FC Porto-Sporting. "Leão" pode carimbar o título na última cartada do campeão
O Sporting pode garantir, praticamente, no sábado a conquista do 19.º título nacional de futebol, para acabar com a maior seca da sua história, no reduto de um campeão FC Porto que joga a última cartada.
Concluídas 20 rondas da edição 2020/21 da I Liga portuguesa de futebol, os comandados de Rúben Amorim estão a realizar um percurso sensacional, com 17 vitórias, três empates e nenhuma derrota, equivalentes a 54 pontos.
Os números são brilhantes, e os "leões", que só em 2015/16, com Jorge Jesus, tinham ultrapassado a barreira dos 50 pontos nesta fase (51), podem mesmo igualar o seu recorde de jogos sem perder a abrir uma temporada, replicando 1981/82.
Desde que, a partir de 1995/96, as vitórias valem três pontos, só o FC Porto, por duas vezes, em 1996/97 (56) e 2010/21 (56), tinha feito melhor do que o atual Sporting, que só foi empatado por "dragões" (2-2, à quarta jornada), Rio Ave (1-1, à 14.ª), em Alvalade, e em Famalicão (2-2, à nona).
Quanto à diferença para o segundo classificado, sempre que neste período, à 20.ª jornada, foi superior a cinco pontos, o líder acabou campeão, o que aconteceu seis vezes ao FC Porto, em 1995/96, 1996/97, 1997/98, 2002/03, 2007/08 e 2010/11.
A formação leonina está agora com 10 pontos à maior, beneficiando também da "falência" dos seus eternos rivais: os "dragões", com 44 pontos, têm o pior registo desde 2013/14 (42) e as "águias", com 39, não "voavam" tão baixo desde 2007/08 (38).
O que se pode dizer, volvidas 20 rondas, é que foi o treinador do Benfica, Jorge Jesus, que prometeu muito, mas é o Sporting que está a cumprir, superiormente liderado por Rúben Amorim, cujos mais de 10 milhões de euros que custou já parecem ‘peanuts’.
Trunfos dos verde e brancos
O sistema de três centrais, liderado por Coates, ao lado de Feddal e Luís Neto e à frente do guarda-redes Adán, tem funcionado muito bem, protegido por Palhinha e João Mário, e dá grande projeção ofensiva aos laterais Pedro Porro e Nuno Mendes.
Mais na frente, a velocidade de Tiago Tomás e Nuno Santos tem feito muita mossa, nas costas das defesas contrárias, bem como os golos (14) de Pedro Gonçalves, que nem faturou nos últimos três jogos, mostrando que não há qualquer tipo de dependência.
O Sporting chega, assim, ao clássico personalizado, forte, com as ideias bem definidas, descansado - já que as prematuras eliminações da Liga Europa e da Taça de Portugal lhe valem um calendário desafogado, com muito tempo entre jogos - e na melhor fase do campeonato, com seis triunfos consecutivos.
Azuis e brancos na máxima força
O sofrido 2-1 ao Marítimo contrastou com o jogo anterior, o 2-1 conseguido de forma categórica na receção à Juventus, numa exibição que até merecia um melhor resultado, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.
Sem a folga competitiva dos "leões", os "dragões" chegam mais massacrados e claramente pressionados, sabendo que só uma vitória os relançaria – ficariam a sete pontos – na corrida à revalidação do cetro, à conquista do 30.º título nacional.
Com o regresso de Otávio, e sem lesionados ou castigados, o treinador portista, Sérgio Conceição, deverá optar pelo seu "onze" de gala, o que derrotou a Juventus, com o seu filho Francisco no banco, para lançar se necessário.
Assim, é provável que joguem Manafá, Mbemba, Pepe e Zaidu, à frente de Marchesín, um meio-campo com Uribe e Sérgio Oliveira, ao meio, e Corona e Otávio, mais nos corredores, com Marega e Taremi (10 golos na I Liga) na frente de ataque.
O encontro entre o FC Porto e o Sporting, da 21.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realiza-se no sábado, pelas 20h30, no Estádio do Dragão, no Porto, sem adeptos, sem festa, um novo normal, face à incontornável pandemia da covid-19.