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Entrevista RTP. Luís Godinho vai alcançar o expoente a nível nacional no Jamor
O árbitro da partida da final do Jamor falou em exclusivo à RTP. Num momento em que não é dada a palavra aos árbitros, Luís Godinho apresentou a equipa que o vai acompanhar e expressou o alcançar de um sonho no Estádio Nacional. Pediu que haja maior humanização dos árbitros que estão no futebol de alma e coração prontos para contribuir para o melhor cenário dentro das quatro linhas.
Foto: Hugo Delgado - Lusa
“O Jamor é um palco onde todos os árbitros sonham estar e marca claramente a carreira de um árbitro e eu não sou exceção à regra. O Jamor é um momento que chegou pela primeira vez com a final da Taça deste ano, em 2025, e é algo grandioso a nível nacional e na minha carreira e do qual eu me sinto muito orgulhoso”.
Questionado sobre se os árbitros deviam ter mais tempo de antena, Luís Godinho acredita que é necessário haver mais humanização e que todas as pessoas têm de sentir a abertura total por parte dos árbitros. O árbitro diz que é necessário explicar que o árbitro é parte integrante do jogo e que amam o jogo como qualquer outro.
“Trabalhamos tanto quanto os outros intervenientes trabalham para poder estar nestes palcos, nestas finais e para ter desempenhos para os quais todos se preparam […] Nós vimos para aqui com a máxima responsabilidade e trabalhamos muito para chegar aqui”.
Sobre os erros que são cometidos (apesar da percentagem elevada de acerto), Luís Godinho garante que sempre faz a análise aos jogos que arbitra e que as pessoas continuam a focar-se apenas nos erros, admitindo que normalmente são as decisões com maiores impactos nas partidas.
Luís Godinho explicou que enquanto árbitro prefere partidas em que haja mais posse bola, pois permite à equipa de arbitragem controlar melhor as incidências do jogo mas garante adaptabilidade para todas as fases do jogo e para tudo que ele pedir.
Em relação à abordagem a ter com os jogadores, o árbitro admite não controlar o temperamento dos mesmos mas que por norma é “dialogante” e que vai tentar manter as equipas calmas.
“Se há um jogador que me diz que um lance é falta, eu digo que para mim não é falta por isto, por aquilo, pelo outro. A imagem pode mostrar o contrário mas é aquilo que eu vi e tento com isso esclarecê-lo”.
O árbitro garante “lealdade” para com os jogadores e que tenta cooperar com os jogadores em campo. Sobre a chega à final da Taça, para Luís Godinho “tudo valeu a pena”.
“Esses 20 e muitos anos de arbitragem valeram a pena. Os sacrifícios pessoais não são sacrifícios porque fazemos aquilo que gostamos e amamos e estamos aqui de coração e damos tudo à arbitragem e ao futebol”.