Um jogo para a Copa Rocca, frente à Argentina deu o mote para a estreia de Pelé com a Canarinha. A 7 de julho de 1957, Pirillo fez o menino entrar para o lugar de Del Vecchio já na segunda parte.
À procura do empate foi o rapaz de 16 anos, desconhecido, que fez o Brasil sonhar. Pelé marcou o golo do empate aos 76 minutos e colocou o Maracanã em alvoroço, antes de Juárez voltar a colocar os argentinos em vantagem.
Estreia com derrota para o rapaz de Bauru mas com um futuro brilhante que nenhum outro jogador até hoje conseguiu igualar. Três dias depois, o Brasil venceu por 2-0. Pelé marcou e o Brasil conquistou uma taça que nos dias de hoje diz respeito ao superclássico das Américas.
Campeão do Mundo na SuéciaDecorria o ano de 1958 e o mundo ficou a conhecer a força da Canarinha. Depois de várias desilusões noutros mundiais, coube ao Brasil mostrar ao mundo a sua força como melhor seleção do planeta.
O primeiro adversário na caminhada foi a Áustria. O triunfo foi natural, com três golos sem resposta por parte de Mazzola (bis) e Nilton Santos. Seguiu-se um duro embate frente à Inglaterra que terminou a zeros e o no derradeiro jogo da fase de grupos, o Brasil bateu a União Soviética, de Lev Yashin, por 2-0.
Consumada a passagem aos quartos-de-final seguiu-se o País de Gales. Vitória suada por 1-0, em que surgiu o primeiro golo de Pelé no Mundial, aos 66 minutos. Nas meias-finais, a França foi o adversário.
A seleção gaulesa contava com os lendários Raymond Kopa e Just Fontaine mas não conseguiu conter o génio de Pelé. Vavá inaugurou o marcador, Fontaine empatou, Didi colocou os canarinhos em vantagem e seguiu-se o espetáculo do menino de Bauru.
Aos 52, 64 e 75 minutos, Edson Arantes do Nascimento conseguia marcar o primeiro hat-trick num Mundial e levou de vencida uma das equipas favoritas no torneio. Na final, em Solna, o escrete lutou com a equipa da casa pelo troféu mais querido do futebol.
Frente à Suécia, a 29 de junho, o Brasil torna-se pela primeira vez campeão do mundo. Liedholm colocou os anfitriões em vantagem mas Vavá, pouco depois empatou a final e por volta da meia hora deu a volta ao marcador com um segundo golo.
Pelé apareceu já na segunda parte a marcar o terceiro, Zagallo fez o 4-1 e Simonsson ainda reduziu para os anfitriães. No entanto, Pelé bisaria ao fazer o 5-2 final com um golo de cabeça.
Perante perto de 50 mil espetadores, Pelé e companhia festejaram o primeiro de cinco títulos mundiais.
Título em 1962, tricampeão em 1970Depois do título inédito em 1958, a seleção brasileira voltou a festejar passados quatro anos. A equipa manteve a base do sucesso do mundial anterior, mudando apenas o técnico. Depois de Feola, foi Aymoré Moreira a comandar o destino do escrete.
O Brasil iniciou uma nova jornada de Mundial com uma vitória por 2-0 sobre o México, seguindo-se um nulo com a Checoslováquia e mais um triunfo sobre a Espanha (2-1). Pelé marcou na primeira partida e lesionou-se na segunda, ficando de fora do resto da competição.
Sem a principal referência, foi Garrincha quem comandou os destinos do Brasil na fase a eliminar. Nos quartos-de-final a Inglaterra não foi capaz de parar o craque que marcou dois no triunfo por 2-1 e nas meias-finais, o Chile, anfitrião, foi a vítima.
Vitória por 4-2, com Garrincha e Vavá a marcarem dois golos cada. Na final, reencontro com a Checoslováquia e apesar de começar a perder, Amarildo, Zito e Vavá marcaram os tentos que deram o bicampeonato ao Brasil.
Depois do insucesso em 1966, o Brasil voltou a apostar todas as fichas em 1970. Com Pelé em grande forma, o escrete conseguiu três vitórias nas três partidas que disputou frente Checoslováquia (4-1), Inglaterra (1-0) e Roménia (3-2).
O Rei do futebol brasileiro marcou três dos oitos golos na fase de grupos, sendo superado pelos quatro marcados por Jairzinho. Nos quartos de final, o Peru foi derrotado por 4-2 (golos de Rivelino, Tostão e Jairzinho) e nas meias-finais o Brasil triunfou sobre o Uruguai por 3-1 (marcaram Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino).
Na final, com a Itália, o escrete não quis deixar dúvidas e goleou o adversário por 4-1. Pelé abriu o marcador aos 18 minutos, com um golo de cabeça, mas Boninsegna empatou ainda antes do intervalo.
Os segundos 45 minutos não deixaram dúvidas para os mais cépticos e golos de Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto deram o terceiro título de campeão mundial ao Brasil, também o terceiro conquistado por Pelé.
Numa questão de doze anos, Pelé sagrou-se tricampeão do mundo pela sua Canarinha.
Um dos jogos mais icónicos desta fase da vida de Pelé foi com a seleção brasileira olímpica que se preparava para disputar os Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Pelé participou na partida mas não marcou na vitória da equipa das Forças Armadas.
O resultado foi 2-1, com golos de Roberto (Brasil olímpico) e Válter e Bataglia (Forças Armadas).
A relação com Mané GarrinchaPelé é notavelmente um dos melhores jogadores da história pela carreira que levou. Na seleção brasileira foi tricampeão e coincidiu com aquele que muitos acham ser tão bom ou ainda melhor que o Rei do futebol brasileiro.
Juntos em campo, Pelé e Garrincha realizaram 40 jogos, tendo vencido 36 partidas e empatado apenas quatro. Num período em que a seleção brasileira marcou 120 golos, os dois astros fizeram 55 deles, quase metade do total de golos.
Pelé marcou 44 golos e Garrincha 11. Ambos estrearam-se em conjunto frente à Bulgária e terminaram a senda triunfante também com a seleção búlgara. Em ambos os casos, os dois jogadores ganharam.
A última partida que jogaram juntos foi no campeonato do mundo de 1966, a 12 de julho, e num triunfo por 2-0, os golos foram marcados pelos dois jogadores. Foi o primeiro jogo da fase de grupos daquela competição em que o Brasil acabou eliminado muito cedo.