Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
- O presidente ucraniano falou esta terça-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Volodymyr Zelensky exigiu à ONU a realização de julgamentos pelos crimes de guerra, semelhantes aos processos de Nuremberga, e acusou os russos de terem praticado todos os crimes possíveis;
- O Kremlin, por sua vez, continua a negar a autoria das atrocidades na cidade de Bucha. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou uma "provocação mentirosa" a descoberta pelas autoridades ucranianas de civis assassinados na cidade de Bucha, para fazer fracassar as negociações em curso entre Kiev e Moscovo;
- Foram encontrados novos cadáveres espalhados pela cidade de Bucha, agora recuperada pelas tropas ucranianas. As autoridades de Kiev falam em mais de 300 vítimas só nesta zona, mas vários autarcas ucranianos garantem que há cenários semelhantes ou mesmo piores noutras áreas que estiveram ocupadas pelos russos;
- A Comissão Europeia vai avançar com quinto pacote de sanções à Rússia, que inclui a proibição das importações de carvão e o fecho dos portos europeus aos navios russos. Os Estados Unidos também estão a preparar-se para anunciar uma nova ronda de sanções a Moscovo;
- Portugal expulsou dez funcionários da Embaixada da Federação Russa, considerados “persona non grata”. De acordo com o Governo, estes dez funcionários da missão diplomática russa desenvolvem atividades contrárias à segurança nacional portuguesa.
O Presidente da Rússia avisa que qualquer movimento de países estrangeiros para nacionalizar as participações russas em empresas é "uma faca de dois gumes". Vladimir Putin acusou o Ocidente de tentar resolver os problemas à custa da Rússia.
“Eu acho que este será um conflito muito prolongado e que durará anos. Não sei se serão décadas, mas pelo menos anos de certeza”, disse Milley, citado por The Guardian.
“Acho que a NATO, os Estados Unidos, a Ucrânia e todos os aliados e parceiros que estão a apoiar a Ucrânia estarão envolvidos neste conflito durante algum tempo”, acrescentou.
“Explosões na região de Radekhiv. Mantenham-se todos abrigados”, escreveu na plataforma digital Telegram Maksym Kozitskii, dirigente da administração militar regional, enquanto eram audíveis as sirenes da defesa antiaérea.
“Neste momento, não dispomos de informações sobre eventuais vítimas”, acrescentou.
Longe da frente de combate, Lviv e o oeste da Ucrânia têm raramente sido alvo de bombardeamentos desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro.
A cerca de 40 quilómetros de Kiev, esta cidade ainda está sob o choque da destruição massiva, como constataram os enviados da RTP, Cândida Pinto e David Araújo.
No domingo à noite, às 7h40, um ataque atingiu um local próximo de um supermercado. Toda a onda de impacto atingiu a loja mas ninguém ficou ferido.
Ursula Von der Leyen diz será um pacote mais contundente de penalização da economia russa.
A presidente da Comissão Europeia e Josep Borrel vão encontrar-se com o presidente da Ucrânia, esta semana em Kiev.
O MNE de Bucareste "reitera a condenação firme dos crimes cometidos em Bucha e outras localidades da Ucrânia, pelos quais a Federação Russa deve responder".
Vários Estados europeus têm expulsado pessoal diplomático russo, depois de a Federação Russa ter sido acusada de crimes de guerra na localidade de Bucha, nos arredores de Kiev.
Estónia, Letónia, Suécia e Eslovénia também expulsaram diplomatas russos, num total de 63, sob justificações que incluíram atividades de espionagem.
Portugal alinhou a sua posição com a maioria da dos países do bloco europeu. Dez funcionários da embaixada russa foram considerados persona non grata, um termo diplomático que significa pessoa indesejável à República Portuguesa.
Numa nota, o Ministério dos Negócios Estrangeiros informa que o Governo português notificou, esta tarde, o embaixador da Federação Russa da sua decisão do Executivo.
De acordo com o Governo, estes dez funcionários da missão diplomática russa desenvolvem atividades contrárias à segurança nacional portuguesa.
Esta Eurásia deveria ser, de acordo com o antigo presidente russo, uma área livre de comércio.
Nas redes sociais, Dimitry Medvedev refere que "o objetivo do Kremlin é a paz das gerações ucranianas futuras e a oportunidade de, finalmente, criar uma Eurásia aberta - de Lisboa a Vladivostok".
Medvedev diz que na Ucrânia a meta é a desmilitarização mas isso poderá acontecer fora dos "campos de batalha". Criticou ainda nesta mensagem os ucranianos, por considerar que têm pensamentos de ódio por tudo o que é russo.
As autoridades de Kiev falam em mais de 300 vítimas só nesta zona, mas vários autarcas ucranianos garantem que há cenários semelhantes ou mesmo piores noutras áreas que estiveram ocupadas pelos russos.
Em Bucha já estão investigadores a recolher provas de eventuais crimes de guerra.
O secretário-geral da NATO admite que possam vir a ser reveladas novas atrocidades cometidas sobre civis na Ucrânia.
E avisa que a Rússia está a preparar uma grande ofensiva sobre a região do Donbass.
Alguns dos equipamentos e suprimentos, que foram solicitados por Kiev, já foram entregues, enqunanto outros vão ainda chegar à Ucrânia.
Volodymyr Zelensky dirigiu-se pela primeira vez ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde acusou os Russos de terem praticado todos os crimes possíveis.
O Kremlin continua a recusar a autoria das atrocidades em Bucha.
O PCP sustentou que "são inquietantes" as notícias "difundidas a partir dos centros do poder ucraniano e ampliadas pela máquina de propaganda que tem rodeado a guerra na Ucrânia sobre os alegados 'crimes de guerra' ocorridos em Bucha, bem como os desmentidos das autoridades russas indicando de que se tratou de uma operação de manipulação".
"A existência de comprovados exemplos em que determinadas situações apresentadas como verdadeiras se vieram posteriormente a confirmar falsas e baseadas em operações de manipulação exige o indispensável, cabal e rigoroso apuramento das situações relatadas", acrescentou o PCP, numa nota enviada à Lusa.
As investigações sobre os alegados crimes cometidos contra civis naquela cidade na região de Kiev, prosseguiu o PCP, devem ser asseguradas por "entidades efetivamente independentes, determinadas pela real avaliação dos factos e não por predeterminados julgamentos ou objetivos que não contribuam para apurar a verdade".
Afirmando condenar "todos os atos criminosos, incluindo em cenário de guerra, que tenham ocorrido ou ocorram em solo da Ucrânia, do Iraque, do Afeganistão, da Líbia ou de outros países", o PCP defendeu que "o que se impõe é pôr termo à escalada em curso e contribuir para o cessar-fogo e uma solução política negociada" entre Kiev e Moscovo, que "assegure a paz e a segurança coletiva na Europa".
(Agência Lusa)
A Rússia anunciou uma ofensiva final para conquistar Mariupol, cidade portuária estratégica no sudeste da Ucrânia, após ter terminado o prazo imposto para as forças ucranianas deporem as armas e deixarem a região.
"Informamos repetidamente Kiev, através de todos os canais disponíveis de comunicação, de propostas sobre a possibilidade de retirada de Mariupol das unidades das Forças Armadas ucranianas e deposição das suas armas", referiu o porta-voz do Ministério da Defesa russo.
Segundo Igor Konashenkov, desde as 06:00 de hoje (08:00 em Lisboa) foi reiterada a proposta aos militares ucranianos, para que entregassem as armas e deixassem a localidade através de uma rota segura para locais controlados por Kiev, oferta que foi rejeitada.
"Levando em consideração a falta de interesse de Kiev em preservar a vida dos seus soldados, Mariupol será libertada das unidades nacionalistas pelas Forças Armadas russas e pela República Popular de Donetsk", referiu.
Na semana passada, o Exército russo retirou-se da região de Kiev e reagrupou suas forças para concentrar todos os seus esforços na conquista de Donbass, objetivo original da chamada "operação militar especial" lançada por Moscovo, informações confirmadas hoje pela NATO.
O governador da região de Lugansk, integrada no Donbass, no leste da Ucrânia, alertou na segunda-feira para a probabilidade de "um ataque em grande escala", que disse estar a ser preparado pelas forças russas contras as tropas ucranianas naquela zona.
Na mensagem de vídeo, o governador de Lugansk exortou os habitantes a saírem daquela região o mais rápido possível, pedido que foi secundado pelo do presidente da câmara de Borova, cidade entre Lugansk e Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.
(Agência Lusa)
Um total de 3.846 pessoas foram retiradas de várias localidades ucranianas através de corredores humanitários esta terça-feira, um pouco mais do que os 3.376 que escaparam ontem, revelou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk.
Mariupol, cidade onde se estima que permaneçam ainda cerca de 100.000 pessoas, está sitiada por tropas russas e milícias separatistas há várias semanas.
Segundo a Câmara Municipal, no cerco à cidade, cuja brutalidade foi condenada pela comunidade internacional, podem ter morrido cerca de cinco mil pessoas.
O porta-voz, general Igor Konashenkov sublinhou também que as forças da "República Popular de Lugansk", reconhecida por Moscovo antes da invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro, continuam a avançar contra as posições da 24.ª Brigada Motorizada do Exército ucraniano, tendo decorrido combates nos arredores da cidade de Novotoskóvskoye.
A mesma fonte alegou que estas forças pró-russas conseguiram romper as linhas de defesa da 57.ª Brigada de Infantaria Motorizada ucraniana, que perdeu até 50 soldados e nove veículos blindados nos limites norte da cidade de Zamulovka.
"Há uma questão que se coloca: a quem serve esta provocação aberta e mentirosa (...). Somos levados a pensar que serve para encontrar um pretexto destinado a torpedear as negociações em curso", afirmou Lavrov numa mensagem por vídeo difundida na televisão russa.
"Exatamente no momento em que, e em conformidade com o acordado em Istambul, a parte russa, como gesto de boa vontade, decidiu reduzir a tensão no terreno, principalmente nas regiões de Kiev e Chernigiv, nesse momento três dias após o nosso exército ter abandonado a cidade de Bucha, organizou-se aí uma provocação", indicou Lavrov.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo assegurou que o objetivo de Kiev "consistiu em desviar a atenção do processo de negociação" e "tentar apresentar novas condições".
"Tal como os `media` ocidentais propagaram a falsidade sobre a cidade de Bucha, os negociadores ucranianos tentaram interromper por completo o processo de negociação", acrescentou, citado pela agência noticiosa Interfax.
"Qual o motivo desta provocação aberta e falsa, cuja verdade é impossível de justificar?", interrogou-se, para insistir que as autoridades russas "tendem a acreditar" que o motivo "reside no desejo de encontrar uma razão para interromper as negociações em curso".
Desta forma, advertiu Kiev que, para garantir "um progresso real e não uma aparência" as autoridades ucranianas não devem "sabotar" os acordos concluídos com Moscovo. "Caso contrário, corremos o risco de repetir o destino dos Acordos de Minsk e nunca o aceitaremos", advertiu.
Em simultâneo, também alertou que caso a Ucrânia "continue a recusar discutir a desnazificação e a desmilitarização", esse fator contribuirá para o decorrer do processo negocial.
O secretário-geral comunista lamentou as "novas censuras" a pretexto da guerra na Ucrânia, praticadas "à revelia dos tão proclamados valores ocidentais", que "hostilizam e `queimam` na praça pública" os que contrariam as "autoridades do pensamento único".
"Tempos perigosos, onde se levantam novas censuras e a pretexto da guerra se sanciona a cultura e o desporto nas pessoas que a fazem e praticam, à revelia dos tão proclamados valores ocidentais. Que hostilizam e `queimam` na praça pública quem se atreva a ir ao arrepio da cartilha ditada e imposta pelas autoridades do pensamento único", criticou o secretário-geral do PCP.
"Tínhamos uma aldeia de 120 pessoas - 15, 17, 20 pessoas morreram. Se comparar isto proporcionalmente com Bucha, é a mesma perda, talvez até mais", disse o governador Oleksandr Starukh na televisão nacional, citado pela agência Reuters.
O governador não revelou que provas tinha nem identificou as aldeias em causa.
A Rússia rejeita as acusações de que tenha visado e atacado civis ucranianos.
Os moradores conseguem fugir da cidade ucraniana sitiada de Mariupol apens a pé ou de carro particular, uma vez que os esforços para organizar retiradas de pessoas de autocarros para outras localidades da Ucrânia falharam, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia.
Os autocarros não podem chegar à primeira parte da rota de retirada de Mariupol, que é "quase 80 quilómetros - as pessoas têm de caminhar ou encontrar uma maneira de fazer essa viagem num carro particular", declarou Iryna Vereshchuk.
"A 25 de março, foi criada uma Equipa de Investigação Conjunta [EIC] sobre alegados crimes de guerra na Ucrânia, entre a Ucrânia, Polónia e Lituânia, que irá trabalhar na recolha e processamento de informações e provas, que poderão ser disponibilizadas a investigadores forenses no terreno, com depoimentos de testemunhas e possivelmente por terceiros, tais como ONG", indica a Eurojust numa resposta escrita enviada à Lusa.
Um dia após a presidente da Comissão Europeia ter anunciado uma investigação da União Europeia (UE) a alegados crimes cometidos em Bucha e noutras cidades ucranianas pelas tropas russas, a Eurojust avança à Lusa que "já foram disponibilizadas grandes quantidades de informação e provas de alegados crimes de guerra na Ucrânia".
O objetivo desta investigação é "servir processos judiciais que poderão ser introduzidos mais tarde", com casos que "poderiam ser julgados na Ucrânia, nos Estados-membros da UE ou possivelmente mesmo perante o Tribunal Penal Internacional".
"Em cada cenário, temos de nos certificar de que podem ser apresentadas provas convincentes e admissíveis, e é aqui que a experiência e o `know-how` da Eurojust serão importantes", vinca a agência europeia na resposta à Lusa.
Com 20 aos de experiência na coordenação de investigações transfronteiriças, a Eurojust aponta que assumirá este papel "também entre as investigações em curso na Ucrânia e nos Estados-membros da UE".
"Precisamos de assegurar a sua utilização otimizada [das provas], por um lado ligando cada peça de informação a datas, locais e perpetradores, tais como unidades militares, e por outro lado racionalizando a disponibilidade para a sua possível utilização em tribunal. Assegurar a disponibilidade de provas no local certo no momento certo também serve para evitar a vitimização secundária das vítimas de guerra, assegurando que estas não sejam sujeitas a interrogatórios repetidos", adianta a agência europeia.
A Eurojust está, então, a apoiar a EIC com procuradores e investigadores para o intercâmbio de provas, bem como prestando assistência jurídica e operacional.
Além disso, fornece apoio financeiro e logístico à EIC, facultando locais de reunião, tradução, equipamento e cobertura de custos de viagem, numa verba não indicada na resposta à Lusa.
"As reuniões de coordenação entre os membros da EIC estão a ter lugar com muita regularidade, o que inclui também contactos com ONGs dentro e fora da Ucrânia que podem ter informações valiosas que podem contribuir para a investigação", assegura a Eurojust.
A Eurojust diz ainda que pretende manter o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) "estreitamente envolvido", tendo convidado esta instância para se juntar formalmente à investigação.
(Agência Lusa)
Kiev e o Ocidente dizem que há evidências de que a Rússia cometeu crimes de guerra, mas Moscovo nega a acusação que classifica de "falsificação monstruosa".
O presidente da Ucrânia, que discursou esta tarde no Conselho de Segurança da ONU, não tem dúvidas de que os militares de Moscovo mataram com intenção.
Para Volodymir Zelensky, não há um único crime que as tropas russas não tenham cometido em Butcha.
Portugal vai expulsar 10 funcionários da embaixada russa em Lisboa, juntando-se a outros países da União Europeia na resposta a alegados crimes de guerra cometidos por tropas russas na Ucrânia.
Os funcionários em causa têm duas semanas para abandonar o território nacional.
"O governo português reitera sua firme e veemente condenação à agressão russa em território ucraniano", lê-se ainda no comunicado.
É uma medida que a presidência russa lamentou, afirmando que isso só vai dificultar as possibilidades de comunicação a nível diplomático numa altura em que "as condições já estão difíceis".
"Até agora, as nossas sanções tiveram um efeito assustador sobre aqueles que abastecem e financiam a máquina de guerra de Putin. Esta semana vamos anunciar que congelamos mais de 350 mil milhões do cofre de guerra de Putin", disse Liz Truss, em Varsóvia.
Já as autoridades da Letónia congelaram bens russos no valor de 100 milhões de euros, incluindo um rebanho de gado, no âmbito das sanções internacionais contra a Rússia, anunciou o ministro da Justiça do país, Janis Bordans.
Moscovo nega os ataques aos civis na Ucrânia e responde que as mortes em Bucha, foram uma "falsificação monstruosa" para desacreditar a Rùssia.
"Atualmente, os corpos dos mortos estão a ser recolhidos pela polícia para realizar os exames necessários", disse Lyudmyla Denisova numa publicação das redes sociais.
Esta ativista e política ucraniana não referiu como as autoridades chegaram à estimativa do número de vítimas na vala comum.
Entre as medidas a anunciar na quarta-feira contra a Rússia estão a proibição de todos os novos investimentos naquele país, sanções mais eficazes às instituições financeiras e empresas estatais e sanções a funcionários do Governo e aos seus familiares, segundo adiantou um alto funcionário da Administração Biden, citado pela AP, sob condição de anonimato.
O presidente norte-americano e os aliados dos Estados Unidos têm trabalhado conjuntamente para impor sanções económicas à Rússia por ter invadido a Ucrânia há mais de um mês, incluindo o congelamento de ativos do banco central, controlos de exportação e apreensão de propriedades, tais como iates, da elite russa.
Os pedidos de aumento das sanções intensificaram-se esta semana em retaliação aos ataques, assassínios e destruição na cidade ucraniana de Bucha.
O alto funcionário norte-americano disse que as sanções iriam aumentar o "isolamento" económico, financeiro e tecnológico da Rússia face ao resto do mundo, como condenação pelos seus ataques a civis na Ucrânia.
Esse isolamento é um aspeto fundamental na estratégia dos Estados Unidos, que se baseia na ideia de que a Rússia vai acabar a necessitar de recursos e equipamentos para continuar a combater uma guerra prolongada em território ucraniano.
Ainda assim, quase toda a UE absteve-se de uma proibição total do petróleo e gás natural russos, o que provavelmente arrasaria a economia do país.
As propostas de Bruxelas devem ser discutidas pelos representantes dos 27 países, esta quarta-feira, antes de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros.
No Luxemburgo, os ministros das Finanças também discutiram o novo pacote de sanções.
A Comissão Europeia propõe "proibir todas as importações de carvão da Rússia, no valor de quatro mil milhões de euros por ano", disse von der Leyen.
Vários especialistas, incluindo os do Instituto Bruegel, consideram mais fácil para a UE-27 substituir o carvão russo por outras fontes de abastecimento, ao contrário do petróleo (25% das compras europeias) ou do gás (45% das importações da UE), o possível embargo, que é objecto de discussões entre os Estados-Membros.
"Estamos a trabalhar em sanções adicionais, em particular sobre as importações de petróleo", afirmou Ursula von der Leyen.
A Rússia está a reforçar o dispositivo militar "para assumir o controlo da totalidade do Donbass", leste da Ucrânia, e "estabelecer uma ponte terrestre com a Crimeia", anexada por Moscovo em 2014, disse o secretário-geral da NATO.
"Estamos numa fase crucial da guerra", assinalou Jens Stoltenberg, no decurso de uma conferência de imprensa, na véspera de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança.
O secretário-geral da NATO referiu que as tropas russas deixaram a região de Kiev e o norte da Ucrânia, estando o regime de Vladimir Putin a deslocar um grande número de militares em direção a leste na Rússia.
"Vão rearmar-se, receber reforços em efetivos, porque registaram muitas perdas, e reabastecer-se para lançar uma nova ofensiva muito concentrada na região do Donbass", disse Stoltenberg, acrescentando: "É nessa região que estão concentradas a maior parte das forças ucranianas".
Segundo o secretário-geral da NATO, o reposicionamento das forças russas vai demorar "um certo tempo, algumas semanas", antes do "lançamento de uma grande ofensiva".
"É essencial que os aliados apoiem os ucranianos, os ajudem a rearmar-se, para permitir que se defendam", insistiu.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança vão discutir na quinta-feira com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, as necessidades das forças ucranianas, precisou.
"Não quero fornecer detalhes, mas está a ser examinado o fornecimento de armas antitanque e sistemas de defesa antiaérea", indicou.
Nas suas declarações, Stoltenberg também assegurou que o assassinato de civis é um "crime de guerra" e pediu que todos os responsáveis pelas mortes na localidade de Bucha, arredores de Kiev, compareçam perante a justiça.
"Fixar como objetivo e assassinar civis é um crime de guerra. Todos os factos devem ser estabelecidos e todos os responsáveis por estas atrocidades devem comparecer perante a justiça", sustentou.
A Rússia "deve escolher entre esvaziar as suas reservas de dólares, (usar) novas receitas ou entrar em incumprimento", disse à AFP um porta-voz do Tesouro norte-americano.
Washington adotou esta medida sendo "hoje a data-limite para que a Rússia efetue um outro pagamento da dívida", precisou o ministério.
O Tesouro considerou que esta medida "vai contribuir para esgotar ainda mais os recursos que [Vladimir] Putin utiliza para prosseguir a guerra contra a Ucrânia e levará a mais incerteza e desafios para o sistema financeiro" russo.
Os dirigentes dos países do G7 e da União Europeia adotaram novas medidas no dia 24 de março para continuar a impedir o banco central russo de utilizar as suas reservas internacionais, incluindo as de ouro, para bloquear o financiamento da guerra.
"Entre as mais de 700 sanções que impusemos, as mais fortes foram as que visaram o banco central da Rússia", sublinhou o mesmo porta-voz.
(Agência Lusa)
"Se não sabem como tomar essa decisão, podem fazer duas coisas: ou excluir a Rússia como agressora e iniciadora da guerra para que ela não bloqueie as decisões relacionadas à sua própria agressão (...) ou, por favor, mostrar que podemos reformar ou mudar (...). Se não houver alternativa e opção, a próxima opção seria uma dissolução conjunta", declarou o presidente ucraniano.
"É hora de transformar a estrutura das Nações Unidas", sublinhou o líder ucraniano.
"Temos de fazer tudo o que está nas nossas mãos para dar às futuras gerações uma ONU eficaz", acrescentou Volodymyr Zelensky.
"Foram mortos nas ruas, em suas casas, esmagados pelos tanques enquanto estavam nos carros, mulheres violadas em frente aos filhos. Isso não é diferente do que outros terroristas fizeram, como o Daesh, e isso é feito por um membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas", comparou o líder ucraniano.
Volodymyr Zelensky afirmou que os "mais terríveis crimes" estão a ser cometidos na Ucrânia pelos russos, como disparar contra colunas de civis que tentam escapar ou atacar refúgios de civis deliberadamente.
"O massacre de Bucha é apenas um de muitos que [os russos] estão a fazer desde que a guerra começou", garantiu.
A invasão russa da Ucrânia já fez pelo menos 3.675 vítimas civis, incluindo 1.480 mortos e 2.195 feridos, a maioria das quais atingidas por armamento explosivo de grande impacto, indicou a ONU.
No relatório diário de vítimas civis confirmadas desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabilizou, até às 24h00 de segunda-feira (hora local), 165 crianças entre os mortos e 266 entre os feridos.
A Alto-Comissariado da ONU acredita que estes dados sobre as vítimas civis estão, contudo, muito aquém dos números reais, sobretudo nos territórios onde os ataques intensos não permitem recolher e confirmar a informação.
Em território ocupado pelos movimentos separatistas pró-russos já houve 324 vítimas, incluindo 67 mortos e 257 feridos.
Em outras regiões da Ucrânia - a cidade de Kiev e as regiões que estavam sob controlo do Governo quando ocorreram baixas - houve 2.136 vítimas, incluindo 1.006 mortos e 1.130 feridos.
O ACNUDH refere ainda que "a maioria das baixas civis foi causada pela utilização de armas explosivas com uma ampla área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de lançamento múltiplo de `rockets`, e por ataques aéreos e de mísseis".
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
(Agência Lusa)
“As alegações de que as forças ucranianas usaram tais armas também estão sob investigação”, acrescentou a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo.
"O Alto-Comissário para os Direitos Humanos falou de possíveis crimes de guerra, graves transgressões do direito internacional humanitário e sérias violações (...) dos direitos humanos", acrescentou Guterres perante o Conselho de Segurança da ONU, reunido para debater a situação na Ucrânia, nomeadamente o alegado massacre de civis por parte das forças russas em Bucha.
Centenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas atrás das costas e atirados para valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes quando ocuparam a cidade.
Moscovo rejeitou qualquer responsabilidade e disse tratar-se de uma encenação de Kiev.
Além de referir as vítimas mortais e os danos nas infraestruturas da Ucrânia causados pela guerra, Guterres afirmou que ofensiva russa também levou ao deslocamento de mais de dez milhões de pessoas em apenas um mês, "o movimento populacional forçado mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial".
"Estamos a lidar com a invasão total, em várias frentes, de um Estado-Membro das Nações Unidas, a Ucrânia, por outro, a Federação Russa - membro permanente do Conselho de Segurança - em violação da Carta das Nações Unidas", afirmou perante o Conselho de Segurança.
"As instituições financeiras internacionais devem entrar em modo de emergência. (...) A reforma que venho pedindo do sistema financeiro global está muito atrasada", disse.
António Guterres lamentou ainda "profundamente (...) as divisões" que têm impedido o Conselho de Segurança de agir não apenas na Ucrânia, mas em relação a outras ameaças à paz e à segurança em todo o mundo.
"Exorto o Conselho a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim à guerra e mitigar o seu impacto, tanto sobre o povo sofredor da Ucrânia, como sobre as pessoas vulneráveis e países em desenvolvimento ao redor do mundo", concluiu.
Mario Draghi apelou a Vladimir Putin para parar “massacre de civis” e juntar-se às negociações para terminar a guerra.
Quase 80% dos ucranianos que deixaram o seu país desde o início da invasão russa querem regressar às suas casas quando a guerra terminar, segundo um inquérito divulgado hoje pela Ukrinform, a agência estatal de notícias da Ucrânia.
De acordo com a agência ucraniana, 79,2% das pessoas que deixaram a Ucrânia planeiam regressar ao país, contra 9,9% que não consideram essa possibilidade e cerca de 10% de indecisos.
Segundo estimativas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), desde 24 de fevereiro, quando começou a invasão pelas tropas russas, e até ao início de abril, 4,17 milhões de pessoas tinham deixado a Ucrânia.
As milícias separatistas pró-russas da província ucraniana de Lugansk e o governador regional, Serhiy Haidai, acusaram-se hoje mutuamente de estar por trás da explosão de um navio-tanque com ácido nítrico ou clorídrico em Rubizhne.
"Em Rubizhne, os russos atingiram um tanque com ácido nítrico", escreveu o chefe da Administração Estatal Regional de Lugansk, na sua conta da rede social Facebook, pedindo aos habitantes para não saírem dos seus abrigos e para fecharem portas e janelas.
Por sua vez, o porta-voz das forças da autoproclamada república de Lugansk, Ivan Filiponenko, disse aos meios de comunicação social russos que foram as Forças Armadas da Ucrânia que provocaram a explosão do tanque, que continha, de acordo com a sua versão, ácido clorídrico.
"Hoje, ao explodir um tanque com ácido clorídrico na oficina da unidade de produção de Zarya (em Rubizhne), uma nuvem de uma substância venenosa espalhou-se pela cidade de Zavodskoy, onde vivem mais de 10.000 pessoas”, disse Filiponenko, citado pela agência russa Interfax.
As milícias pró-russas disseram ainda que mais de 40.000 toneladas de ácidos sulfúrico, clorídrico, nítrico e amoniacal permanecem em tanques no território da fábrica química Rubizhne, cuja explosão "causará danos irreparáveis à ecologia da região”, num raio de 30 quilómetros".
Dezenas de políticos e empresários russos, bem como quatro bancos, foram acrescentados à lista de sanções na União Europeia (UE) e diplomatas serão expulsos de Bruxelas, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, foi hoje anunciado.
“Estamos a ampliar as listas de sanções – acrescentando dezenas de pessoas da política ao setor dos negócios e envolvidos em atividades de propaganda, e ainda mais entidades dos setores financeiro, da indústria militar e dos transportes, entre os quais quatro importantes bancos russos que, além de serem excluídos do sistema Swift, serão ainda proibidos de participar em quaisquer transições financeiras na UE”, referiu, em comunicado, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.
O Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE acrescentou ainda ter decido “designar persona non grata vários membros da Representação Permanente da Federação Russa na UE por envolvimento em atividades contrárias ao seu estatuto diplomático”.
Segundo Borrell, esta medida, em linha com decisões semelhantes tomadas por vários países, responde a “atos ilegais e disruptivos da Rússia contra a segurança da UE e dos Estados-membros”.
Estas medidas inserem-se no novo pacote de sanções a Moscovo, hoje propostas pela Comissão Europeia e que, salientou Borrell, “visam o Kremlin e as elites políticas e económicas que apoiam a guerra de [Vladimir] Putin na Ucrânia.
O embaixador da Rússia junto da UE foi convocado pelo secretário-geral do Serviço de Ação Externa para lhe ser comunicada a decisão.
A Letónia ordenou o encerramento de dois consulados russos no país, nas cidades de Daugavpils e Liepaja, e pediu aos funcionários consulares que deixem o país até ao final de abril.
“A decisão foi tomada em solidariedade com a Ucrânia na sua luta contra a agressão militar não provocada e injustificada e a guerra iniciada pela Rússia”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
O porta-voz do Kremlin considera que os insultos de Joe Biden a Vladimir Putin são “inaceitáveis e vergonhosas”.
“Os insultos pessoais contra o Presidente da Rússia continuam, isto é mau”, acrescentou Dmitry Peskov.
O governador da região de Lugansk, no leste da Ucrânia, pediu hoje aos habitantes que se protejam de um ataque russo a um reservatório de ácido nítrico, ficando em casa, com as janelas fechadas, e preparando máscaras molhadas.
Sergei Gaïdaï indicou na rede de mensagens Telegram que o incidente ocorreu perto de Rubizhne, cidade que os militares ucranianos acusam os russos de estarem a tentar dominar.
Na mensagem, o governador não especifica nenhuma área, pelo que o aviso foi interpretado como sendo dirigido a toda a região de Lugansk.
Hoje de manhã, o governador tinha alertado para a probabilidade de “um ataque em grande escala”, que disse estar a ser preparado pelas forças russas contras as tropas ucranianas em Lugansk.
Naftali Bennett condenou o assassinato de civis na cidade ucraniana de Bucha, mas não aponta responsabilidade às tropas russas.
“Estamos chocados com as imagens terríveis de Bucha – cenários terríveis – e condenamos. O sofrimento dos cidadãos ucranianos é imenso, e estamos a fazer tudo o que podemos para os ajudar”, afirmou Bennett.
Israel tem sido contido nas críticas à Rússia desde o início da invasão. E Naftali Bennett já revelou disponibilidade para mediar a situação entre Moscovo e Kiev.
Mais de 4,24 milhões de refugiados ucranianos fugiram do seu país desde a invasão russa a 24 de Fevereiro, de acordo com números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
O ACNUR contou exatamente 4.244.595 refugiados ucranianos na segunda-feira. Isto é mais 38.646 do que a contagem anterior ao domingo.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945
Cerca de 90 por cento dos que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, uma vez que as autoridades ucranianas não permitem a saída de homens em idade militar.
A Organização Internacional para as Migrações da ONU disse que cerca de 205.500 não ucranianos também tinham fugido do país e que por vezes tinham dificuldades em regressar.
A ONU estima que existam 7,1 milhões de pessoas deslocadas internamente no país, de acordo com novos números da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgados na terça-feira. Isso é cerca de 600 mil mais do que quando foi contado pela última vez em meados de Março.
"As pessoas continuam a fugir das suas casas por causa da guerra e as necessidades humanitárias no terreno continuam a crescer", disse o Diretor Geral da OIM António Vitorino.
A primeira-ministra da Moldova, Natalia Gavrilita, pediu hoje apoio internacional para lidar com o fluxo de pessoas que fogem da vizinha Ucrânia, mas também para desenvolver o país, tendo a Alemanha prometido um crédito de 50 milhões de euros.
Numa conferência de doadores a decorrer hoje em Berlim, o país do leste europeu com uma população de 2,5 milhões disse estar a hospedar cerca de 100.000 refugiados da Ucrânia, cerca de 25% dos que entraram desde o final de fevereiro.
Gavrilita disse que tentou dar aos refugiados condições dignas graças a uma “mobilização sem precedentes” dos setores público e privado, mas “lidar com esse influxo é um dos maiores desafios que qualquer Governo da Moldova enfrentou nas últimas três décadas”.
O novo ministro da Educação, João Costa, disse hoje que as escolas portuguesas já receberam 1.860 alunos ucranianos.
Em declarações após participar num Conselho de Ministros da Educação da União Europeia (UE), no Luxemburgo, João Costa disse que os cerca de 1.860 alunos "estão a ser integrados numa perspetiva de desenvolvimento das suas competências linguísticas".
O ministro adiantou que há "também uma preocupação com alunos russos que estão no sistema educativo português e que não são responsáveis por aquilo que o Presidente do seu país [Vladimir Putin] promove".
"E, portanto, também é preciso ter aqui, como eu disse no Conselho, as escolas como o laboratório de democracia e uma oficina de paz. Ou seja, se nas escolas não conseguirmos isso, não vamos conseguir em mais lado nenhum", declarou.
Relativamente às crianças ucranianas que estão a ser integradas no sistema educativo português, João Costa sublinhou a preocupação em "trabalhar muito as competências sociais e emocionais dos alunos", pois "vêm num contexto de trauma, num contexto de guerra, e, portanto, a prioridade é promover o seu bem-estar, e a sua integração com os seus colegas".
"Este é o objetivo principal neste momento neste contexto de invasão brutal que estamos a viver, e em que todos temos o dever de nos solidarizarmos com estes e com outros refugiados. E em Portugal, felizmente, temos uma experiência acumulada de receção de menores não acompanhados vindos de outras partes do mundo, o que nos ajuda a ter uma resposta já bastante estruturada", disse.
O ministro disse que foi aplicado "um procedimento de simplificação de reconhecimento de habilitações", sendo que há dois grupos distintos de alunos ucranianos.
"Temos crianças que pretendem - e estamos a trabalhar isso também com o governo ucraniano - continuar a acompanhar o currículo em ucraniano, e há uma disponibilização de serviços de educação à distância feito pelo governo ucraniano [...]. E temos o [grupo de alunos] que estão a chegar às nossas escolas. Aquilo que temos de trabalhar é a compatibilização entre estas duas vontades", apontou.
Ainda em termos de celeridade, apontou que estão a ser dispensadas "traduções oficiais dos documentos que vêm, para que a integração possa ser o mais rápida possível".
"Estamos a trabalhar em conjunto com as escolas que recebem os alunos para poder dar uma resposta ágil, para que nenhuma criança fique fora do sistema", concluiu.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras revelou à RTP que concedeu, desde o início do conflito na Ucrânia, 27.544 pedidos de proteção temporária a cidadãos ucranianos e a cidadãos estrangeiros que residem naquele país.
Destes, 9.743 são menores.
Numa publicação no seu canal do Telegram, esta terça-feira, o ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev comentou a situação em Bucha, que considera ser "propaganda cínica da Ucrânia", elaborada por "numerosas agências de relações públicas", a troco de "grandes quantias de dinheiro".
No final do texto, Medvedev enunciou aquele que é o objetivo final da Rússia: "Uma Eurásia unida, de Lisboa a Vladivostok".
Olexander Scherba, ex-embaixador da Ucrânia na Austria, questionou na sua conta no Twitter, se "nem Lisboa estará agora segura".
Putin’s sidekick Dmitry Medvedev: we want to build “a united Eurasia from Lissabon to Vladivostok”.
— olexander scherba🇺🇦 (@olex_scherba) April 5, 2022
So, even Lissabon isn’t secure now?#StandWithUkraine #StopRussia #StopGenocideOfUkrainians #BuchaMasacre pic.twitter.com/Uz2ceHvaPF
O ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, revelou que Espanha vai seguir outros países da União Europeia e vai também expulsar diplomatas russos.
"Decidimos expulsar de Espanha os diplomatas e o pessoal da embaixada russa em Espanha, que representam uma ameaça para os interesses de segurança do nosso país e na sequência das terríveis ações realizadas nos últimos dias na Ucrânia, especialmente em Bucha. Estamos a falar de cerca de 25 pessoas, estamos a finalizar a lista", explicou Albares após o Conselho de Ministros.
"Esta medida faz parte de um processo europeu ao qual já se juntaram a Bélgica, Polónia, República Checa, Países Baixos e, nas últimas horas, França, Alemanha, Dinamarca, Itália e o serviço de ação externa da UE", disse o ministro.
"A Espanha exige que os crimes de guerra sejam imediatamente investigados e os responsáveis punidos por eles", acrescentou.
João Costa diz ser essencial que a integração se faça sem dificuldades e tendo em atenção os traumas que alguns podem trazer. O ministro esteve no Luxemburgo onde os responsáveis pela educação dos 27 analisaram a situação dos alunos que chegam à União Europeia
As tropas russas lançaram um total de 54 ataques contra a cidade e região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, nas últimas 24 horas, resultando em pelo menos seis mortos e oito feridos, denunciou hoje o Exército ucraniano.
"Durante o último dia, os ocupantes lançaram 54 ataques com vários tipos de armas de longo alcance: artilharia, morteiros, canhões de tanques, com lançadores de foguetes do tipo MLRS", denunciou o responsável pela Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleh Synehubov, na rede social Telegram.
Os ataques afetaram os distritos de Saltivka, Pyatykhatky, Oleksiyivka, Kholodna Hora, Derhachi, Barvinkove e Chuhuiv, segundo o oficial militar, citado pela agência de notícias local Ukrinform.
Quatro das mortes ocorreram no distrito de Kharkiv, onde outros três cidadãos foram também hospitalizados, enquanto no distrito de Chuhuiv duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas.
"A região de Kharkiv está pronta para qualquer cenário. As nossas Forças Armadas estão nas posições e a defender a região. Temos que manter uma retaguarda forte", acrescentou Synehubov.
Em comunicado, o procurador disse que está a investigar crimes cometidos nas cidades ucranianas de Mariupol, Gostomel e Chernihiv entre 24 de fevereiro e 16 de março.
A Rússia prometeu responder à vaga de expulsões dos seus diplomatas de países da União Europeia depois dessa medida ter sido anunciada, esta manhã, por mais três países: Itália, Dinamarca e Suécia.
“A Rússia dará uma resposta à medida”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajárova, em conferência de imprensa.
Também o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexandr Grushkó, deixou um aviso, referindo que “as consequências [das expulsões] serão sentidas durante muito tempo” e considerando que a Rússia está a enfrentar “uma campanha planeada”.
Em 48 horas, foram expulsos da Europa 120 diplomatas russos.
O chanceler austríaco Karl Nehammer planeia encontrar-se com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy nos próximos dias para discutir o apoio humanitário e político à Ucrânia.
"Por razões de segurança, por enquanto, não podem ser anunciados mais pormenores desta viagem", revelou fonte do seu gabinete.
A Suécia vai juntar-se à Itália e à Dinamarca e também vai expulsar diplomatas russos que não estão a agir de acordo com as regras nacionais, revelou a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca Ann Linde.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros decidiu expulsar três diplomatas russos cujo trabalho na Suécia não está de acordo com a Convenção de Viena”, afirmou Ann Linde.
As forças russas revelaram que usaram mísseis de longo alcance, lançado do mar, para destruir o que descreveram como um centro de treino para as forças especiais ucranianas, no sul do país.
"Na noite de 4 de abril, as armas de longo alcance de alta precisão de combate ao mar perto da cidade de Ochakiv destruíram um centro de treino para as Forças de Operações Especiais Ucranianas, que foi utilizado, entre outras coisas, para acomodar mercenários estrangeiros", disse o Major-General russo Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, num comunicado citado pela CNN.
O exército russo descreve os estrangeiros que se voluntariaram para lutar pela Ucrânia como "mercenários".
Konashenkov acrescentou que as forças russas lançaram mísseis de precisão com mira em instalações de armazenamento de combustível em quatro locais: Em Kremenets, Cherkasy, Zaporizhzhia e Novomoskovsk.
Desde a invasão, as forças russas têm visado instalações de abastecimento e armazenamento de combustível em torno da Ucrânia.
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, pediu aos políticos europeus que cortassem todos os laços comerciais com Moscovo, afirmando que os pagamentos à Rússia estão cobertos de “sangue” e ajudam a financiar o exército russo.
“Cada euro, cada cêntimo que recebem ou enviam para a Rússia tem sangue. É dinheiro sangrento e o sangue desse dinheiro é sangue ucraniano”.
Após uma visita às cidades satélites da capital ucraniana, como Bucha, Vitali Klitschko falou em “genocídio dos ucranianos”.
O autarca de Kiev afirmou ter visto vários civis mortos, incluindo uma mulher idosa, e um carro com uma bandeira branca e as letras “crianças” no exterior que foi alvejado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, revelou que o país expulsou 30 diplomatas russos devido a preocupações de segurança.
O porta-voz da presidente da Comissão Europeia revelou que Ursula von der Leyen se vai deslocar a Kiev esta semana para se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“A presidente Ursula von der Leyen e o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, viajarão esta semana para Kiev para se encontrarem com o Presidente Volodymyr Zelensky antes do evento de doadores Stand Up For Ukraine, no sábado em Varsóvia”, anunciou hoje o porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer, numa publicação na rede social Twitter.
President @vonderleyen and HRVP @JosepBorrellF will travel this week to Kyiv to meet President @ZelenskyyUa prior to the pledging event #StandUpForUkraine on Saturday in Warsaw.
— Eric Mamer (@MamerEric) April 5, 2022
O regulador de comunicações russo Roskomnadzor que que a Wikipedia remova “material com informações erradas de interesse público” sobre a situação na Ucrânia.
O regulador acusa a Wikipedia de acolher informações falsas sobre o que a Rússia chama “operação especial” na Ucrânia e também sobre as ações das forças armadas russas.
Segundo a lei russa, o proprietário de uma fonte de infirmação na internet que não apague informações ilegais quando solicitado pelo regulador pode ser multado até quatro milhões de rublos.
Uma equipa do Comité Internacional da Cruz Vermelha detida pela polícia ucraniana numa zona controlada pelas forças russas perto do Mariupol "foi libertada durante a noite", refere uma nota de um porta-voz do organismo humanitário.
Os elementos da Cruz Vermelha que tinham sido detidos em Manqush, 20 quilómetros a oeste de Mariupol, "estão agora concentrados em continuar as operações de retirada humanitária", indica a mesma nota.
De acordo com a Cruz Vermelha, este incidente com as autoridades ucranianas demonstra a "volatilidade e a complexidade" da operação de auxílio.
As forças ucranianas retomaram um "terreno chave" no norte do país e forçaram as tropas russas a retirarem-se de áreas em redor de Chernigiv, revela o ministério britânico da Defesa.
"As forças ucranianas reocuparam terreno importante no norte da Ucrânia, negando à Rússia a capacidade de garantir os seus objetivos e forçando as forças invasoras a retirarem-se de áreas em redor de Chernigiv, a norte de Kiev", é referido na última avaliação do ministério da Defesa na rede social Twitter.
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 5 April 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) April 5, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/C605aP9hlX
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/t8wlPfCrqd
No relatório é ainda referido que "muitas unidades russas que se retiraram do norte da Ucrânia” vão precisar de se “reequipar e reabilitar antes que possam ser redistribuídas para operações no leste da Ucrânia".
A Dinamarca decidiu expulsar 15 diplomatas russos na sequência de relatos de valas comuns encontradas e de assassínios de civis na cidade ucraniana de Bucha, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Jeppe Kofod.
“Estabelecemos que os 15 agentes dos serviços secretos expulsos levaram a cabo atividades de espionagem em solo dinamarquês”, afirmou o ministro, acrescentando que queria “enviar um sinal claro à Rússia de que a espionagem em solo dinamarquês é inaceitável.
O presidente da câmara de Mykolaiv revelou que a cidade, no sul da Ucrânia, continua a ser bombardeada pelas forças russas.
Oleksandr Senkevych afirma que as minas de fragmentação estão a ser usadas em áreas civis de Mykolaiv, cidade portuária do Mar Negro.
Senkevych apelou às mulheres e crianças para abandonarem a cidade.
O Governo da Ucrânia planeou para hoje a abertura de sete corredores humanitários para retirar cidadãos das áreas mais afetadas pelo cerco e bombardeamentos russos, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, na rede social Telegram.
O corredor mais importante é o que está entre Zaporijia e a cidade de Mariupol, cercada por tropas russas desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, e que não dispõe de serviços básicos para atender a sua população.
A cidade industrial e portuária, à beira do Mar de Azov, já teve quase meio milhão de habitantes e, atualmente, as autoridades garantem que apenas cerca de 160 mil permanecem. De acordo com as autoridades, quase 80 por cento dos edifícios da cidade foram destruídos ou seriamente danificados pelos bombardeamentos russos.
Iryna Vereshchuk denunciou que, apesar dos compromissos alcançados com os russos, as "forças russas não permitem que as pessoas viajem para Mariupol", o que impossibilita a chegada de ajuda humanitária.
"Os ocupantes (russos) bloquearam os representantes do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em (cidade vizinha de) Mangush. Após as negociações, foram libertados na noite de segunda feira e enviados de volta à Zaporijia" sem ter alcançado o seu objetivo, assegurou a vice-primeira-ministra ucraniana.
Sete autocarros estão preparados para deixarem a cidade costeira de Mangush, no sul, em direção a Berdyansk, numa viagem que será acompanhada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha.Сьогодні працюватимуть сім гуманітарних коридорів – Верещук https://t.co/UBQLyrzi8Z
— Верховна Рада України (@verkhovna_rada) April 5, 2022
É esperado que em Berdyansk se reúnam as pessoas que conseguiram deixar os municípios vizinhos e Mariupol para depois serem transferidas para Zaporijia.
O Governo ucraniano relatou nestes dias a lenta retirada de habitantes que ocorreu em Mariupol, onde apenas algumas centenas de cidadãos conseguem fugir diariamente e a maioria nos seus próprios veículos.
O Kyiv Independent relata que foram encontrados em locais onde as forças russas tinham estado estacionadas.
⚡️Bodies of tortured civilians found in Sumy Oblast.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) April 5, 2022
Sumy Oblast Governor Dmytro Zhyvytsky reported that in Konotop district of Sumy Oblast, the Ukrainian military found the bodies of at least three tortured civilians.
Uma equipa do Comité Internacional da Cruz Vermelha foi libertada depois ter sido detida durante uma tentativa de chegar à cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, revelou a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk.
"Após negociações, foram libertados durante a noite e enviados para Zaporizhzhia", avança a Reuters
Zaporizhzhia fica a cerca de 200 quilómetros de Mariupol, no sul do país.
A empresa de aluguer de casas Airbnb Inc revelou que suspendeu, na segunda-feira, as operações na Rússia e Bielorrússia.
Antigos juristas do Tribunal Penal Internacional não têm dúvidas de que o massacre em Bucha configura vários crimes de guerra.
O coronel Serhii Bratchuk, porta-voz do comando militar da província de Odessa, disse à agência Lusa que as autoridades esperam o reforço dos ataques na região para tentar fechar o acesso da Ucrânia ao Mar Negro.
A retirada da capital, Kiev, e nas zonas perto da fronteira da Bielorrússia nas últimas semanas mostraram que os russos mudaram de tática, aumentando a intensidade no leste do país e nas zonas marítimas.
"Sabemos que os russos pretendem Odessa e, neste contexto, temo-nos sempre preparado", afirmou Serhii Bratchuk, em entrevista à Lusa.
A conquista de Odessa, no sudoeste do país, junto à Roménia, permitiria retirar o acesso ao mar e ao maior porto do país.
"Temos recursos, sabemos que eles querem vir aqui e tem sido a resistência de Mykolaiv [outra grande cidade a leste de Odessa] que os impediu de chegar cá", afirmou Serhii Bratchuk, justificando a necessidade de manter tropas da província apesar dos conflitos no leste e nordeste do país.
"Nunca deixámos de estar em guerra com a Rússia desde 2014 e sabemos que eles querem o Mar Negro só para si".
Principal destino turístico da região e destino de muitos russos na época balnear, "Odessa é um ícone e a Rússia pode olhar para a nossa cidade como um troféu", mas, "sem exagero, temos forças suficientes para resistir como aconteceu noutras grandes cidades ucranianas".
"A terra ucraniana é sagrada e Odessa é um símbolo nosso antes de ser um símbolo da Rússia. É a capital marítima do nosso país, por onde comunicamos, pelo mar, com o mundo", afirmou o dirigente, que criticou a inação das potências ocidentais, em particular da União Europeia, após a invasão da Península da Crimeia (a sul) e de parte das províncias de Donetsk e Lugansk (Donbass, a leste).
"Foi esta arrogância europeia na forma como lidou connosco e com a Rússia que nos levou a esta situação", afirmou Serhii Bratchuk.
Apesar disso, "queria salientar que, como todos os europeus sérios já perceberam, esta guerra não é só contra a Ucrânia mas contra todos os europeus", acrescentou, agradecendo o fornecimento de "equipamento importante de sistemas de defesa aérea".
"Sei que agora os países europeus fornecem equipamentos militares, mas era necessário também fechar o céu", lamentou o coronel, comentando a necessidade de criar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia.
O Estado-Maior da Ucrânia disse hoje que a Rússia está a reagrupar as suas tropas e a preparar uma ofensiva em Donbass, no leste do país.
"O objetivo é estabelecer o controlo total sobre o território das regiões de Donetsk e Luhansk", refere uma atualização publicada na página do Estado-Maior na rede social Facebook.
A retirada das tropas russas foi concluída e os militares estão a dirigir-se para a cidade russa de Valuiki, na província de Belgorado, disse o Estado-Maior.
A atualização refere que é notório "o movimento de colunas de armas e equipamentos militares no território da República da Bielorrússia" e que "uma grande parte" dos aviões e helicópteros russos foi transferida de aeródromos da Bielorrússia para a Rússia.
O Estado-Maior acredita que, nas regiões de Donetsk e Luhansk, os militares russos estão a concentrar esforços para tentar conquistar as cidades de Popasna e Rubizhne, bem como estabelecer o controlo total sobre Mariupol.
Outras cidades e localidades nas duas regiões estão sujeitas a bombardeamentos contínuos, refere a atualização.
O Estado-Maior acusou as tropas russas de atacarem a cidade de Nikolaev, no sul, perto da costa do Mar Negro, com bombas de fragmentação proibidas pela convenção de Genebra.
As tropas russas também continuam a bloquear a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, de acordo com o Estado-Maior.
A União Europeia provavelmente adotará uma nova rodada de sanções contra a Rússia na quarta-feira após relatos de assassinatos de civis no norte da Ucrânia por forças russas, disse o ministro francês de Assuntos Europeus, Clement Beaune.
"As novas sanções provavelmente serão adotadas amanhã", disse à rádio RFI esta terça-feira, acrescentando que a UE também deve agir rapidamente sobre as importações de gás e carvão da Rússia.
A Rússia negou quaisquer acusações relacionadas ao assassinato de civis, mesmo em Bucha.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avisou que levará "décadas" para remover todas as munições não detonadas, minas terrestres e bombas de fragmentação.
Na segunda-feira, Dia Internacional de Sensibilização para o Perigo das Minas, Guterres alertou que as minas e explosivos colocados na Ucrânia irão ameaçar a vida da população muito depois das armas se calarem.
O presidente da Ucrânia prepara-se para falar hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Volodymyr Zelensky defende uma investigação às mortes em Bucha.
Zelensky considera que estão em causa crimes de guerra e espera o apoio da comunidade internacional.
O discurso do presidente da Ucrânia deverá ter lugar à tarde.
Ponto da situação
- O presidente da Ucrânia vistou ontem Bucha. Foi nesta cidade da região de Kiev que foram cometidas atrocidades, alegadamente por parte das tropas russas, contra a população, incluindo mulheres e crianças. Moscovo continua a defender que está a levar a cabo uma operação militar especial, mas sem ter por alvo a população.
- A Rússia rejeita o ataque a civis. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirma mesmo que se trata de uma encenação para incriminar Moscovo.
- Em Bucha foram encontrados centenas de corpos. A cidade nos arredores da capital ucraniana foi recuperada pelas tropas ucranianas, que se depararam com um cenário de terror: cerca de 300 corpos espalhados pelas ruas e numa vala comum a céu aberto; as forças de Kiev apontam sinais de tortura.
- O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, repudia o que aconteceu em Bucha. Fala em atentado aos Direitos Humanos e massacre chocante.
- O ministro português dos Negócios Estrangeiros defende que Portugal deve limitar as importações da Rússia. João Gomes Cravinho diz que não se pode confiar nas autoridades da Rússia e que qualquer acordo tem de ser acompanhado de mecanismos de verificação.
- Múltiplas observações por parte de analistas ocidentais indicam que as forças russas se retiraram do norte da Ucrânia, incluindo áreas próximas de Kiev. Estarão a reagrupar-se para se focarem no leste do país.