Um mês depois de ter iniciado um "blackout", o treinador do Vitória de Guimarães voltou a falar aos jornalistas para pedir o apoio dos adeptos na recepção ao Estrela da Amadora, terça-feira, dos quartos-de-final da Taça de Portugal de futebol.

Manuel Cajuda frisou que a sua presença, hoje, na sala de imprensa do complexo vitoriano, significou apenas uma interrupção no silêncio decretado no dia 17 de Janeiro e que tal se deveu à necessidade "de dar a cara" após a inapelável derrota ante o Nacional (3-0), na última jornada da liga. "Precisamos de ser apoiados", pediu mesmo.

"Não venho falar dos meus problemas, mas dos meus sonhos e ambições. Sempre que ganhei foi acompanhado dos adeptos do Vitória e, nesta competição, este é o jogo mais importante dos últimos cinco anos, porque nunca chegamos a esta fase da Taça de Portugal", notou.

Manuel Cajuda lembrou que o "jogo é de Taça, pode acontecer tudo, mas vamos 'deixar a pele' dentro do campo", prometeu.

O treinador frisou que "vai ser extremamente difícil, porque as pessoas pensam que por o Estrela da Amadora ter dificuldades será mais fácil - e não é".

Se o Vitória de Guimarães passar, jogará com o FC Porto nas meias-finais, este ano pela primeira vez jogada a duas mãos. Para Manuel Cajuda, com esse figurino, a eliminatória "é mais interessante", sendo que a Taça da Liga "também devia ser assim".

O treinador do Vitória admitiu que a sua equipa fez "30 minutos muito maus no Nacional", mas os jogadores "merecem apoio e atenção, e não que se empurre para cima deles os inêxitos".

Manuel Cajuda pediu "casa cheia" no jogo de terça-feira: "Ainda vamos a tempo, se unirmos as mãos, se quisermos todos, conseguimos", disse. 

Com um discurso muito virado para a união interna do clube, Manuel Cajuda deixou no ar a possibilidade de não continuar no Vitória de Guimarães na próxima temporada, apesar de ter contrato até 2010.

"Sei que não vou ser treinador do Vitória de Guimarães por muito mais tempo. Porquê? O meu contrato é só por mais um ano", disse. Á pergunta sobre se na próxima época será o treinador do clube minhoto, respondeu de forma lacónica: "Ainda tenho contrato".

Antes, porém, tinha afirmado: "nunca ninguém chegou tão alto como eu no Vitória de Guimarães. Haverá certamente alguém que faça melhor do que eu, desejo que isso aconteça porque gosto muito do Vitória, mas vai ser complicado".

C/ Lusa