Futebol Internacional
M & M`s - Mourinho e Milito vencem Bayern
José Mourinho e o "seu" Inter de Milão conquistaram a Liga dos Campeões , com dois golos de Diego Milito a anularem o apetite atacante do Bayern de Munique, em Madrid.
Com golos aos 35 e 70 minutos, o argentino deu a Mourinho a segunda
Liga dos Campeões e permitiu ainda ao Inter de Milão conquistar o terceiro
troféu, depois dos êxitos de 1964 e 1665, este em Milão contra o Benfica
(1-0).
Milito, elevado a herói do Inter de Milão, tal como José Mourinho, tinha
já dado a Taça de Itália ao clube milanês e conseguido igualmente marcar
no último jogo do campeonato, que permitiu o "penta". Hoje foi decisivo
para uma formação italiana conquistar uma inédita "tripla".
Adjunto de Louis van Gaal de 1997 a 2000, o português, que hoje somou
o 17. título, parece ter-se despedido da melhor forma da sua passagem por
Itália e escancarado, com o triunfo em pleno Santiago Bernabéu, as portas
do Real Madrid.
No jogo 700 de Javier Zanetti pelo Inter, o "discípulo" "Mourinho" levou
a melhor sobre o "mestre" van Gaal, impediu o holandês de saborear a sua
segunda Liga dos Campeões e ainda tornou impossível ao Bayern a conquista
do quinto título, assim como da "tripla", após as vitórias na Liga e na
Taça da Alemanha.
Mourinho lançou três avançados móveis (Milito, Eto'o e Pandev), fechou-se
mais atrás com Maicon, Lúcio, Walter Samuel e Chivu e deixou Zanetti, Cambiasso
e Sneijder como elementos do meio-campo. Na baliza, Júlio César manteve,
naturalmente, a titularidade.
Já do lado do Bayern Munique, Louis van Gaal manteve um esquema tradicional
em 4x4x2, com Jorg Butt na baliza, uma linha defensiva com Lahm, van Buyten,
Demichelis e Badstuber, optando por van Bommel, Schweinsteiger, Altintop
e Robben no meio campo, atrás dos avançados Muller e Ivica Olic.
Com mais posse de bola no primeiro tempo, o Bayern Munique surgiu em
ataque continuado no Santiago Bernabéu, quase sempre com passes curtos,
e deixou o Inter de Milão "obrigado" a um jogo em contra-ataque, mais dado
à contenção defensiva do que à procura do golo.
Foi, por isso, que os alemães alcançaram quatro pontapés de canto na
primeira parte (contra nenhum do Inter) e criaram, logo aos 10 minutos,
uma boa ocasião de golo: após excelente jogada de Robben, Muller atirou
ao lado, pressionado por Samuel.
Com dificuldade para chegar à baliza de Butt, o Inter ameaçou aos 18
minutos através de um livre de Sneijder, mas foi de novo o Bayern Munique
a criar perigo, aos 23, com Robben a enviar por cima.
Aos 35 minutos, Júlio César lançou o ataque desde a sua área e Diego
Milito aproveitou a devolução de bola de Sneijder para deitar Butt (ex-guarda-redes
do Benfica) e inaugurar o marcador.
A frieza e concentração dos alemães deu sinal de si a partir do golo
dos italianos e o jogo quase ficava selado aos 43 minutos, quando Milito
isolou Sneijder e o holandês foi incapaz de marcar o segundo, totalmente
isolado perante Butt.
No início do segundo tempo, Muller obrigou Júlio César a defesa entusiasmante
e, em contra-ataque, Butt também mostrou argumentos de excelência, após
remate colocado e poderoso de Pandev.
O Bayern continuou a carregar e Muller e Robben, já com Miroslav Klose
no lugar de Altintop (63 minutos), testaram de novo o guarda-redes titular
da seleção brasileira.
A genialidade de Robben obrigou Mourinho a trocar Chivu por Stankovic,
mas foi outro génio, argentino de nacionalidade e Milito de apelido, a fechar
o jogo, aos 70 minutos.
Depois de ultrapassar de forma extraordinária Van Buyten, Milito atirou
tranquilamente para o segundo golo (o sexto em 11 jogos), perante a total
incapacidade de Butt.
Van Gaal ainda lançou Mário Gomez, mas Mourinho (duas Ligas dos Campeões
em seis anos, depois do título com FC Porto em 2004) foi superior e mais
perspicaz, demonstrando com excelência porque já tinha afastado o Barcelona,
então detentor do troféu, Chelsea e CSKA de Moscovo. Nem sempre a posse
de bola ou ataque continuado ganham jogos.