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Benfica domina novo defeso em que FC Porto e Braga fixaram maior negócio interno

por Lusa
RTP

O Benfica voltou a ser o principal agitador do mercado de transferências em Portugal, que encerrou na quinta-feira, vendo Sporting de Braga e FC Porto consumarem o negócio interno mais caro de sempre pelo futebolista David Carmo.

A chegada do treinador alemão Roger Schmidt, amparada na necessidade de contrariar três anos sem títulos, estimulou os ‘encarnados’ a despenderem 62,3 milhões de euros (ME) no verão, sobretudo pelo avançado David Neres (ex-Shakhtar Donetsk, 15,3 ME) e nos médios Fredrik Aursnes (ex-Feyenoord, 13) e Enzo Fernández (ex-River Plate, 10).

Nas decisivas horas do mercado, o Benfica anunciou surpreendentemente o empréstimo por uma época do centrocampista alemão Julian Draxler - o quinto atleta a ingressar na I Liga após ter sido campeão mundial -, pagando 2,5 ME de taxa ao Paris Saint-Germain, num negócio similar à entrada do atual parisiense Pablo Sarabia há um ano no Sporting.

John Anthony Brooks chegou a custo zero do Wolfsburgo para se juntar a Alexander Bah (Slavia Praga, oito ME), João Victor (Corinthians, 8,5) e Mihailo Ristić (Montpellier, sem custos) nos reforços para a defesa das ‘águias’, que compraram o avançado Petar Musa (Boavista, cinco) e reincorporaram Florentino (ex-Getafe) e Chiquinho (ex-Giresunspor).

O Benfica alimentou a principal ‘novela’ dos últimos meses, mas falhou a contratação de Ricardo Horta, melhor marcador da história do Sporting de Braga, que recebeu 20 ME do FC Porto por David Carmo, para o negócio mais caro de sempre entre clubes nacionais.

Na primeira janela de mercado desde a saída da alçada do ‘fair play’ financeiro da UEFA, os campeões nacionais foram buscar ainda o extremo Gabriel Veron (ex-Palmeiras, 10,5 ME), o médio André Franco (ex-Estoril Praia, quatro) e o guarda-redes Samuel Portugal (ex-Portimonense, um), embora sem terem encontrado um sucessor do criativo Vitinha.

O defesa João Marcelo (Tombense, 500 mil euros) e os médios Marko Grujić (Liverpool, nove ME) e Stephen Eustáquio (Paços de Ferreira, 3,5) viram as respetivas cláusulas de compra serem exercidas pelo FC Porto, ao qual estiveram cedidos na última temporada.

Se os ‘dragões’ contabilizaram 48,5 ME de despesas, o Sporting investiu 45,65 ME, que recaíram particularmente no defesa Jeremiah St. Juste (ex-Mainz, por 9,5 ME), no médio Sotiris Alexandropoulos (ex-Panathinaikos, 4,5) e no avançado Francisco Trincão (ex-FC Barcelona), de regresso à I Liga portuguesa, com uma taxa de empréstimo de três ME.

Os ‘leões’ depositaram atenções a nível interno pelo terceiro verão consecutivo, logrando o médio Hidemasa Morita (ex-Santa Clara, 3,8 ME) e os avançados Rochinha (ex-Vitória de Guimarães, dois) e Arthur Gomes (ex-Estoril, 2,5), ‘selado’ perto do final do mercado.

O ‘guardião’ Franco Israel (ex-Juventus, 650 mil euros) e o extremo Abdul Fatawu (ex-Dreams, 1,2 ME) foram outras apostas do Sporting, que ativou as opções de compra de Rúben Vinagre (ex-Wolverhampton, 10) - foi, depois, cedido ao Everton - e Pedro Porro (ex-Manchester City, 8,5) e reintegrou Jovane Cabral, previamente emprestado à Lazio.

Os empréstimos foram a prioridade do Sporting de Braga, ao recaírem em Víctor Gómez (ex-Espanyol), Sikou Niakaté (ex-Guingamp), Uros Racić (ex-Valência), de regresso a Portugal, e Diego Lainez (ex-Betis), à parte das compras de Simon Banza (ex-Lens, três ME), uma das referências do Famalicão em 2021/22, e Serdar Saatçi (ex-Besiktas, 1,5).

Comparando com outros campeonatos, a I Liga foi sétima em despesas (169,85 ME) e sexta em receitas (431,35), refletindo esses recordes no melhor saldo entre entradas e saídas a nível mundial (261,5), que contrasta com os efeitos financeiros ditados pelo conflito militar na Ucrânia e no rescaldo de dois anos e meio da pandemia de covid-19.

O Santa Clara foi o clube mais ativo em julho e agosto e beneficiou da entrada de novos investidores na SAD para adicionar duas dezenas de reforços, em sentido inverso ao Vizela, que acrescentou apenas sete ‘caras novas’, e ao Marítimo, com nove adições.

Pelo segundo verão consecutivo, o Boavista conviveu com um impedimento de inscrição de atletas durante mais de metade da janela de transferências, na qual vários clubes decidiram recorrer, por empréstimo ou em definitivo, aos ‘excedentários’ dos ‘grandes’.

Tomás Araújo (Gil Vicente), Jota Silva e Zé Carlos (Vitória de Guimarães), Bruno Jordão (Santa Clara), Francisco Moura (Famalicão), Gonçalo Esteves, Pedro Álvaro, Rodrigo Martins e Tiago Gouveia (Estoril Praia), Diogo Pinto e Romário Baró (Casa Pia), Miguel Nóbrega (Rio Ave), Bruno Lourenço (Boavista), Rafael Brito (Marítimo), Hélder Morim e Sandro Cruz (Chaves) são talentos que transitaram entre clubes para a época 2022/23.

De volta ao país estão Stanislav Kriticuk e Pedro Tiba (Gil Vicente), Anderson e André André (Vitória de Guimarães), Pelé e André Simões (Famalicão), Mexer e João Carvalho (Estoril), Gonçalo Cardoso (Marítimo), Andreas Samaris, Emmanuel Boateng, Hernâni e Josué (Rio Ave), Ricardo Mangas e Vincent Sasso (Boavista), Fernando Varela e João Nunes (Casa Pia), Carlos Ponck, Nélson Monte e Luther Singh (Desportivo de Chaves).

Entre as promessas oriundas do estrangeiro constam Adrián Marín e Kevin Villodres (Gil Vicente), Mikey Johnston, Antoñín (Vitória de Guimarães), Xavi Quintillà, Matheus Babi, Victor Bobsin, Rildo e Gabriel Silva (Santa Clara), James Léa Siliki e Erison (Estoril), Joel Soñora (Marítimo), Adalberto Peñaranda e Róbert Bozeník (Boavista), Santi Colombatto, Zaydou Youssouf, Enea Mihaj e Álex Millán (Famalicão) ou Berke Özer (Portimonense).

Bastien Toma, Jordan Holsgrove, Nigel Thomas, Kayky e N’Dri Koffi (Paços de Ferreira), Fabijan Buntić, Milutin Osmajić e Diego Rosa (Vizela), Jerome Opoku, Ismaila Soro, Oriol Busquets, Vitinho e Rafa Mújica (Arouca), Léo Bolgado, Yan Eteki e Takahiro Kunimoto (Casa Pia), Miguel Baeza (Rio Ave) ou Héctor Hernández (Chaves) completam esse lote.

O mercado vai permanecer aberto durante alguns dias em países periféricos, casos de México, Roménia, Bélgica, Rússia, Turquia, Grécia, Arábia Saudita ou Ucrânia, entre outros, na certeza de que os atletas atualmente sem clube ainda podem ser inscritos.
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