Trump quer saber quem é a pessoa que o acusou

por RTP
A bateria de tweets de Donald Trump surge após ter sido dado a conhecer o teor da queixa contra o Presidente norte-americano Jonathan Ernst - Reuters

O Presidente dos Estados Unidos redobrou os ataques ao informador que desencadeou o inquérito com vista à sua destituição lançado pelos democratas na Câmara dos Representantes. Donald Trump diz ainda que deseja encontrar-se com quem denunciou o episódio do seu telefonema com o Presidente ucraniano.

“Como qualquer americano, eu tenho o direito de saber quem é a pessoa que me acusa. Especialmente quando este chamado denunciante vem falar de uma conversa perfeita com um líder estrangeiro de uma forma completamente distorcida e fraudulenta”, escreveu ontem Trump na sua conta do Twitter.


Um dos alvos de Trump foi Adam Schiff, presidente do comité de inteligência, que confirmou procedimentos levados a cabo no sentido de conseguir um acordo para o referido informador testemunhar perante este órgão.


“As suas mentiras aconteceram nas circunstâncias mais flagrantes e sinistras jamais vistas… Ele escreveu e leu coisas terríveis, então disse que era da boca do Presidente dos Estados Unidos. Quero que o Schiff seja interrogado ao mais alto nível por fraude e traição”, escreveu Trump.

Face aos constantes ataques de que está a ser alvo por parte do Presidente, os advogados do informador enviaram uma carta ao diretor dos serviços de informações, Joseph Maguire, manifestando preocupações com a segurança do seu cliente.

“Os acontecimentos da última semana aumentaram a nossa preocupação relativamente à possibilidade de a identidade do nosso cliente vir a ser revelada e que, assim, ele venha a ser colocado em risco”, refere a carta enviada pela equipa de defesa do funcionário que revelou alegadas irregularidades no comportamento de Trump durante um contato telefónico com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A bateria de tweets de Donald Trump surge após ter sido dado a conhecer o teor da queixa contra o Presidente norte-americano: no contexto de aproximação das Presidenciais de 2020, o Presidente Trump “solicitou a interferência” de um líder estrangeiro no processo eleitoral, ao tentar convencer Volodymyr Zelensky a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, potencial rival na corrida do próximo ano, e o seu filho, Hunter Biden, que durante anos teve uma carreira de negócios na Ucrânia.

Além do informador, Trump lança fortes acusações contra a fonte que lhe forneceu aquelas informações, dizendo que está muito próximo do papel de espião, o que deverá acarretar fortes consequências.


“Eu quero conhecer não apenas o meu acusador, que apresentou informação em segunda mão e terceira mão, mas também a pessoa que ilegalmente lhe passou essa informação, em larga medida incorreta. Estava essa pessoa a espiar o Presidente dos Estados Unidos? Grandes consequências”, escreve Trump na sua conta da rede Twitter.

Trump afirmou antes que a pessoa que forneceu os elementos sobre o telefonema com Zelensky estava muito próximo do que é um espião. Logo após diria que nos velhos tempos os espiões eram tratados de forma diferente, no que foi visto como uma forma de o Presidente tentar intimidar a fonte deste caso.
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