A antiga diretora-executiva Estrela Costa tornou-se a nova acionista da empresa proprietária da SAD do Desportivo das Aves, confirmou fonte do último classificado da I Liga de futebol.
A transação foi escriturada na quarta-feira e faz com que Estrela Costa entre no capital da SAD do Desportivo das Aves, reforçando o papel do marido e administrador Wei Zhao na empresa ligada ao marketing desportivo, numa dupla que passa agora a deter 53,3% das ações e do poder de decisão sobre o futebol profissional do emblema da Vila das Aves.
Constituída em agosto de 2015, com 70% do capital na posse da "Galaxy Believers", a sociedade anónima foi dirigida por Luiz Andrade até junho de 2018, antes de passar para as mãos do chinês Wei Zhao, que já era acionista maioritário do grupo de investidores, a par do compatriota Hongmin Wang, e ficou com 90% das ações da SAD.
Momentos difíceis
O Desportivo das Aves pode perder dois a cinco pontos pelo atraso salarial verificado entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, face aos 13 somados em 24 jornadas da I Liga, nove abaixo da zona de salvação, num conjunto de dívidas justificadas pela SAD com a paralisação da atividade económica na China, motivada pela pandemia de covid-19.
O processo seguiu da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) em 03 de abril e provocou as rescisões unilaterais do guarda-redes francês Quentin Beunardeau e do avançado brasileiro Welinton Júnior enquanto a SAD começava a liquidar parte das verbas.
Acusada pelo antigo dono da baliza avense de repor salários ao iraniano Mehrdad Mohammadi e a Welinton Júnior antes da derrota com o Sporting (2-0), em 8 de março, da 24.ª jornada do campeonato, Estrela Costa demitiu-se há dois meses em desacordo quanto à postura da "Galaxy Believers" na regularização salarial de atletas e funcionários.
A empresa controla 89,9% do capital da SAD do Desportivo das Aves e os restantes 10% pertencem ao clube, liderado desde a temporada 2010/11 por Armando Silva e sem eventuais sucessores anunciados às eleições dos órgãos sociais para o biénio 2020/2022, que estavam marcadas para 09 de maio e foram suspensas devido ao novo coronavírus.