Bruno Fernandes destaca a importância de Ronaldo na seleção

por RTP

Foto de Rodrigo Antunes-Lusa

Bruno Fernandes, internacional português do Manchester United, em conferência de imprensa de antevisão aos jogos decisivos para a Liga das Nações, frente a República Checa e Espanha, falou desses confrontos e de outros "dossiers" da atualidade do futebol português.

Sobre os encontros com República Checa e Espanha afirmou: "O nosso objetivo passa por ganhar os dois jogos, mas o foco está no primeiro, sabemos que precisaremos de fazer o maior numero de pontos possíveis para passar, estamos cientes das dificuldades. No jogo em casa fomos nós a torná-lo fácil, mas a Chéquia é uma seleção de grande qualidade, sabemos o que nos espera e estamos preparados para isso".

A propósito da renúncia de Rafa à equipa nacional esclareceu: "Não falei com ele e não acho que o deva fazer. É uma decisão dele e deve ser respeitada. Cada pessoa tem a sua vida e os seus problemas e há que respeitar a decisão dele. Enquanto cá esteve ajudou-nos imenso, foi campeão europeu e da Liga das Nações. Temos de estar gratos ao Rafa, foi um jogador exímio na Seleção e tomou esta decisão porque sentiu que é a melhor para ele. Só o Rafa poderá explicar a decisão mais tarde. Fico feliz de ter partilhado este espaço e o dos sub-21 com ele. Fica na história do país, pelas duas conquistas em que participou".

Porta-voz no segundo dia de trabalho da seleção nacional, Bruno Fernandes foi instado a comentar as mais recentes polémicas do futebol português. O médio do Manchester United não teve pejo ao comentar os casos que envolveram adeptos de Benfica e FC Porto nos estádios de Famalicão e Estoril: "Para nós, como portugueses, é ridículo. Já estamos um bocadinho mais avançados, já deveria ser mais normal aceitar as escolhas de cada um. Acho que não se trata das instituições em questãpo. Eu acredito que no Estoril não tenha sido ninguém do clube a dizer para tirar a camisola, em Famalicão também e muitas vezes acontece com pessoas adultas e não só com crianças. Temos de primar pelo 'fair-play', aprender com Inglaterra onde adeptos rivais vão de metro a seguir ao jogo e nada acontece. Há também confrontos, isso acontece em todo o lado. Temos é de ver que estamos a falar de crianças que são o futuro do nosso país, que vão ao estádio com o sonho de ser como um ídolo e estas coisas podem ser marcantes, levam a desistir de um sonho por coisas extrafutebol. Este desporto é um espaço para todos, que não escolhe géneros, etnias ou cor. Toda a gente tem de ser respeitada. Qualquer pessoa que está no estádio pagou bilhete e tem direito a vestir camisola que quer, vibrar com o jogo, gritar golo. Temos responsabilidade como seres humanos de mostrar que o mundo pode ser melhor e que um dia os meus filhos podem ir ao estádio quando quiserem, com a camisola que quiserem", explicou.

Bruno Fernandes aproveitou ainda para deixar um comentário relativamente às notícias que marcam a escolha do Catar como sede do Mundial-2022, um país conhecido por não respeitar os direitos humanos: "São coisas que nos ultrapassam o caminho. Como jogadores não podemos fazer muito, há alguns que já se exprimiram e nada mudou. O mais importante é que toda a gente esteja incluída. Queremos que o Mundial seja um grande espetáculo e que toda a gente possa usufruir, que seja mais uma grande festa do futebol, com grande responsabilidade de todos", concluiu.
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