O GP de Portugal apresentado no Algarve, marca o regresso da Fórmula 1 a Portugal 24 anos depois da última corrida no Estoril, em 1996. Na altura uma corrida dominada pela Williams com vitória de Jaques Villeneuve na frente do colega de equipa Damon Hill, que esse ano se tornaria campeão do mundo. O pódio incluiu ainda Michael Schumacher com um Ferrari.
O Mundial de
Fórmula 1 seguiu por outras paragens. A necessidade nos tempos atuais de
garantir contratos anuais na ordem dos 30 milhões de euros tiram a chance ao
nosso país de lutar por um lugar no calendário. Mas a Covid19 abriu uma janela
de oportunidade, com a anulação de um conjunto grande de corridas e a
necessidade de alternativas válidas, nomeadamente na Europa. Portimão é uma das
melhores pistas da atualidade, complexo moderno e com todas as infraestruturas
e condições para receber a F1. A pista terá de ser reasfaltada para garantir
que passa de óptima a perfeita, há algum investimento logístico e operacional a
fazer mas não há pelas condicionantes deste ano, lugar a qualquer pagamento de "fee".
Por outro lado,
esta é uma operação estratégica por parte dos responsáveis do Autódromo de
Portimão, para colocar a pista portuguesa na rota regular dos testes de Fórmula
1. Tendo de pagar para ter a corrida, o nosso país está "fora de jogo", mas os
engenheiros e as escuderias passam a ter dados de telemetria dos carros em
condições de treino, qualificação e corrida pelo que a partir deste momento têm
dados comparativos de evolução que à frente vierem a fazer nos seus carros.
Que
tal Portimão se colocar na Pole Position para receber os testes de
pré-temporada?
Por falar em
equipas, recorda-se que o impacto financeiro num fim-de-semana de GP, possa
ascender a muitos milhões de euros (mesmo que agora um pouco menos pela
limitação do número habitual de presenças em cada GP por parte das escuderias,
o certo é que há perto de duas mil pessoas no dito "circo" da Fórmula 1). A
isto se juntará o valor de milhões de euros da promoção ao país e ao Algarve em
particular nas transmissões televisivas, num momento em que o país lança a sua estratégia
de retoma turística pós-covid. Está previsto o retorno direto de 30 Milhões de Euros, no mínimo.
A Liberty deixou
entender que, a partir dos GPs de Setembro, seja já possível ter a presença de
público nas bancadas. Esse enquadramento terá de ser validado pelos governos
locais e pelas autoridades de saúde. O GP de Portugal terá a presença de público e os bilhetes serão postos à venda, veremos as circunstâncias da percentagem de público que será admitido para nas bancadas assistir ao fim-de-semana.
NURBURGRING E
IMOLA ALÉM DE PORTIMÃO
A Liberty,
gestora dos direitos da F1, anuncia agora mais 3 datas no calendário de 2020.
Além do regresso da Fórmula 1 a Portugal, também Imola e Nurburgring são
somadas excepcionalmente ao mundial.
No caso de Imola,
é um regresso 14 anos depois. A última corrida foi em 2006, ano em que o GP San
Marino recebeu pela última vez a competição, com vitória de Michael Schumacher
com a Ferrari. Fernando Alonso e Juan Pablo Montoya estiveram no pódio.
Esta é uma
ocasião tremenda para a Itália, que na verdade recebe pela primeira vez na
história de 70 anos de F1, 3 GP's numa mesma época. Monza será palco do GP de
Itália, Mugello estreia-se no campeonato para coincidir com a 1000 ª corrida da
Ferrari na Fórmula 1 (Mugello é a pista privada da scuderia italiana). E com
Imola, serão 3 corridas em território transalpino.
Quanto a
Nurburgring, surge nas contas à última hora, pois era Hockenheim o circuito
destinado a receber o mundial na lista de reserva de Grandes Prémios.
Aparentemente o facto da Liberty querer presença de público, levou ao recuo dos
responsáveis da pista que não se quiseram comprometer sem apoio do governo do
seu estado federal da Bade-Vurtemberga.
Enquanto isso, Nurburgring surgiu como alternativa, no estado da Renânia-Palatinado,
aceitando avançar com a corrida.
Nurburgring foi palco de um GP pela última vez em 2013, ano
em que Sebastian Vettel venceu com a Red Bull, na frente dos Lotus de Kimi
Raikkonen e Romain Grosjean.
A F1 tem
trabalhado em corridas alternativas depois da série de GP's do calendário
original, entretanto anulados devido à pandemia. A Europa tem vindo a emergir
das condições de bloqueio e as distâncias de viagem mais curtas facilitam logisticamente
que a maioria das corridas se concentre no velho continente.
Até agora a
temporada compreendeu duas corridas na Áustria (Red Bull Ring), uma na Hungria (Hungaroring)
e seguem-se agora duas corridas em Inglaterra (Silverstone). Depois será a vez
de Espanha (Montmelo), Bélgica (Spa), Itália (Monza e Mugello) e Rússia (Sochi).
As datas das 3
corridas seguintes e que agora são lançadas, serão 11 de Outubro para
Nurburgring, 25 de Outubro em Lisboa e depois Imola a 1 de Novembro.
Especulado nos
últimos dias que a corrida de Imola (na semana seguinte a Portimão), possa por
questões de logística apertada, ser palco da primeira experiência de programa
de um GP apenas com 2 dias, prescindindo da 6.ª feira em pista. Uma solução que
as equipas estariam a estudar para estender no futuro o calendário para 25
provas.
O mundial poderá
ainda ter a seguir, por anunciar até ver, a realização do GP do Vietnam (Hanoi)
em estreia, uma dupla jornada no Bahrain (Sakhir) e Abu Dhabi (Yas Marina).