Naufrágio no Cabo das Tormentas

A Selecção portuguesa de futebol caiu hoje nos oitavos de final do Mundial de 2010, ao perder por 1-0 com a campeã europeia Espanha, na Cidade do Cabo, na África do Sul. David Villa apontou o único golo aos 62 minutos, num encontro muito vivo, mas quase sempre controlado pela formação espanhola. Portugal despede-se assim de África, mas despede-se de cabeça erguida.

Pedro Araújo Pina /
Eduardo após o jogo com a Espanha AP Photo

Desde o primeiro minuto que a Espanha deu a entender que, caso perdesse hoje, não o ia fazer sem dar luta. Nos primeiros 5 minutos de jogo, Eduardo salvou Portugal de sofrer três golos. Torres, primeiro, e David Villa, por duas vezes, logo a seguir, ameaçaram seriamente a baliza nacional.

Portugal demorou a abrandar o ímpeto atacante de "nuestros hermanos", mas acabou por consegui-lo a partir dos 20 minutos, apesar de a Espanha continuar por cima na posse de bola. Nos últimos momentos da primeira parte, os "Navegadores" conseguiam construir jogadas perigosas, mas a defesa espanhola correspondia à altura, e foram raras as vezes que Casillas foi posto à prova.

O intervalo chegava com o empate a zero e as equipas regressaram para o segundo tempo sem qualquer alteração. Aos 57 minutos, Portugal e Espanha fazem as primeiras alterações no encontro, com Vincente del Bosque a tomar a decisão correcta e Carlos Queiroz, nem por isso.

Llorente, recém-entrado, dá ainda mais velocidade ao ataque espanhol, e o resultado acaba por surgir pouco depois.

Um golo de David Villa, aos 62 minutos, selou o desaire da formação das "quinas", que fez melhor do que em 1986 e 2002 (eliminações na primeira fase), mas ficou longe das meias finais, atingidas em 1966 (terceiro lugar) e 2006 (quarto).

Depois do golo, Portugal não conseguiu recuperar, e a Espanha continuou a trocar a bola à vontade, esperando o apito final.

O guarda redes Eduardo acabou por ser o melhor elemento da formação portuguesa, que não tinha sofrido qualquer golo na primeira fase (0-0 com África do Sul e o Brasil e, pelo meio, uma goleada por 7-0 à Coreia do Norte).

 

c/ Lusa

 

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