Entrevista RTP. André Villas-Boas afirma que sócios do FC Porto "querem clube na modernidade"

por Inês Geraldo - RTP
André Villas-Boas deu uma entrevista à RTP sobre a candidatura à presidência do FC Porto Foto: João Martins - RTP

Em entrevista à RTP, André Villas-Boas falou sobre a força da candidatura à presidência do FC Porto, depois de 42 anos de Jorge Nuno Pinto da Costa. O antigo treinador acusa a candidatura do opositor de dizer "várias barbaridades", fala em Andoni Zubizarreta para a direção desportiva dos azuis e brancos e afirmou que os sócios estão fartos e querem ver o FC Porto "na modernidade".

No dia 27 de abril, os sócios do FC Porto votam naquelas que deverão ser as eleições mais concorridas da história do FC Porto. Pinto da Costa, presidente há 42 anos, vai concorrer contra André Villas-Boas, uma das figuras de proa do “Portismo” que acabou por tornar-se numa figura de “traição” no seio da presidência portista.

André Villas-Boas explicou, em entrevista a Hugo Gilberto, que preparou a candidatura de forma criteriosa e que o FC Porto está num momento da sua história que é decisivo. “Temos um grande passivo. Anualmente adicionamos prejuízo às nossas contas. Se Pinto da Costa continuasse na presidência, podíamos estar a caminho da ruína financeira”.

O candidato afimrou que a esta altura, o FC Porto já não se faz valer de “retoques de maquilhagem” e que os líderes devem assumir responsabilidades tanto nas vitórias como nas derrotas, criticando a perda de capacidade financeira do clube nos últimos anos.

E acrescentou: “Este é o reflexo de uma gestão que estagnou no tempo”.

Em relação à continuidade de Sérgio Conceição, o candidato à presidência acredita que deve haver uma conversa com Sérgio Conceição e que se deve respeitar o técnico azul e branco por manter-se à margem do ato eleitoral.As “barbaridades” e a direção desportiva de Zubizarreta

André Villas-Boas refletiu sobre as declarações de Pinto da Costa em relação à candidatura de Villas-Boas. O presidente do FC Porto acusou o antigo treinador estar ligado às más arbitragens de que o clube está a ser vítima nos últimos jogos e as acusações de Vítor Baía de que Villas-Boas é o candidato de Antero Henrique.

“São declarações infelizes de Pinto da Costa. Nunca pensou que a minha candidatura gerasse tanta onda de entusiasmo. Isto confrontou o presidente com uma situação que nunca teve em 42 anos. Os sócios fartaram-se e querem a mudança. Querem o clube na modernidade”.

Sobre as declarações de Vítor Baía, André Villas-Boas foi perentório: “Não posso passar a vida a desmentir a quantidade de barbaridades ditas pela outra candidatura”.

Questionado sobre a possibilidade de Andoni Zubizarreta ser o novo desportivo do FC Porto, Villas-Boas não confirmou mas deixou essa opção em aberto.

“Tenho planos bem definidos para a direção desportiva. O FC Porto de futuro assenta numa direção desportiva sustentada. É possível que aconteça e será um anúncio do agrado dos associados”Os acontecimentos da Assembleia-Geral

“Um dia para jamais se esquecer e que não é para repetir”. Foi assim que André Villas-Boas falou dia da Assembleia-Geral em novembro que terminou com vários desacatos.

“É um marco histórico negro na história do clube. Houve um sinal de vitalidade dos associados e os incidentes foram graves, de intimidação, de agressões, de tentarem impedir as pessoas de expressarem as suas opiniões”.

Sobre as claques, André Villas-Boas falou da sua importância mas diz que não pode haver disparidades entre sócios e simpatizantes no que toca à bilhética. “Há falta de equidade e isso levou à frustração de muitos adeptos”. O candidato falou ainda dos incidentes perto da sua casa e em como não sente insegurança depois de lhe ter sido atribuída proteção.O presidente sem remuneração

Sobre o futuro no FC Porto caso seja eleito presidente, André Villas-Boas garantiu que não vai receber salário e que a nova administração terá de dar o exemplo, lembrando que nos últimos doze anos, o clube da cidade invicta gastou 27 milhões de euros apenas em remunerações.

Villas-Boas criticou as ameaças que o ecossistema do futebol vive nos dias de hoje com os grandes grupos desportivos (City, PSG ou Redbull) mas que o FC Porto deve ser capaz de criar equipas competitivas e escolher treinadores e jogadores com critério.

“São sinais de mudança que levam muitas coisas a tornarem-se sensíveis. Para o FC Porto chegar a uma final europeia tem de estar ao mais alto nível”.

Sobre o dia da eleição no dia 27 de abril, André Villas-Boas afirmou que se deve votar de forma racional, mantendo a emoção e delcarou que estas serão as eleições mais concorridas da história do FC Porto.

“Que haja transparência, que haja escolha. Que toquem as emoções, que toquem as razões. E que o novo presidente seja o presidente de todos os associados do FC Porto”, concluiu o candidato à presidência do clube azul e branco.
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