Mundo
Guerra na Ucrânia
Rússia considera planos de reforço do exército alemão "muito preocupantes"
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou esta quarta-feira que os planos recentemente anunciados por Berlim para reforçar o exército alemão eram "muito preocupantes". O comentário foi feito no mesmo dia em que o presidente ucraniano visita Berlim para se reunir com o chanceler alemão.
"As recentes declarações do novo chanceler alemão, o senhor Merz, que prometeu fazer da Alemanha, nas suas palavras, a principal potência militar da Europa, são muito preocupantes", disse Lavrov numa conferência de imprensa em Moscovo.
"Muitos pensaram imediatamente nos períodos do século passado em que a Alemanha se tornou duas vezes a principal potência militar, e nos infortúnios que isso trouxe", acrescentou.
Lavrov refere-se às recentes declarações do chanceler alemão, que garantiu que Berlim vai liderar a defesa da Europa, prometendo dotar a Alemanha com o "exército mais poderoso da Europa". A Alemanha ativou pela primeira vez desde a II Guerra Mundial uma força militar permanente fora do país, com a instalação de uma unidade de blindados na Lituânia, com cinco mil efetivos até 2027.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros já tinha tecido críticas ao chanceler alemão na terça-feira, referindo-se a Merz como “um exemplo da incompetência das lideranças da União Europeia”.

Foto: Pavel Bednyakov - Pool via Reuters
As críticas foram feitas depois de o chanceler alemão ter anunciado, na segunda-feira, que a Alemanha deixou de exigir à Ucrânia que não utilize armas alemãs contra alvos militares em território russo.
"Já não há limites de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos norte-americanos”, afirmou Merz.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou esta decisão como "bastante perigosa" e contrária às aspirações de Moscovo em alcançar "um acordo político". Lavrov, por sua vez, disse que esta foi uma “declaração atabalhoada” que mostra “a falta de competência das novas lideranças europeias”, considerando que a decisão já tinha sido tomada há muito tempo.
Zelensky encontra-se com Merz em Berlim
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou esta quarta-feira a Berlim para se reunir com o chanceler alemão.
A sua visita irá focar-se no "apoio alemão à Ucrânia e nos esforços para alcançar um cessar-fogo" com a Rússia, de acordo com o porta-voz do Governo alemão, Stefan Kornelius. Zelensky e Merz deverão também discutir os esforços da UE para pressionar Moscovo com um novo pacote de sanções.
O chefe de Estado ucraniano e o chanceler alemão deverão falar numa conferência de imprensa conjunta por volta das 13h30 (12h30 em Lisboa). Durante a tarde, Volodymyr Zelensky também se encontrará com o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier.
Friedrich Merz tem sido um dos mais fervorosos apoiantes de Kiev. Desde que assumiu o cargo, a 6 de maio, o chefe do Governo alemão prometeu apoiar resolutamente a Ucrânia, trabalhando com Paris, Londres e Varsóvia, em contraste com o seu antecessor social-democrata, Olaf Scholz, que se revelou ambivalente sobre o assunto.
Desde que Trump regressou à Casa Branca, o apoio norte-americano à Ucrânia tornou-se incerto. Por este motivo, a Alemanha pode desempenhar um papel cada vez mais importante como o maior apoiante militar e financeiro da Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos.
Sob o Governo de Olaf Scholz, a Alemanha recusou consistentemente enviar armas de longo alcance à Ucrânia, temendo uma escalada de tensões com a Rússia.
Quando assumiu o poder, Merz assumiu uma posição favorável quanto à entrega de mísseis com um alcance superior a 500 quilómetros. No entanto, até ao momento, Berlim forneceu armas à Ucrânia com um alcance máximo de 70 quilómetros.
Merz tem preferindo jogar com a "ambiguidade estratégica" e disse que a Alemanha não irá detalhar publicamente quais as armas que está a enviar para Kiev.
c/ agências
"Muitos pensaram imediatamente nos períodos do século passado em que a Alemanha se tornou duas vezes a principal potência militar, e nos infortúnios que isso trouxe", acrescentou.
Lavrov refere-se às recentes declarações do chanceler alemão, que garantiu que Berlim vai liderar a defesa da Europa, prometendo dotar a Alemanha com o "exército mais poderoso da Europa". A Alemanha ativou pela primeira vez desde a II Guerra Mundial uma força militar permanente fora do país, com a instalação de uma unidade de blindados na Lituânia, com cinco mil efetivos até 2027.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros já tinha tecido críticas ao chanceler alemão na terça-feira, referindo-se a Merz como “um exemplo da incompetência das lideranças da União Europeia”.
Foto: Pavel Bednyakov - Pool via Reuters
As críticas foram feitas depois de o chanceler alemão ter anunciado, na segunda-feira, que a Alemanha deixou de exigir à Ucrânia que não utilize armas alemãs contra alvos militares em território russo.
"Já não há limites de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia. Nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós. Nem pelos norte-americanos”, afirmou Merz.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, qualificou esta decisão como "bastante perigosa" e contrária às aspirações de Moscovo em alcançar "um acordo político". Lavrov, por sua vez, disse que esta foi uma “declaração atabalhoada” que mostra “a falta de competência das novas lideranças europeias”, considerando que a decisão já tinha sido tomada há muito tempo.
Zelensky encontra-se com Merz em Berlim
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou esta quarta-feira a Berlim para se reunir com o chanceler alemão.
A sua visita irá focar-se no "apoio alemão à Ucrânia e nos esforços para alcançar um cessar-fogo" com a Rússia, de acordo com o porta-voz do Governo alemão, Stefan Kornelius. Zelensky e Merz deverão também discutir os esforços da UE para pressionar Moscovo com um novo pacote de sanções.
O chefe de Estado ucraniano e o chanceler alemão deverão falar numa conferência de imprensa conjunta por volta das 13h30 (12h30 em Lisboa). Durante a tarde, Volodymyr Zelensky também se encontrará com o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier.
Friedrich Merz tem sido um dos mais fervorosos apoiantes de Kiev. Desde que assumiu o cargo, a 6 de maio, o chefe do Governo alemão prometeu apoiar resolutamente a Ucrânia, trabalhando com Paris, Londres e Varsóvia, em contraste com o seu antecessor social-democrata, Olaf Scholz, que se revelou ambivalente sobre o assunto.
Desde que Trump regressou à Casa Branca, o apoio norte-americano à Ucrânia tornou-se incerto. Por este motivo, a Alemanha pode desempenhar um papel cada vez mais importante como o maior apoiante militar e financeiro da Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos.
Sob o Governo de Olaf Scholz, a Alemanha recusou consistentemente enviar armas de longo alcance à Ucrânia, temendo uma escalada de tensões com a Rússia.
Quando assumiu o poder, Merz assumiu uma posição favorável quanto à entrega de mísseis com um alcance superior a 500 quilómetros. No entanto, até ao momento, Berlim forneceu armas à Ucrânia com um alcance máximo de 70 quilómetros.
Merz tem preferindo jogar com a "ambiguidade estratégica" e disse que a Alemanha não irá detalhar publicamente quais as armas que está a enviar para Kiev.
c/ agências