Terrenos do Bessa leiloados

O Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia declarou na terça-feira a insolvência do Boavista, cinco horas após ter sido concluído o leilão dos terrenos adjacentes ao Estádio do Bessa, adquiridos por 5,55 milhões de euros.

Lusa /
O Boavista vive uma situação complicada Boavista FC

Perante dívidas antigas do clube para com entidades envolvidas na construção do Estádio do Bessa, inaugurado em dezembro de 2003, o emblema "axadrexado" havia reaberto o leilão, depois de não ter recebido ofertas mínimas entre março e maio de 2024, permitindo licitações em hasta pública através do portal e-leilões até às 10:00 de terça-feira.

Os terrenos englobam um parque de estacionamento público subterrâneo e diversos equipamentos desportivos, num total de 22,5 mil metros quadrados de área, com o comprador a herdar também um contrato de exploração de infraestrutura desportiva por 50 anos.

O Boavista tem, desde terça-feira, 20 dias para reclamar os créditos da última licitação, cifrada nos 5,55 milhões de euros, em período contínuo, não suspenso durante as férias judiciais, ainda que o limite possa ser transferido para o dia útil seguinte, caso os tribunais se encontrem encerrados nesse momento.


A partir das 15h00 de terça-feira, o clube foi declarado insolvente, o que poderia ter travado a perda dos terrenos, caso a sentença tivesse sido proferida antes do término do leilão, avançando agora o Boavista com um plano de recuperação.

O que se segue

Em comunicado, no mesmo dia, a direção do Boavista garantiu que a utilização deste instrumento jurídico dará início a uma "nova fase de responsabilidade e abertura", de modo a "alcançar a sustentabilidade".

"Vivemos um momento relevante na história do Boavista. Iniciámos uma nova fase com responsabilidade e abertura — um caminho de recuperação estrutural, essencial para assegurarmos a sustentabilidade do nosso clube. Esta é uma oportunidade de união para sócios, adeptos, simpatizantes e parceiros, pois este clube, além da sua missão social, tem uma identidade que deve ser preservada e potenciada", pode ler-se na nota oficial.

O órgão das "panteras" justificou a solução pela necessidade de reorganizar a situação financeira, apontando que o "contexto desportivo e financeiro do clube é de conhecimento público", e pediu aos associados boavisteiros união em torno do rumo traçado.

"Esta decisão foi tomada com sentido de dever, para defender o Boavista e garantir a honra da sua história e dos seus associados. O esforço significativo dos últimos meses, na preparação de um plano de recuperação, pode agora ser transformado em ações concretas que assegurem os interesses do clube e dos seus credores", justificou.
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