Taxa de desemprego na Alemanha sobe em janeiro para 6,4%, máximo de 10 anos

por Lusa

O desemprego na Alemanha subiu para 6,4% em janeiro, mais 0,4 pontos percentuais do que em dezembro, o nível mais elevado dos últimos dez anos, informou hoje a agência federal de emprego alemã (BA).

Este aumento depois de a taxa de desemprego se ter mantido estável durante três meses consecutivos confirma a recessão económica que afeta o mercado de trabalho, segundo a estimativa oficial publicada hoje.

De acordo com os dados corrigidos de sazonalidade publicados hoje, a taxa de desemprego aumentou para 6,2% em janeiro, mais 0,1 pontos em relação a dezembro.

O número de pessoas sem trabalho aumentou em 11.000, mais uma vez numa base corrigida de sazonalidade, o que prova que "a fraqueza económica está a deixar marcas cada vez mais profundas", segundo o comunicado de imprensa.

Em números não ajustados, que são menos representativos de uma tendência subjacente, mas que são utilizados como referência no debate público, o número de desempregados aumentou 186.000 em janeiro em relação ao mês anterior, atingindo quase 3 milhões de pessoas.

"No início deste ano, o desemprego e o subemprego aumentaram fortemente, como é habitual" em janeiro, comentou Andrea Nahles, presidente da BA, com as férias de inverno a terem, em geral, um impacto negativo no mercado de trabalho.

"O crescimento do emprego tende certamente a manter-se, mas está a perder força", acrescentou.

A economia alemã está em dificuldades há dois anos, enfraquecida pela crise da indústria, e não se vislumbra uma recuperação rápida, segundo os economistas.

A última vez que o número de desempregados foi tão elevado foi em fevereiro de 2015, com 3,017 milhões de desempregados.

A taxa de desemprego na Alemanha foi de 6,4% em 2015, caiu para 5% em 2019 e tem vindo a aumentar gradualmente desde então.

Os anúncios de planos de despedimento têm-se multiplicado nos últimos meses. Na indústria automóvel, por exemplo na Volkswagen e nos fabricantes de equipamentos Bosch e ZF, mas também na química (BASF) e na siderurgia (Thyssenkrupp).

Na quarta-feira, o Governo alemão baixou as suas previsões de crescimento económico para 2025 para 0,3%, contra a previsão de 1,1% no outono, após dois anos de recessão.

"Os problemas estruturais da economia e a falta de ânimo das empresas e dos consumidores não auguram uma recuperação significativa este ano", comentou Martin Müller, especialista em mercado de trabalho do banco estatal KfW.

Estas dificuldades estão no topo da lista de preocupações dos eleitores convocados para as eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro.

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