O Presidente dos Estados Unidos redobrou os ataques ao informador que desencadeou o inquérito com vista à sua destituição lançado pelos democratas na Câmara dos Representantes. Donald Trump diz ainda que deseja encontrar-se com quem denunciou o episódio do seu telefonema com o Presidente ucraniano.
Like every American, I deserve to meet my accuser, especially when this accuser, the so-called “Whistleblower,” represented a perfect conversation with a foreign leader in a totally inaccurate and fraudulent way. Then Schiff made up what I actually said by lying to Congress......
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 29, 2019
Um dos alvos de Trump foi Adam Schiff, presidente do comité de inteligência, que confirmou procedimentos levados a cabo no sentido de conseguir um acordo para o referido informador testemunhar perante este órgão.
His lies were made in perhaps the most blatant and sinister manner ever seen in the great Chamber. He wrote down and read terrible things, then said it was from the mouth of the President of the United States. I want Schiff questioned at the highest level for Fraud & Treason.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 29, 2019
“As suas mentiras aconteceram nas circunstâncias mais flagrantes e sinistras jamais vistas… Ele escreveu e leu coisas terríveis, então disse que era da boca do Presidente dos Estados Unidos. Quero que o Schiff seja interrogado ao mais alto nível por fraude e traição”, escreveu Trump.
Face aos constantes ataques de que está a ser alvo por parte do Presidente, os advogados do informador enviaram uma carta ao diretor dos serviços de informações, Joseph Maguire, manifestando preocupações com a segurança do seu cliente.
“Os acontecimentos da última semana aumentaram a nossa preocupação relativamente à possibilidade de a identidade do nosso cliente vir a ser revelada e que, assim, ele venha a ser colocado em risco”, refere a carta enviada pela equipa de defesa do funcionário que revelou alegadas irregularidades no comportamento de Trump durante um contato telefónico com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A bateria de tweets de Donald Trump surge após ter sido dado a conhecer o teor da queixa contra o Presidente norte-americano: no contexto de aproximação das Presidenciais de 2020, o Presidente Trump “solicitou a interferência” de um líder estrangeiro no processo eleitoral, ao tentar convencer Volodymyr Zelensky a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, potencial rival na corrida do próximo ano, e o seu filho, Hunter Biden, que durante anos teve uma carreira de negócios na Ucrânia.
Além do informador, Trump lança fortes acusações contra a fonte que lhe forneceu aquelas informações, dizendo que está muito próximo do papel de espião, o que deverá acarretar fortes consequências.
....In addition, I want to meet not only my accuser, who presented SECOND & THIRD HAND INFORMATION, but also the person who illegally gave this information, which was largely incorrect, to the “Whistleblower.” Was this person SPYING on the U.S. President? Big Consequences!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 29, 2019
“Eu quero conhecer não apenas o meu acusador, que apresentou informação em segunda mão e terceira mão, mas também a pessoa que ilegalmente lhe passou essa informação, em larga medida incorreta. Estava essa pessoa a espiar o Presidente dos Estados Unidos? Grandes consequências”, escreve Trump na sua conta da rede Twitter.
Trump afirmou antes que a pessoa que forneceu os elementos sobre o telefonema com Zelensky estava muito próximo do que é um espião. Logo após diria que nos velhos tempos os espiões eram tratados de forma diferente, no que foi visto como uma forma de o Presidente tentar intimidar a fonte deste caso.