O Benfica gerou em 2019/20 receitas de 170,3 milhões de euros, o 23.º melhor registo mundial e o segundo mais alto de fora das chamadas cinco grandes ligas de futebol, aponta um estudo da Deloitte agora divulgado.
Os lisboetas sobem uma posição face a 2018/19, mas nesse ano tinham registado receitas de 197,7 milhões de euros, perdendo cerca de 27 milhões em receitas.
De fora do "top 30" está o FC Porto, que era 29.º em 2018/19, com uma receita calculada em 176,2 milhões, mas na 24.ª edição do relatório está ausente. O 30.º clube, o AC Milan, faturou 148,5 milhões, pelo que a quebra nas receitas fica patente.
No "top-30", só os russos do Zenit, no 15.º posto, o Benfica e o Ajax (27.º), da Holanda, representam campeonatos de fora das chamadas "big five": Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália, e todos são emblemas europeus.
Várias quebras motivadas pela crise
A queda mais substancial prende-se com direitos de transmissão, que tiraram 937 milhões de euros às contas dos clubes devido ao adiamento de pagamentos no ano financeiro, com a segunda metade da temporada com uma interrupção de vários meses nos campeonatos.
Apesar de um crescimento de 3%, ou 105 milhões de euros, em receitas comerciais, também a queda de receitas de dia de jogo, de 17% (257 milhões) se fez sentir, com os clubes a retomarem as competições à porta fechada.
"Estimamos que os clubes da ‘Money League' acabem a perder mais de dois mil milhões de euros em receitas até ao final da temporada 2020/21, incluindo montantes relativos ainda a 2018/19", pode ler-se no estudo, que atribui estas perdas à covid-19, que limitou o retorno aos estádios, alterou as dinâmicas de negociação dos direitos de transmissão televisiva e afetou a tendência de crescimento dos clubes.
O FC Barcelona está no primeiro lugar com 715,1 milhões de euros, menos de um milhão a mais do que o Real Madrid, no segundo lugar. Se os catalães desceram cerca de 125 milhões, os madrilenos faturaram menos 40 milhões.
O campeão alemão e europeu, o Bayern de Munique, completa o pódio com 634,1 milhões de euros, com o Tottenham, treinado por José Mourinho, no nono lugar, com 445,7 milhões, ultrapassado no oitavo lugar que ocupava em 2018/19 pelo vizinho e rival Chelsea (469,7 milhões).
Nos primeiros 10 clubes com mais receitas, nota para a presença de apenas um clube italiano, a Juventus de Cristiano Ronaldo, no 10.º posto, com 397,9 milhões de euros, abaixo do representante francês Paris Saint-Germain, sétimo com 540,6 milhões.
O "top 20", de resto, inclui apenas dois novos clubes, o Zenit, um dos poucos clubes que cresceu na época e que somou 236,5 milhões de euros, e os alemães do Eintracht Frankfurt, com 174 milhões.
A Deloitte olhou ainda para o futebol feminino, constatando que 18 das 20 equipas com mais receitas a nível global têm uma equipa, ainda que apenas oito, menos de metade, tenham um patrocinador dedicado nas camisolas, o que configura "um potencial de crescimento substancial".