Flamengo de Jorge Jesus conquista Supertaça sul-americana

por Mário Aleixo - RTP
Sob o comando de Jorge Jesus o "mengão" voltou a ganhar mais um troféu Epa-Antonio Lacerda

O Flamengo, do treinador português Jorge Jesus, conquistou a Supertaça sul-americana de futebol, ao vencer os equatorianos do Independiente Del Valle por 3-0, no Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.

Depois do empate a dois golos no Equador o conjunto brasileiro venceu com tentos de Gabriel Barbosa, aos 19 minutos, e Gerson, aos 62 e 89, num embate em que atuou reduzido a 10 unidades desde os 23, por expulsão de Willian Arão.

Sob o comando de Jorge Jesus, o "Fla" já havia conquistado a Taça Libertadores e o campeonato brasileiro, em 2019, e, já este ano, a supertaça brasileira e ainda a Taça Guanabara, a primeira volta do estadual Carioca.

"Gabigol" determinante no triunfo

O avançado Gabriel Barbosa foi determinante na primeira vitória do Flamengo, de Jorge Jesus, na supertaça sul-americana de futebol.

Num jogo em que quem vencesse arrecadava o troféu, após o 2-2 no Equador, o ex-avançado do Benfica marcou o primeiro golo, aos 19 minutos, e, após Willian Arão deixar os brasileiros reduzidos a 10, com um vermelho direto, aos 23, teve influência decisiva nos outros dois, apontados por Gerson, aos 62 e 89.

"Gabigol", que tinha falhado a primeira mão por castigo, voltou, assim, a ser o herói do "Fla", ele que já havia bisado na final da Taça Libertadores (2-1 ao River Plate) e marcado um golo na supertaça brasileira (3-0 ao Athlético Paranaense).

Destaque também para Gerson, pelos dois golos, depois de ver um amarelo logo aos 15 minutos, e para o guarda-redes Diego Alves, que, aos 55, evitou, com a ponta da chuteira direita, que Faravelli, isolado, restabelecesse a igualdade.

Em termos coletivos, e mesmo sem bola, o "Fla" também foi muito melhor e somou mais um título na "era" Jorge Jesus, o quinto.

Mudanças e contrariedade

Em relação ao encontro da primeira mão, Jesus trocou os lesionados Rodrigo Caio e Bruno Henrique por Léo Pereira e Gabriel Barbosa e, por opção, colocou Pedro em vez de Diego, enquanto, nos equatorianos, Preciado substituiu Fernando Guerrero.

Depois de início equilibrado, o Flamengo fez duas ameaças aos 18 minutos e marcou aos 19, após falhas da defesa contrária: Faravelli fez um balão para trás, Segóvia, de cabeça, um chapéu ao seu guarda-redes, que, com a ponta dos dedos, desviou para a barra, mas ficou impotente para deter o remate de Gabigol.

Os brasileiros ficaram em vantagem na eliminatória, mas a situação complicou-se aos 21 minutos, com uma entrada muito dura de Willian Arão, que o árbitro considerou merecedora de vermelho direto, depois de consultar as imagens.

Com 10 unidades a partir dos 23 minutos, Jesus trocou, aos 27, um avançado (Pedro) por um médio (Thiago Maia), e o "Fla" passou a ter, naturalmente, menos tempo a posse da bola, tornando-se menos ofensivo e mais compacto a defender.

O Independiente assumiu o comando e foi tentando, mas raramente conseguiu ameaçar, destacando-se apenas um remate de Pellerano que Diego Alves deteve com dificuldades (42 minutos), enquanto, do outro lado, Gabigol, sozinho, fez 'tremer' Pinos (34).

Quem não marca, sofre



Após o intervalo, e perante um Flamengo na expetativa, os equatorianos continuaram a mandar e, mesmo desconexos, quase empataram aos 55 minutos, com Preciado a isolar Faravelli e este, incrédulo, a permitir a defesa a Diego Alves, com o pé direito.

Os equatorianos perdoaram e, sete minutos depois, o conjunto de Jorge Jesus matou o jogo, com "Gabigol" a fugir pela direita e a centrar para a área, onde Preciado cortou, mas para Gerson, que dominou mal, mas ainda a tempo de rematar bem e bater Pinos.

Com o segundo golo sofrido, o Independiente desistiu e acabou também por acabar com 10 unidades, por expulsão de Cabeza, já aos 86 minutos.

No "10 contra 10" final, o Flamengo também foi superior e chegou ao terceiro golo, aos 89 minutos, com Gabriel Barbosa a isolar Vitinho, que perdeu tempo e espaço e acabou por passar a bola a Gerson, para este fechar o resultado com toda a classe do mundo.

Treinador a viver momentos únicos

Após o triunfo o treinador português Jorge Jesus disse nunca ter vivido algo semelhante.

"Tantos jogos decisivos em 10, 15 dias, nunca tive isto na minha carreira desportiva. Fomos vencedores em todas", disse Jorge Jesus, acrescentando que o Flamengo "está habituado a conviver com a pressão, dada a presença habitual em finais".

O treinador português, que já ergueu cinco troféus com o Flamengo, e falhou apenas a conquista do Mundial de Clubes, frente aos ingleses do Liverpool (1-0), considerou ainda que essa pressão "nunca será maior do que a emoção".

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