Mais de 430 mil. Rússia sofreu baixas históricas no último ano de guerra, garante Ucrânia
A Rússia terá sofrido 434 mil baixas em 2024, mais do que nos dois anos anteriores em conjunto, de acordo com o comandante-chefe das Forças Armadas da Ucrânia. Esse número inclui cerca de 150 mil mortes em combate, adiantou Oleksandr Syrskyi numa entrevista ao jornal ucraniano The Kyiv Independent.
Questionado sobre as perdas da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi respondeu que são “muito inferiores” às sofridas pela Rússia. Em dezembro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que o país tinha perdido até então 43 mil soldados em combate desde o início da invasão.
Segundo as Forças Armadas ucranianas, Moscovo já perdeu quase 819 mil soldados desde o início da guerra. O número, em linha com as estimativas de agências de inteligência ocidentais, inclui mortos, feridos, capturados e desaparecidos.
No último ano, a Rússia ganhou terreno no leste da Ucrânia e em Kursk, mas à custa de pesadas baixas, segundo Kiev. Novembro e dezembro do ano passado terão sido os meses mais críticos, com baixas superiores a dois mil soldados por dia.
A Rússia não divulga os números das suas baixas, mas recentemente um funcionário do Ministério da Defesa indicou que o seu departamento recebeu 48 mil pedidos para identificar soldados desaparecidos.
Uma investigação conjunta da BBC Rússia e do site de notícias Mediazona permitiu, por sua vez, identificar os nomes de 88.726 soldados russos mortos na guerra na Ucrânia. Os jornalistas concluíram que 2024 marca “o ano mais mortífero” do conflito, com mais de 20 mil mortes confirmadas do lado russo.
Já o Ministério britânico da Defesa estimou, no final do ano passado, que a Rússia teria perdido até então 750 mil soldados e que iria superar um milhão de baixas dentro de seis meses.
Donald Trump falha promessa sobre Ucrânia
Os mais recentes números são avançados no mesmo dia em que Donald Trump toma posse como 47.º presidente dos Estados Unidos, num mandato que traz incertezas sobre o futuro da Ucrânia, depois de o republicano ter repetidamente criticado os apoios concedidos a Kiev pela Administração Biden.
Durante a sua campanha presidencial, Trump prometeu pôr fim à guerra na Ucrânia ainda antes de voltar a ser presidente. “Antes de eu sequer regressar à Sala Oval, logo a seguir a vencer as eleições, irei pôr fim à horrível guerra entre Rússia e Ucrânia”, assegurou num comício em julho do ano passado.
“Vou resolver a guerra enquanto ainda for presidente-eleito”, garantiu mais tarde, em outubro, numa entrevista a um podcast.
Depois das eleições norte-americanas de novembro, das quais saiu vencedor, Trump já esteve reunido com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e estará agora a preparar uma reunião com o líder russo, Vladimir Putin.