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Guerra no Médio Oriente
Reféns franceses detidos no Irão. Cécile Kohler e Jacques Paris acusados de espionagem para Israel
Os franceses Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos no Irão há mais de três anos, foram acusados de "espionagem para a Mossad", os serviços de informações externas israelitas, por "conspiração para derrubar o regime" e "corrupção na terra", avança a agência France-Presse, citando uma fonte diplomática ocidental e o círculo próximo dos detidos. O anúncio surge uma semana depois de os familiares e advogados do casal terem exigido "provas de vida imediatas" na sequência do ataque israelita à prisão de Evin, em 23 de junho passado, onde estavam detidos.
Em entrevista à AFP, acrescenta que "não sabemos quando (foram notificados destas acusações). Mas eles ainda não têm acesso a advogados independentes", aponta, após uma visita consular do encarregado de negócios da Embaixada de França em Teerão.
A professora de letras de 40 anos, Cécile Kohler, e o seu companheiro de 72 anos, Jacques Paris, foram detidos a 7 de maio de 2022, no último dia de uma viagem turística ao Irão e são agora alvo de três acusações, cada uma delas passível de pena de morte.
"Acusações infundadas"
Até agora, Teerão tinha indicado que os dois reféns franceses detidos eram acusados de espionagem, mas nunca revelou para que país. Do lado do Irão, nenhuma fonte confirmou se foram apresentadas novas acusações contra eles.
Questionado pela AFP, uma fonte diplomática francesa disse que "se estas acusações, se forem confirmadas, são totalmente infundadas". "Cécile Kohler e Jacques Paris são inocentes. Nenhuma sentença nos foi comunicada e, tanto quanto sabemos, nenhuma foi proferida", acrescentou.
Segundo o porta-voz da diplomacia francesa, a França "não deixou de exigir a sua libertação imediata e incondicional desde a detenção, há mais de três anos", acrescentando que o presidente francês Emmanuel Macron e o ministro francês dos Negócios Estrangeiros "reiteraram esta exigência aos homólogos iranianos em várias ocasiões e novamente nos últimos dias". "Provas de vida imediatas"
Após a ausência de informação decorrente do ataque israelita à prisão de Evin, em Teerão, durante a guerra de 12 dias entre Israel e o Irão, as famílias e os advogados do casal exigiram na semana passada "provas de vida imediatas". "Não sabemos nada sobre o destino de Cécile e Jacques, não sabemos se
ainda estão vivos, não sabemos onde estão", alertou a irmã de Cécile,
Noémie Kohler.
Esta terça-feira, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, anunciou que Cécile Kohler e Jacques Paris tinham recebido a visita de um diplomata francês. Uma semana depois de as autoridades francesas terem indicado ter "garantias" de que os dois franceses não tinham ficado feridos no ataque israelita.
No entanto, a informação foi considerada pouco credível pela irmã de Cécile Kohler porque "vem das autoridades iranianas", o que considerou estar "longe de ser uma garantia".
c/agências