Houve quem lhe chamasse patinho feio, poste, pinheiro. Quem estivesse à espera que a bola lhe batesse na canela e entrasse e o tivesse dito em voz alta. Éder foi durante quase todo o Europeu de Futebol o jogador mal-amado. O suplente esquecido no banco. Mas aos 109 minutos da final Portugal assistiu ao nascimento de um herói. Foi ele quem pegou na bola e nos deu o título de campeões em França. Se quiser exorcizar as suas culpas, já tem um site para isso mesmo: www.desculpaeder.com.
“Durante meses chamei-te pino, cone e até poste. Hoje e para sempre vou sentir vergonha daquilo que disse DESCULPA ÉDER”, escreveu o João à hora do almoço.
Éderzito António Macedo Lopes não teve uma vida fácil. Veio da Guiné-Bissau para Portugal aos três anos e aos 11 os pais colocaram-no numa casa de acolhimento, o Lar Girassol, nos arredores de Coimbra, em Alcarraques. Teve muitas histórias, teve a história dos golos que valiam costeletas, como o Horácio Antunes já contou na Antena 1.
Tornou-se jogador profissional e vestiu as cores do Braga, mas nunca convenceu os portugueses que não eram arsenalistas. Já em França, ao serviço do Lille, cumpriu e convenceu Fernando Santos a integrar os 23 das quinas. Ainda vai ser muito importante, diziam vozes sumidas. E foi, quando saltou do banco na final com a França, ainda antes do minuto 109, arrancou faltas, ganhou bolas de cabeça, deu amarelos e quase amarelos aos jogadores gauleses. Pôs a seleção francesa em sentido.
Mas não suficientemente alerta para evitar aquela arrancada épica – que a partir de hoje vai ombrear com as arrancadas de Eusébio, Figo ou Cristiano Ronaldo – que deu o campeonato que tanto queríamos todos.
Pois é. Fizeram promessas? Que andavam de cuecas na vossa rua se fôssemos campeões. Que faziam um penteado à Éder se ele marcasse o golo da final? Então cumpram. Mas para já, passem no www.desculpaeder.com. Ele merece.
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