Mano Nunes confirma salários em atraso no Beira-Mar
O presidente do Beira-Mar confirmou esta quarta-feira à Agência Lusa a existência de salários em atrasos nos aveirenses, mas garantiu que não
há situações de dificuldade no plantel e que os atletas estão solidários com o actual momento de crise.
O presidente da Comissão Administrativa do clube de Aveiro esclareceu à Agência Lusa: "Regularizámos hoje parte do atraso de Fevereiro, na medida das necessidades expressas pelos jogadores".
"Temos estado em contacto permanente com os atletas e estamos atentos a qualquer situação mais difícil, mas temos sentido que o grupo de trabalho continua a confiar nesta direcção" afirmou.
Mano Nunes explicou que as contrariedades sentidas no clube aveirense ultrapassam a crise que atinge o futebol profissional: "o nosso maior obstáculo foi a pesada herança que nos deixaram e o facto de estarmos a pagar dois anos num".
O dirigente "auri-negro" acrescentou ainda que a falta de celeridade no cumprimento do acordo com a autarquia de Aveiro tem sido crucial para este impasse financeiro: "o protocolo assinado com a Câmara iria dar-nos o fôlego que precisávamos para a sustentabilidade".
Dívida da antiga gestora do estádio na origem do problema
Em causa está o cumprimento de um acordo conseguido pela actual Comissão Administrativa para saldar a dívida da antiga empresa gestora do estádio, a EMA, ao clube aveirense, respeitante às verbas para gestão do mesmo.
As duas partes acordaram, entre outros pontos, uma permuta de terrenos para regularizar os valores em dívida, mas a hipoteca de um desses terrenos complica que o acordo se cumpra.
Mano Nunes rejeita cenários de pessimismo, mas assegura: "está em causa o futuro do Beira-Mar e se nada for feito, o clube pode acabar por morrer por asfixia".
Todavia, o dirigente remata: "temos um acordo assinado e é a isso que esta direcção se agarra, mas infelizmente, no nosso caso, temo porque o tempo pode ter um papel muito cruel" concluiu.
c/ Lusa