Rui Costa ou Noronha Lopes. Segunda volta vai entregar o leme do Benfica até 2029

Um inédito universo de 85.710 sócios votantes, quase 18 horas de escrutínio. Dois números de dimensão histórica que resumem um fim de semana de verdadeira maratona eleitoral no reino encarnado. A meio da tarde deste domingo, a decisão acabou remetida para uma segunda volta, a disputar a 8 de novembro, entre o atual presidente do Benfica, Rui Costa, e o aspirante à sucessão, João Noronha Lopes. O primeiro propõe-se conquistar apoiantes alheios. O segundo recusa-se a dar um único voto “por perdido”.

Joana Raposo Santos, Carlos Santos Neves - RTP /
AFP (esq.) e Lusa (dir.)

As secções de voto encerraram às 22h00 de sábado. Os resultados só ficaram fechados cerca das 17h00 de domingo. Com 42,13 por cento dos votos, Rui Costa ficou aquém da maioria absoluta que o isentaria de uma segunda volta. João Noronha Lopes carimbou o passaporte para o decisivo braço de ferro com 30,26 por cento.A candidatura de Luís Filipe Vieira ficou-se por 13,86 por cento dos votos, João Diogo Manteigas obteve 11,48, Martim Mayer 2,10 e Cristóvão Carvalho 0,18 por cento. Este foi o processo eleitoral mais participado de sempre entre os emblemas do futebol internacional.


No momento de reagir pela primeira vez em público ao escrutínio, Rui Costa admitiu que, “com seis candidatos, era quase inevitável que houvesse uma segunda volta”.

“Estou muito satisfeito, estou muito feliz por este voto de confiança que me deram, uma vez mais, os sócios do Benfica. Não posso estar mais orgulhoso”, começou por clamar o presidente benfiquista em exercício aos jornalistas que o rodearam, à porta de casa, em Alfragide.
Questionado sobre eventuais apoios a averbar para a segunda volta, desde logo por parte do campo de Luís Filipe Vieira, o antigo internacional português disse contar, “como sempre”, com o apoio dos benfiquistas.

“Não estou a pensar nos outros candidatos. Acho que foi uma campanha muito interessante para a história do Benfica. Seis candidatos que também proporcionaram todo este envolvimento dos sócios”.

Eu ainda não ganhei nada. Neste momento, continuo a ser o presidente do Benfica, com a responsabilidade de ser o presidente do Benfica, e não vou abdicar disso. Isso será sempre metido à frente de tudo. E depois, sim, continuar com a campanha”, acentuou.
“Não dou nenhum voto por perdido”

Pouco antes, a partir da sua sede de campanha, João Noronha Lopes, o segundo classificado à primeira volta, tratara de afastar quaisquer possibilidades de abdicar de nova refrega dentro de duas semanas.

Nunca dei nenhum voto por adquirido e também não dou nenhum voto por perdido. A isto chama-se democracia e, portanto, a segunda volta existe exatamente para que os sócios do Benfica possam expressar uma maioria decisiva relativamente ao próximo presidente do Benfica”.
“Eu, com toda a humildade democrática, vou sujeitar-me ao voto dos benfiquistas”, clarificou o candidato.

“Acho que a segunda volta com candidatos é uma eleição nova. Mais uma vez, havendo dois candidatos, acho que nós vamos poder concentrar-nos mais nas ideias e nos projetos, que é o que os sócios do Benfica querem ver discutidos”, rematou.
Outras decisões

No que toca à Mesa da Assembleia Geral, a Lista G, com José Pereira da Costa, atual presidente daquele órgão à cabeça, alcançou 43,01 por cento dos votos. A Lista F, de Gonçalo Almeida Ribeiro, integrado na candidatura de Noronha Lopes, obteve 29,75.

Na contenda para o Conselho Fiscal, a Lista G, de Raul Fernando Martins, chegou aos 38,69 por cento, ligeiramente à frente da Lista F, encabeçada por António Bagão Félix, que somou 37,94.

Para a Comissão de Remunerações, a Lista G, encabeçada por Eduardo Stock da Cunha, reuniu 45,17 por cento dos votos e a Lista F, de João Moreira Rato, 34,84.

Votaram, no sábado, 85.710 sócios encarnados. Estavam aptos a fazê-lo, à partida, 160.182. Acompanhámos aqui, ao logo de dois dias e ao minuto, o evoluir do processo eleitoral do Sport Lisboa e Benfica.

c/ Lusa
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