiscriminados contra objetivos civis, incluindo hospitais, instalações de saúde, escolas e abrigos. Esta atrocidade em Vinnytsya foi a última de uma série de ataques brutais contra alvos e infraestruturas civis”, refere a CE.

O comunicado está assinado pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel, e pelo comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, assinalando ambos que o exército russo está a deixar “um rasto de sangue na Ucrânia” e que milhares de civis “já foram mortos”.

Apontando o “comportamento bárbaro da Rússia”, o comunicado sublinha que a população civil ucraniana “continua a pagar um preço elevado nesta guerra devido ao desrespeito da Rússia pelo Direito Internacional Humanitário”.

“Não pode haver impunidade pelas violações e crimes cometidos pelas forças russas e seus superiores políticos. Todos os responsáveis por essas atrocidades devem ser responsabilizados por suas ações, de acordo com o Direito Internacional", enfatizaram Borrell e Lenarcic.

(agência Lusa)

22h28 - Aumenta para 23 o número de mortos em ataque russo contra Vinnytsya

O número de vítimas mortais resultante de um ataque russo com mísseis contra a cidade ucraniana de Vinnytsya, hoje, aumentou para 23, incluindo três crianças, havendo ainda a contabilizar mais de 100 feridos, segundo as autoridades ucranianas.

Para Volodymyr Zelensky, chefe de Estado ucraniano, o ataque teve como alvo a população civil que se encontrava numa zona sem qualquer significado militar.

Segundo as autoridades ucranianas, os mísseis que atingiram edifícios civis em Vinnytsya (um edifício de escritórios e também um residencial), que fica a 268 quilómetros da capital, foram disparados de um submarino russo no mar Negro.

As defesas aéreas ucranianas conseguiram, ainda assim, destruir dois dos quatro mísseis lançados, de acordo com o governador da região de Vinnytsya, Serhiy Borzov.

Ihor Klymenko, chefe da Polícia Nacional, disse que até ao momento apenas foram identificados seis corpos, havendo ainda 39 pessoas desaparecidas.

Segundo a polícia da Ucrânia, três mísseis atingiram um edifício de escritórios e afetaram também um prédio residencial na cidade localizada a sudoeste de Kiev.

Entre os feridos, as 65 pessoas hospitalizadas, cinco estão em estado crítico e 34 sofreram ferimentos graves.

Além de terem atingido os edifícios civis, os mísseis provocaram um incêndio que destruiu 50 automóveis que se encontravam num parque de estacionamento.

O Presidente da Ucrânia disse que o ataque pretendeu "deliberadamente" aterrorizar os civis.

"A Rússia destrói todos os dias a população, matando crianças, dirigindo os mísseis contra alvos civis. Não são objetivos (militares). O que é isto se não um ato de terrorismo?", questionou Zelensky num texto difundo hoje através do sistema de mensagens Telegram.

(agência Lusa)

21h11 - Ancara acredita em acordo para exportação de cereais da Ucrânia

A Turquia garante que vai ser assinado um acordo para retomar a exportação de cereais da Ucrânia na próxima semana. O líder da ONU, António Guterres, diz que foi dado um "importante passo em frente", mas ainda há muito a fazer.


21h01 - MNE quer participar em investigação na Haia sobre crimes de guerra russos

Portugal vai enviar duas equipas de especialistas para a Ucrânia, integradas na investigação a crimes de guerra cometidos durante a invasão russa que está em curso.

O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, durante uma conferência internacional que juntou em Haia representantes de 45 países. Reportagem dos enviados da RTP Rui Manuel Silva e Duarte Valente.

20h50 - Reportagem em Kharkiv. Bombardeamentos afugentam parte da população

Bombardeamentos russos estão a fazer fugir as populações de zonas rurais próximas de Kharkiv. Já quase nada está de pé, mas como nos contam os enviados-especiais da RTP a Kharkiv, António Mateus e Cláudio Calhau, também há quem esteja determinado a ficar até ao fim.


20h45 - Ataque a Vinnytzia pode estar relacionado com anúncio de contra-ofensiva ucraniana

Vinnytzia é uma cidade situada quase rigorosamente no meio do país, sem qualquer interesse estratégico aparente, que possa justificar o bombardeamento russo. A única explicação plausível é o anúncio de Zelensky, de que iria concentrar a cerca de 400 Km daqui as forças destinadas a uma contra-ofensiva, para reconquistar Kherson.


20h38 - Ataque russo a Vinnytsia causa mais de 20 mortos e dezenas de feridos

Na guerra da Ucrânia, um ataque russo à cidade de Vinnytsia causou mais de 20 mortos e dezenas de feridos. O presidente ucraniano fala em mais um ato de terrorismo contra alvos civis.


18h00 - Jair Bolsonaro diz que sabe como a guerra na Ucrânia pode ser resolvida

O presidente do Brasil disse esta quinta-feira que sabe como pode resolver a guerra entre Ucrânia e Rússia e que dará ideias a Volodymyr Zelensky, numa chamada telefónica que será realizada na próxima semana.

"Darei a minha opinião, direi o que penso. A solução para isto. Eu sei como pode ser resolvido. Mas não direi a ninguém", explicou Jair Bolsonaro a jornalistas numa visita ao Maranhão.

"A solução para este caso é parecida como a guerra entre a Argentina e a Inglaterra terminou em 1982", explicou Bolsonaro sem dar mais explicações.

17h35 - Vinnytsia. Pelo menos 22 pessoas morreram em ataque russo

A equipa de reportagem da RTP esteve na cidade de Vinnytsia, cidade atacada por forças russas e que levou à morte de 22 pessoas. As autoridades já montaram um circuito de restrições e muitos civis já foram retirados da cidade.

Os mísseis russos que atingiram a cidade de Vinnytsia terão sido lançados a partir do Mar Negro.

17h25 - Líder separatista acusa Ucrânia de ataque a paragem de autocarro

Um líder separatista da zona do Donbass acusou esta quinta-feira a Ucrânia de ter sido a autora de um ataque e artilharia na cidade de Donetsk, numa paragem de autocarro, que acabou por matar duas pessoas.

Denis Pushlilin, líder de uma das proclamadas repúblicas na Ucrânia, disse por Telegram que duas pessoas morreram e outras três ficaram feridas após um ataque de um míssil.

O conselheiro do ministro ucraniano do Interior acusou as forças russas, através das redes sociais, de terem levado a cabo o ataque para poder colocar a culpa na Ucrânia.

16h43 - Forças ucranianas atacam linhas de fornecimento russo com armas do ocidente

Um general ucraniano disse esta quinta-feira que a Ucrânia tem usado as armas fornecidas pelos países ocidentais para atacar armazenamento russo e linhas de fornecimento, obrigando as forças russas a repensarem como deve ser feito o fornecimento de armas e combustível para os qu estão na linha da frente.

Na manhã desta quinta, as forças ucranianas revelaram ter atingido dois checkpoints em territórios ocupados pelas forças russas, no sul da Ucrânia.

16h18 - Bruxelas apresenta na próxima semana plano para garantir gás no inverno

A Comissão Europeia apresenta, na próxima semana, um plano de emergência para garantir gás no próximo inverno perante eventual corte de abastecimento por parte da Rússia, visando que a União Europeia (UE) esteja "preparada para o pior".

A informação é divulgada pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, no dia em que as previsões macroeconómicas do executivo comunitário, hoje publicadas, admitem que um eventual corte de gás russo à Europa possa vir a acentuar inflação e a asfixiar o crescimento económico.

"Na próxima semana, apresentaremos as nossas propostas para o que chamamos de preparação para o inverno, dado que esta não é apenas uma estação do ano, mas também pelo risco que acarreta" a eventual rutura de fornecimento energético da Rússia, anuncia Paolo Gentiloni, em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus, em Bruxelas.

"Evidentemente, esperamos que isto não se concretize, mas temos de nos preparar", acrescenta.

Em causa está um plano de emergência europeu para precaver um eventual corte total de fornecimento de gás russo.

(agência Lusa)

16h11 - Von der Leyen apela a Macedónia do Norte para apoiar proposta da UE que lança processo de adesão

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu hoje ao Parlamento da Macedónia do Norte para apoiar a proposta comunitária destinada a ultrapassar as divergências com a Bulgária que impedem o início das negociações de adesão à UE.

"Julgo ser o momento para que a Macedónia do Norte siga em frente. Devemos aproveitar esta oportunidade para começar as negociações já na próxima semana", disse Von der Leyen num discurso perante o Parlamento de Skopje, onde está previsto o debate para uma proposta de compromisso, redigida durante a presidência francesa da União Europeia (UE).

"Questões bilaterais como a interpretação da história não são uma condição para que se promovam negociações de adesão", disse a presidente da Comissão Europeia numa alusão aos problemas linguísticos que impeliram a Bulgária a vetar durante os dois últimos anos o começo das negociações, um bloqueio que levantou há poucas semanas.

"Esta proposta protege os vossos interesses, mas a decisão está nas vossas mãos", disse.

(agência Lusa)

15h15 - RTP em Kiev. Alarmes de risco de bombardeamento voltaram a soar

Os alarmes de risco de bombardeamento soaram em Kiev na manhã desta quinta-feira. Ao mesmo tempo, a cidade de Vinnytsia (a 300 quilómetros da capital) foi atingida por um míssil de longo alcance que provocou a morte de pelo menos 20 pessoas e fez mais de 30 feridos.

A equipa de enviados da RTP à Ucrânia está a acompanhar todos os desenvolvimentos da ofensiva russa.

14h55 - Portugal envia duas equipas para trabalhar com Kiev

O Governo vai enviar duas equipas uma de medicina legal, outra da Policia Judiciária para a Ucrânia. O anúncio foi feito há instantes em Haia pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros. João Gomes Cravinho revela que vão ajudar as autoridades ucranianas na identificação de crimes de guerra.

14h12 - Zelensky pede um "tribunal especial" em Haia para avaliar invasão russa

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta quinta-feira a criação de um “tribunal especial” para investigar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O líder discursou numa conferência internacional sobre crimes de guerra na Ucrânia, realizada em Haia.

"As instituições judiciais atuais não podem levar todos os culpados à justiça. Portanto, é necessário um tribunal especial para julgar os crimes de agressão russa contra a Ucrânia", defendeu Zelensky por videochamada.

13h57 - Rússia diz que Ucrânia deve reconhecer “realidade territorial” para alcançar a paz

Autoridades russas garantiram esta quinta-feira que Moscovo vai responder positivamente se Kiev estiver pronta para retomar as negociações de paz, mas que a Ucrânia deve aceitar as "realidades territoriais" da situação, informou a agência de notícias Interfax.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Andrey Rudenko, considerou que Kiev deve fornecer uma resposta clara às propostas de Moscovo sobre o estatuto “não-nuclear” da Ucrânia, de modo a que possa ser alcançado um acordo de paz.

Para o Kremlin, o presidente Volodymyr Zelensky teria também de reconhecer o controlo da Rússia sobre a Crimeia e o estatuto das "repúblicas populares" separatistas de Donetsk e Luhansk.

As negociações sobre um possível acordo de paz estão paralisadas há vários meses.

12h50 - Vinnytsia. Pelo menos 20 civis morreram em ataque russo, denuncia Zelensky

O presidente ucraniano disse esta quinta-feira que pelo menos 20 civis morreram em Vinnytsia. Durante uma conferência internacional para acompanhar crimes de guerra, Volodymyr Zelensky indicou que a cidade foi atingida por "mísseis de cruzeiro".

Foram atingidas, em particular, duas instalações comunitárias, casas, um centro médico e carros. "Esta é a ação do terror russo", afirmou. 

12h40 - Ponto de situação

  • A Ucrânia está "definitivamente mais perto" de fechar um acordo para exportar cereais através dos seus portos do Mar Negro após as negociações de quarta-feira com Rússia, Nações Unidas e Turquia, afirmou hoje o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov.

  • O Ministério da Defesa da Rússia disse esta quinta-feira que as suas Forças Aéreas derrubaram dois caças ucranianos e destruíram obuses M777 fabricados nos EUA no leste da Ucrânia.

  • Três mísseis russos atingiram a cidade ucraniana de Vinnytsia esta quinta-feira, matando pelo menos oito civis, avançou o gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.

  • O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros atacou esta quinta-feira os Estados Unidos e o Reino Unido por ajudarem a treinar as Forças Armadas da Ucrânia, o que consideram uma "guerra híbrida" travada pelos países da NATO contra a Rússia.

12h21 - Rússia diz que trabalhos do Nord Stream 1 dependerão das sanções e da necessidade de gás

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse hoje que os trabalhos futuros do gasoduto Nord Stream 1, que está neste momento a passar por uma manutenção anual, dependerão das necessidades de gás na Europa e das sanções "unilaterais".

Zakharova afirmou que a manutenção, que deve terminar a 21 de julho, foi previamente acordada com os consumidores de gás.

A Europa teme que a Rússia possa prolongar a manutenção programada para restringir ainda mais o fornecimento de gás à Europa, atrapalhando os planos de abastecimento para o inverno.

12h10 – Ucrânia diz que acordo sobre cereais está “mais perto” após negociações na Turquia

A Ucrânia está "definitivamente mais perto" de fechar um acordo para exportar cereais através dos seus portos do Mar Negro após as negociações de quarta-feira com Rússia, Nações Unidas e Turquia, afirmou hoje o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov.

"Estamos definitivamente um passo mais perto de um resultado", disse o ministro à agência Reuters.

11h57 – Rússia diz ter derrubado jatos ucranianos e destruído armas fornecidas pelos EUA

O Ministério da Defesa da Rússia disse esta quinta-feira que as suas Forças Aéreas derrubaram dois caças ucranianos e destruíram obuses M777 fabricados nos EUA no leste da Ucrânia.

No seu briefing diário, o Ministério da Defesa garante ainda ter atingido uma fábrica no sul de Zaporizhzhia com mísseis Kalibrcruise, destruindo veículos de combate ucranianos.

11h24 – Moscovo diz que contactos sobre cereais ucranianos vão continuar

Os contactos entre Rússia, Ucrânia, Turquia e as Nações Unidas sobre a questão das exportações de cereais ucranianos vão continuar, informou a agência de notícias Interfax esta quinta-feira, citando o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros.

As quatro partes envolvidas nas negociações deverão assinar na próxima semana um acordo com o objetivo de retomar as exportações de cereais ucranianos pelo Mar Negro, avançou na quarta-feira o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar.

11h11 – Forças russas atingem a cidade ucraniana de Vinnytsia e fazem oito mortos

Três mísseis russos atingiram a cidade ucraniana de Vinnytsia esta quinta-feira, matando pelo menos oito civis, avançou o gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.

"Há mortos e feridos", escreveu Sergei Borzov, governador da região de Vinnytsia, no Telegram.

A polícia estimou entretanto que haja pelo menos seis feridos e disse que cerca de 50 veículos ficaram em chamas.

10h42 – OSCE alarmada com "campos de filtragem" da Rússia

A OSCE está "seriamente preocupada" com o tratamento de Moscovo aos civis ucranianos em "campos de filtragem" projetados para identificar os suspeitos de ligações com as autoridades ucranianas, segundo um relatório hoje publicado.

"Segundo testemunhas", este procedimento "envolve interrogatórios brutais e revistas corporais humilhantes", escrevem os três autores do relatório de 115 páginas - ao qual a agência de notícias AFP teve acesso -, sublinhando que esta situação é "alarmante".

O documento, produzido para a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, indica que os ucranianos retirados de cidades cercadas, como o porto estratégico de Mariupol, ou aqueles que saem de territórios ocupados por tropas russas, são obrigados a transitar por esses centros.

"Os seus dados pessoais são registados, as suas impressões digitais tiradas e os seus documentos de identidade copiados", detalha o relatório.

Aparentemente, o objetivo é determinar se as pessoas lutaram do lado ucraniano ou se têm ligações com o regimento militar ucraniano Azov ou com as autoridades ucranianas.

"Se assim for, essas pessoas são separadas das outras e muitas vezes simplesmente desaparecem", dizem os especialistas, dois dos quais viajaram para a Ucrânia em junho para concluir o seu trabalho, que tem com base várias fontes.

(Agência Lusa)

9h47 – Moscovo ataca Ocidente por dar treino de armas às forças ucranianas

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros atacou esta quinta-feira os Estados Unidos e o Reino Unido por ajudarem a treinar as Forças Armadas da Ucrânia, o que consideram uma "guerra híbrida" travada pelos países da NATO contra a Rússia.

A porta-voz russa Maria Zakharova insistiu que Washington forneceu à Ucrânia instrutores para ajudarem as forças de Kiev a usarem sistemas avançados de rockets de alta mobilidade (HIMARS) fabricados nos EUA.

A responsável observou que esses sistemas, com maior alcance e precisão, estão a ser "amplamente" usados pelas forças ucranianas.

Zakharova também criticou a decisão do Reino Unido de levar ucranianos para esse país para fornecer treinos de armamento.

9h31 – EUA dizem que representantes da Rússia não têm lugar na reunião do G20

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse esta quinta-feira que os representantes do presidente Vladimir Putin não têm lugar na reunião do grupo das 20 principais economias (G20), alertando que a guerra na Ucrânia tem um efeito negativo em todo o mundo.

Yellen falava à margem de uma reunião do G20 na ilha indonésia de Bali, na qual a Rússia também está a participar.

9h04 - Militares ucranianos lançam novo ataque contra forças russas no sul da Ucrânia

As forças ucranianas atingiram dois postos de controlo militares esta quinta-feira, no segundo ataque desta semana a uma área controlada pela Rússia no sul da Ucrânia.

O novo ataque a Nova Kakhovka, na região de Kherson, matou 13 "ocupantes", disse Sergei Bratchuk, porta-voz da administração regional de Odessa.

O Ministério da Defesa da Rússia ainda não comentou o alegado ataque.

Os militares ucranianos disseram na terça-feira que um ataque das suas forças em Nova Kakhovka matou 52 pessoas. Moscovo falou apenas em pelo menos sete vítimas mortais.

8h37 - Guerra já matou pelo menos 349 crianças e feriu 652

A guerra na Ucrânia já matou pelo menos 349 crianças desde que a Rússia invadiu o país a 24 de Fevereiro, de acordo com dados oficiais recolhidos até esta quarta-feira.

"Mais de mil crianças foram afetadas na Ucrânia como resultado de uma agressão armada em larga escala por parte da Federação Russa", publicou na plataforma Telegram a Procuradoria-Geral ucraniana.

As mil crianças afetadas incluem 349 crianças mortas e 652 feridas em diversos graus nos ataques e bombardeamentos russos em todo o país, de acordo com a mesma fonte.

"Os números não são definitivos, uma vez que estão em curso esforços para determinar as baixas em áreas de hostilidades ativas, em territórios temporariamente ocupados e libertados", acrescentou.

Um total de 2.126 instituições ligadas à educação foram danificadas devido a bombardeamentos e ataques das forças armadas da Rússia. Destes, 216 foram totalmente destruídas.

(Agência Lusa)

8h21 - Kiev corta relações diplomáticas com Coreia do Norte

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou o corte de relações diplomáticas com a Coreia do Norte após Pyongyang reconhecer a independência das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.

Numa mensagem vídeo, Zelensky disse que o reconhecimento da Coreia do Norte da chamada "independência das áreas temporariamente ocupadas pela Rússia nas regiões de Donetsk e Lugansk no leste do país não requer sequer uma resposta, porque é muito óbvio para onde a Ucrânia se dirige e para onde os ocupantes se dirigem".

A Coreia do Norte reconheceu na quarta-feira a independência das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, juntando-se à Rússia e Síria, anunciou a embaixada norte-coreana em Moscovo.

A nota de reconhecimento foi entregue ao embaixador da Rússia em Pyongyang, disse um porta-voz da representação diplomática da Coreia do Norte em Moscovo à agência russa Interfax.

(Agência Lusa)

7h50 - Ponto de situação

  • Rússia, Ucrânia, Turquia e Nações Unidas deverão assinar um acordo na próxima semana com o objetivo de retomar as exportações de cereais da Ucrânia, mas o chefe das Nações Unidas, António Guterres, avisou que há ainda "um longo caminho a percorrer" antes de haver negociações de paz para pôr fim à guerra.

  • As autoridades ucranianas afirmaram quarta-feira que os ataques russos nas proximidades da cidade de Mykolaiv, no sul do país, causaram pelo menos cinco mortos civis.

  • A Coreia do Norte reconheceu oficialmente as duas regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia como países independentes, noticiou a imprensa estatal norte-coreana.

  • Os Estados Unidos pediram à Rússia que liberte imediatamente os ucranianos que foram forçados a sair do seu país de origem e que permita observadores externos, citando relatos de que Moscovo está a colocar crianças ucranianas para adoção e a "fazer desaparecer" milhares de outras.

  • Mais de 9 milhões de pessoas cruzaram a fronteira da Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país, segundo a agência da ONU para os Refugiados.