O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra foi fundado 50 anos antes de Portugal ser reconhecido como reino independente pela Santa Sé, a autoridade máxima na Europa medieval. D. Afonso Henriques, ainda um príncipe insurreto, apoiou a fundação do Mosteiro de Santa Cruz, apostando na estreita ligação dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho com o poder de Roma. A afirmação do primeiro rei de Portugal está, portanto, intrinsecamente ligada a Santa Cruz e o Mosteiro de Santa Cruz deve muito do seu poder e prestígio a sucessivos reis de Portugal. É, portanto, compreensível que D. Afonso Henriques tenha decidido fazer-se sepultar em Santa Cruz, que o seu filho, D. Sancho I, tenha seguido o exemplo, e que, 300 anos depois, o rei D. Manuel I e, depois, o seu filho, D. João III, tenham investido tanto neste mosteiro. Durante séculos, o poder simbólico do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra não teve paralelo em Portugal.
Uma visita guiada pelas Professoras de História da Arte da Universidade de Coimbra, Maria de Lurdes Craveiro, também Diretora do Museu Nacional Machado de Castro, e Joana Antunes, e pelo Professor de Estudos Musicais da Universidade de Coimbra, Paulo Estudante.