San Siro vai ser demolido. Autarquia de Milão aprova venda do estádio ao Inter e ao Milan

A câmara de Milão, no norte de Itália, aprovou hoje a venda do estádio San Siro aos clubes AC Milan e Inter, um passo crucial antes da demolição do atual estádio e da construção de um novo.

RTP /
AFP

Após mais de 11 horas de debate, envolvendo 239 alterações, a resolução sobre a venda do estádio e do terreno circundante, num total de 28 hectares, propriedade da cidade de Milão, foi aprovada às 03:46 (02:46 em Lisboa), por 24 votos a favor, 20 contra e duas abstenções.

O AC Milan e o Inter de Milão pagarão 197 milhões de euros pelo atual estádio e pelos parques de estacionamento adjacentes onde planeiam construir um novo estádio, que continuará a ser partilhado pelos dois clubes.


O San Siro dará lugar a um estádio mais próximo dos padrões e estilo europeus modernos, com o objetivo de tê-lo pronto e operacional até 2032.
O novo San Siro, com capacidade para 71.500 pessoas, deverá estar concluído em 2031 e custará 1,2 mil milhões de euros aos dois clubes. O projeto será dos gabinetes de arquitetura Foster + Partners e MANICA.

O atual estádio, um dos mais emblemáticos do futebol europeu, frequentemente comparado a uma catedral de betão, é o maior de Itália, com capacidade para 75 mil pessoas.
A construção de um novo estádio para a Inter e o Milan será feito na área atualmente destinada ao estacionamento do Stadio Meazza. Isso permitirá que ambas as equipes continuem jogando no San Siro até a conclusão da construção, prevista para começar em 2027.
Mas o San Siro, inaugurado em 1926 e renovado várias vezes desde então, já não satisfaz as necessidades dos adeptos e dos clubes, que procuram aumentar as receitas com as operações do estádio.

O Estádio Giuseppe Meazza, conhecido como San Siro, será em grande parte demolido quando a construção do novo estádio estiver quase concluída.

De acordo com os planos, 90% do estádio atual será demolido, enquanto o novo terá capacidade para 71.500 lugares, com duas grandes arquibancadas construídas para oferecer ótima visibilidade de todos os lados, com atenção especial aos critérios de acessibilidade
Os vestígios do estádio, com uma das bancadas classificada como património histórico, serão integrados num projeto imobiliário para escritórios e instalações desportivas.

O Inter e o Milan lançaram um projeto inicial para um novo San Siro em 2019, antes de o abandonarem em 2023 devido à lentidão do processo administrativo.

De seguida, exploraram a possibilidade de cada um construir um estádio nos arredores de Milão, antes de se voltarem a concentrar em San Siro, o distrito noroeste onde historicamente estão sediados.

Ações judiciais, sobretudo por parte da oposição ao autarca Giuseppe Sala (Verdes, centro-esquerda), que considera o preço de venda demasiado baixo, são ainda possíveis e podem atrasar o projeto, apresentado pelos líderes de ambos os clubes e do futebol italiano como essencial para que Milão possa receber jogos do Euro2032, coorganizado pela Itália e pela Turquia.

San Siro será o local da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Milão Cortina, que irão decorrer de 06 a 22 de fevereiro de 2026).
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