Welkom bij Amsterdam

O Benfica apurou-se hoje para a nona final europeia da sua história, a primeira desde 1990, ao bater o Fenerbahçe, por 3-1, na segunda mão das meias-finais da Liga Europa de futebol, com Cardozo na pele de "herói".

CB/Lusa /
Jesus e a equipa técnica festejam a passagem à final Reuters

  No Estádio da Luz, o avançado paraguaio, com golos aos 35 e 66 minutos,  foi determinante na reviravolta na eliminatória, depois da derrota por 1-0  sofrido em Istambul, na primeira mão, e entrou para a história do clube,  ao marcar o golo 600 dos "encarnados" em competições europeias.  
  
    Com esta exibição, Oscar Cardozo arrisca-se a ganhar a "imortalidade"  do clube do Luz e já terá direito a um lugar na lista de jogadores históricos  do Benfica.  
  
    O caminho para a final de 15 de maio, em Amesterdão, começou a desenhado  por Nicolas Gaitan, aos nove minutos, enquanto o holandês Kuyt ainda deu  esperança ao Fenerbahçe, quando empatou a partida, aos 23, de grande penalidade. 
  
    Depois do desaire na Turquia, que até podia ter sido maior, o Benfica  demonstrou na Luz que é claramente superior ao Fenerbahçe e podia mesmo  ter resolvido a eliminatória mais cedo e "fugir" ao sofrimento dos minutos  finais.  
  
    Artur, com duas boas intervenções, impediu que os turcos alcançassem  a sua primeira final europeia num palco que continuará a ser de má memória  para o Fenerbahçe, depois de já terem sido goleados (7-0) pelo Benfica,  na época de 1975/76, naquela que continua a ser a derrotada mais pesada  desta equipa nas competições europeias.   
  
    Depois de falhada a final em 2010/2011, quando foi eliminado pelo Sporting  de Braga, o Benfica tem agora a possibilidade de conquistar pela primeira  vez a Liga Europa, perante o Chelsea, mas já sabe que não vai poder contar  com Maxi Pereira, que viu um cartão amarelo que o impede que jogar na Arena  de Amesterdão.  
  
    Neste "onze" de Jorge Jesus, destaque para o regresso ao 4-4-2, com  Cardozo e Lima a fazerem dupla na frente, para a inclusão de Gaitan e a  ausência de Melgarejo, até aqui totalista na competição, acabando André  Almeida por ocupar o lugar de defesa esquerdo, como já tinha feito frente  ao Marítimo.  
  
    No Estádio da Luz quase lotado, "vestido" de vermelho com uma "mancha"  amarela (e bem barulhenta) no topo norte, a entrada do Benfica na partida  foi simplesmente avassaladora, perante um Fenerbahçe que cedo mostrou que  iria sofrer (e muito).  
  
    As ausências de Mehmet Topal e Raul Meireles no meio-campo turco fizeram-se  notar, com os "encarnados" a dominarem inteiramente o encontro, perante  um adversário que simplesmente não conseguia sair a jogar.  
  
    Sem surpresa, Gaitan empatou a eliminatória logo aos nove minutos, com  toque soberbo (e cheio de classe), após centro rasteiro de Lima.  
  
    Num ritmo frenético, o Benfica foi somando oportunidades atrás de oportunidades,  mas viu o seu esforço ir água abaixo, quando viu o árbitro da partida marcar  ma grande penalidade a favor dos turcos, por pretensa mão de Garay.  
  
    Aos 23 minutos, Kuyt converteu com sucesso o penálti, não dando hipóteses  a Artur, num golo que caiu do céu para o Fenerbahçe.  
  
    O Benfica sentiu, e muito, o tento sofrido e a formação Istambul aproveitou  para equilibrar a partida, com o senegalês Sow, em dois lances praticamente  seguidos, a assustar o guarda-redes dos "encarnados".  
  
    O jogo entrou numa fase nervosa, mas, mesmo com mais coração do que  cabeça, o Benfica conseguiu relançar a eliminatória ainda antes do intervalo,  com Cardozo a somar o seu quinto golo na prova, aos 35 minutos, com o seu  "típico" remate de pé esquerdo à entrada da área.    
  
    No regresso dos balneários, o Benfica continuou a demonstrar a sua clara  superioridade perante uma equipa turca que se foi remetendo à sua defesa,  tentando segurar a curta vantagem, mas de uma forma desacertada.  
  
    Por isso, sem grande surpresa, Cardozo apareceu completamente sozinho  na área turca, aos 66 minutos, e bateu Volkan, no golo que acabaria por  valer a final ao Benfica.  
  
    A precisar de um golo para salvar a eliminatória, o Fenerbahçe foi obrigado  a subir no terreno mas nunca conseguiu colocar a defesa "encarnada" em perigo. 
  
    Sow e Stoch ainda obrigaram Artur intervir, em lances em que o guarda-redes  pareceu ter tudo controlado. Aliás, ficou a ideia de que o Benfica sofreu  sem necessidade até final, já que teve espaço para poder matar de vez a  eliminatória em lances de contra-ataque.  
 
      
 
    Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa.  
 
    Benfica - Fenerbahçe, 3-1 (0-1 na primeira mão).  
 
    Ao intervalo: 2-1.  
 
    Marcadores:  
 
    1-0, Gaitan, 09 minutos.  
 
    1-1, Kuyt, 23 (grande penalidade).  
 
    2-1, Cardozo, 35.  
 
    3-1, Cardozo, 66.  
 
      
 
    Equipas:  
 
    - Benfica: Artur, Maxi Pereira, Luisão, Garay, André Almeida, Matic, Enzo Perez, Gaitan (Roderick, 90+3), Lima, Salvio e Cardozo (Urreta, 87).
 
    (Suplentes: Paulo Lopres, Pablo Aimar, Carlos Martins, Rodrigo, Urreta, Melgarejo e Roderick).  
 
    Treinador: Jorge Jesus.  
 
    - Fenerbahçe: Volkan Demirel, Gokhan Gonul (Bekir Irtegun, 61), Yobo (Bekir Irtegun, 75), Egemen Korkmaz, Ziegler, Selçuk Sahin (Mehmet Topuz, 45), Carner Erkin, Cristian, Kuyt, Salih Uçan e Sow.  
 
    (Suplentes: Mert Gunok, Hasan Ali Kaldirim, Bekir Irtegun, Stoch, Semih Senturk, Beykan Simsek e Mehmet Topuz).  
 
    Treinador: Aykut Kocaman.  
 
      
 
    Árbitro: Stéphane Lannoy (Fra).  
 
    Ação disciplinar: cartão amarelo para Maxi Pereira (29), Cristian (31), Enzo Perez (33) e Carner Erkin (85).  
 
    Assistência: 55.402 espetadores.  
 
     
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