Atletismo/Mundiais: Crouser é rei no peso, Tsegay e Estados Unidos brilham graças aos neerlandeses

por Lusa
EPA

Ryan Crouser revalidou o título do lançamento do peso nos Mundiais de atletismo Budapeste2023, num dia marcado pelo infortúnio dos neerlandeses, a favor de Gudaf Tsegay, nos 10.000 metros, e dos Estados Unidos, na estafeta mista 4x400.

O coletivo norte-americano bateu o recorde do mundo na estafeta, ao completar o exercício em 03.08,80 minutos, ao beneficiar da queda da neerlandesa Femke Bol, que liderava a menos de 20 metros da meta, para a finalização de Aléxis Holmes.

Os Países Baixos acabaram por ser desclassificados, uma vez que, na queda, Bol deixou escapar o testemunho, deixando Grã-Bretanha e Irlanda do Norte no segundo lugar e a República Checa no terceiro.

A infelicidade, na última prova do primeiro dia dos 19.ºs Campeonatos do Mundo, seguiu-se à da compatriota Sifan Hassan, que liderava os 10.000 metros na reta final e também caiu, permitindo a ultrapassagem de Gudaf Tsegay, que assegurou a medalha de ouro, mas também de Letesenbet Gidey, campeã em Oregon2022, e Ejgayehu Taye, segunda e terceira classificadas, num pódio 100% etíope.

Hassan, campeã do mundo da distância em Doha2019 e ouro em Tóquio2020, que hoje avançou para as meias-finais dos 1.500 metros e ainda vai disputar os 5.000, tomou a dianteira na última volta, tocando com o cotovelo direito no peito de Tsegay, atual campeã dos 5.000, concluiu a prova em 31.27,18 minutos, acabando por se desequilibrar e cair.

Levantou-se, depois, com a ajuda de Gidey, para terminar no indiferente 11.º lugar.

Na primeira final no novo estádio da capital húngara, o norte-americano Ryan Crouser juntou o recorde do lançamento do peso dos campeonatos ao mundial, ao vencer o concurso com a marca de 23,51 metros – a cinco centímetros do melhor registo de sempre.

Crouser, de 30 anos, que este ano já melhorou três vezes o recorde do mundo, somou o seu segundo título mundial seguido, tal como já tinha feito com as medalhas de ouro olímpicas.

O italiano Leonardo Fabbri e o norte-americano Joe Kovacs completaram o pódio do peso, com 22,34 e 22,12 metros, respetivamente.

Outro transalpino foi protagonista de uma das surpresas da jornada, caso do velocista Samuele Ceccarelli, atual campeão da Europa dos 60 metros em pista coberta, ao ser eliminado nos 100 metros, com o tempo de 10,26 segundos.

Os norte-americanos Fred Kerley e Noah Lyles, atuais campeões do mundo nos 100 e 200 metros, respetivamente, avançaram para as semifinais sem dificuldades, enquanto o italiano Marcell Jacobs, ouro em Tóquio2020, precisou da melhor marca do ano (10,15) para avançar em prova. O melhor tempo no acesso às ‘meias’ foi alcançado pelo jamaicano Oblique Seville (9,86).

O primeiro campeão de Budapeste2023 foi o espanhol Álvaro Martín, bicampeão da Europa, que conquistou o título nos 20 quilómetros marcha, numa prova iniciada sob chuva intensa, já depois de ter sido atrasada em duas horas devido a um alerta de tempestade.

Álvaro Martin, quarto em Tóquio2020, impôs-se, em 01:17.32 horas ao sueco Perseus Karlström, que melhorou do bronze para a prata em Mundiais ao terminar a sete segundos do espanhol, e ao brasileiro Caio Bonfim, terceiro classificado, a 15.

Com apenas quatro dos 49 títulos entregues, os Estados Unidos já lideram o medalheiro, com dois ouros e uma prata, enquanto a Etiópia termina a jornada inaugural no segundo lugar, com o pódio completo dos 10.000 metros femininos.
pub