IRC, o imposto que pode quebrar a liderança política de Portugal
O Imposto sobre o Rendimento das pessoas Coletivas continua a separar o Governo da AD e o PS. O Executivo de Luís Montenegro não aceita transformar a descida deste imposto num crédito fiscal ao investimento, como propõem os socialistas.
O PS aceita apenas a descida de um ponto, no próximo ano, mas propõe como alternativa o crédito fiscal extraordinário. Algo que o ministro da presidência, Leitão Amaro, já tinha afirmado na RTP que o governo não iria aceitar e queria outra alternativa. O líder parlamentar do CDS-PP, em declarações aos jornalistas no fim da sessão comemorativa do 5 de Outubro, explicou que "o crédito fiscal ao investimento, que foi de facto criado no tempo em que eu era secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, visava dar um impulso ao investimento, mas é uma medida temporária, é uma medida que tem uma duração limitada no tempo".
Paulo Núncio argumentou que "uma redução do IRC é uma medida permanente, é uma medida que visa que as empresas portuguesas ganhem competitividade fiscal e que Portugal se transforme num país mais atrativo do ponto de vista fiscal e, por isso, uma medida não substitui a outra".
A RTP apurou, no entanto, que os socialistas ainda não receberam qualquer indicação de recusa por parte do Governo. Faltam três dias para entregar o Orçamento do Estado na Assembleia da República.
Na versão inicial do Governo, o Orçamento previa uma redução da taxa do IRC de seis por cento. Ou seja, propunha inicialmente uma redução da taxa para 15 por cento até 2028 e que foi entretanto redefinida para 17 por cento.