Sérgio Conceição mantém a crença na conquista do título

por RTP

Foto: Lusa

O treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo com o V. Guimarães, marcado para sábado às 18h00 e falou do "vício" de ganhar, a crença no título até ao fim e o "melhor árbitro" português.

O técnico começou por agradecer a todos os que acompanharam durante a época e a seguir respoindeu à pergunta sobre qual o grau de confiança da equipa em ser campeã? "Vocês já me conhecem. Posso ser um bocadinho repetitivo, mas é o que penso e sinto. A confiança não tem a ver com os adversários ou com qualquer tipo de situação que se possa pensar. Tem a ver com o nosso dia a dia e com o nosso trabalho. Não há 'ses', temos de fazer o nosso jogo, ganhá-lo, e por volta das 20 horas vamos saber quem é o campeão. Acreditar? Obviamente. Sempre foi o meu discurso e continua a ser até amanhã às 20 horas. Depende depois dos descontos ou do prolongar do jogo".

E ainda acredita no título? "Sim, acredito".

Quem merece mais ser campeão, Benfica ou FC Porto? Acha que existe algum momento ao longo da época que deixou o FC Porto nesta posição? Eis ass respostas: "Estamos a fazer o nosso trabalho e amanhã saberemos o que vai acontecer. Isto de merecer ou não merecer... Houve jogos durante a época que não foram tão positivos. No campeonato entre os grandes, estamos à frente. Se fosse entre nós, equipas no top-4... É porque não fizemos tão bem as coisas contra equipas teoricamente mais acessíveis".

Como montou a equipa para sábado? O treinador considerou: "Esse é o verdadeiro trabalho. Esse trabalho mais emocional, esse estado de espírito... Isso não acontece. Somos profissionais do futebol e sabemos que a vida dos jogadores, dos treinadores e dos clubes é assim mesmo. Temos de olhar para aquilo que é o nosso passado recente e futuro próximo. Passado recente temos dois títulos: uma inédita Taça da Liga, uma Supertaça e lutamos por dois títulos. Um depende de nós, outro não. Amanhã, como queremos ganhar o jogo, também depende muito da forma como vamos estar nos diferentes momentos de jogo contra uma equipa que se organiza bem, que não precisa de muitas oportunidades para fazer golos e, tirando o top-4, é a equipa que tem menos golos sofridos. Têm uma boa organização e olhámos para o que podemos provocar para desmontar essa capacidade de defender que têm. Se defendem mais baixo, mais alto, em que momentos do jogo podem ter fragilidade... Temos de nos focar só nessa situação, de desmontar o adversário e sermos consistentes em termos defensivos. É assim que vai ser o jogo, é desta forma que pensamos, o ambiente foi exatamente igual ao das semanas passadas. Tranquilo e confiante para dar uma boa resposta amanhã".

Mesmo quando o FC Porto estava a 10 pontos, o Sérgio disse que a equipa ia lutar. Esses 10 pontos reduziram para dois... Que sensação isto lhe provoca? "Fomos preserverantes, resilientes na nossa forma de estar. Faz parte do ADN desta equipa, não atirar a toalha ao chão em nenhum momento, mesmo sabendo que fomos perdendo alguns pontos e que as coisas iam ficando mais difíceis. Isso é uma caraterística deste clube, desta região e é um orgulho estar inserido nela. Nem tudo fizemos bem. Não é normal uma distância tão grande. Ano após ano temos dado uma resposta fantástica. Já fomos campeões com 85 pontos, e podemos fazer isso se ganharmos amanhã. Temos de ser mais fortes a todos os níveis, mesmo quando existem adversidades. Às vezes junta-se uma terceira equipa que nem sempre é feliz".

"É nos melhores momentos que nos distraímos e, se não houver pressão, faço questão de a criar". Tendo em conta esta sua frase, sentiu necessidade de pressionar a equipa?

"Faz parte da minha forma de estar. A minha equipa é pressionante, eu sou pressionante e muito incisivo nas ideias que tenho, a equipa também é. Normalmente a equipa é um bocadinho a imagem do treinador. Digo que sou muito exigente comigo. Nos melhores momentos fico desconfiado, no elogio fico desconfiado... Sinto-me mais confortável quando me criticam, quando me chamam nomes, quando me assobiam. Não estou a tentar mandar indiretas, é exatamente isso que sinto. Por isso é que disse que é nos melhores momentos que se tende a relaxar. O ganhar passa a ser um vício. Sinto-me normal a ganhar e sinto-me muito mal a perder. É o meu estado de espírito. Se quiser mudar para ser simpático para algumas pessoas não consigo, não sou eu. Prefiro agarrar nas malas e ir para Coimbra, para a minha casa".

Falou das "terceiras equipas" não terem estado bem. As nomeações desta jornada tornam a missão do FC Porto mais difícil? 
"No nosso jogo, como disse, temos o melhor árbitro português. Dos outros jogos não falo".


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