"Champions". Benfica procura "milagre" em San Siro

O Benfica, em crise de resultados, confiança e qualidade futebolística, parece condenado a cair nos quartos de final da Liga dos Campeões, que o Inter Milão "inclinou" muito a seu favor na Luz.

Mário Aleixo - RTP /
O cenário está montado para receber dois históricos do futebol europeu EPA

Na quarta-feira, em San Siro, os encarnados precisam de uma série de registos inéditos para atingirem pela primeira vez as "meias" na "era Champions" (desde 1992/93), depois do comprometedor desaire caseiro por 2-0.

As "águias" nunca viraram uma eliminatória iniciada com um desaire em casa por dois golos, não contam qualquer vitória em Itália por mais do que um tento e o melhor que conseguiram face aos "nerazzurri" foi empatar.

Desta forma, o Benfica precisa de fazer história, em várias vertentes, sendo que o terá de conseguir na pior altura da temporada, que estava a ser magnífica – uma derrota nos primeiros 45 jogos –.

Nos últimos três jogos, o "onze" de Roger Schmidt sofreu outras tantas derrotas, as duas primeiras em casa, face ao FC Porto, por 2-1, depois de até ter estado a ganhar, e ao Inter Milão e, no fim de semana, em Chaves (0-1).

Desta forma, o avanço na I Liga, que era de 10 pontos antes do jogo com o FC Porto – e chegou, à condição, a ser de 13, durante o "clássico" –, caiu para quatro, enquanto, pelo meio, o "sonho" da "Champions", das "meias" e até da final, depois do sorteio tirar da frente City, Bayern e Real Madrid, ficou comprometido.

É, assim, neste clima de indisfarçável quebra e com uma pesada desvantagem de dois golos, que o conjunto luso vai ao "mítico" Giuseppe Meazza, no bairro de San Siro.

Italianos titubeantes

Quinto na Serie A, o Inter, que nos derradeiros oito jogos só venceu um, precisamente o que disputou na Luz, está também longe do seu melhor, mas mostrou grande competência - e experiência - na primeira mão, sobretudo a defender e a contra-atacar.

O conjunto de Simone Inzaghi conseguiu mesmo a "proeza" de perder os últimos três jogos em casa, todos por 1-0, com Juventus, Fiorentina e, no sábado, com o Monza, mas o que parece é que a equipa já virou há muito as suas atenções para a "Champions".

Com dois golos de vantagem, face ao cabeceamento de Nicolò Barella e ao penálti do suplente belga Romelu Lukaku, o Inter é claramente favorito a seguir em frente, para umas "meias" 100% transalpinas, com o vizinho AC Milan ou o Nápoles.

Os "nerazzurri" procuram a primeira meia-final desde 2009/10, época em que, sob o comando do português José Mourinho, conquistaram o seu terceiro título europeu, e primeiro na "era Champions", depois dos triunfos de 1963/64 e 1964/65, o segundo arrebatado precisamente face ao Benfica, em San Siro (1-0).

Quanto ao Benfica, não está numa meia-final da principal competição europeia – que ganhou em 1960/61 e 1961/61 – desde 1989/90, sendo que, desde aí, já caiu cinco vezes nos "quartos" (1994/95, 2005/06, 2011/12, 2015/16 e 2021/22).

Em relação ao primeiro jogo, os encarnados já podem contar com o capitão Otamendi, que falhou o embate da Luz por castigo, enquanto o médio turco Hakan Çalhanoglu poderá ser novidade no Inter, pois está recuperado de lesão.

O encontro entre o Inter Milão e o Benfica, da segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões em futebol, realiza-se na quarta-feira, pelas 20h00 de Lisboa, no Estádio San Siro, em Milão.


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