90 a 95 por cento dos jogadores acabam a carreira “descalços”

por Mário Aleixo - RTP
Tarantini está preocupado e reflecte sobre o futuro do jogador de futebol, após o final de carreira Epa

90 a 95 % dos jogadores de futebol em Portugal terminam as carreiras sem um pé de meia vitalício. Uma reflexão, revelada na Antena 1, sustentada por um estudo feito pelo futebolista do Rio Ave, Tarantini.

E por isso prevenir e criar bases para um final tranquilo é cada vez mais importante.

Tarantini médio e capitão do Rio Ave há um par de anos que criou a "Minha Causa", um projeto de consciencialização dos profissionais de futebol para o pós carreira e vê agora reconhecida a ideia com a atribuição do prémio Ética no Desporto 2018 atribuído pela secretaria de Estado da Juventude e Desporto e Instituto Português do Desporto e Juventude.

Aos 35 anos Tarantini pretende ajudar os colegas a planear a vida desportiva e ter simultaneamente uma carreira académica estruturada.



Neste momento Tarantini frequenta um doutoramento na área de transições de carreira na Universidade da Beira Interior e quer partilhar o conhecimento adquirido.

Segundo o médio, "a partir dos 14 ou 15 anos já começam a perceber o problema, numa altura ideal não só para eles como para os pais", mas o jogador do Rio Ave considera que um maior envolvimento dos clubes na gestão da vida pessoal dos atletas "era fundamental".

"Não verem só o jogador como mercadoria e terem essa preocupação. Basta ver todos os jogadores que passaram pela formação dos clubes e ver o que estão a fazer agora. Se tanto falam que também se formam homens pelo desporto, vamos ver isso. É um indicador claro", afirmou o futebolista, que explica que é essencial que os jovens se questionem "se vale a pena apostar tudo" no desporto como rumo para a vida.

Os clubes têm "um papel muito importante", através dos dirigentes e treinadores envolvidos na formação e nos balneários das equipas sénior, das ligas profissionais aos amadores, mas também "os empresários e a família, que no caso dos mais novos são os mais influenciadores".

Da parte de clubes, treinadores e professores, tem recebido "muito 'feedback'", mas menos contacto no que toca aos colegas de profissão.




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