As chamas que deflagraram sábado em vários concelhos do distrito de Castelo Branco não deram tréguas aos bombeiros. O ministro da Administração Interna garantiu que as causas estão a ser investigadas. A Polícia Judiciária está a investigar as “ignições estranhas”. Há a registar 20 feridos, oito bombeiros e 12 civis. Ontem um civil foi transportado para o Hospital de São José, em Lisboa, onde está com “uma evolução favorável”, segundo o Presidente da República que hoje o visitou.
A população está em pânico com a situação. As chamas avançam em grande força em direção às habitações.
Alem dos meios terrestres estão também meios aéreos a combater as chamas.
A União Europeia (UE) está a produzir mapas satélite dos incêndios que deflagraram no sábado no distrito de Castelo Branco e que alastraram ao concelho de Mação, no distrito de Santarém, acrescentando que está disponível para prestar mais ajuda.
Following a request by #Portugal 🇵🇹 we are producing @CopernicusEMS satellite maps for the forest fires affecting the Castelo Branco region.
— Christos Stylianides (@StylianidesEU) July 21, 2019
We are closely monitoring the situation. The EU 🇪🇺 stands ready to provide further help.#rescEU #EUProtects
"A pedido de Portugal estamos a produzir mapas satélite para os incêndios florestais que afetam a região de Castelo Branco. Estamos a acompanhar de perto a situação. A UE está pronta para fornecer mais ajuda", publicou hoje na plataforma Twitter o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides.
Um total de "85 por cento do perímetro (do incêndio) está já dominado, contudo está neste momento com muitas reativações, fruto do aumento da temperatura e da rotação do vento", o que acaba por gerar "uma pressão maior" por parte dos operacionais para conseguir manter o fogo dentro da área dominada, disse Belo Costa, que falava aos jornalistas numa conferência de imprensa que decorreu na Escola Secundária da Sertã.
Apesar da evolução favorável no combate (às 08h00, 60 por cento do perímetro estava dominado), o comandante do Agrupamento Centro Sul salientou que vai ser "uma tarde de intenso trabalho" e, com o agravar dos indicadores meteorológicos, os meios no terreno vão ser postos "à prova".
Segundo Belo Costa, os incêndios que deflagraram no sábado na Sertã mantêm-se dominados desde a noite, surgindo algumas reativações que têm sido controladas pelo dispositivo que continua no terreno.
"Vila de Rei está a exigir agora de nós uma atenção redobrada e um redefinir de estratégia", com reposicionamento de meios para áreas que antes não preocupavam as autoridades, explicou, referindo que estão no terreno cerca de 800 operacionais, apoiados por quase 250 meios terrestres e 14 meios aéreos.
As pequenas parcelas da frente de incêndio que estão por resolver são áreas em que há reativações por força do combustível e da orografia, normalmente localizadas em sítios de muito difícil acesso, aclarou.
O Presidente da República visitou, esta manhã, o civil ferido no incêndio de Vila de Rei, que foi transportado para o Hospital de São José, em Lisboa.
Em declarações à RTP, o Presidente da República revelou que o homem “está a recuperar” e elogia o “hospital de São José onde está a ser acompanhado”.
“Os sinais são de uma situação totalmente controlada e de uma evolução previsivelmente favorável. E isso é muito positivo”.
Em relação à possibilidade da origem dos incêndios que deflagraram sábado terem tido origem em mão criminosa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “não compete ao Presidente da República comentar”.
“Isso são investigações que caberão às entidades de investigação criminal”.
O Chefe de Estado revelou ainda que tem mantido “um contacto constante com o ministro da Administração Interna e com os autarcas”.
A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Centro, com a colaboração da Guarda Nacional República de Castelo Branco, deteve um homem, de 55 anos, pela presumível prática de um crime de incêndio florestal, ocorrido ontem, dia 20 de julho, nas imediações da cidade de Castelo Branco.
Durante a madrugada, o suspeito, usando chama direta, colocou um foco de incêndio em zona florestal povoada com pinheiros e mato, dentro de uma vasta mancha florestal, que teria proporções mais gravosas caso não tivesse havido uma rápida intervenção dos bombeiros de Castelo Branco.
A atuação do suspeito colocou em perigo a integridade física e a vida de pessoas, bem como habitações e a grande mancha florestal.
O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
O presidente da câmara de Mação revelou que na localidade de Sarnadas, freguesia de Cardigos, há algumas habitações que podem estar em perigo.
Os reacendimentos são a grande preocupação das autoridades.
O incêndio que deflagrou no sábado atingiu três concelhos, Mação, Vila de Rei e Sertã.
Os reacendimentos são uma das maiores preocupações das autoridades de proteção civil. O vento forte a as altas temperaturas não facilitam o trabalho dos bombeiros.
A meio da tarde os termómetros poderão chegar aos 40º.
O Presidente da República visitou hoje o civil ferido no incêndio de Vila de Rei que se encontra no Hospital de São José, em Lisboa, e disse à Lusa que "a situação está sob controlo".
Numa declaração à agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que este ferido, que se encontra em estado grave, "estava a ser submetido a exames clínicos e a ser muito bem acompanhado".
"A situação está sob controlo e a evoluir favoravelmente", adiantou o chefe de Estado, que acabara de sair do Hospital de São José, em Lisboa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera decidiu prolongar até depois de amanhã o aviso amarelo para sete distritos do Continente devido à previsão de tempo quente.
O Instituto prevê valores elevados e persistentes de temperatura máxima.
O aviso amarelo é o terceiro mais grave de uma escala de quatro.
As chamas que lavram desde sábado em Castelo Branco não consumiram nenhuma casa de primeira habitação.
Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, não coloca de lado a possibilidade de a causa dos incêndios ter sido uma mão criminosa e pede às autoridades para apurarem.
“Se foi mão criminosa é mais uma vez lamentável, que haja pessoas que persistam em tentar destruir a maior riqueza que esta região tem”, afirmou.
No concelho de Mação as chamas destruíram 2700 hectares de floresta.
Na aldeia de Cardigos, Mação, registaram-se novas frentes de fogo, que foi dominado pelos meios aéreos em cerca de 20 minutos com seis descargas.
Os reacendimentos são uma das maiores preocupações das forças da proteção civil.
O ministro da Administração Interna garante que as causas dos incêndios estão a ser investigadas e revela ter “estranheza com estes incêndios”.
Os dois incêndios que deflagraram sábado na Sertã, distrito de Castelo Branco, que foram dados como dominados esta madrugada registam esta manhã alguns reacendimentos.
Na aldeia de Maxieira, no concelho de Mação, os reacendimentos têm sido uma constante desde esta manhã. Os bombeiros estão no local para evitar que os reacendimentos ganhem maiores proporções.
O vento está a dificultar o trabalho aos operacionais.
As chamas estão a consumir zonas de mato com acessos muito difíceis.
As Forças Armadas reforçaram esta manhã o apoio à Proteção Civil no combate aos incêndios, tendo deslocado para Vila de Rei uma cozinha de campanha do Exército e alimentos para assegurar refeições a pelo menos 600 pessoas.
"Este apoio surge na sequência de um pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil" devido aos incêndios que lavram desde a tarde de sábado no distrito de Castelo Branco, refere em comunicado o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA).
Segundo o EMGFA, os géneros alimentares enviados vão "permitir assegurar a refeição, já a partir do almoço de hoje, a pelo menos 600 pessoas".
No âmbito do apoio à Proteção Civil, as Forças Armadas já tinham enviado no sábado para Vila de Rei quatro máquinas de rasto, três do Exército com 15 militares, e uma da Força Aérea com mais cinco militares.
Segundo o site da Autoridade Nacional da Proteção Civil, estão ativos dez incêndios, dos quais três estão em curso, três em fase de resolução e quatro em conclusão.
No combate às chamas estão 1362 operacionais, apoiados por 405 meios terrestres e 16 meios aéreos.
O incêndio que começou sábado na freguesia de Fundada, concelho de Vila de Rei, distrito de Portalegre, é o que mobiliza mais meios. No local estão 814 operacionais, apoiados por 250 meios terrestres e 12 meios aéreos.
Os dois incêndios que deflagraram ontem no concelho de Sertã, distrito de Castelo Branco, estão em fase de resolução.
Além do incêndio de Vila de Rei, a Proteção Civil revela que, já este domingo, as chamas deflagraram na localidade de Pego, concelho de Abrantes, distrito de Santarém. E na freguesia de Darque, em Viana do Castelo.
A aldeia de Maxieira, no concelho de Mação, está a ser ameaçada pelas chamas.
Seis casas de habitação poderão estar em risco. Em quatro delas os moradores permanecem no interior.
Durante toda a noite a aldeia esteve ameaçada. Mas, esta manhã a situação agravou-se.
No local estão militares para ajudar a combater as chamas.
A população queixa-se da falta de meios para combater o incêndio.
Sete dos oito feridos nestes incêndios já tiveram alta. São bombeiros das corporações de Cernache e da Sertã que sofreram traumas ligeiros na luta contra as chamas.
O civil que foi transportado de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa e é o que inspira maiores cuidados.
Está internado na unidade de queimados.
As Forças Armadas já foram também chamadas a combater o incêndio de Vila de Rei.
A Proteção Civil esclarece que no terreno estão já máquinas militares de rasto.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, transmitiu hoje "toda a solidariedade aos homens e mulheres" que estão a combater os incêndios no distrito de Castelo Branco e às populações atingidas.
Numa nota publicada no 'site' da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que está a acompanhar a situação, estando em contacto com o Governo e com os presidentes das câmaras municipais das zonas afetadas.
"Consciente das adversas condições meteorológicas, o Presidente da República transmite toda a solidariedade aos homens e mulheres que os combatem, bem como às populações mais diretamente atingidas, no que é acompanhado por todos os portugueses", refere a nota.
Oito meios aéreos já estão a combater as chamas os dez incêndios que estão em curso a esta hora.
Na Estrada Nacional 244, que liga Vila de Rei a Cardigos, é notória a devastação causada pelo incêndio de sábado.
A circulação está dificultada devido aos ramos das árvores que caíram sobre a via.
As chamas destruíram vários cabos de comunicações.
A principal dificuldade no combate às chamas durante este sábado e a madrugada de domingo foi o vento, sendo que a orografia da região também não é fácil, como deu conta o responsável da Proteção Civil.
Dos dez incêndios ativos, seis estão em fase de conclusão, três em fase de resolução e 1 em curso. No combate às chamas estão 1290 operacionais, apoiados por 396 meios terrestres.
Nove concelhos dos distritos de Castelo Branco, Santarém, Guarda, Portalegre e Faro estão hoje um risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O distrito de Castelo Branco, onde lavram incêndios desde a tarde sábado e que provocaram oito feridos, é o que concentra o maior número de concelhos em risco máximo de incêndio: Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Penamacor e Covilhã.
Em risco máximo de incêndio estão também os concelhos de Sabugal, na Guarda, Nisa e Marvão, em Portalegre, Alcoutim, em Faro e Mação, em Santarém.
O IPMA colocou ainda em risco muito elevado de incêndio vários concelhos dos distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Beja e Faro.