Decorria o ano de 2002 quando o Sporting festejou o seu 18.º campeonato. Lazlo Boloni comandava a equipa verde e branca e João Pinto e Mário Jardel eram as estrelas de um plantel que ainda contava com os préstimos de André Cruz, César Prates, Rui Bento, Pedro Barbosa, Paulo Bento, Marius Niculae e do estreante Ricardo Quaresma. No ainda estádio José Alvalade, o Sporting festejou um título que só voltaria a revalidar 19 anos depois. O responsável: um técnico de 36 anos, com passagens pelo Casa Pia e equipa B do Sporting de Braga, campeão pelo Benfica enquanto jogador, e com um custo de dez milhões aos cofres dos Leões. Rúben Amorim apostou em algumas peças experientes e adicionou juventude a uma equipa que sempre manteve expectativas realistas e foi ganhando o campeonato jogo a jogo. Pedro Gonçalves foi peça fulcral mas o capitão Sebastián Coates liderou a comitiva leonina para a conquista de um título que escapava há quase 20 anos.
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A final europeia perdida em casaDecorria a temporada 2004/05 e o Sporting esteve perto de vencer alguns títulos importantes. José Peseiro era o treinador e contava com alguns nomes sonantes, como Polga, Rochemback, Liedson e Pinilla. João Moutinho saiu da Academia para se tornar uma das referências da equipa dos próximos anos.
Numa semana, os Leões perderam campeonato e Taça UEFA. A duas jornadas do fim, a Liga foi perdida no Estádio da Luz, numa derrota por 1-0, com um golo ainda hoje contestado, num envolvimento entre Luisão e Ricardo na pequena área do Sporting que terminou com o golo do Benfica e que acabaria por dar o título aos encarnados.
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O pior estaria para vir. A 18 de maio de 2005, Rogério ainda deu esperança aos milhares de sportinguistas que estavam no Estádio mas golos de Berezutskiy, Yuri Zhirkov e Vágner Love na segunda parte tiraram o sonho da conquista de um título europeu.
O sétimo lugar no campeonatoNuma caminhada com muitos baixos, o Sporting passou por tempos maus na temporada 2012/13. Planeamento pobre que resultou num inédito sétimo lugar na Liga Portuguesa e com a chegada de Bruno de Carvalho à presidência do Sporting.
Uma época em que a equipa leonina teve quatro treinadores. Depois de iniciar a temporada com Sá Pinto, Oceano Cruz e Franky Vercauteren não conseguiram estabilizar o clube, tendo Jesualdo Ferreira terminado o ano, em que se contaram algumas derrotas embaraçosas, exemplo do Videoton, da Hungria, para a Liga Europa.
Apesar de ter no plantel nomes como Rui Patrício, Cédric Soares, Adrien Silva, Marcos Rojo, Insúa, Stijn Schaars e Diego Capel, o Sporting nunca se soube encontrar e acabou por ficar fora das competições europeias.
A temporada seguinte traria Leonardo Jardim e uma época muito melhor. Fredy Montero e Slimani foram reforços e William Carvalho afirmou-se definitivamente no Sporting. A equipa de Alvalade terminou a época no segundo lugar, conseguindo o apuramento para a Liga dos Campeões.
Jorge Jesus troca a Luz por AlvaladeFoi um verão quente o que se viveu em 2015 no futebol português. Marco Silva, que venceu a Taça de Portugal, foi despedido por Bruno de Carvalho que alegou justa causa para a saída do antigo técnico do Estoril Praia.
Do outro lado da 2.ª Circular, Jorge Jesus não renovou contrato com o Benfica e o presidente do Sporting, numa aposta clara para vencer o campeonato, contratou o antigo treinador dos encarnados, numa decisão que colocou os dois clubes da capital numa acesa guerrilha.
Prometendo desde início que o Sporting seria um candidato a vencer o campeonato, a equipa treinada por Jorge Jesus mostrou grandes momentos de futebol durante a temporada, incluindo duas vitórias sobre o Benfica. Uma na Supertaça, a abrir a época, e outra no Estádio da Luz, por esclarecedores 3-0.
É nesse jogo que o Sporting passa para a liderança da Liga portuguesa, depois de o FC Porto empatar a zero no reduto do Sporting de Braga. No entanto, à 14.ª jornada, o primeiro revés: derrota surpreendente frente ao União da Madeira e liderança perdida para o FC Porto, situação que durou apenas uma jornada.
À 15.ª jornada, a equipa de Jorge Jesus recebeu os Dragões, treinados por Julen Lopetegui e venceu por 2-0, com dois golos de Islam Slimani. Ao longo das jornadas, o Sporting manteve a liderança mas chegado à 21.ª jornada, um empate a zero com o Rio Ave, levou à partilha de pontos no primeiro lugar da Liga, com o Benfica, que recuperou depois de um início tremido.
Decorridas mais quatro jornadas, dérbi eterno em Alvalade, com a liderança em jogo. Uma vitória do Sporting daria margem confortável à equipa de Jorge Jesus, um triunfo encarnado daria a liderança a Rui Vitória e companhia. Kostas Mitroglou marcou o único golo da partida, que acabou por dar os três pontos ao Benfica. Desse jogo, fica ainda a memória do falhanço de Bryan Ruiz, já com o resultado em 0-1, de baliza aberta.
Liderança perdida e nove jornadas por disputar. Benfica e Sporting venceram todas as partidas que disputaram, e apesar de triunfos sobre FC Porto (no Dragão) e Sporting de Braga, os Leões viram o Benfica conseguir o tricampeonato, num ano em que chegaram aos 86 pontos.
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O ataque à Academia de AlcocheteTerceira temporada de Jorge Jesus no Sporting e terceira tentativa para a conquista do campeonato. O técnico português não conseguiu levar os verdes e brancos à liderança do campeonato num ano que terminou de forma atípica, com um dos episódios mais negros do futebol português.
Um episódio que começou com uma quezília entre Bruno de Carvalho e os jogadores do plantel principal, depois da eliminação do Sporting na Liga Europa, frente ao Atlético de Madrid.
Um ambiente tenso cresceu entre jogadores e direção até ao fim de temporada que foi atribulado e em que o Sporting, na última jornada, perdeu com o Marítimo, numa exibição muito contestada pelos adeptos e que impediu o Sporting de disputar a Liga dos Campeões.
Dias conturbados em Alvalade que culminaram, no dia 15 de maio de 2018, numa invasão de adeptos encapuzados à Academia de Alcochete, em que alguns jogadores do plantel principal, como Bas Dost, Acunã e Misic, foram agredidos, tal como Jorge Jesus que foi abordado por alguns dos invasores.
A época terminaria com os jogadores do Sporting a disputarem e a perderem a final da Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves, agudizando ainda mais a crise dentro do clube.
Poucos dias depois, nove jogadores apresentaram cartas de rescisão, alegando justa causa para saírem do clube de Alvalade. Rui Patrício, capitão de equipa, e Daniel Podence foram os primeiros, seguindo-se Bruno Fernandes, Bas Dost, William Carvalho, Rodrigo Battaglia, Gelson Martins, Rafael Leão e Rúben Ribeiro.
Após a saída de Bruno de Carvalho da presidência do Sporting, Bruno Fernandes, Bas Dost e Rodrigo Battaglia regressaram, enquanto Rui Patrício (Wolverhampton), William Carvalho (Bétis de Sevilha), Gelson Martins (Atlético de Madrid) e Podence (Olympiacos) foram vendidos.
Frederico Varandas, depois da passagem do interino Sousa Cintra, assumiu a presidência do Sporting, apostando na estabilização do clube de Alvalade.
A época da redenção sportinguistaTrês anos depois da pior crise da história do Sporting, a temporada 2020/21 veio fazer esquecer todos os percalços. Um investimento de dez milhões de euros em Rúben Amorim deixou muitos adeptos cépticos e a questionarem-se se seria o passo certo a tomar para a equipa de Alvalade.
A realidade é que durante uma pandemia, Rúben Amorim soube motivar uma equipa que há quase duas décadas não vencia um campeonato. Soube retirar pressão de uma equipa jovem e colocar os mais experientes como preciosas peças de liderança.
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Pedro Gonçalves foi o reforço da época. O avançado leonino, proveniente do Famalicão, marcou 18 golos e cedo se afirmou numa equipa que cometeu poucos erros e que, quando em dificuldade, lutou até ao fim para retirar o máximo de pontos em jogo.
Juntou-se-lhe Pedro Porro, lateral emprestado pelo Manchester City e pouco conhecido em Portugal. António Adán, com passagens por Real e Atlético de Madrid, reforçou a baliza tirando lugar ao jovem Maximiano. Feddal chegou do Bétis de Sevilha para fazer parelha com Coates na defesa, João Mário voltou a casa emprestado pelo Inter de Milão e Nuno Santos veio do Rio Ave.
Paulinho juntou-se mais tarde, naquela que foi a contratação mais cara de sempre do Sporting, num valor de 16 milhões de euros. Da academia sobressaiu Nuno Mendes, Gonçalo Inácio, Matheus Nunes, Tiago Tomás, Daniel Bragança e Eduardo Quaresma.
A temporada não começou bem para a equipa de Alvalade. A lutar pela qualificação para a fase de grupos da Liga Europa, Rúben Amorim e companhia foram eliminados com estrondo, em Alvalade, pelo LASK Linz, numa derrota por 4-1. A saída da Taça de Portugal também foi precoce, com o Marítimo a eliminar os verdes e brancos nos oitavos de final.
No entanto, os bons resultados no campeonato fizeram-se notar logo nas primeiras jornadas. Na sexta ronda do campeonato, a equipa treinada por Rúben Amorim subiu à liderança da Liga e não mais desocupou o lugar cimeiro da Liga.
No fim da primeira volta, o Sporting recebeu em Alvalade o Benfica e um golo de Matheus Nunes carimbou três pontos que mostraram um Leão forte frente aos candidatos mais diretos.
A partida acabou por ficar empatada a zero, com o Sporting a sair agradado do Dragão e a manter uma vantagem pontual confortável. Tudo parecia encaminhado para o Leão, quando a partida em Moreira de Cónegos trouxe perda de pontos.
Num campo onde também Benfica e FC Porto não foram capazes de vencer, o Sporting esteve em vantagem mas acabou por se deixar empatar frente ao Moreirense. Na jornada seguinte, nova perda de pontos, com o Famalicão, que conseguiu resgatar um empate em Alvalade. Em apenas duas partidas, a vantagem para o segundo classificado encurtou para os seis pontos.
Na jornada 27, o Sporting conseguiu vencer em Faro mas no jogo seguinte sentiu grandes dificuldades em casa, frente ao Belenenses SAD, que esteve a vencer por 2-0 e muito perto de derrotar pela primeira vez os Leões na temporada. Dois golos de Coates e Jovane Cabral nos últimos minutos deram um ponto à equipa de Rúben Amorim, que passaria a ter apenas quatro pontos de vantagem para o FC Porto.
Partida difícil para os Leões que se fecharam na defesa e aproveitaram o balanceamento ofensivo do SC Braga para tentar atacar a baliza adversária. Na segunda parte, um livre estudado deu a oportunidade a Matheus Nunes de voltar a ser decisivo e de marcar o golo que deu a vitória ao Sporting, no reduto do Sporting de Braga. Em Moreira de Cónegos, no dia seguinte, o FC Porto empatou a um golo com o Moreirense, numa partida muito contestada pelos Dragões em termos de arbitragem.
As jornadas 30 e 31 trouxeram mais dois triunfos ao Sporting que conseguiu aumentar ainda mais a vantagem sobre o FC Porto para os oito pontos, depois do empate azul e branco no Estádio da Luz, frente ao Benfica.
Por fim, a jornada 32 trouxe a consagração para o Leão, 19 anos depois. A jogar com o Boavista no Estádio de Alvalade, o Sporting deu o passo que faltava para confirmar a conquista que os adeptos leoninos mais ansiavam festejar. Um golo de Paulinho bastou para o Sporting voltar a ser campeão de Portugal.
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